Lamentava o que
tinha acontecido na noite anterior, mas sabia sempre o caminho a tomar, por
isso estava de novo no seu psicólogo.
Esse ia estranhar, mas como uma bofetada, seus pesadelos tinham voltado.
No dia anterior,
seu irmão mais novo, com o qual não tinha tido muita convivência, a partir que
era filho de seu pai, com sua segunda esposa, tinha aparecido de visita, quando
abriu a porta o viu vestido de militar, tinha explodido.
Esse puto velho
te convenceu, lhe disse que sequer dizer bom dia ou qualquer outro cumprimento. Espumava de ódio, demorou para se acalmar, piorou
quando o outro lhe contou que tinha entrado para o exército, porque seu pai lhe
contava seus logros.
Tudo mentira
desse velho asqueroso. Não entendeste
ainda que é um hipócrita, tudo bem é um coronel, mas nunca foi a guerra, se
limita a treinar as pessoas, mas nunca matou ninguém, tampouco viu morrer
nenhum companheiro em seus braços, nunca viu a miséria dos países que outros
como ele dizem que temos que ir para salvar o mundo.
Não é o que ele
diz. Mostra seus galões triunfantes,
conta histórias.
Nada disso é real,
venha comigo, mal deu o tempo de seu irmão colocar a bagagem no chão o saiu
arrastando, antes lhe mostrou sua prótese da perna direita, ele te falou disso?
Não sabia que
tinhas uma prótese.
Pois essa é a
verdade, tampouco te contou que levo anos entrando, saído de clínicas, por
causa dos meus problemas psicológicos, tentando deixar as drogas para dormir,
para despertar, coisas que me faça esquecer o que passei.
O enfiou em seu
jeep, de malas maneiras, o levou a casa de um general retirado, se apresentou
como sempre ali, de supetão, fez o mesmo lhe contar ao irmão quem era seu pai
na verdade.
O General o
chamou de lambe botas, de puxa saco, esse filho da puta nunca foi a uma guerra,
aproveitou que seu pai foi militar, para sempre escapar.
Ele gravou a
conversa inteira com o General, pediu para o irmão chamar o pai, este atendeu,
pensando que ele estava em algum campo de treinamento. Ele tirou o celular da mão do irmão, disse
estou mandando esta gravação para todos teus amigos do Pentágono, bem como para
teus amigos que você vive contando mentiras.
Manda mais um filho para morrer, em nome da tua idiotice, estás fudido,
mando também para todos os jornalistas de Washington, para publicarem umas
verdades sobre ti.
O velho gritava
para que ele não fizesse isso, mas já tinha apertado o botão, ali estava
gravada a conversa do general, com seu irmão, bem como coisas que ele
sabia. Tinha convencido seu irmão menor
de ir a guerra quando ele estava em Iraque.
Este morreu na primeira saída, pois não estava preparado.
Fazia o mesmo com
esse agora, mandou a gravação para a mãe dele também, assim saberia com quem
estava casada.
Voltaram para sua
casa, pediu que o irmão colocasse outra roupa, lhe disse claramente, não te
conheço, mas se fosse tu, saia do pais, mas não ia para o exército.
Foram para a
praia, o foi apresentando uma série de ex-militares, como ele todos com
problemas, um lhe faltava um braço, outro um olho, enfim mil misérias.
De noite, acordou
de uma maneira que não se lembrava a muito tempo, aos gritos, que iam
aumentando de volume, para acabar num grito surdo como ele dizia, um grito sem
som nenhum, com os olhos arregalados.
Quando seu irmão
conseguiu por fim acalma-lo, resmungou, mais uma vez terei de mudar de casa,
pois os vizinhos vão reclamar, embora vivesse no último andar, se escutava
tudo.
Passou uma duas
horas, chorando, se lembrando de tudo, principalmente da última vez, o comboio
tinha entrado numa aldeia, no centro da mesma embaixo de uma árvore estavam
todos os velhos, crianças, mulheres mortos, mal entraram sofreram um ataque
massivo.
Ele foi um dos
poucos que sobreviveu, quem conseguiu avisar a base.
Mas da maneira
que tinha caído, olhava para um garoto morto, com a boca escancarada num grito
surdo como ele chamava, se via que estava gritando na hora de sua morte.
