THESE GUYS – ESSES MOÇOS
Esses moços,
pobre moços, ah se soubessem o que eu sei?
As vezes olhava
para a juventude de agora, não entendia nada, sabia claro que os tempos eram
outros, mais modernidade, sempre a palavra mais na frente.
Mesmo seu filho,
que em criança parecia adora-lo com loucura, hoje estava longe dele, cada um
vivendo de um lado dos Estados Unidos.
Quando se divorciou, ficou contra ele, claro descontava que sua
ex-mulher, fazia jogadas com ele, o manipulava.
De um lado, tinha
saído do que para ele era um inferno, pois ela era uma pessoa possessiva,
dominante, menos mal que tinham se casado com separações de bens, sua família
era muito rica.
Imaginava agora o
filho vivendo no luxo do apartamento dos avôs no Central Park. Ele sempre tinha vivido igual, num bom
apartamento, num edifício construído por ele mesmo, afinal era engenheiro para
alguma coisa. Sua empresa ia bem, não
podia reclamar, embora cada vez mais se cansasse das idiotices dos outros.
Estava numa
idade, que se arrependia de não ter desfrutado mais da vida, ter sido um jovem
inconsequente, mas evidentemente isso era quase impossível, vinha de uma
educação firme, quase germânica.
Tinha passado boa
parte de sua juventude em bons colégios, misturado com jovens de família bem, o
que lhe enchia o saco de tanta pose.
Quando acabou a
universidade, entrou para trabalhar na empresa do pai, que construiu os maiores
edifícios da cidade. Quando morreu,
herdou sua parte na empresa, era proprietário de 55% da mesma, então seu voto
era decisivo.
De jovem tinha
verdadeira adoração pelos que podiam fazer surf, mas essa palavra em sua casa
era uma blasfêmia.
Aonde já se viu
perder tempo se equilibrando em cima de uma prancha com a possibilidade de
quebrar o pescoço, isso eram os argumentos de sua mãe. Já os de seu pai, era como gastar tempo em
nada.
Escutava seus
amigos que faziam com inveja, nunca tinha se enturmado com eles. Quando entrou para a empresa, lhe arrumaram
um casamento, basicamente foi isso, selar duas boas fortunas num matrimônio.
Ela era super
simpática quando se conheceram, depois se tornou uma mulher azeda, preocupada
sempre com o que vão dizer, que a sociedade de San Francisco era inculta, essa
merdas, passava mais tempo em NYC que com ele.
Quando ficou
gravida, inclusive pensou que o filho não era dele, mas o menino desde pequeno
era sua cara.
Mal seu pai
morreu, ela pediu o divórcio, ou ele vendia tudo vinha morar num lugar culto,
ou se divorciavam. Ele preferiu o
divórcio. Embora claro que isso
significasse ficar sem o filho. Pagava pontualmente a mesada do mesmo, conforme
decisão do Juiz. Ia sempre até lá só
para vê-lo, mas claro quando chegou a adolescência a coisa torceu o rabo. Já não queria se encontrar com ele. Sua mãe tinha se casado outra vez, com um
milionário, ao que ele chamava de pai.
Tomou talvez uma
decisão errada, pois deixou de ir, lhe mandava o dinheiro, inclusive lhe pagou
a universidade, tinha estudado arquitetura.
Sabia dele por um amigo, estava trabalhando em sua empresa.
Ele ao contrário,
estava estagnado, nem tinha refeito sua vida, tinha tido romance com homens,
mulheres, mas nunca tinha se encontrado. Alguns inclusive chegavam a dizer que
ele não sabia amar.
Tinha quase
certeza disso, tinha sido criado num distanciamento amoroso de seus pais, seu
casamento era igual, a única pessoa que conseguia demonstrar carinho era seu
filho, mas esse não o queria.
Estava pensando
nisso, preso no engarrafamento de todos os dias. Puta merda, isso não é viver.
O celular começou
a tocar, era um antigo cliente, ex-senador, que alguns diziam que tinha
negócios sujos, mas com ele sempre tinha sido super atencioso, fizeram bons
negócios juntos, tinha deixado a política, porque teve que cuidar de sua
mulher.
