lunes, 7 de noviembre de 2022

HERDEIRO

 


 

Era filho bastardo de um Lorde Inglês, mas ao contrário dos outros filhos bastardos, ele tinha sido reconhecido por seu pai desde que nasceu.  Não levava o nome completo dele, mas sim o que ele usava normalmente para fazer negócios.  Era o único da família a ter o mesmo nome do pai. Cyril Baromeu Lancaster, sua mãe era de uma família importante, que perdeu tudo, tinha uma educação boa, foi ser governanta na casa de seu pai.  O ajudou a cuidar de sua mulher sempre doente.   Com ela ele tinha 3 filhos, dois homens, uma mulher.  A diferença de idade entre seu filho menor, comigo, era de 18 anos. 

Minha mãe quando ficou gravida, ele lhe comprou uma casa na cidade próxima, com um belo horto, aonde fui criado.   Ele na verdade passava mais tempo lá, que em sua mansão.

Dizia que ali se sentia em casa.

Fui aos colégios normais na cidade, pois meus irmãos faziam verdadeiro escândalo, o mais velho era professor em Oxford, a sua filha era casada com um duque, o pequeno, George esse me odiava, bem como ao pai.  Era um bom filho da puta.   Me infernizou a vida desde pequeno, me chamando de bastardo em todos os lugares.

Em breve a escola inteira sabia, mas meu pai dizia que não era verdade, que ele tinha era ciúmes, sempre tinha sido um filho complicado, nunca foi bem nos estudos, era viciado em drogas, só pensava em gastar dinheiro, da herança do pai.   Quando a mãe deles morreu, tinha dinheiro, deixou uma herança boa para eles, que gastaram tudo.

Portanto seu pai tinha tomado a decisão de protege-lo.

Saiu de viagem sem dizer a ninguém aonde ia, uma coisa normal nele, nem a minha mãe ele dizia sua situação financeira, ou qualquer outra coisa.

Esteve fora mais de um mês, voltou como se nada.  Seguiu levando sua vida de sempre, tinha uma bela criação de cavalos, que era o que gostava de fazer. Ele o acompanhava em seus passeios a cavalo pela propriedade, amava seu pai acima de todas as coisas.

Sua mãe que tinha vivido na mansão, dizia que os filhos mal falavam com o pai, nunca o ajudaram a cuidar da própria mãe, quando ela morreu, só lhes interessava a herança.

Agora esperam que ele morra, para herdarem o título, bem como ele sabe que venderam seus cavalos rapidamente, liquidaram tudo o que ele construiu.

No passeio do dia, estiveram os dois conversando, seu pai contou que teria uma reunião com os filhos, horas mais tarde.   Lhe perguntou o que ele gostaria de estudar.

Ele era um bom aluno, teria que ir a uma universidade em seguida.  O senhor sabe que amo os cavalos como o senhor, quero estudar veterinária, me dedicar a cuidar dos cavalos.

Ele a anos assistia o veterinário da cidade, que cuidava dos cavalos de seu pai.

O pai, foi franco com ele, pelo menos tenho um filho prático, os outros são uns tontos, teu irmão George nunca terminou a universidade, porque é um vago.  É um problema sério.

Foram para a biblioteca, seu pai disse aonde ele devia ficar para escutar a conversa que ia ter com os filhos.

Se sentou no chão, atrás de um biombo que existia meio encostado a parede, era japonês, uma beleza, pintado em ouro.

Mal chegaram os filhos, nenhum deles, lhe disse bom dia pai, ou perguntou pela sua saúde, simplesmente se sentaram, perguntaram o que ele queria.  O George antes dos outros soltou que sua dotação era pequena, mal dava para viver.

O pai deixou todos falarem todos o que queriam.

Ao final, bateu com a palma da mão na mesa, agora escutem, estou escutando uma serie de merdas, que não me dizem respeito.

Tenho duas propostas, agora dependem de vocês.

A primeira, posso adiantar a vossa parte na herança, desde que fique com as cavalariças, bem como meus cavalos.  Deixarei a mansão, irei viver com Robbie, que era como ele chamava minha mãe.

A primeira pergunta era se não iam ter que dividir o resto da herança, com ele.

Não, tudo isso será de vocês.  Espero que saibam administrar tudo isso. Porém há uma cláusula, que passa de geração em geração, não podem vender a mansão, nem tampouco seu recheio.

O resto as terras, as propriedades, além dela, sim.

Se escutava uma gritaria impressionante.  O que eles queriam era vender a mansão, o pai de novo bateu a mão em cima da mesa.  Isso é impossível, não sou eu quem diz isso, é uma coisa que vem de geração em geração.  Foi instituída por alguém do passado, para preservar as propriedades.

Estendeu um papel a cada um, dizendo o que lhes tocaria.  Eu sugiro que cada um vá para seu quarto, leia com atenção, o legado de cada um, bem como os valores.

Mas aviso, isso está condicionado que vocês me deixem ir viver com a mulher que amo, levar minha vida.   Caso contrário, posso deserdar aos que estejam contra.  Essas últimas palavras pesavam muito.

Menos mal que deixa fora disso o bastardo, soltou George.

Quando a porta se fechou, o pai o chamou, lhe disse baixinho, venha comigo, fez uma coisa que ele nunca tinha visto, apertou algo numa estante da esquina, essa se moveu sem fazer ruido, se via uma escada, ele pegou uma lanterna que estava na parede, disse que passasse, depois acionou alguma coisa que a fez fechar-se outra vez.

A escada dava na parte de baixo da casa.  Essa parte foi isolada durante a guerra, se pode sair daqui, já na estrada, tem um longo túnel.

Viu que ali, tinha uma extensão da biblioteca, com livros só relativos a cavalos, livros que ele tinha lhe emprestado para ler, durante anos, depois debatiam o que ele tinha lido.

Era o único da família que se interessava pelos cavalos, os amava tanto como seu pai.

Esse quando viu a primeira vez, que os cavalos o seguiam sem criar problemas, ria muito, eres meu filho realmente.

Se sentaram em duas poltronas que estavam ali, ele tirou de uma caixa, um envelope largo, ali estava para espanto seu, uma mochila que ele não usava a muito tempo.

Aqui estão documentos, teus, propriedades nos estados unidos, três apartamentos em NYC, bem como uma pequena fazenda perto de Phoenix, aonde existe uma universidade de veterinária, é o mais longe possível de teus irmãos. Num envelope pequeno, em cima tinha um nome.  É do meu advogado lá.  Quando chegues o procure, ele te dará a posse de uma conta num banco, para onde transferi dinheiro, para tua sobrevivência.    Os apartamentos estão alugados, por um bom preço, já estão no teu nome.

Agora entendia, ele antes de viajar, tinha tirado copias de seus documentos.  Inclusive o fez tirar um passaporte.  Tudo isso está no teu nome, eles nunca vão descobrir, pois esse dinheiro fui transferindo a muitos anos por saber como eram, para teu nome numa ilha fiscal.