Isso tinha
acabado com o pouco de tinha de cabeça, mais ainda quando voltou, depois de
meses na Alemanha, aonde tinha acabado por amputar sua perna. Desde um pouco
abaixo da articulação, usava uma prótese, tinha acabado caindo da cama.
Seu irmão estava
horrorizado.
Ele se levantou,
usando as muletas, foi para o banheiro, se colocou embaixo do chuveiro,
chorando como uma criança, pediu que ele fosse embora, mas que o escutasse,
encontre com tua mãe uma maneira de escapar disso. Ela é rica, pode te ajudar.
Ele ao contrário
tinha entrado para o exército, porque mal podiam viver da miséria de mesada que
seu pai dava para ele, e seus irmãos, eram mais três, duas garotas depois dele,
além do pequeno que tinha morrido. Isso
levou sua mãe ao desespero.
Mas o coitado
tinha procurado seu pai, pedindo ajuda, este o convenceu de entrar para o
exército como tinha feito com seu único filho desse segundo casamento.
Esperou um bom tempo,
pois não tinha consulta marcada, contou tudo para o psicólogo, volto a ter
pesadelos, creio que quando volte, encontrarei o proprietário pedindo que saia
do mesmo.
Isso já tinha
acontecido mil vezes. Pior agora não
tinha dinheiro para entrar para um clínica, as do exército nem pensar.
Quando saiu da
consulta, seu celular tinha várias chamadas, viu que era da mulher de seu pai,
chamou, estava meio histérica.
Perguntou se realmente era verdade?
Sim, ele vai
negar mas é tudo verdade, nunca foi a guerra nenhuma, conta mentiras para todo
mundo, eu fui a guerra porque não podia ir a uma universidade, já não tinha
direito a pensão dele. Mas o filho da
puta convenceu meu irmão pequeno quando foi pedir ajuda para ir à universidade
que fizesse o mesmo, morreu dois dias depois ao chegar.
É isso que a
senhora quer para seu filho. Que volte dentro de um caixão, que tenha que viver
o resto de sua vida com uma bandeira, que nem serve para limpar a bunda.
Só a escutou
dizer, o coloquei hoje para fora da minha casa, estou movendo tudo, para evitar
que meu filho siga no exército, me chamou chorando, é um menino que não tem
experiencia nenhuma de vida.
Quando chegou em
casa, não viu o proprietário, tomou duas pastilhas para dormir, fechou tudo,
ficou com a casa no escuro. Tirou a
prótese, se jogou na cama.
Despertou outra
vez de madrugada, usava para evitar os gritos, uma espécie de mordaça, tinha
aprendido com um amigo seu, colocava um aparelho desses que usam os que tem
bruxismo, para proteger os dentes, bem como uma mordaça de uma fita adesiva,
como essas que se viam em filmes policiais, assim os gritos ficavam baixos.
Sabia que o sonho
ia se repetir uma e outra vez.
Viu que seu
celular, tinha mensagens de suas duas irmãs, graças a deus as duas tinha
escapado de um destino horrível. Uma era
enfermeira num dos melhores hospitais de Los Angeles, a outra advogada num bom
escritório.
Quando se livrou
de tudo isso, as chamou as duas disseram o mesmo, leia os jornais, bem como
olhe os tele diários.
Era sobre o seu
pai, entrevistavam vários amigos dele, que pensavam que eram um homem curtido
das guerras. Outros o consideravam um
bufão.
O pentágono o
tinha colocado na rua, por falsificar, papeis que atestavam que tinha estado na
frente de batalha.
Quando abriu a
porta para sair, para ir comprar pão, deu de cara com ele, apontava uma arma
para ele.
Ficou rindo, pois
a arma estava travada, lhe deu um murro na cara, o deixando desacordado, chamou
a polícia, o denunciou.
Se negou a
retirar os cargos, ele o tinha ameaçado com uma arma, se sentia melhor se
vingando dele.
No dia que o
julgavam, ficou sentado na última fila, a quantidade de papeis que o fiscal
tinha conseguido contra ele era muita.
Pelo visto tinha
vivido sua vida inteira uma imensa mentira, podia ser julgado pelos militares,
mas estes abriram mão por causa do escândalo, que tinha provocado.
60 por cento dos
papeis de suas promoções, eram falsos.
Se via que ele
estava alterado, quando o chamaram para depois, ele exigiu que falassem dos
títulos que tinha, mas o fiscal se dirigiu a ele, por seu nome normal. Lhe disse que o exército, tinha lhe retirado
qualquer título.