Sabia que tinha
um filho, um pouco mais jovem que ele, mas nunca o tinha visto.
Esse como sempre
foi direto ao assunto, queria saber se podia atender seu filho, este tinha uma
ideia para uns terrenos que tinha herdado da mãe, mas precisava de alguém que o
orientasse.
Sem problemas,
marcou uma hora, justo depois da reunião que tinha nesse dia.
Mal chegou ao
escritório mal humorado, sua secretária de muitos anos, o esperava como sempre
na porta, alguém claro a avisava que ele estava subindo. Foi relatando todos os problemas de obras,
ele se perguntava, porque seus punheteros sócios não se enfrentavam a isso,
tentassem pelo menos resolver os mais simples.
Alguns mal saiam do escritório.
Pegou todos as
anotações de sua mão, estava mais irritado ainda.
Entrou na sala,
todos estavam ali fumando, com uma taça de café na mão.
Ele simplesmente
atirou os papeis em cima da mesa, dizendo, já que estão coçando o saco, acho
melhor trabalharem, resolvam todos esses problemas, já que sou o chefe dessa
merda, façam alguma coisa, para fazerem jus aos benefícios que meu trabalho dá.
Saiu batendo a
porta, entrou em sua sala, fechou a porta, disse a secretária que a hora que
chegasse o filho do senador, um tal de Henry Jr. Que o avisasse.
Abaixou as
persianas, ficando no escuro. Não sabia
quanto tempo mais aguentaria tudo isso.
Tinha muito medo
sempre de suas próprias explosões.
Na noite
anterior, tinha sido obrigado a ir a um jantar de negócios, tinha escutado
reclamações de todos, ele não dizia uma palavra, com o atual governo a coisa estava
difícil, era necessário ser amigo de alguém de dentro.
Ele tinha obras
ainda por algum tempo, mas seus melhores homens de apoio, estavam todos se
aposentando, por idade.
Caralho, eu daqui
a pouco também estou, se a coisa segue assim, nem chegarei vivo a isso.
Quando a
secretária avisou da chegada do Henry Jr, abriu as persianas, se sentiu um
pouco tonto, mas abriu a porta, estendeu a mão, pensando que homem bonito, caiu
redondo no chão.
Quando despertou,
estava numa ambulância a caminho do hospital, com o tal Henry segurando sua
mão, dizendo não se preocupe vai dar tudo certo.
Mas não foi bem
assim, depois de todos os exames, resolveram que ficaria mais uns dias para
fazerem um check up total.
Quando o levaram
para o quarto, o homem estava lá.
Já avisei teu
filho, pedi o telefone dele para tua secretária, ele disse que vem para cá. Mas
não se preocupe, fico aqui fazendo companhia para ti.
Nem tinha falado
sequer bom dia ao homem, este ficava com ele, por algum motivo, não conseguia
falar.
Pediu um papel,
uma caneta, escreveu, bom dia, obrigado.
Em seguida dormiu
outra vez. Estava num túnel escuro,
muito escuro, escutava as vozes longe, mas não via ninguém. Sentiu que caia num poço muito profundo.
Quando despertou
outra vez, estava, com tubos na boca, cheio de coisas no braço.
Henry chamou
imediatamente a enfermeira, que acionou o médico que o tinha atendido.
Tiveste um
enfarte, tivemos que fazer uma operação de peito aberto, para fazer uma
plastia, além de colocarmos dois by pass.
Lhe deram um sedante,
ali em pé estava ainda o Henry.
Pensou outra vez,
como é bonito esse homem, seria seu anjo da guarda, pois não tinha saído de seu
lado todo esse tempo.
Só despertou no
dia seguinte, viu que ele falava com outra pessoa, não via seu filho a tanto tempo
que quase não o reconheceu.
Esse segurou sua
mão, estou aqui, pai.
Henry disse que
ia a sua casa descansar um pouco, que voltava para passar a noite com ele.
