Seu verdadeiro
nome era Samuel Waitrose, mas tinha mudado para sempre por Sam Rose, esse era
seu nome artístico, bem como o que usava normalmente, tinha trocado mediante
uma lei, que lhe permitia isso.
A muito tempo não
cantava em NYC, seu público normalmente era do Oeste do país, aonde ele vivia a
muitos anos. Tinha deixado sua amada
Malibu, aonde tinha uma casa na praia, por isso, estava sempre com a pele
dourada, com seus cabelos castanhos, largos, queimado do sol. No alto de seu 1,90 de altura, seu corpo
magnifico de surfista a tempo quase completo. As garotas na praia suspiravam por ele, mas
mantinha sua vida pessoal, no mais estrito sigilo. Os jornalista sabiam que se perguntavam
alguma coisa que não fosse relativa ao seu último trabalho, seus discos, seus
shows, estavam fadados a não saber nada, pois se levantava sem responder, indo
embora.
Podia inclusive
dar uma entrevista para qualquer grande magazine, mostrar sua casa, seu estúdio
de gravação, fotos com seus músicos, mas jamais junto a alguém. A gravadora que tinha insistido nisso, tinha
ido para a casa do caralho, pois ele tinha exigido uma clausula no contrato a
esse respeito.
Nem seus músicos
se atreviam a falar nada, pois quando assinavam um contrato para tocar na
banda, havia uma clausula a respeito, o único que tinha se atrevido, pagou uma
boa multa.
Estava exausto,
tinha feito shows numa sequência incrível, Boston, Chicago, Filadélfia,
Toronto, Montreal, agora para finalizar duas noites no Times Square Garden,
para ninguém botar defeito.
Quando terminou o
show, sua roupa estava totalmente enxarcada, havia um homem desses que de longe
se nota que é do FBI ou da CIA, parado na porta. O afastou, entrou, fechou a porta, já tinha
imaginado que isso iria acontecer, mas de maneira nenhuma ia fazer nenhuma
concessão.
Entrou no
banheiro do camarim, tirou toda sua roupa, ficando completamente nu. Entrou embaixo do chuveiro, não sabia quanto
tempo esteve ali.
Seu manager
apareceu, lhe disse que devia colocar seu carro pronto para sair.
Este lhe
perguntou quem eram esses homens aí fora?
Livre-se deles,
dizendo que me nego ao que pretendem, se não se vão, chame a polícia, denuncie assedio
a minha individualidade.
Se vestiu, seu
camarim tinha uma porta que dava ao seguinte, assim quase numa sequência, foi
passando pelos de seus músicos, fez um pedido a um deles, era muito parecido
com ele, lhe disse, no meu camarim, tem uma roupa em cima da cadeira, vista a
mesma, use meu chapéu, saia do mesmo, vão tentar falar contigo, faça como se
fosse um músico famoso, desça até a garagem, entre no carro disponível, nos
vemos no hotel.
Esperou o
escândalo que se fez na porta do camarim, para sair pelo outro lado, tinha
prendido o cabelo, dentro de um gorro desses de inverno, com um casaco com
capuz, saiu pelo outro, lado, se misturando na multidão. Foi andando tranquilamente até o hotel, mas
não entrou em seguida, ali estavam os mesmos homens esperando.
Filho da puta,
foi tudo que pensou, nunca me deixara em paz, não basta ter trocado de nome,
ainda me persegue.
Se referia ao seu
pai, hoje em dia um juiz da suprema corte, muito conhecido por disfrutar da
alta sociedade de NYC.
Mas nunca o
poderia perdoar, pelo fato de ter perdido a única pessoa que tinha amado na
vida, sua mãe.
Na época, tinha
sido um escândalo, que no enterro dela, ele tivesse aberto a boca, o acusando
de ser o assassino literalmente dela.
Depois
desapareceu, tomou rumo ao outro lado do pais. Como excelente aluno que era,
tinha uma bolsa de estudo, começou a estudar, literatura, filosofia, mas era um
excelente compositor, cantor, se revelou logo cantando em pequenos shows, para
ganhar a vida, foi descoberto, mas acabou a universidade. Ou seja, não era um cantor idiota, sem
formação.
Tinha sim mudado
de nome radicalmente, apesar de seu nome original terminar em Rose, Waitrose,
esse era o nome de sua mãe. A tinha
amado com loucura.
Ela tinha se
sacrificado por seu pai, na época que ele estudava, ela era quem trabalhava,
tinha uma certa experiencia, era bonita como um sol, essa era a sensação que
ele tinha dela. Alta, magra, loira de
olhos castanhos, tinha trabalhado de secretária, estava na universidade, mas se
apaixonou, seu pai teria que abandonar seus estudos, pois seus avós tinham
falido.