O advogado te explicará tudo.

Será meu herdeiro no que vai ficar para mim, a cavalariça, bem como os cavalos.  Eu irei viver com tua mãe, na cidade, pois é aonde sou feliz.

Me importa uma merda que falem mal de mim, lá estou bem.  Sentirei tua falta, como nunca senti por esses filhos da puta.

Aqui está um bilhete, quero que estejas fora daqui, antes que eles assinem os papeis.

Irás até tua casa, tua mãe já tem tua maleta pronta, ela te levará até Londres, de lá irás de avião até NYC.   Procure o advogado, tens aqui uma reserva num hotel discreto em Chelsea, depois de resolver as coisas, deves ir para Phoenix, começar a tua vida, primeiro sugiro que te aclimates, tudo lá é diferente daqui. Tua matricula na universidade já está feita. A partir desse momento a vida é tua, só peço que me escrevas, ou chame por telefone a casa de tua mãe, sempre, por favor, não se esqueça de mim.  Abraçou ao pai, o senhor sabe que o adoro, aceito fazer isso, porque sei que o senhor pensou o melhor para mim.  Depois do que escutei, sei que fariam da minha vida aqui um inferno.

Por último o pai lhe deu um envelope que estava um bilhete de avião, em turística, bem com uma certa quantidade de dólares, para teus primeiros dias.

Agora venha, acendeu uma luz, era um túnel imenso, saíras na estrada, está bem camuflado, quando feches a porta não se abrira desde fora, é como se fosse uma casinha, atrás da parada de ônibus.

Vá com Deus meu filho.  Se abraçaram muito, o pai beijou sua testa.

Ele percorreu o caminho, conforme ia andando as luzes se acendiam, em seguida se apagavam atrás.

Quando saiu, olhou para um lado, para o outro, foi quando viu sua mãe, no seu velho carro, do outro lado da estrada, já com o mesmo posicionado, em direção Londres.

Venha, temos que ser rápido, pois senão perdes o avião.

Ela o deixou ruminando, o conhecia bem, estava digerindo tudo.

Pena que a senhora não venha comigo.

Tu sabes que tenho que ficar para cuidar dele, sua saúde é frágil, precisa de mim.  Ele me disse tudo que tinha feito, bem como que iria te orientar.  Vamos ver se esses concordem que venha viver comigo.  Eu sempre o amei, apesar da nossa diferença de idade, o amo muito.

Quando fiquei gravida de ti, pensei que ia pedir que abortasse, mas ao contrário, me acompanhou a todo momento, quando te viu, já te amava, eres o único que tem o nome dele, não levas o título, mas ninguém pode te chamar de bastardo, porque tens nome.

Chegaram a Londres, já era de noite, no aeroporto se despediu de sua mãe, chamarei quando chegue a NYC, ficaram parados ali, num abraço imenso, quando viu que chamava para o embarque.   Ela ficou ali parada, com lagrimas nos olhos, ele se voltou para acenar, no momento que passava o controle.

Só teve tempo necessário para lhe acenar, seguiu caminhando, como quem vai para uma outra vida.

Não tinha menor ideia, do que ia enfrentar pela frente.

No avião, ainda pensou, ele fez tudo para não chamar muita atenção, chegou em NYC logo que o dia amanhecia, tomou um taxi usando os dólares da mochila.

Quando chegou ao hotel, era as seis da manhã, tomou um bom banho, se jogou de novo na cama, despertou as 9 da manhã, telefonou para o advogado, queria saber realmente o que tinha em mãos.

Lhe atendeu uma secretária, disse que o mesmo o esperava as 10 horas, perguntou se tinha gostado do hotel, fui eu que fiz a reserva, o senhor saia pela sua esquerda, caminhe cinco quarteirões, estará na esquina do escritório.

Sua maleta não era muito grande, sua mãe, tinha colocado uma nota, dizendo que ele comprasse roupa nova, mais americanas, para não destoar.

Parou para tomar um café na rua, não estava acostumado a lautos cafés da manhã, que ofereciam o hotel.

Chegou na hora certa ao escritório.  Se apresentou, a secretária era uma senhora de idade, riu para ele, como eres bonito, te pareces ao teu pai.

O escritório era antigo, não tinha nada de moderno, quando entrou, esperava um velho, mas encontrou um homem mais ou menos com uns 40 anos, sorridente.   Depois da apresentação, tirou da mochila a carta de seu pai, o identificando.

Vejo que trazes as escrituras, melhor será quando chegues a cidade que vais viver, que não quero saber, se por acaso teus irmãos descobrem o que teu pai fez.

Iremos em seguida ao banco, para teres acesso a tua conta.  Se quiseres pode guardar lá os documentos.

Foi um susto, porque era bom em matemática, logo fez a comparação, entre dólar e a moeda com que estava acostumado a usar, era muito dinheiro, o que lhe assustou mais, foi o valor, de dinheiro que tinha fora dali.  Esse nunca poderão rastrear, pois sempre estiveram em teu nome.

Depois foi mostrar os prédios aonde ele tinha apartamentos.  São edifícios antigos, mas tem apartamentos maravilhosos, disse o valor que cada mês seria depositado em sua conta, bem como os meses que seriam deduzido os impostos do mesmo.

Voltaram ao escritório, lhe serviu um café, pois estava zonzo.  Trataram de tudo, o advogado prestou conta de todas as coisas.

Tinha um bom pecúlio para começar sua vida.

Agora que já sabia, tinha inclusive um cartão visa em seu nome, bem como um talonário para gastos superiores.

O advogado lhe disse, que ele tinha outra carta para ele.  Tinha achado estranho, o fato de não falar do campo que seu pai tinha mencionado em Phoenix, entendeu tudo, ali teria outro advogado para conversar.

Agradeceu, ia pedir para usar o telefone do escritório, mas resolveu fazer do hotel.

Parou para comer, mas pediu uma coisa leve, pois era muita coisa para digerir.

Viu no restaurante um telefone desses de paredes, perguntou como fazia para usar, para uma chamada internacional.   A empregada lhe ensinou, lhe disse quantas moedas deveria ter, fez o troco para ele.

Chamou sua mãe, que disse que seu pai estava ali.  Falou com os dois em separados.  Seu pai lhe disse que a outra carta que ele não tinha aberto, era sobre o advogado de Phoenix, ele te ajudará.

Perguntou como tinha sido a resolução dos seus irmãos.

Me disseram que iam consultar seu advogado.  Depois falavam comigo.

Em todo caso já me mudei, se eles não querem, o problema será deles.

Nos chame como agora, quando chegar ao teu novo lugar.

Fechou a conta do hotel, pegou um taxi, foi outra vez para o aeroporto.  Perguntou qual era o primeiro voo para Phoenix.