Quase gritou, não
me deixe aqui, me leve contigo.
Seu filho ficou
ali segurando sua mão, quase perguntou quem eres, pois agora não passava de um
belo desconhecido, nem saberia o que falar com ele, não se falavam desde que
ele tinha ido à universidade, isso já se fazia muito, quase 10 anos, todos
esses anos, talvez por desencargo de consciência depositava todos os anos uma
parte dos seus rendimentos na empresa.
Como não podia
falar, ficou quieto, sentia ainda muito cansaço. Fechou os olhos pensando, no que poderia
dizer ao filho. Tipo olá meu filho
senti falta de ti, mas esse que vejo não conheço.
De noite, quando
despertou, vieram lhe retirar os tubos, que lhe incomodavam a garganta.
O médico ria,
dizendo se não é teu anjo da guarda, indicou o Henry, já estava no outro lado.
Ele piscou para o
Henry, obrigado disse com uma voz rouca.
Não fale muito,
espere um pouco, pois acabamos de te retirar o tubo.
Lhe deram água, viu
que seu filho não estava.
Ele foi a tua
casa, trocar de roupa, bem como tomar um banho, já voltara.
Quando ficou a
sós com o Henry, ele de brincadeira disse, sei que sou bonito, mas que isso
provocasse um enfarte não.
Sorriu para ele,
não seja cabotino.
Não se preocupe,
tenho justa noção do problema que tive sempre, as pessoas olham a minha cara de
bonito, pensam logo alguma merda, mas minha cabeça ninguém quer, nem meu pai
acredita nela.
Tenha paciência
com teu filho, ele me disse que faz muitos anos que não fala contigo.
Realmente eu
ontem me perguntei quem era esse, nem o reconheço mais, realmente não sei o que
dizer para ele.
Achou melhor
quando ele apareceu de noite para ficar com ele, deixar que ele falasse tudo
que queria. O escutou, algumas vezes,
por ter sempre acreditado no seu sexto sentido, ou intuição pensava, está
mentindo. Mas ficou quieto.
Sabia através do
amigo que tinha dado emprego ao seu filho, que sua ex-mulher bem como o novo
marido, tinham perdido quase toda sua fortuna, em mal empreendimento. Mas isso na verdade não era com ele. Além de que seu filho, não era muito
experiente no trabalho, claro tinha se formado, lhe ofereceram uma viagem pela
Europa, só depois então é que foi procurar emprego, na época ainda pensou,
coisas da cabeça de sua mãe.
O deixou falar à
vontade, até que acabou dormindo. De uma
certa maneira, pensou, não tenho nada a ver com isso.
No dia seguinte,
o médico com o Henry de um lado, seu filho Major do outro lhe explicou que
tinha que ficar afastado do trabalho por um bom tempo. Teria que levar uma vida mais tranquila.
Ele só foi
concordando com a cabeça. Resolverei
tudo isso quando o senhor me der a alta, na verdade creio que isso se passou,
pois estava pensando justamente nisso.
Não tinha falado
nada com os sócios, mas tinha tido uma oferta muito boa, para comprarem sua
parte, justamente uma empresa de NYC.
Era seu ás na
manga.
Uma semana
depois, quando já estava em casa, perguntou ao filho, o que pensava em fazer da
sua vida. Nunca poderia esperar a
resposta que escutou.
Acabo de receber
a herança dos meus avós, irei passar um tempo na Europa, quando o Henry me
chamou, eu estava justamente numa agência de viagem, comprando um bilhete de
avião, por pouco ele não me pega.
Vais para lá
trabalhar, ou simplesmente passear.
Ainda não sei,
acabo de me livrar de minha mãe, do meu padrasto, a morte dos velhos lhes
salvou, mas quero estar longe do seu tipo de vida.
Pensei que irias
ficar um tempo aqui comigo?
Sinto muito pai,
mas quero aproveitar, para descobrir na verdade quem sou, esses anos todos fui
um brinquedo nas mãos da minha mãe, nem sei se deveria ter feito arquitetura,
pois não gosto muito, gosto mesmo é de pintar, desenhar, talvez faça algum
curso por lá.