Ela se sacrificou,
era uma garota do interior, uma mulher simples, trabalhou todo o tempo para que
ele pudesse estudar. Ele acabou a
universidade, até conseguir um emprego foi difícil, mas ela estava ali para
ele. Quando ele começou a carreira de
ajudante de fiscal, foi que ficou gravida, depois de uma quantidade de abortos,
ela quase morreu quando ele nasceu.
Seu pai, foi
subindo, ao mesmo tempo que ia se afastando da família. Viviam no final numa
bela casa, mas ele mesmo em casa estava sempre trabalhando. Chegava, mexia nos seus cabelos, se fechava
no escritório. Foi deixando os dois em
segundo plano, pois tinha sonhos, quando se tornou fiscal, a coisa piorou,
passou a batalhar para ser fiscal chefe, então seu tempo para a família
desapareceu, ela não encaixava na vida da maioria das outras mulheres dos
homens que se dedicavam a isso, festas, coquetéis, não era uma mulher
fachada. Tentou voltar a trabalhar, ele
não permitiu, o que iam falar dele, sempre dizia isso sua defesa.
Claro ela começou
a beber, esperando que ele viesse pela noite, mas muitas vezes nunca aparecia, então
ele a levava para a cama. Um garoto de
12 anos, fazer isso, era muito forte, ela na verdade nunca reclamava, só dizia
que tinha perdido sua juventude a troco de nada.
Quando ele
aparecia, discutiam, ele o que fazia era subir para o telhado da casa para não
escutar, até que escutava a porta batendo, um carro se afastando.
Então descia,
para recolher como ele pensava os cacos que sobravam ali. Sua mãe destroçada.
Ela dizia, a
única coisa que tinha de bom na vida era ele.
Estava estudando
música, as vezes chegava mais tarde em casa, pois ficava ensaiando com os
companheiros, na verdade era quase uma desculpa, para não chegar em casa a ver
bebendo.
Mesmo assim,
quando chegava, pegava seu violão, cantava uma música para ela.
Não siga a
carreira de teu pai, dizia, seja cantor, serás um sucesso, dizia isso passando
a mão pelo seu rosto.
Ele tinha 16
anos, sabiam que ele tinha uma aventura com uma mulher da alta sociedade, aparecia
quando muito uma ou duas vezes por semana.
Depois não se sabia dele. Sempre tinham tido uma conta conjunta, sabia
que ele não prestava atenção, começou a tirar uma quantidade grande de
dinheiro, colocava em sua conta, para ele ir à universidade.
A última semana
antes de morrer, tinha sido dura, ele tinha pedido o divórcio, alegando uma
série de besteiras, ela se negou, a chegou a acusar de que eu não era seu
filho, mas sim de alguma aventura. A
partir de então, ela mal levantava, já estava com um copo na mão.
Nesse dia chegou
em casa, queria mostrar uma música nova que tinha composto, ficou parado na
porta sem poder se mover, ela estava sentada na poltrona preferida dele, no
escritório, tinha se suicidado. O
acusava de aproveitador. Como a casa a
muito tempo estava no nome dela, a deixava para ele. Mas dizia que nunca o perdoaria por ter
roubado sua juventude. Nesse dia tinha
colocado uma carta dirigida ao maior jornal da cidade contando o que ele tinha
feito com ela.
Ficou horas ali,
se despedindo dela, chamou a polícia, sem chamar a ambulância, já não havia
nada a fazer. Sabia que seu pai
conseguiria esconder qualquer coisa, por isso a carta, ele guardou, nesse dia
preparou a mochila para ir embora.
Quem avisou seu
pai foi a polícia, este fez como sempre um farol impressionante. A ele quando
lhe perguntaram, perguntou a que jornal pertencia, lhe disse que procurasse na
correspondência, que ela tinha mandado uma carta ao jornal.
Se trancou na
casa de um amigo, ficou lá, escapou de todo o circo que seu pai promoveu,
entrevistas lacrimosas, uma série de besteira.
No dia da cerimônia
do enterro, ele foi, quando o padre o chamou para falar, a primeira coisa que
ele disse, foi que havia um erro, era não era católica, ele estava acompanhado
do pastor de uma igreja batista. Tinha
horror a padres como o senhor que se vende, para os políticos sujos dessa
cidade, o obrigou a sair do altar, comece tudo outra vez, disse ao pastor,
apontou o dedo para o pai, dizendo aos policiais que estavam ao fundo, por
favor prendam esse criminoso. A cerimônia só seguira quando esse filho da puta
saia da igreja.
Não se moveu do
altar, o pai ficou sentado olhando para ele.
Não esperava o
que veio em seguida, tirou a carta do bolso, vou ler a última coisa que minha
mãe deixou escrita, leu tudo. Aonde está a fulana, sua amante, por quem o
senhor deixou sua família. Aonde estão
seus amigos da Máfia, que o protegem, o senhor não passa de um bom filho da
puta, mas não se preocupe, deixo de usar seu nome hoje mesmo, porque essa
acusação para conseguir o divórcio, confirma como o senhor é baixo. Ele não sabia que sua mãe tinha gravado, se
escutava a discussão dos dois, ele ameaçando de revelar que não era seu filho,
que ela não passava de uma puta.