Como tinha aberto a carta, telefonou para o advogado que lhe disse, que avisasse que voo chegaria, pois ia busca-lo.

Assim, fez, no avião, ia ruminando tudo, queria saber como era seu campo, se podia já criar ali algum cavalos, ou cavalos, não tinha ideia de preços.

Depois de cansado dormiu outra vez.

Chegou de noite em Phoenix, ficou esperando encontrar um senhor, mas quem tinha um cartaz com seu nome era um homem diferente.  Parecia um desses índios de filmes de cowboy.

Ele, riu, sempre fazem essa cara quando me veem, teu pai fez.

Venha, o levou para um carro, nem novo, nem velho, mas confortável.

Se quiseres pode ficar na minha casa, meu filho está fora.  Mas aviso, sou viúvo, minha casa é uma bagunça.   Assim podemos ir conversando.

Ele disse que iriam ser vizinhos, amanhã te levo a tua casa, tem um homem que cuida de tudo, um velho amigo meu, como teu pai, louco por cavalos.

A casa do homem era como ele tinha descrito, uma verdadeira bagunça.  O levou até o quarto de seu filho, que era todo ao contrário, tudo organizado, ele estuda medicina em Albuquerque.

Mostrou o banheiro, perguntou se queria comer alguma coisa.

Disse que não, iria tomar um banho, depois conversariam.

Quando foi ao encontro do advogado, esse disse que era descendente de índios, seu nome era Sam, estudei com bolsas de estudos, como faz meu filho agora.

Passou os documentos da propriedade, bem como quanto tinha de terras, não era muito, mas dava para começar como ele dizia.

Terás que comprar um carro de segunda mão, pois a caminhonete do Tom é muito velha.

Depois se quiseres, fazes transferência de tua conta no banco.  Sugiro disse rindo que adapte teu nome para uma coisa mais americana, bem como tuas roupas, são muito inglesas, deves estar morrendo de calor com elas amanhã de manhã.

Depois foi dormir, por causa do fuso horário, despertou de madrugada, ficou com as mãos atrás da cabeça pensando, tinha que começar uma nova vida sozinho, não lhe dava medo, mas iria sentir falta de seus pais.  De uma certa maneira o tinham protegido, ao longo dos anos, dos irmãos, bem como do bullying na escola.

Ele não tinha vergonha como podia se esperar, pois era fruto do amor dos dois, isso de ser bastardo nem pensar, pois levava o nome dele.

Ia ser ver como se podia chamar. Talvez Cy, como dizia sua mãe.  Até nisso na escola fazia cozação, pois ao seu pai lhe chamavam Sir Lancaster.

Tomou um café logo de manhã, com o Sam, era diferente totalmente do café inglês, mas gostou ele sempre tinha gostado de café forte.

Depois, entraram no carro do Sam, eu avisei ao Tom, ele pediu para sua mulher arrumar a cabana para ti.

Era realmente uma cabana como dos filmes, de madeira e adobe, bem estilo da região. Sam explicou que Tom vivia na propriedade a muitos anos, que seu pai tinha querido conserva-lo.

Afinal ele entende de tudo que está aqui.

Espera ver outro velho, mas Tom devia ter uns cinquenta anos, depois descobriria que tinha mais de sessenta.  Não aparentava de maneira nenhuma, chegou montado num Mustang, ele imediatamente ficou louco com o cavalo.

Sam os apresentou, te deixo em boas mãos.  

Tom mostrou a cabana para ele, perguntou como queria que o chamasse.

Olha meu nome é Cyril, mas podes me chamar ou de Cirilo, ou Cy, me dá igual.

A cabana por dentro era perfeita, uma sala com cozinha pequena, um quarto, um banheiro, um outro quarto montado para estudar.  O velho tinha pensado em tudo.

Preciso comprar roupas Tom, assim não posso montar a cavalo.

Isso lá é verdade, venha comigo.

Foi então que entendeu a história do carro.  A caminhonete do Tom era bem velha, mas gostaria de uma igual a sua o motor era como um gato.

Comentou isso com ele.

Riu muito, é meu filho que quando vem faz isso, ele é louco por motos, jeep tudo que tenha motor.  Quem sabe essa semana aparece por aqui.  Outra coisa, minha mulher virá todos os dias cozinhar para ti, depois basta dizer o que gosta de comer.

Não tenho problemas, Tom, como de tudo.

Foram a um armazém imenso que ficava perto da estrada, ali tinha de tudo para o campo, bem como roupas.   Fez como um enxoval, inclusive roupas para o inverno.

Depois disse para o Tom, vou precisar de um carro de segunda mão, para ir à universidade. Este disse que o ia levar a um amigo seu, meu filho quando passa um tempo aqui, arruma motores para ele.

Começaram a falar de cavalos, amei o teu Mustang soltou, saia sempre para montar com meu pai, sabes que ele é um apaixonado, transmitiu a mim esse amor por eles.

Terás depois uma surpresa.

Olharam os carros, ele viu um jeep estilo militar, perguntou se podia experimentar, tinha que tomar cuidado pois estava acostumado a dirigir na Inglaterra.  Era ótimo, o amigo do Tom, soltou, foi o Evan quem o arrumou.

Fico com ele.  Pagou com um cheque, ainda não transferi minha conta, mas se quiser compensa o cheque depois venho buscar o jeep.

Imagina, se eres amigo do Tom, sei aonde caça-lo.

É o meu patrão, o senhor Cy Lancaster.

Depois foi seguindo o Tom até o banco.  Lá pediu a transferência de conta, bem como se tinha uma caixa forte para guardar papeis importantes.

Claro que sim, quando queira.

Depois tornou a ir seguindo o Tom até o rancho.  Lá estava sua mulher preparando comida para ele.  Foi apresentado, era uma índia como ele, uma senhora muito bonita. Apertou sua mão, disse que estava acostumado a comer qualquer tipo de comida.

Disse seu nome na língua deles, mas pode me chamar de Matilde.

Tom ainda comentou que agora seu pagamento seria mais fácil, pois vinha de NYC, a sai da minha conta, o velho pensou em tudo.

Amo meu pai Tom, um homem incrível.

Saiu com ele, subiram no jeep, ele indicou o caminho, para mostrar as terras que tinha, ele já queria compra um casal de animais, para começar seu plantel.

Qual foi uma surpresa, num pasto mais acima, tinha um casal de Mustang.

Ele comprou logo que os viu, o levei a reserva, um parente tem criação, me disse meu filho ficará louco com esses cavalos.

No rancho tinha antigamente um celeiro, para eles passarem as noites de inverno, mas pegou fogo, o antigo proprietário morreu dentro, estava completamente louco, resolveu fazer uma destilaria, ela explodiu com ele junto.

Tens ideia de quanto custaria ter outra.

Não sabia por que, tinha certeza de que iria amar viver para sempre ali.  Desceu do jeep, entrou no lugar que estavam os cavalos.  Tom avisou que não estavam domados ainda.