Quando o juiz leu
sua sentença de 15 anos de prisão por falsidade ideológica, ele espumava, foi
então que se levantou, deixando que o visse.
Vou te matar
filho da puta, ninguém pode comigo.
Pensaram que ele estava ameaçando o juiz, que lhe deu mais cinco anos de
presente.
Saiu dali, no seu
velho jeep, que era a única coisa que tinha de valor, estava seu saco de roupa,
foi embora sem destino. Tinha uma
pequena paga de pensão por invalidez, daria para viver em alguma cidade pequena
do interior.
Saiu sem destino,
rindo feliz pela primeira vez em muitos anos.
Era uma vingança,
ele sabia disso. Mas se olhasse para trás, o abandono que esse homem tinha feito
com sua família. Tinha passado a vida
inteira arrotando caviar, quando devia comer merda do chiqueiro que era
mentalmente.
Tinha visto sua
mãe ir fenecendo, lentamente, trabalhando como uma louca como costureira, para
os manter alimentado, vivendo num edifício miserável, enquanto ele vivia numa
mansão, claro as custas da atual mulher.
Agora pelo menos
estaria no meio da escoria a que pertencia.
Passou vários
dias acampando no deserto, tinha parado para pensar, pois se tinha pesadelos,
ali podia gritar à vontade, quando muito espantaria os escorpiões.
Quando acabou
seus mantimentos, foi até a cidade mais próxima, mas foi acampar outra vez, aos
pés de uma montanha.
Encontrou por
ali, um pequeno riacho que desaparecia de repente no meio das pedras.
Ali pela primeira
vez conseguiu dormir sem tomar remédio nenhum.
Um dia despertou
com um velho índio, sentado de cócoras em cima de uma pedra o observando.
Ele lhe disse bom
dia, colocou sua prótese, se levantou, colocou mais lenha na pequena fogueira
para fazer café, estendeu uma caneca limpa com café ao homem, que seguia o
olhando sem dizer nenhuma palavra.
Quando viu,
estava contando para o homem sua história, falando inclusive dos seus traumas,
seus pesadelos.
O homem seguia
sem falar, o pegou pela mão, entrou numa cova, logo em seguida de aonde estava,
só então entendeu que tinha acampado num lugar sagrado pelos índios, pediu
desculpas, não sabia.
O homem o fez
entrar numa gruta, que estava iluminada com tochas molhadas talvez em
petróleo. Viu então de aonde vinha a
agua do riacho, o homem se sentou, lhe disse para fazer o mesmo.
Ele tirou a
prótese, mas claro para isso tinha que tirar suas calças, o homem disse que
devia ficar como estava, ali sentado no chão na frente dele.
Fechou os olhos,
começou uma viagem que nunca poderia imaginar, sem tomar drogas, nada que o
induzisse.
Toda sua vida
passada, enfrentando o mesmo homem, o que era atualmente seu pai, um sujeito
que sempre tinha sido egoísta, covarde, para não citar coisas mais complicadas.
Em nenhuma vida,
ele tinha deixado de lutar contra ele.
Agora entendia a raiva que tinha dele desde criança. Era um homem frio com os filhos.
Foi ficando ali
com o velho índio, quando esse disse que tinha passado esse tempo refletindo
sobre a vida, o levou até aonde vivia, num povoado de casebres, aonde ele era o
chamã, ninguém perguntou nada a respeito dele.
Foi aprendendo
com o velho uma série de coisas, o ajudava em sua horta com as ervas, agora com
a chegada do inverno, era o tempo de recolher o que se podia, fazer pequenas porções,
deixar para secar. Aprendeu o uso de
cada uma. Uma vez por semana, ia até a
cidade mais próxima, para usar num locutório, um telefone, para chamar as
irmãs, assim sabia noticias delas, bem como de sua mãe.
Um ano depois,
soube que tinham assassinado seu pai em prisão, alguém descobriu que as
histórias que contavam era mentiras, tinham lido na biblioteca, jornais antigos
sobre ele.
Cada um tem o fim
que merece, foi tudo que comentou. Sua
irmã que era advogada, ainda comentou que tinha se juntado a um grupo de raça
ária, que esses não tinham perdoado suas mentiras. Isso era uma coisa compulsiva nele.