Metade dos
presentes se levantou, saíram da capela.
Ele sinalizou dois guardas da dali, pais de amigos seus, pediu que o
retirassem, já que não era da família, para prosseguirem o funeral.
Nada de festas,
nada de enterro, ele procedeu com o pastor o que ela tinha pedido, ser cremada,
que suas cinzas fosse para o outro lado do pais, para estar o mais longe dele
possível.
No outro dia se
publicou a carta aonde ela contava todos os podres que sabia dele.
Ele deixou nas
mãos de um advogado a carta, bem como autorização para venderem a casa com tudo
que estava dentro, mas antes, retirou a roupa que o pai tinha ali, fez uma
fogueira na frente da casa, que sua amante comprasse novas para ele. Mas fez uma coisa, sabia a combinação do
cofre, entregou a um jornalista, cópia de tudo que tinha ali escondido, por
isso ele levou anos para poder prosseguir sua carreia de juiz.
Jogou sua
guitarra, bem como seu violão, no banco detrás do seu carro, atravessou todo o
pais, já tinha dado entrada na mudança de nome, entrou na universidade já com
seu novo nome, Sam Rose. Se negava
sempre a dar concertos na costa leste.
Entrou no hotel
pela entrada de serviço, na porta do apartamento que tinha reservado para ele,
estava a secretária de seu pai.
A atendeu sem
abrir a porta. Ela disse que seu pai
estava mal, que precisava de um transplante de medula óssea.
Começou a rir, se
transformou numa gargalhada, se abriu a porta ao lado, era seu relações
públicas, por um acaso estava com uma jornalista, venha tenho um furo para ti.
Esta senhora é a
secretária do homem que diz agora ser meu pai, a mulher queria ir embora, mas
ele segurou seus pulsos, só te solto se dizer por que estão me perseguindo a
noite inteira.
Ela disse, viu
que a jornalista gravava com seu celular, agora grave também minha resposta,
ele para pedir o divórcio de minha mãe, disse que eu não era seu filho,
tampouco quero saber se sou apto a lhe dar parte da minha medula óssea, quero
que ele morra sofrendo muito.
Pediu a
jornalista, publique imediatamente na internet, que o presunto filho do juiz
federal, disse o nome do pai, se nega terminantemente a lhe doar medula óssea,
que quer que ele sofra muito.
Soltou a
secretária, já tens o que queria.
Abriu a porta de
seu apartamento, viu que o telefone não parava de tocar, tirou o mesmo do
gancho, fechou a porta de seu quarto, se jogou na cama.
No dia seguinte
logo cedo, saiu pela porta de serviço do hotel, rumo ao aeroporto.
Embarcou num
avião da discográfica. De lá foi direto
para sua casa em Malibu, pediu a um dos vizinhos que era policial, agora todos
sabiam que ele tinha um passado, que pusesse guardas em frente a mesma.
Ele lhe disse, o
melhor que fazes é ir para algum lugar distinto.
Não, aqui é minha
casa, já tinha orientado seu advogado para pedir uma ordem de afastamento de
qualquer pessoa vinculada ao seu pai.
A gravadora,
mandou dois seguranças, ele entrava na água, fazia seu surfe de sempre, depois
se fechava em casa. Quando procuravam
seu manager, esse dizia que estava preparando seu novo disco.
Meses depois
soube que tinha morrido, que lhe deixava uma fortuna, fez sua única aparição, com
um cheque no valor que tinha deixado, entregando o mesmo a um orfanato, quiça
essas crianças possam aproveitar o dinheiro de um filho da puta.
Sabia que tinha
irmãos do segundo casamento dele, mas os ignorou, tampouco foi ao enterro do
mesmo.
Tinha dinheiro
suficiente para muitos anos, lhe deu um branco na cabeça, não era capaz de
produzir. Sabia que outros músicos com
problemas, se agarravam a bebida, ou mesmo as drogas, isso ele nunca tinha
suportado.
Ficou ali na sua
casa, vivendo como sempre, de dedicou a escrever a história de sua mãe, tudo
que ela tinha lhe contado.
Um dia, sentado
na varanda olhando o mar, começou a compor uma música em homenagem a ela, bem
como a todas as mulheres que se sacrificam por suas famílias. Era um gênero totalmente novo. Pela primeira
vez, tocava com uma orquestra como ele queria.
Quando a música
começou a tocar nas rádios, nos podcast, foi um sucesso incrível, finalmente
deu entrevista, mas como sempre falando da música, só contava minha mãe se
chamava Rose, por isso uso esse nome.