Ele ficou parado, esperando que os animais sentissem seu cheiro, que se acostumasse, ficou observando a narina deles, quando viu que se acostumavam, começou a chama-los até ele.

Tom estava com a boca aberta, quando chegaram perto, se deixaram acariciar por ele, viu que os casal relinchava como dizendo gosto dele.

A maior surpresa, foi quando ele montou o Mustang, a pelo, primeiro este estranhou, mas se deitou como tinha visto fazer nos filmes de cowboy, ele sempre torcia pelos índios, seu pai se matava de rir.

Ficou ali deitado em cima do cavalo, segurando sua crina, passando a mão pelo seu pescoço.

Depois desmontou, foi em direção ao Tom, com os dois andando atrás dele.

Terei que comprar uma sela para montar.

Na cabana tem.  Seguiram seu caminho até uma montanha que tinha atrás, suas terras vem até aqui, mostrou um pequeno lago.   Meu velho me conhece realmente, contou para o Tom que os dois gostavam de filmes de cowboy, eu sempre torcia para os índios, ele dizia que eu devia ser a reencarnação de algum, pois os cavalos sempre vieram perto de mim.

Quando era pequeno, montei a primeira vez a pelo, ele ficou como louco.

Amanhã gostaria de fazer esse caminho logo cedo, podíamos levar os cavalos mais para perto da cabana.  Assim eu poderia montar um deles.

Acho que ainda é cedo, mostrou aonde morava, era perto da cabana, ali no cercado, tinham mais cavalos, mostrou para ele, um baio maravilhoso, este teu pai comprou para ti, amanhã de manhã, o levo até a cabana, saímos pelo campo.

Ele perguntou ao Tom, aonde poderia ir para chamar seus pais.

Vamos comer, depois iremos até um posto de gasolina, assim abasteces o carro, telefona.

Os dois iam comer fora da casa, ele disse que nem pensar, odiava comer sozinho, já o tinha feito esses dias, vocês me fazem sentir em casa.

Sua mãe sempre fazia questão de rezar antes agradecendo, ele o fez, agradecendo aos dois o que lhe tinham dado de presente.  Nunca seria o suficiente para agradecer.

Quando foram ao posto de gasolina, ele trocou bastante dinheiro por moedas.  Telefonou, os pegou jantando.  Riram com ele, os gritos que dava.   Pai o senhor foi maravilhoso, amei os cavalos, tenho ideias.

O Velho ria, eu imaginei, já estou vivendo definitivamente com tua mãe, eles assinaram os papeis, mas querem saber aonde estás, na verdade nem tua mãe sabe.  Só eu, jamais o direi.

Aproveite tua vida filho, construa algo para ti.

Falou com sua mãe, disse o quanto estava feliz, mas o melhor era se os dois estivessem aqui, a viu preocupada.

Perguntou o que passava.  Falou mais baixo, amanhã me chama, disse a que horas.

Sabia que nessa hora seu pai estaria cavalgando.

Ficou inquieto, mas não adiantava, sabia que ela não falaria na frente dele.

Nessa noite dormiu tranquilo, a roupa de cama cheirava a limpo, jantou sozinho, pensando no que gostaria de fazer.

Mas antes queria ver como era a universidade, se levantou muito cedo, quando viu o Tom com os cavalos, lhe disse que tinha que falar com sua mãe, primeiro, montou no Jeep, foi até o posto de gasolina.  A pegou em casa como ela queria.

Ela contou tudo, tinha sido complicada a negociação.  Eles queriam que teu pai vendesse os cavalos, repartissem o dinheiro com eles.      Mas ele se negou, era a única coisa que ficava para ele.

Pressionaram muito, principalmente o George, ontem me parou fora do supermercado, me perguntou aonde andavas.  Respondi que não sabia, que teu pai tinha te mandado para fora do pais.  Soltei que pelo que ele dizia, acreditava que tinhas ido para a Austrália, soltou uma daquelas risadas de louco, me soltou na cara, assim não precisava matar-te.

Tome cuidado, meu filho, esse louco é capaz de tudo.  Seu pai sabe que ele tem uma dívida monstruosa com o jogo.  Vamos ver como faz com a parte dele.

Voltou para a cabana, foi dar o passeio a cavalo com o Tom, esse o viu preocupado.

Realmente Tom, minha cabeça fica por explodir, contou o da família do seu pai, apesar de me ter dado seu nome, seus filhos me chamam de bastardo.  O menor deles, é um pouco louco, sua vida é gastar do dinheiro da família.  Por isso meu pai me mandou para cá, para que pudesse tranquilamente construir uma vida.

Eles já queriam vender os cavalos que meu pai ama tanto, eles odeiam os cavalos, dizem que seu pai ama mais a eles que seus próprios filhos.

Ele entregou em vida toda a herança que eles tem direito, vamos ver quanto tempo dura.

O único com a cabeça mais assentada, é o mais velho que é professor em Oxford, a filha é uma tonta que se casou com um sujeito muito mais velho do que ela, só porque tem um título, mas não tem dinheiro.   O pequeno, o George, esse me odeia, pois acha que lhe roubei o pai, vive nas drogas, nunca estudou direito, é viciado em jogo.   Já queimaram a herança de sua mãe, agora vão fazer o mesmo pelo do pai.

Por isso meu pai me mandou para longe.    Nunca deixariam que eu tivesse parte na herança deles, mas meu pai é mais inteligente.

O tempo foi passando, já estava fazendo aulas na universidade, os professores contente com ele, pois tinha já uma certa prática.  Principalmente pelos cavalos.

Um dia estava no posto de gasolina falando com seus pais, viu um cachorro abandonado, que estava ali parado olhando para ele.

O pai, lhe contou que apesar de ser proibido, tinha esvaziado a casa, vendido tudo que podiam. Podia denuncia-los, mas isso só iria ser uma coisa mais complicada.

Até a louça da casa venderam.  Despediram todo o pessoal, mas eu já sabia, os indenizei bem.

Por isso não te quero por aqui.

Falava sempre com a mãe, na hora que o velho não estava.  Antecipava seu horário de ir à universidade, para isso.

Quando acabou de falar, o cachorro o seguiu, o fez subir no jeep, passou numa veterinária, para saber se tinha algum chips.

Não tinha nada, perguntou se podia ele mesmo dar-lhe um banho, assim o fez. O Cachorro ficou feliz, comprou um colar, lhe deram vacina, examinou seus dentes para ter certeza mais ou menos da idade dele.  Calculou uns dois anos, passou a chamar o mesmo de Jeep.

Vamos embora Jeep, o veterinário ria, esse encontrou um dono perfeito. Pagou sua conta, foram embora.

Quando chegou em casa com o Jeep, Tom ria muito, já arrumaste um amigo pelo menos.