Nenhuma de suas
irmãs, pensava em casar-se ter filhos, tinham tido uma vida muito desgraçada,
para desejar colocar filhos no mundo.
Ele foi ficando,
só sabia mais ou menos do tempo, contando as estações, primavera, verão,
outono, inverno, pelo que plantava em cada uma.
Agora se reunia
com os outros homens que tinham sobrado da tribo, numa velha cabana, aonde o
velho praticava antigos rituais, levou um bom tempo, apareceu um homem que
tinha servido o exercito como ele, tinha os mesmos problemas, o velho lhe disse
que ele devia cuidar desse homem. O
levou para essa cabana, aonde usavam ervas, nas brasas, isso além de escutar
tudo que o outro falava que tinha visto, como tinha sido usado pelos seus
superiores, contava que dali tinham saído cinco rapazes, enganados pelos
recrutadores, mas que agora ele jamais ia permitir que voltassem ali. Só ele tinha retornado, tinha sido colocados
num regimento, aonde só existiam como dizia um comandante a escoria da
sociedade, negros, mexicanos, homens que para escapar da prisão entravam no
exército, eram uma bucha de canhão perfeita, ninguém ia sentir falta deles.
Os dois podia
levar dias conversando. Se tornaram
amigos, ele sempre estava ali, quando o outro tinha pesadelos, agora já podia
falar dos seus com alguém.
Os dois ajudavam
o velho em tudo, inclusive com suas economias, tinham comprado um trator de
segunda mão, que Osborne consertou, aravam a terra, ajudando a tribo, plantando
milho, trigo o que fosse necessário. Iam
nas terras sem cultivar das pessoas da tribo, quando fizeram a primeira
colheita de milho, já não necessitavam de ajuda do governo, depois fizeram a de
trigo, estudaram uma maneira de guardar o que sobrava para os meses de inverno,
para distribuir entre as pessoas. Algumas
mulheres, sempre traziam tortas de trigo que faziam para eles, mas também
aprenderam a fazer. Um dos homens
trouxe vários cavalos, misturados de Mustang, com outros abandonados. Esse se dedicava a ir pelas fazendas, comprar
cavalos, éguas que as pessoas não queriam mais.
Davam ali seu repouso de guerreiro.
Construíram entre todos um grande celeiro, aonde deixar os animais
durante os meses mais pesados de inverno.
Como por milagre,
algumas éguas tiveram potros, que eram a alegria da criançada.
Nesses meses como
não podia ir à escola da vila mais próxima, eles, que tinham aprendido um pouco
ensinavam as crianças. Tinham encontrado
o equilíbrio numa vida simples, não permitiam aos jovens, porque lhes ensinava
com exemplos, bebida, drogas, a maioria das vezes conseguiam.
Quando apareceram
recrutadores, os expulsaram dali, desta vez não levavam nenhum jovem para serem
bucha de canhão.
Eles agora tinham
aprendido do velho, ensinavam os valores antigos da raça, Osborne, ria muito
quando o velho o chamava de cavalo tonto, quando lhe perguntou por que, lhe
disse que era por sua maneira de andar com a prótese.
No inverno
seguinte, fizeram uma coisa os dois, se documentaram aonde, existiam índios que
tinham perdido tudo por culpa do exército, que viviam pelas ruas como homeless,
ou nas drogas, os catequisavam, construíram uma cabana imensa, a moda antiga,
com uma grande lareira ao centro, os que quiseram vir, eles purgavam, ensinavam
a conviver outra vez ali, se recaiam nas drogas, o mandavam voltar de aonde
tinham saído, mas a maioria ficava, tinham todos largas conversas pelo que
tinham passado, quando chegava a primavera, ajudavam a todos no campo, eles
mesmos cultivavam uma boa parcela de terra, plantando o que necessitavam,
milho, batatas, trigo, assim tinham como se manter no inverno.
Todos tinham uma
pensão do exército, conseguiram na cidade uma índia que era professora, entre
todos construíram uma escola para os mais pequenos.
Esta acabou se
casando com um dos homens recuperados por eles.
Outros, que
tinham sofrido na carne abusos sexuais, criavam casais entre eles.