Foi uma mulher incrível, acabo de escrever um livro sobre ela, sobre as
mulheres que sacrificam suas vidas pela família, por seus filhos.
As editoras,
começaram a procurar por ele, mas só assinou contrato, se não exigiam
entrevistas, tampouco tarde de autógrafos.
O livro acabava de sujar a memória do seu pai, pois publicou numa parte
os documentos que o ligavam a Máfia, que ele tinha usado para subir na vida.
Sua mulher tentou
que isso não fosse publicado, mas os documentos estavam ali. Riu muito quando soube que o argumento, era
que seus irmãos, nem sabiam que ele existia.
Mas não retirou o
livro de maneira nenhuma. Ela entrou com
uma ação mas perdeu.
Um dia estava na
sua varanda, escrevendo como sempre, estava batalhando com uma palavra que não
saia, pegava o violão, tocava esse pedaço, mas não conseguia encaixar nenhuma
palavra, escutou uma voz dizendo, tente com essa.
Ele olhou, ali em
pé estava um rapaz, que devia ter a idade, que tinha quando saiu pelo mundo.
Sem tornar a
olhar para ele, pois era como se ver no espelho, experimentou, encaixou.
Porra, agora
terei de colocar como coautor um desconhecido que invade minha varanda.
Sou teu irmão
Cris, não sabia que existia, mas sempre amei tua música, talvez porque tenha um
fundo de verdade.
Posso me sentar?
Sim, em que posso
te ajudar.
Ajudar, não creio
que possa, estou sim farto de manter uma fachada, a idiota da minha mãe, faz
tudo para isso, ele a tempo tinha sua secretária, a mesma que foi te procurar,
como amante. Era um bom filho da puta.
Li teu livro, não te condeno em absoluto.
Deve ter tentado conseguir
tua medula óssea, porque nem eu, tampouco meu irmão éramos compatíveis. Agora que a merda foi espalhada pelo
ventilador, em que mostra que ele sempre foi como eu pensava, um bom filho da
puta. Nada a declarar senhor juiz, disse
isso rindo.
Bem-vindo ao
mundo real Chris.
Como chama teu
irmão?
Robert, ele é
autista, vive fechado em casa, não pense tu que minha mãe deixe suas festas,
seu jogo de Bridge com as amigas para cuidar dele. Tem uma quantidade de gente para isso.
Ela quando se
casou com ele, o fez com separação de bens, porque já dizia que não era tonta.
Tu não sabias mas
ela estava no enterro de tua mãe, me disse que tu tens um caralho de fazer
gosto por ter feito o que fez. O mesmo
quando a amante foi te pedir para doar para o velho.
Morreu sozinho no
hospital, pois todo mundo sabia dele, até a amante desapareceu.
Tampouco fomos ao
enterro, ninguém de casa. Tinham sim alguns poucos amigos, dizem que algum
chefão da máfia que o apoiava.
Avisei minha mãe
que vinha te conhecer, ela ficou preocupada por cinco minutos, como sempre,
depois o celular tocou, alguém a chamando para alguma festa, se esqueceu do
assunto, aproveitei, peguei o primeiro avião para cá.
Pois eu quando
vim, foi no meu velho carro, usei toda essas distância para ir me afastando de
tudo.
Estudas?
Não sei o que
quero, minha mãe que diz que tenho que estudar direito, mas odeio a ideia.
Pensei muito em milhões de coisas, mas não consigo me decidir.
Tomas drogas?
Nem pensar, repetiu
uma frase que ele a tempos tinha falado numa entrevista, que nunca tinha
aceitado a drogas, nem tampouco o álcool, pois nublavam sua criação. Tenho que ter a cabeça despejada para saber o
que fazer, como seguir em frente.
A essa
entrevista, se a segues ao pé da letra fico contente por ti.
Toque de novo a
música inteira por favor.
Viu que ele era
educado, tocou, realmente a palavra sugerida encaixava.
A música, como a
poesia, embora nunca tenha escrito nenhuma, as vezes é difícil encontrar uma
palavra que expresse o que sentes, além de fazer rima. Obrigado.
Sem querer seguiu
escrevendo, viu que Chris olhava para o mar.
Sabes fazer surf?
Não, sempre quis
aprender, mas minha mãe nunca permitiu.
Se levantou,
chamou um dos garotos da praia, este veio até sua varanda, podes ensinar meu
irmão a fazer surf?
Claro que sim Sam.
Venha o levou
aonde tinha roupa da praia, veja se te serve.
A cara do Chris
era ótima. Quando for a hora de jantar,
como cedo, te chamo.
Voltou a
trabalhar, ele sempre quis ter irmãos, amigos tinha uns poucos, mas a garotada
da praia eram o melhor para ele.
Na verdade, nunca
tinha tido aventuras que durassem muito, pois sempre procurava fora do seu
ambiente, inclusive preferia dormir na casa da pessoa, que trazer para a sua.