Na universidade, todo mundo o olhava de lado, que fazia aquele inglês ali.  Prestava atenção quando falava para ir perdendo o sotaque, mas de uma certa maneira, sabia que o olhavam assim como os professores o tratavam.

A maioria dizia o professor, iria para alguma cidade, abriria uma clínica, ele sabiam que iria fazer outra coisa.

Nessa noite, colocou uma mantas velhas que Matilde trouxe, as colocou no lado da cama, para o Jeep dormir.

Agora quando levantava de manhã, colocava ração para ele, tomava o café falando com ele.

Mas na hora de sair, lhe dizia, fique tomando conta da casa.  O cachorro parecia entender, mas quando ele voltava estava super feliz.

Na universidade viu um cartaz de uma feira de animais, comentou com o Tom, achas que vale a pena ir olhar.  Ou pelo menos, para que eu tenha uma ideia.

Vens comigo?

Claro Cy, irei contigo, assim te controlo para não ser enganado, teu pai quando esteve aqui, queria comprar cavalos, todos queriam engana-lo, tive que negociar por ele.

Perfeito, assim me sentirei seguro, isso conversaram no seu passei diário, para ver os Mustang.

Esse quando o viam, corriam com loucos, o Jeep corria com eles.

Observou que a égua estava grávida ficou super feliz, falava com o garanhão, vais ser papai, tinha que conseguir mais umas duas éguas para ele, assim poderia ir aumentando o plantel.

Conversou isso com o Tom.  

Podíamos ir depois da feira, até a reserva, aonde vivem meus parentes, algum pode ter para vender, mas me deixe negociar com eles.

Ele agora estava com os cabelos compridos, eram escuros como de sua mãe, se não fosse seus olhos azuis como de sua mãe, até poderia passar por um índio.

Estava mais relaxado, ele pelo menos notava até na sua maneira de andar.

Avisou a mãe que estaria fora uns dias, falou dos cavalos, telefono na semana que vem.

Disse ao pai, que ia ser avô, mas dos Mustang.

Arrumaram suas bagagens, foram para a feira, o Jeep veio junto, no meio da multidão, ele andava colado a perna do Cy.  Olhavam por tudo, viram vacas, bois de criação, bem como material para o campo, tinha lá um trator velho que funcionava para plantar o pasto.

Ele não queria plantar mais nada que isso, coisas para alimentar os cavalos.

Quando chegaram nessa parte, foi dando uma olhada em tudo, viu os preços que eram de alguns alto, principalmente cavalos de corrida, seu tinha um que tinha sido campeão, que agora servia para montar as éguas.

Ia conversando com o Tom em voz baixa, de repente um homem impressionante parou na frente do Tom o levantou do chão, pai, o que fazes por aqui. 

O apresentou, Evan meu filho.

Este tinha uma altura impressionante, apertou sua mão, ficou de boca aberta o olhando, nunca tinha visto um homem assim tão bonito.

Venham comigo, vou me apresentar em seguida no rodeio.

Filho, precisas deixar essas coisas, quando apareces, é porque tens uma perna quebrado, uma costela, um braço, sabes que tua mãe fica preocupada.

O filho só escutava, no final desse ano, deixo tudo.

Sentados na arquibancada, Tom soltou, sempre foi assim, ama os cavalos, mas o rodeio é a sua paixão, menos mal que não criou família, pois essa ficaria de lado.

Ficou excitado, nunca tinha visto um rodeio, quando o Evan se apresentou, ficou impressionado com o manejo que tinha com os cavalos.  As garotas gritavam o nome dele, mas ele parecia não dar importância, o viram depois, quando ele recebia seu dinheiro.

O pai disse que iriam para a reserva.  Vou com vocês, deixei meu jeep lá, vim com um amigo.

Quando viu o jeep do Cy, ficou rindo, consertei esse motor, é bom.

Quando viu o cachorro montar no jeep, o tem bem domesticado.

Nada, ele foi quem me encontrou. 

Tom soltou, o precisa ver com os cavalos, ele monta a pelo aquele Mustang que seu pai comprou do teu tio.

Ah eres filho do inglês?

Sim sou seu filho, estou estudando veterinária, meu sonho desde garoto.

Chegaram na reserva de noite, ficaram num motel, um pouco antes, daqueles de mala morte, ficaram pai e filho num quarto, ele no outro.

Foram jantar, estava fazendo frio, estavam comendo umas costelas, ele separando os ossos para o Jeep.

Quando Tom foi ao banheiro, o Evan perguntou se ele pretendia ficar muito tempo.

Evan, uma larga história, creio que ficarei para sempre, não creia que volte algum dia para meu pais, uma série de problemas.

No quarto do motel, tinha um tapete ao lado da cama, que Jeep se acomodou.

Dormiu pensando no Evan, tinha um corpo fantástico.  Nunca tinha se apaixonado na vida, afinal ele só tinha 19 anos, mas teve que se controlar, para não fazer como as garotas, que gritavam o nome dele.

No dia seguinte entraram na reserva, ele estava moreno do sol, não chamava tanta atenção, justamente havia um cercado no meio da reserva, cheia de cavalos Mustang, ele ficou como louco.  Os homens estavam todos em volta, Tom e Evan foram falar com os parentes, ele quando viu estava dentro, por um impulso, ficou parado, quieto, escutou o Evan lhe dizendo para sair dali.  Mas ele esperou os cavalos se acostumarem a ele, foi até o centro do cercado, os animais se aproximavam dele.  Um deles, mais negro que branco, tinha a cabeça negra, com uma mancha como um relâmpago, este se aproximou, colocou a cabeça nos seus ombros, ele se virou, começou a passar a mão pela sua crina, pelo pescoço, falando baixinho, relâmpago negro, que maravilha, quando se afastou, viu que o cavalo, tinha alguma coisa na pata, se ajoelhou, para examinar, não se escutava ruido nenhum.  Tirou uma pedra com uma ponta, que estava presa da pata.  O cavalo, passou a língua pela sua cara como se fosse um cachorro.

O levou até o cercado, perguntou se alguém tinha um desinfetante, um garoto, saiu correndo, voltou com um desinfetante desse de ferida, servia.

O dono estava furioso, dizia que agora não o poderia vender como bravio para um rodeio.

Ele balançou a cabeça, dizendo ao Tom que o queria.

Evan ria, não poderias trabalhar num rodeio, ias enfeitiçar os cavalos.

Os homens ficaram pensando que eras um feiticeiro, só o velho faz isso com eles.

Que velho.

Ah meu avô, ele é o chamã aqui da reserva, depois vamos vê-lo.  Começou a rir, tua fama chegou antes, ele vinha com o garoto que tinha visto antes, o levando pela mão.

Esta cego, mas pode se virar sozinho, o garoto é filho de uma prima que desapareceu, vive aqui na reserva porque não tem aonde ir.