Não lhe disse
mais nada.
Como ele tampouco
lhe perguntou de sua empresa, ou nada disso, só lhe soltou que ele não
precisava ficar mandando dinheiro como fazia, que ele já era grande para se
virar sozinho.
Só balançou a
cabeça.
Quando esteve a
sos com o Henry, que tinha se tornado um amigo com quem falar, esse riu, ele
não viveu nada ainda, nem sabe quem é na realidade. Deixe o ir, sempre é melhor. Eu por exemplo, fui viver longe de meu pai,
para poder ser eu mesmo, não o filho do senador.
Usei durante
muitos anos só o sobrenome de minha mãe, assim não me ligavam a ele. Ele sempre foi um político controverso, que
dirá na sua própria vida particular, por isso me mantive a margem.
Eu estou agora, assumindo
a herança da minha mãe, ela me deixou terras, algumas coisas que gosto
muito. Nesses anos todos, estive
trabalhando com jovens, sou psicólogo, trabalhei com jovens problemáticos. Meus companheiros me diziam que como tinha
cara de anjo, acreditavam em mim.
Por isso, deixe teu
filho ir, não diga nada, além de que ele tem uma idade, mas tampouco foi feliz
esses anos todos ao lado de tua ex-mulher.
Quero saber o que
pensas fazer de tua vida?
Pois é não
falamos o tempo todo do assunto que teu pai queria que eu escutasse.
Isso ainda pode
esperar, quem sabe o mais fácil, seria ires comigo até lá, para ver o que quero
fazer, sim me aconselhar. Iras gostar do
lugar. Primeiro porque não é aqui, não
sei se sabias que minha mãe era da Africa do sul. Então tudo que herdei está lá, bem como eu
vivi todo esse tempo lá. A muitos anos
administrava tudo para ela.
Ele já tinha
entrado em contato com a empresa que queria comprar sua parte, marcou em sua
casa com o representante, justo no dia que seu filho foi embora, esse ficou de
lhe dar noticias de aonde fizesse seu pouso.
O representante
da companhia, veio até sua casa, sabia do que tinha acontecido, a proposta
continuava a mesma. Já tinha consultado
seu advogado particular, se tinha ou não obrigação de oferecer primeiro aos
seus sócios. Comentou com ele, que
nenhum deles tinha ido visita-lo no hospital, tinham si discutido, pois sua
secretária vinha lhe passando as notícias, que estavam mais preocupados com
quem ia ficar no meu lugar.
Que ele podia
vender tranquilamente, sem consultar.
Assim na
segunda-feira, com todos os documentos de transpasso de sua parte para a outra
empresa, foi para o escritório, sua secretária como sempre com uma quantidade
imensa de papeis na mão, foi falando com ele, mas fez um gesto, que agora não.
Quando entrou na
sala, se fez um silencio, o que queria seu lugar, sem lhe dizer sequer bom dia,
lhe perguntou se não era pronto para assumir outra vez o trabalho.
Só fez um gesto
pedindo silencio, abriu a porta, fez o outro entrar, me retiro da empresa,
vendi minha parte a empresa desse senhor, passarem bem, disse boa sorte para o
outro.
Saiu, sua
secretária estava com a boca aberta, não se preocupe, falei bem de ti para
ele. Retire tudo o que é meu no
escritório mande para minha casa.
Não guardava
nunca nenhum documento particular ali, sempre colocava tudo num caixa forte no
banco, bem como num cofre em sua casa.
O dinheiro já
estava depositado em sua conta no banco.
O resto não lhe importava, era como se tivesse tirado um fardo de cima.
Olhou em volta, sua mesa sempre impoluta, só tinha uma foto de seu filho quando
garoto, nem esse existe mais, com ela ao lado, abriu as gavetas, não precisava
de nada dali, olhou o quadro que ficava atrás da mesa, era uma cópia de uma
foto de um projeto que tinha dirigido. Tampouco queria isso.