Tinha passado
pela sua vida, homens, mulheres, mas nunca tinha encontrado sua meia laranja.
Nunca tinha se
preocupado com isso, não queria ter filhos, temia cometer erros como tinha
feito seu pai com ele, agora sabia também com seus irmãos.
Seguiu compondo,
quando acabou, tornou a gravar inteira, mandou para seus músicos, assim saberiam
do que se tratava para gravarem no dia seguinte.
No jantar
conversou com Chris a respeito do Robert.
Eu o chamo de
Bob, ele não gosta que as pessoas cheguem muito perto dele, o velho nunca
chegava, aliás a mim tampouco. Eu desde
garoto ficava puto, pois ele ignorava meu irmão, dizia que isso devia vir da
parte de minha mãe, como se fosse uma doença contagiosa ou hereditária.
Eu para vir aqui,
só fiquei sossegado quando a senhora que me criou, disse que ficava, é uma das
poucas pessoas que ele deixa se aproximar.
Eu sempre mostro
para ele tuas músicas, ele gosta, marca o ritmo, aquela que fizeste para tua
mãe ele adora, “Rose”, essa.
Vou pedir para o
juiz me dar maioridade, pois assim posso receber o fideicomisso, deixado pelo
meu avô. Também se sou maior de idade,
posso tentar tirar meu irmão daquela casa, o colocar numa escola especial.
Ela, bem como
ele, sempre o esconderam de tudo, para todos os efeitos sou filho único.
Acreditas que ele no seu testamento, deixou dinheiro para ti, para mim, para o Bob
nada, como se ele não existisse.
Se queres te
ajudo, tenho um excelente advogado em NYC, foi quem me ajudou contra ele,
inclusive vendeu a casa que era da minha mãe, a única coisa que ele fez certa.
Dizia que com
isso pagava os anos que ela trabalhou, o sustentando para que estudasse. Mas se
esqueceu que ela perdeu a oportunidade de estudar como queria, se sacrificou
por ele, como se uma casa resolvesse o problema.
Esse dinheiro
ficou numa conta, que esse mesmo advogado administra, como um fundo. Nunca
toquei nele. O que ele me deixou, doei
para um orfanato, mais isso tudo mundo sabe por que foi publicado nos jornais,
na televisão.
Foi quando decidi
te procurar, pensei se o sujeito faz isso, ele é honesto, não quer esse
dinheiro para nada.
Como era tarde
para chamar o advogado, perguntou aonde ele tinha sua bagagem.
Não tenho, só
essa mochila, com umas cuecas, duas camisetas, não sabia se ias me receber.
Venha, o levou a
um quarto que nunca usava, arrumaram a cama juntos, dormes aqui, amanhã cedo falamos
com o advogado, conforme for vou contigo.
Só que depois
tenho que ir me encontrar com meu grupo para gravar a música de ontem.
Chris rindo
disse, eu vou exigir minha parte, só por causa de uma palavra.
Depois ainda
ficaram vendo a lua sobre o mar.
Sempre sonhei com
isso, odeio NYC, vivemos preso naquele edifício de luxo, que foi a casa do meu
avô. Meu irmão nem sai para ir a uma
praça, nada.
É como se ela o
protegesse, mas na verdade tem vergonha dele.
Me desculpe o que vou falar, sei que amaste tua mãe, mas acho que ela
aguentou o velho, porque aparentemente ele era importante, convidado para
festas nas mansões de Washington, aonde ela se cruzava com gente importante.
Quem me criou, no
momento faz isso com meu irmão, é uma senhora negra, chamada Dorothy, ela
sempre foi mais minha mãe que a verdadeira.
Com todo o dinheiro que tem, se ocupa de ir ao cabelereiro, ter as unhas
perfeitas, almoços com as amigas, jogar bridge, etc.
Perdeu muitas,
depois do teu livro, me disse que teve que entrar na justiça contra ti, pois
estragava seu modo de vida.
Pois alegava ao
contrário, que isso prejudicava aos dois.
Vê aonde estou
metido, mas com o dinheiro que me deixou meu avô, posso cuidar do meu irmão,
fazer alguma coisa que eu goste.
Eu adoro música
como tu, toco piano, em casa sempre existiu um piano, que mais parecia de
enfeite, daqueles negros imensos. Cheio de retratos de pessoas importantes que
ela conhece, mas um dia me deu a louca, estava irritado com o comportamento
dela, levantei essa tampa jogando tudo no chão, me sentei comecei a tocar,
gostei, como tenho um paga mensal, para não pedir dinheiro, comecei a fazer
aulas em segredo.
No dia seguinte
falaram com o advogado, marcaram para o dia seguinte, ele iria gravar a música,
depois pegariam um avião. Ligou para sua
gravadora, disse que precisava ir a NYC, claro imediatamente autorizaram o
avião. Com uma condição, ele se
apresentaria de noite, num show de televisão tocando alguma música nova.