Aqui esta o homem avô, lhe disse o garoto, o velho, estendeu as duas mãos, Evan seu sem vergonha nunca vem me ver, tens medo do que eu possa falar.

Quando sua mão tocou a do Cy, ficou quieto, finalmente chegaste meu filho.

Tom correu, mas já era tarde, ele se afastou arrastando o Cy.    Falou com o garoto alguma coisa, este ria muito.

Entraram na sua cabana, esta tinha no meio um parte mais fundo, aonde se colocava lenha.

Tom entrou atrás deles, a meu filho, me trouxeste finalmente esse irmão perdido pelo mundo.

Eu disse que um dia ele ia chegar aqui.

Tom abraçou ao pai, ele é como o senhor um feiticeiro com os cavalos.

Tom disse que tinha comprado o cavalo como ele queria, tive que pagar mais, pois o homem dizia que esse cavalo, nunca permitiu que alguém chegasse perto dele. Vens tu, o fazes, além de cura-lo.   Mas claro, ele tinha uma pedra pontiaguda, presa no casco.

O velho disse ao garoto, as ervas que ele devia trazer, para fazer um curativo no cavalo, porque não vão o trazes aqui para o cercado de casa.

Pegou a mão do Cy, te espero para conversarmos, vocês ficam aqui em casa.

Cy saiu falando com o Tom, por que esse garoto está aqui abandonado?

Sua mãe, sempre foi louca, um dia fugiu, dizem que trabalhava num casino índio, mais ao norte, depois desapareceu, quando voltou estava gravida, ficou na casa do velho, dois dias depois do parto foi embora.   Meu filho é igual, quando viu um rodeio, desapareceu, passou um ano pelo mundo.  Agora vive aqui, mas cada temporada, se embarca num rodeio, diz que não pode controlar isso.  Volta as vezes com um braço, uma perna quebrada para a mãe cuidar.

Quando vejo você falando com teus pais, é muito diferente, fico com inveja.

Foram ao cercado outra vez, o cavalo negro, veio direto até ele, falou no seu ouvido, separa duas éguas para ti.

Os homens ficaram de boca aberta, porque o cavalo realmente separou duas éguas novas, para ele.  Aí tens Tom, negocie essas duas éguas, pergunta aos homens como posso pagar.

Abriu a porta do cercado, o garoto lhe trouxe uma corda, ele colocou em volta da cabeça do cavalo, mas esse o seguiu até um cercado pequeno na cabana do velho.

Quando chegaram o Tom, com o Evan trazendo as éguas, escutou o cavalo relinchando, como dizendo obrigado.

Ele, com o garoto, colocaram a compressa que o velho tinha feito, na pata do cavalo, enrolando com um trapo limpo.   O garoto estava alucinado, o cavalo lhe permitia passar a mão pela sua crina.

Desta vez vocês não vão escapar.  Evan dê um taparabos para o Cy.

Ele nunca tinha colocado um, mas ficou com a boca aberta de ver o Evan literalmente nu.

Depois foram para uma cabana ao lado, aonde no centro estava já a lenha em brasas.  Todos se sentaram no círculo, inclusive o garoto.  Evan ainda soltou como protesto, ele é muito jovem para isso.

Nada disso, tem tudo a ver com a vida dele.

Quando começaram a suar, o velho começo cantar uma cantiga antiga, jogou as primeiras ervas nas brasas, ele se sentiu no ar.  Não demorou muito a perder os sentidos.

Não soube quanto tempo esteve ali, viu várias vidas desfilando dentre de sua cabeça, uma voz dizia, faz muito tempo que te esperamos, mas tinha que vir de outro lado do mundo.

Se viu no deserto cercado de árabes, observando cavalos, como mais um deles.

Viu o garoto, sempre ao seu lado.  Na sua cabeça o velho dizia, foi filho teu em várias vidas.

Mostrou para ele o que ia acontecer, ele queria gritar avisando seus pais, mas o velho disse, já é tarde filho, isso já aconteceu.   O melhor é virar pagina.   Depois viu o seu pai, de mãos dadas com ela, lhe diziam, para isso te preparei, se estivesses aqui, ia acontecer contigo, não podia permitir.

Depois um poço negro, quando voltou a si, ele era o único ali dentro, como se soubesse o velho apareceu, não se preocupe, o Tom foi arrumar um trailer para levar os cavalos.

A quanto tempo estou aqui?

Uma semana, precisava limpar tudo do teu passado, para que possas ir em frente.

Quem matou meus pais?

Não se preocupe, quem faz essas coisas, paga da mesma maneira, logo saberás quem, já está preso, completamente louco.

Entendeu que era o George.

Ele tomou um banho de água fria, depois de tomar muita água que o velho lhe deu.  Disse queria pedir um favor, quero que leves o menino. Ele é como tu, mas necessita de uma família, aqui, fica pelas ruas, precisa de uma escola.  Eu fiz vir sua mãe, assim ela pode assinar documentos se o quiseres levar.

Tom e Evan voltaram, tinha conseguido na cidade um tipo um trailer para levar os cavalos, era velho, olhei o motor, me parece bem, se o trazemos, posso arrumar o motor.

Acertou com o Tom, fez cheques pagando os cavalos, bem como o trailer.

Depois se sentou fora da casa, conversando com o Tom, como ele sabia toda a história, disse que enquanto estava dentro, tinha visto como matavam seus pais, num acidente de carro, cortaram os freios, acho que foi o George, o filho da puta, colocou fogo na cavalariça com todos os cavalos dentro.  Está como um louco, já deve ter gastado todo o dinheiro.

Nunca imaginei que ele chegasse a isso.

Mas como aconteceu a semana passada, já nem vale a pena ir até lá, meu pai realmente sabia o que fazia.

Tocou no assunto do garoto.

O coitado nem nome tem, o chamam de Boy, nada mais, como a mãe sumiu, não sabendo quem é o pai, fica difícil.

Teu pai disse que está trazendo até aqui.

Bom eles com seus poderes, tudo é possível.

Vou colocar o meu nome nele, temos um vinculo muito forte do passado.  Gosto dele.

Tom ficou muito sério, soltou uma coisa, só quero que tenhas cuidado com meu filho, vi como o olhas, ele fascina todo mundo, mas depois vai embora, quando a aventura o chama, não machuque teu coração.

Ficou espantado com isso, porque ele só tinha admirado seu corpo, nunca tinha imaginado ter nada com ele.

Verbalizou isso.

Mas ele percebeu, vai fazer tudo para te conquistar, não deixe que se aproxime muito de ti.

Escutaram ruídos, era ele com o Trailer, vinha com mais dois amigos, se via que tinham fumado maria.    Cy odiava drogas, sabiam o que podiam fazer. O velho saiu da cabana, deu uma bronca fantástica neles.  Depois o culpado é o homem branco, porque engana uns homens idiotas.

Disse olhando em direção ao Evan.  Entre outra vez, para o quarto sagrado seu sem vergonha, acabo de te purificar, tu novamente fazes merdas.