Na verdade, não
precisa mandar nada para mim, pegou o porta retrato, retirou a foto do filho,
colocou no bolso, riu para ela, nem ele é mais assim.
Tomou um taxi,
foi para casa, telefonou para o Henry, perguntou se podia vir a sua casa.
Contou rindo para
ele o que tinha feito, estou livre de tudo, só farei uma coisa, antes de te
acompanhar até as terras que queres me mostrar,
Vou me livrar de
tudo que tenho de valor aqui. A metade
das obras de artes que tinha ali, não representava nada para ele, eram herança
de seus pais.
Tinha um amigo antiquário
que a muitos anos queria tudo isso.
Foram almoçar com
ele, queria que o livrasse de tudo aquilo, era um peso morto na sua vida.
Esse quando viu o
Henry, ficou de boca aberta, já sabia o que tinha feito com a empresa, num
momento que Henry foi ao banheiro, comentou, vais abandonar tudo por esse
pedaço de homem, riu, eu também o faria.
Não disse nada,
depois foram até sua casa, ele foi colocando uma marca em tudo que lhe
interessavam, disse que estimava, em uns quanto milhões. Ia contatar os clientes interessados, assim
iria recolhendo.
Depois só com o
Henry ele falou do comentário do outro.
Era mais fácil eu
te seguir ao fim do mundo, que tu a mim.
Me apaixonei desde o momento que caíste em meus braços.
Por isso não te
pude deixar nenhum momento, esperava esse momento, para fazer isso.
Se aproximou,
segurou seu rosto com suas mãos, lhe deu um beijo, institivamente, segurou sua
cabeça com medo de que ele se afastasse.
Da mesma maneira
que começou o Henry Jr. Parou, não posso sem que saibas como sou, lhe contou
sua vida, porque tinha ido para a Africa do Sul, além da herança de sua mãe.
Por culpa de meu
pai, fui sequestrado a primeira vez, tinha uns dez anos, ele negou-se a pagar
resgate, sempre disse que não tinha certeza que era seu filho. Resultado, dez homens abusaram de mim. Depois anos mais tardes para provocarem um
escândalo, para que ele não fosse eleito, aconteceu outra vez, mas desta vez,
me relaxei, deixei que fizessem tudo que queriam porque sentia prazer
nisso. Ele não saiu da política por
causa da minha mãe, saiu pelo escândalo que foi ele não ter feito nada. Estive internado muito tempo ele achava que
eu estava louco ter prazer com muitos homens ao mesmo tempo, mas já era tarde.
Mesmo com todo
tratamento, não posso controlar isso, acho melhor não começarmos nada que
depois eu possa fazer alguma coisa que te pode prejudicar.
Ficou horrorizado
com a conversa, vê no que dá ser bonito, como me dizem, sou sexualmente
retorcido, me apaixono, mas não posso retribuir da maneira que querem, preciso
sempre de muito.
Podia agora estar
chorando aqui perto de ti, mas até essa capacidade perdi, a dor já não faz
nenhum sentido para mim, preciso como você de um amigo em quem confiar, nunca
disse nada disso a ninguém.
Por isso vivo
numa mansão, numa cidade perto da capital, em cuja praia tem muitos surfistas,
mas a maioria não quer nada comigo, uma das poucas maneira de me relaxar é
justamente fazendo surf.
Como não tinha
nada a perder, resolveu ver o que ele queria fazer, saíram de San Francisco,
rumo a Paris, assim viu seu filho de passada, estava estudando artes como
queria. De lá foram para Africa do Sul,
se espantou, não imaginava nada disso.
Henry pagou o que
devia por ter deixado o carro estacionado no aeroporto, foram saindo da cidade.
Quando chegaram assim que viu a praia
se deslumbrou, viu um hotel ali, no começo, perguntou se não se incomodava, ele
queria estar só para pensar em tudo, que no dia seguinte olharia o que ele
queria.
Conseguiu se
registrar no hotel, na única suíte que não estava ocupada, ficou preocupado,
suíte, devia ser imenso, mas nada era um quarto amplo, com uma saleta pequena,
banheiro incluído. Riu muito, pensou que
estava sendo esnobe.