No studio, Chris,
assistiu os primeiros momentos do ensaio, lhe disse ao ouvido, porque não
colocas o piano de fundo, acho que ficaria bem, em vez de começar dessa
maneira, olha o que vou te mostrar.
Sentou-se ao
piano, começou a dedilhar os primeiros acordes, uma e outra vez, a partir daqui
arranca só com tua voz, depois entram os outros, fazes como um lamento, até
aquela palavra.
O editor, disse,
de aonde tiraste essa figura interessante?
É meu irmão
Chris.
Gosto da ideia
dele, vamos experimentar.
Assim fizeram,
depois ficaram escutando a música.
Puta merda soltou
o editor, nem precisamos gravar de novo.
Vamos experimentar, uma segunda opção, que seja só os dois, ele tocando
o piano, tu o violão, num tom mais baixo, cante essa música a princípio como se
estivesse falando a letra, creio que pode ficar bom também.
Assim fizeram,
ficava completamente diferente, sua voz inclusive ficava mais encorpada.
Como vais fazer
amanhã a noite no programa de televisão, terás que cantar uma música?
Cantarei essa, se
o Chris me acompanha.
Claro que sim,
olhe como eu toco “Rose”, faço muito para o Bob.
Começou a tocar,
como se fosse uma Naná, ficava lindo.
Gostei, vamos ver
se consigo cantar contigo junto. Abaixou
dois tom sua voz, assim ficava diferente, mais suave.
Nunca a imaginei
desta maneira.
Eu quando escutei
essa música, me parecia que estavas recordando de tua mãe cantando para ti, foi
o que entendi desde o começo.
Foram com seu
velho jeep até o aeroporto de manhã, de lá um carro da gravadora os levou ao
advogado que estava esperando.
Esse estudou todo
o caso, foi com eles ao advogado de seu avô, que disse que sim, que ele podia
pedir isso, como faria anos, dentro de uma semana, podia pedir isso, assim
teria dinheiro para tocar sua vida.
Tinham combinado em nenhum momento falar nada do Bob.
Foram almoçar,
deram de cara com sua mãe no restaurante, ela nem tinha percebido que ele não
estava em casa.
Quando o
apresentou a ela, foi ríspida, como ousas procurar meu filho?
Fui eu que ontem
tomei um avião, fui até lá para conhecer meu irmão, ele me recebeu bem, pude
conhecer um homem sério, direto. Falamos
muito, de mim, do Bob, do meu futuro.
A cara dela ficou
vermelha, quando uma das amigas perguntou quem era o Bob.
Chris não perdeu
tempo, é meu irmão pequeno, que ela esconde porque tem autismo, tem vergonha
dele.
A mulher, se
levantou, pegou sua bolsa, foi embora sem sequer dizer até logo.
Assim vais acabar
com as poucas amizades que tenho.
Amiga, essa
mulher só se encontra com a senhora, porque pensa que eres alguém na vida, mas
deve estar decepcionada.
Depois do almoço
vou levar o Sam para conhecer o Bob.
A cara dela era
de espanto, com o filho falando com ela dessa maneira.
Ela saiu, entrou
na limousine, sem dizer até logo para ninguém.
Com certeza vai
ao massagista, para se relaxar.
Realmente quando
chegaram em casa ela não estava, ele imediatamente adorou a Dorothy, essa disse
baixinho, o Bob perguntou por ti.
Venha, pegou a
mão do irmão maior, o levou para o salão, ali estava sentado o menino mais
bonito que tinha visto na vida. Loiro
com os olhos azuis quase transparente, muito magro.
Esse quando viu o
irmão correu para ele, mas parou quando viu o Sam.
Não tenhas medo
Bob, ele é nosso irmão mais velho. Te lembras daquela música que gostas, foi
ele quem a fez. Abriu o piano, começou a
tocar “Rose”, ele cantou junto, a cara do garoto era fantástica, se balançava
ao ritmo, como se alguém o balançasse para dormir.
Ficou ali parado,
o menino se aproximou, pegou na sua mão.
Olha a que ele
fez ontem, tocou para ele, os dois cantando juntos, o garoto, veio se sentar
junto com o Chris, nisso, entrou a mãe.
Estava furiosa,
principalmente quando viu o quadro, dos três irmãos juntos.
Viu que o Bob
tinha medo dela, pegou a mão da Dorothy, a arrastou para fora dali.
Bom Chris, vou
embora, estou no hotel, devem ter reservado uma suíte, queres ir comigo.
Ele só disse a
mãe, para sintonizar o programa de televisão essa noite.
Ela ficou com a
boca aberta.
Espera por mim na
portaria, vou buscar algo de roupa, me despedir do Bob, dizer a Dorothy que
coloque no programa hoje á noite.