O velho falava na língua deles, ele sem saber por que entendia tudo. 

O velho olhou na sua direção, dizendo, estava adormecido na tua memória.

Ele sempre foi assim Tom?

Eu na verdade não sou filho dele, mas sim sobrinho, meus pais morreram ele me criou, sempre foi assim, agora que esta cego mais.

Evan sempre foi bala perdida, só respeita a ele, eu posso falar mil vezes não escuta.

O garoto, veio do cercado, acho melhor dares uma olhada no cavalo, acho que tem a pata um pouco inchada.    Ele foi até lá, uma parte estava inflamada.  Disse ao garoto o que tinha que fazer, coloque uma coisa bem afiada com corte no fogo, depois me trazes correndo, foi quando se deu conta que falava com ele na língua deles.

O garoto obedeceu rapidamente.

Ele se sentou no chão, com a pata do cavalo no seu colo, ia falando com ele, vou cuidar de ti, meu preciso raio negro.

O garoto veio correndo um com canivete do Tom, este ficou olhando do cercado, falou baixinho para o garoto quais as ervas que devia triturar, colocar aceite, diga ao avô o que estou pedindo.

Com jeito, cortou a parte inflamada, retirando todo o pus, que lhe sujou a roupa, mas a ele isso não importava, pediu ao Tom aguardente, ou álcool.  Este trouxe um pouco de aguardente que tinha no Jeep.   Ele derramou em cima, o cavalo resmungou, mas como sempre lambeu a sua cara.  Já entendi amigo, agora eres meu filho maior, não se preocupe.

O menino se aproximou, lhe deu o que o velho tinha mandado, envolveu de novo num trapo, o garoto o ajudou a se levantar.

É muito bonito, não é verdade?

Ficaram ali os dois, cuidando das éguas, eu acho que ontem à noite ele montou esta, pois a outra está com ciúmes, ficaram os dois rindo.

Perguntou ao garoto como ele se chamava.

Sorriu triste, o nome que queiras, cada um aqui me chama de uma maneira, mas apenas sou neto do velho de longe, ele me cuida, mas nunca vi sequer minha mãe, ela foi embora quando eu tinha dois dias.

Queres ir comigo? Se eu conseguir autorização é claro.

Uau, ia amar viver com vocês, assim ninguém ia me chamar de bastardo.

Isso foi como uma patada no coração do Cyril.  Ele sabia o que era isso.

Dois dias depois apareceu a mãe do garoto.  Estava furiosa com o velho.

Este soltou na cara dela, eu é que devia estar furioso contigo, te deixo ficar na minha casa, para parir, te ajudo, desapareces deixando um garoto com dois dias na minha mão.

Não sei quem é o pai dele.

Não importa, amanhã, vais com teu tio Tom, mas este senhor, vais dar a guarda do garoto para ele, bem como em adoção.   Ela quis negociar com o Tom que queria dinheiro.

Ele ficou espantado quando o Cyril, se levantou, falando a língua deles, furioso, como ela ousava isso, vender seu próprio filho.  Já não basta venderes teu corpo a qualquer fulano para pagar teus vícios, ainda queres vender teu filho.

Ela abaixou a cabeça.  No dia seguinte foi com Tom, com ele, a autoridade ali da reserva, assinou todos os papeis.   O menino olhava aquela mulher horrorizado, estava muito maquilada.

Ele lhe perguntou como gostaria de ser chamado.

Ele sorriu timidamente, Cyril como tu.

Acabaram te chamando de Junior, não preferes um nome só teu?

Não, não me importo chamar Junior, porque é teu nome também.

Registraram o garoto como Cyril Baromeu Lancaster.

Evan depois da bronca, arrumou o trailer, sorria para ele, como uma serpente tentando encantar a sua vítima.

Se despediu do velho, dizendo meu pai, eu voltarei muitas vezes, me espere por favor.

Claro meu filho, ainda sou jovem, nós os curandeiros vivemos muito.

Lhe deu um saco, com ervas secas, para cuidares do cavalo ainda um tempo, sementes para plantares um horto para cuidar dos animais.

Quando chegaram em casa, colocaram os animais, num cercado ao lado da casa, eles soltaram as éguas, mas antes ele examinou o Mustang.  O chamou, relâmpago negro, venha comigo, o cavalo o seguia como um cordeiro.

Levou o Cyril, para dentro da cabana, vamos arrumar uma cama para ti, hoje dormes no sofá ok.

Obrigado disse ele.

Começaram uma nova vida, falou com o advogado, ele iria pesquisar o que tinha acontecido, sem envolve-lo.

Conseguiu liberar dinheiro com o de New York, lhe deu autorização para vender um apartamento, pois queria construir o celeiro antes do inverno, só gastaria uma parte, a outra, investiria para mais tarde comprar um trator novo, para melhorar os pastos.

Tom ria, dizendo tu tens cabeça, quisera que meu filho tivesse também.

Mas Evan já estava outra vez nervoso, por estar muito tempo num lugar.  Um dia lhe disse na cara que queria fazer sexo com ele.

Sinto Evan, mas nunca fiz sexo com outro homem, se o fizer um dia, o quero comigo, não é teu caso, nem experimentar quero, pois já sei como eres, não se esqueça dos dias que estive fechado com o velho, vi como fazes, isso não é para mim, agora tenho um filho que pensar.

Ele não é teu filho.

Claro que é, eu o sinto como, tu já pensaste quantos filhos tens por aí.  Pelo que vi, pelo menos dois.

No dia seguinte, já não estava mais.

Tom lhe perguntou o que tinha falado com o filho, pois ele chegou furioso em casa, dizendo que eres como o avô um homem do outro mundo.

Não tinha vergonha de falar as coisas com o Tom, lhe contou o que tinha acontecido.

Tens razão, talvez queira me encantar, pois não me aproximei dele.

Lhe disse que agora tinha um filho em quem pensar.

Falar nisso, precisamos o preparar para ir à escola, não o quero vadiando pelo campo, sem fazer nada.

Arrumaram uma professora, para o preparar para a escola, de noite se sentava com ele, lhe ensinando o que ele não tinha entendido.    Lhe ensinava como seu pai tinha feito, como devia raciocinar para entender as coisas.  Comentou isso com ele, meu pai me ensinou assim.

Me conta como era meu avô?

Lhe contou que a ele também lhe chamaram de bastardo, por ser filho de um homem mais velho com sua empregada mais jovem.   Mas ele sempre a amou, como a mim também.  Cuidou dos dois, vivia praticamente em casa, mostrou uma foto que tinha dos dois.

O Cyril, passou a mão pela foto, já os tenho na minha cabeça, meus avôs.

Era como se ele estivesse construindo uma família.

Dias depois, foi busca-lo na casa da professora, escutou ele se despedindo, dizendo meu pai já está aqui.   Ficou emocionado.