Numa das idas a
cidade, uma senhora se aproximou, tinha ido visitar uma irmã sua que era freira
num orfanato, ali estava duas crianças descendentes de índios, que ninguém
sabia de aonde eram. Conseguiram com a
ajuda desta trazer as crianças, a casa do velho agora era deles, as criavam
como seus filhos.
Tinha com o
Osborne uma relação, baseada na confiança, no amor que acabaram descobrindo
entre eles.
O velho ninguém
sabia a idade certa, nem ele mesmo, um dia faleceu, antes de morrer, disse que
ele estava preparado para ajudar ali, veja tudo que vocês dois fizeram pela
gente daqui, continuem ajudando.
Os dois chegaram
a ver seus dois filhos adotivos, bem como outras crianças, irem à universidade,
com bolsas de estudos, eles batalhavam para isso.
Chegou um momento
que sua irmã que era enfermeira veio viver ali com eles, os ajudava a cuidar
dos enfermos. Falava com a outra, sem
querer encontrei a paz que buscava a tanto tempo, passou a viver com um dos
homens que ali estava, já a muito tempo recuperado, mas seguiam fazendo o de
sempre, a temporada que ia buscando irmãos perdidos, não lhes importava a que
tribo pertencessem ali, formava uma tribo a parte.
Chegou um momento
que perdeu noção também da idade que tinha, com o tempo deixou de usar a
prótese, para andar com muletas. Uma
vez voltou com Osborne aonde o velho o tinha encontrado, estiveram ali
retirados quase um mês, durante o inverno.
Quando voltaram a
sensação que tinham era que voltavam para seu lar, ou o que fosse isso, tudo
tinha seguido funcionando como se eles estivesse sempre presente, isso era
salutar.
Nas parcelas de
terras agora, todos tinham cavalos, o homem que tinha trazido os primeiros,
seguia fazendo o mesmo, saia pelos rodeios, trazia cavalos que ninguém mais
queriam, cuidavam dos mesmos, seguindo os ensinamentos do velho, cada família
tinha agora, pequenos celeiros para terem seus animais. Juntaram durante muito tempo, todos com os
excedentes que vendiam como uma cooperativa, trouxeram ovelhas, que alguns
criavam, as mulheres aprenderam a trabalhar em teares, que Osborne construiu
seguindo um livro antigo, agora eram capaz de fazerem mantas como as antigas
faziam. Ele tanto movimentou que
conseguiu que um senador, conseguisse, um grupo pequeno de búfalos, os
começaram a criar livres, só comiam a carne dos que ficavam mais velhos. As crianças voltaram a aprender a usar arco e
flecha, para voltarem ao tempo passado.
Aprendiam a usar os cavalos sem artefatos como os homens brancos. Ele mesmo, cavalo manco, montava, usando
somente uma perna, levou tempo, mas conseguiu encontrar o equilíbrio.
Na vez seguinte
quando foram para o retiro espiritual como ele chamava, levaram um grupo de
jovens, para alguns a princípio, era como ir de excursão, quando chegaram lá,
viram que era outra coisa, todos se compenetraram.
Um dos seus
garotos que tinha estudado medicina, voltou, foi aprendendo ajuntar o que tinha
aprendido na universidade, as medicinas do velho, que já sabia desde criança.
Ele foi a
revelação dessa última viagem deles, pois viram que tinham um poder de cura,
muito particular, seria o próximo chamã, nem ele, tampouco Osborne se
consideravam chamamés, mas sim um discípulo do velho.
Peter montou uma
pequena clínica, no meio do caminho entre aonde viviam, e a vila mais próxima,
assim podia atender a todos, sua irmã que era enfermeira, ensinou tudo a um
grupo de garotas, algumas foram estudar fora, outras ficaram ali ajudando.
Sempre havia uma
que estudava para professora, para seguir cuidando das crianças.
Alguns iam fazer
universidade, não voltavam, ninguém dizia nada, pois como o velho tinha lhe
falado, as pessoas têm direito a voar com suas própria asas e destino.
Agora velhos, se
sentavam na varanda da cabana, ficavam olhando os mais jovens trabalhando no
campo. Tinham meios de subsistência
próprios, o orgulho voltava a existir entre eles.
Ele que estava
perdido, tinha encontrado seu caminho.
Agora sonhava muito com o velho que lhe dizia que sua próxima vida teria
outro caminho a seguir.
Sabia que mais
dias, menos dias, deixaria de existir, mas isso já não importava, tinha feito
algo de valor.
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