Ele educadamente
disse até logo para a mulher.
Ficou na portaria
do prédio, entraram duas garotas, que ficaram olhando para ele, justo saia o
Chris, saíram os dois juntos do edifício.
Ela estava
espumando, estava ligando para o massagista, pois está nervosa.
Como a suíte do
hotel tinha um piano, ensaiaram as duas músicas.
Vamos cantar
primeiro Rose para o Bob, ele vai gostar.
O carro da
discográfica, veio busca-los para irem ao canal de televisão, avisou a produção
que seu irmão ia acompanha-lo ao piano, que seria duas músicas, uma antiga,
revista pelo irmão e outra que tinham composto juntos.
Se vestiram,
esperaram sua vez.
Quando o
apresentador os anunciou, dizendo que Sam Rose pela primeira vez cantava junto
com seu irmão Chris.
Quando o foco os
iluminou, Sam explicou, que cantavam essa música especialmente para seu irmão
menor Bob, é um arranjo que fez meu irmão Chris, sobre essa música que compus
para minha mãe, contou que ele tinha entendido de outra maneira, que pode ser
de aonde saiu essa música, ele me fez lembrar que quando eu era pequeno ela me
cantava sempre para dormir.
A cantaram, o
publico veio abaixo. Agora essa outra
que compusemos ontem no nosso encontro, que ele me sugeriu cantar desta
maneira, fizemos duas gravações diferentes.
Cantaram de novo,
o publico gostou, pois no final, cantavam o refrão com os dois.
O apresentador
perguntou se o Chris também era um Rose?
Rose não é meu
sobrenome verdadeiro, eu mudei a muito anos atrás, quando minha mãe morreu, ela
se chamava assim, quis ligar definitivamente minha vida ao seu nome.
Ele é filho do
segundo casamento do meu pai, bem como meu irmão Bob.
Que tal Chris,
cantar com teu irmão.
Eu sempre gostei
das músicas dele, mas não sabia que era meu irmão, Bob, nosso outro irmão sofre
de autismo, mas adora essa música “Rose”, eu comecei a tocar piano, para ele.
Quando saíram,
eles riam, Chris, falou, ela deve estar furiosa, agora todo mundo sabe que tem
um filho autista.
O celular dele
não parava, mas só atendeu uma chamada da Dorothy.
Meu filho que
maravilha te ver cantando, Bob adorou, chegou a cantar um pedaço da música,
Mais feliz ficou
porque dedicaram a ele a música. Diz que
gosta do irmão.
Passou o celular para
o Bob, ele só ria no telefone.
A mãe o chamou
várias vezes, mas ele não atendeu. Ela
faz o mesmo quando está fora, se chamo por alguma coisa, nunca atende.
Eles se mudaram
de hotel, Sam resolveu ficar para apoiar o irmão, foram para um apart hotel,
assim ficavam mais à vontade.
Os dois advogados
se apresentaram diante do juiz de menores, que ia apreciar o caso, no último
momento intimaram sua mãe. Ele se
sentou ao fundo da sala, pois tudo era uma decisão do Chris.
Ela perdeu a
estribeiras, quando o viu na sala.
Achou que ele tinha instigado ao Chris, mas esse disse que a ideia de
procurar o irmão tinha sido dele, queria falar com alguém sobre o meu futuro,
já que a senhora esta sempre muito ocupada, com sua vida particular.
Ele explicou o
que queria para o Juiz. Quero poder
decidir sozinho o que vou fazer da minha vida, para isso meu avô me deixou esse
dinheiro.
Quando acabou
tudo, o juiz disse que tinha visto os dois na televisão, gosto muito dessa
música, minha mulher também. Mas essa
nova leitura fica espetacular. A nova,
fez minha mulher chorar, segundo ela, é uma música dedicada as mulheres.
O arranjo quem
fez foi o Chris, soltou o Sam, pior senhor Juiz, agora vou ter que dar a
parceria para esse garoto, vai ganhar dinheiro as minhas custas, colocou o
braço em cima do ombro dele.
Chris, perguntou
se podia falar com o juiz a sós?
Sim, posso te dar
uns 15 minutos.
Quero fazer uma
consulta, mas só entre nós dois.
Todos saíram da
sala.
Ele voltou
sorrindo.
Sua mãe os
esperava fora, tinha perdido a pose, quer dizer que te vás de casa?
Se a senhora nem
notou que eu não estava durante dois dias, não farei muita falta, foi a
resposta.
Depois que se
afastaram ele falou com seu novo advogado, o juiz acha que tenho possibilidades
de ter a guarda do Bob, se você me ajuda a cuidar dele.
Vou pensar no que
me estar pedindo.
No caminho para o
apart hotel, foi lhe dizendo, tens que fazer com que a Dorothy, fale com o
Juiz, afinal foi ela que tem criou, que cuida do Bob, se sua mãe ganha, pode
afastar os dois.