Foram comprar roupa para ele, pois estava crescendo.  Isso era uma coisa que seu pai fazia com ele, ir de compras, conforme fosse crescendo.

Cyril dizia que não necessitava, mas o tênis estava apertado para ele, as camisas mais justas, depois se matava de rir escolhendo roupas, queria camisas de quadros como seu pai, botas, calças jeans, muitas camisetas.

Tinha aprendido a arrumar a cama, embora, gostasse de ficar no salão nas noites frias, com Cy, em volta da lareira.

Um dia lhe perguntou serio se não tinha namoradas.

Ainda não me apaixonei, quero um amor como tinham meus pais.  Se amaram muito, morreram juntos.

Tinha recebido os informes da morte dos dois, George estava internado num manicômio, ele não devia saber, mas nas cavalariças, havia uma câmera de vídeo, por causa de roubo de cavalos.  Ficou gravado, ele colocando fogo na mesma, os cavalos tentando sair, morreram todos queimados, ele assistindo as gargalhadas.   Seus irmãos declararam que gastou tudo que tinha recebido, em pouco tempo, pois tinha dividas monstruosas com o jogo.

Seu pai tinha se negado em ajudar mais uma vez.  Os irmãos também por estarem fartos disso, havia um novo testamento de seu pai, que deixava a mansão para o estado, que nunca poderia ser vendido, que fosse transformado numa escola, isso arruinou os planos dos filhos.

O desequilíbrio de George era patente por causa das drogas, outras coisas.

Cy jurou nunca mais colocar os pés lá.

Sua vida ia bem, o celeiro estava pronto, os partos dos novos potros ele fez, ajudado por Cyril, nunca o chamava de júnior.   Agora formado, montou uma clínica, perto da estrada, assim podia atender os vizinhos, ele reconhecia com o Tom, que seu ajudante predileto, era o filho.

Um dia apareceu um garoto, trazendo um cachorro, disse que seu pai o tinha maltratado, depois o jogado do carro, que ele tinha descido do mesmo, chamado a polícia, que isso não se fazia, que bastava que o pai, batesse nele, na mãe, mas que o animal não tinha culpa.

Os pais eram alcoólatras, tinham vindo da reserva, quando crianças, nunca se adaptavam nem na cidade, tampouco lá.

Cyril confortou o novo amigo.  A mãe, disse que não queria com ela uma criança que denunciava os pais.  Cy chamou seu advogado, pediu a guarda do garoto.  Até que se resolvesse se alguém da reserva ficava com ele.

Trocou, colocou no seu quarto duas camas, no que era seu escritório, montou uma cama, num dos lados, depois aumentaria a casa mas no momento era o que havia.

Quem veio olhar o garoto, foi um tio dele, que vivia em Sacramento.  Se apresentou ao Cy, preocupado, esse menino nunca me viu, vivo sozinho, sou enfermeiro, não sei como fazer.

Cy ficou encantado com o rapaz, pelo menos era honesto.

Podemos fazer uma coisa, eu preciso de um enfermeiro, na clínica, isso se te atreves a deixar os pacientes humanos, para cuidar dos animais.   A experiencia foi, nesse dia uma das éguas estava de parto, dos complicados, o potro estava ao contrário no útero.

 Mike o ajudou, no final tudo saiu bem, os meninos estava excitados com isso.

Cy, mandou aumentar a casa, pois precisava de mais espaço, a família crescia.

Um dia os dois estavam sentados na varanda, vendo os meninos jogarem com os potros, corriam com os dois cachorros juntos.

Estavam conversando, Mike disse que pelo menos os animais era mais agradecidos, pois que os humanos reclamavam muito.  Colocou a mão nos braços do Cy, dizendo, obrigado por deixar que fiquemos aqui.  Contigo junto é mais fácil pensar em cuidar de uma criança.

Com o tempo começaram um relacionamento, conseguiram a adoção do Jules, agora Cyril tinha um irmão para ir à escola, tinham a mesma idade.

Os pais do menino foram embora da cidade, nunca mais se escutou falar neles.

Quando Evan apareceu muito tempo depois ficou pouco tempo, esteve com os pais, logo desapareceu.

Mike riu dizendo, não quiseste fazes sexo com esse monumento?

Você entendeu, eu sempre quis alguém para amar, formar uma família, o sexo entre nós é ótimo, porque eu iria estragar, tendo uma aventura com ele, se tudo que ele quer é uma aventura.

A criação de cavalos foi aumentando.   Um dia foram chamados por um criador, um cavalo puro sangue árabe, tinha rompido a pata, tinha sido um campeão.

O dono queria sacrifica-lo.   Ele comprou o mesmo, o dono riu, vais comprar algo inútil, pois ninguém mais vai poder monta-lo.  Já retiramos todo o semem que ele podia ter para vender.

Mesmo assim, entre ele, Mike, Cyril cuidaram do cavalo, o mesmo não podia vê-lo que se aproximava para ficar perto dele, como dizendo obrigado.  Cy numa das idas a reserva, viu uma égua Mustang toda branca, a trouxe para ele, dizia que era o consolo de um guerreiro, um dia estava vendo os dois no campo, viu que o mesmo montava a égua.

Meses depois nasceu um potro fantástico.   Com os anos seria um grande campeão.  Mas de seu animal preferido, o relâmpago negro, também nasceu outra égua campeã em corridas de largas distancias.

Ele vendeu os dois apartamentos restantes de NYC, comprou mais terras, era feliz ali.

Os dois irmãos um dia mandaram um advogado, avisando que ele os tinha roubado, tinham descoberto os apartamentos.   Mas não puderam fazer nada, pois seu velho tinha sido esperto, tinha já comprado em nome dele, não era como um testamento a parte.

Muitos anos depois descobriu que tinham já perdido tudo, a mansão hoje em dia era uma escola para alunos especiais.

George nunca saiu do hospital.

Seu pai tinha razão, o único que tinha construído alguma coisa tinha sido ele.  Era feliz com sua família.  Os garotos daqui algum tempo teria que ir a universidade, os dois diziam o mesmo queriam cuidar dos animais, usavam o que dizia o Mike, que esse não reclamava tanto.

Seu velho cavalo relâmpago negro, no final de sua vida, tinha uma nanada incrível, os potros machos, eles separavam no momento.   Ele seguiu fazendo que gostava, entrar no meio deles, para que soubesse que ele jamais lhe faria mal.

Tom e Matilde viveram a vida inteira ali com eles, no final era como avôs dos meninos.

Nunca mais souberam do Evan.

Cyril, tinha uma horta com toda a ervas que usavam para curar os animais.  Sabia para que servia cada uma, tinha aprendido com o velho.

Ele cada vez que se lembrava de seu pai, pensava, realmente foi um pai maravilhoso, pensou em tudo, me salvou de viver uma vida fútil, me deu um futuro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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