O problema será
aonde vamos viver?
Posso me mudar
para uma casa maior ali na praia, ou mesmo conseguir a do lado, que está a
venda, conheço o dono, assim vocês teriam a casa de vocês, mas eu estaria
junto.
Achas que o Bob
ia gostar de viver ali.
Acho que sim, eu
pelo menos poderia ensinar ele a fazer surf.
Já falas como um
campeão na matéria.
Mas seja qual
seja tua decisão eu vou te apoiar.
Tinham que se
preparar, afinal sua mãe tinha o poder sobre o irmão. Talvez a decisão fosse que ele estivesse numa
escola especial, bem cuidado.
Foi uma larga
batalha, mas sem querer depois de muitos meses, Sam, falou com os empregados da
casa, que estavam fartos da encenação.
Sabiam que agora ela tinha um amante que levava para casa.
Precisavam de
fotos, para comprovar. Quem as conseguiu
foi a Dorothy, que queria proteger seu garoto como chamava o Bob.
Não deu outra,
era o próprio juiz que levava o caso.
Foram os dois ao escritório do mesmo, que os recebeu com desprezo. Mas quando viu as provas, ou deixava o caso,
ou escândalo.
Esse se recusou,
então não restou outra que abrir a porta, fazer entrar uma repórter do melhor
jornal da cidade, entregar a ela um envelope na frente dele, bem como um vídeo
que os viam sentados na mesa do café da manhã em roupas menores.
Foi um bom
escândalo, sem duvida nenhuma o juiz seguinte deu a guarda ao Sam, no caso dele
faltar o Chris, mas o melhor foi descobrir, com o advogado dela, que tinha sido
seu amante, o testamento real do seu avô, o apartamento era dos garotos, bem
com todo o recheio.
Ela se negava a
sair, o apartamento era cheio de obras de arte, Chris chamou um experto no
assunto, que levou tudo para vender, a eles não interessava nada disso,
deixaram somente o quarto dela, sem decoração nenhuma, um quadro que estava
ali, valia milhões, foi um escândalo completo.
Quando os levou
para a nova casa ao lado da sua, acompanhados da Dorothy, além de Mirthes, uma
senhora que cozinhava os pratos que o Bob gostava. Era uma casa maior que a sua, agora Chris
estudava música na universidade, elaborar partituras, tinha planos de
posteriormente fazer composição, bem como regência.
Bob começou a
sair da sua casca, era bem recebido pelos garotos da praia, que estavam sempre
de olho nele. De sua casa, como sempre
trabalhando na varanda, as vezes levava um susto, pois ali estava o Bob,
escutando ele compor.
Tinha um ouvido
musical impressionante, as vezes lhe soltava algo que faltava na música.
Foram tocando a
vida em frente, agora Chris sempre se apresentava com ele. Se recusavam a fazer shows em NYC, apesar de
terem ali uma plateia cativa.
As vezes vinham
desde lá para gravar um show com eles dois.
Anos depois, indo
a escola, pela primeira vez escutaram Bob cantando numa festa da mesma, “Rose”,
tinha uma voz cálida, tinha falado no começo, minha música preferida, do meu
irmão Sam.
Dorothy viveu com
eles até idade muito avançada. Depois
tinha na casa uma senhora que cuidava dela, Sam dizia que ela era a mãe real
dos meninos. Da verdadeira nunca mais
souberam, com tanto escândalo, desapareceu.
As vezes ele
pensavam, os dois deviam ser a famosa meia laranja, um do outro, tanto seu pai
como ela, não eram flor que se cheirasse.
Ele levou muito
tempo para encontrar a sua parte afetiva realizada, a principio teve receio,
pois conheceu um transexual, que era músico como ele, professor da escola que
ia o Bob, foram se conhecendo, se encontrando, acabaram juntos.
Ele não escondia
mais nada, mas seguia não permitindo perguntas sobre sua vida particular, nem a
dos meninos, já bastava tudo que tinham aguentado.
Seu companheiro,
Geo, dizia, tive que virar homem para me apaixonar por outro homem. Mas se
completavam.
Com o tempo,
fizeram uma bela composição, ajudados pelo Bob, que agora tocava piano também,
mas claro não gostava dos shows, muita gente o confundia.
Seu maior prazer
era surfar com os amigos da praia, nisso era melhor que o Chris, ria muito com
isso.
Esse dizia ao
Sam, ainda bem que tive a coragem de te procurar, embora pensasse que ia bater
com o nariz na porta.
Eres meu irmão,
não tens culpa dos erros dos outros.
Quando Chris se
casou, Bob e ele foram padrinhos, a madrinha foi a Dorothy, a garota era
especial, também amava a música.
Enfim sem querer,
acabaram formando uma família verdadeira.
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