Deixou a bagagem,
foi andar pela praia, viu uma mansão no alto do penhasco, entendia agora mais
ou menos o que lhe tinha falado o Henry, toda essa parte baixa do penhasco
pertencia a ele, queria fazer cabanas para os surfistas, uma coisa
moderna. Só de pensar que estariam na
frente da praia, lhe agradava a ideia.
Perguntou a um
surfista que saia, quando a maré subia muito até aonde chegava.
Este sinalizou
que quando muito chegaria até o muro de contenção ao lado da estrada.
Mas o que gostou
mesmo, foi de uma parte que estava justo ao começo, como fizesse parte da vila,
não da montanha que tinha atrás, perguntou a um senhor de uma loja ao outro
lado da rua, a quem pertencia, ao dono de tudo o resto ou a alguém da vila.
Esse era muito
bonachão. Ali tinha minha casa, está
vendo que a montanha soltou uma parte, caiu em cima da minha casa, acabou com
tudo. Talvez agora consiga vender essa parte, se o Henry construir o que quer.
Quanto quer por
esse terreno?
Ele disse o preço
tinha dinheiro para isso, imaginou uma cabana como gostaria de fazer, o homem
mostrou a casa que tinha ali, era muito tradicional. O bom é que está ligada a vila, fica mais
fácil, podemos fazer negócio, mas antes falarei com o Henry, pois ele me trouxe
para fazer o projeto.
Se apresentou ao
homem, Paul Nez, o senhor tem algum celular desse de carga, pois o meu
americano não funciona aqui.
Entraram dois
surfistas, com um corpo de fazer inveja, ele os apresentou, esse é o senhor
Paul Nez, que talvez faça o projeto das cabanas.
Esses dois são os
veteranos, tem uma escola de surf do outro lado da rua.
Pois estou
interessado em aprender, embora tenha passado minha época, sempre sonhei em
fazer, nado bem, fui campeão na universidade.
Os dois lhe deram
as mãos, Andrew e Jack Sparrow, riram mas não temos nada a ver com o pirata.
Ele ficou com uma
cara de interrogação.
Não me diga que
sendo americano não viste o filme.
Foi honesto a
muito tempo não tempo para nada, para ver um filme menos ainda, estou por fora
das coisas relativamente novas.
Ficaram
conversando, o convidaram para tomar uma cerveja, ele aproveitou para perguntar
sobre mão de obra, se era fácil de arrumar.
Podes arrumar
muita gente jovem que trabalha em construção, mas normalmente, quem vem são
negros que vivem nas vilas por perto.
Não notou nenhum
preconceito nisso.
Eles não vem
surfar?
Sim o campeão
daqui é descendentes deles. Andrew
disse meus filhos são todos mulatos, minha mulher é negra.
Vou dar uma
olhada nas casas da cidade, ver se tem algum estilo próprio.
Nada, aqui tudo é
imitação de coisas inglesas, holandesas.
Precisava comprar
roupa, perguntou aonde podia comprar camisetas, bermudas, pois não trouxe nada
no gênero, não tinha tempo de usar.
Eles o levaram na
loja da mulher do Andrew, que era uma negra lindíssima, gostou de duas
camisetas, olhou as bermudas, disse que até tinha vergonha, pois estava branco
demais.
Não se preocupe,
logo chega o inverno, esse pessoal todo desaparece, as aulas começam, o hotel
ficara praticamente vazio, mas são as melhores ondas, claro há que usar
Neoprene.
Tiveram que lhe
mostrar o material, disse honestamente, sempre vi as pessoa usando, mas nunca
toquei em nenhuma.
Nunca tiraste
férias?
Na verdade não,
não tinha com quem viajar, estava sozinho, me joguei no trabalho.
Pensou para si
mesmo, como perdi tempo, em voz alta soltou agora penso em recuperar esse tempo
perdido, a primeira coisa é aprender a fazer surf.
Viu que Henry
estava ali, falando com algumas pessoas, os apresentou, o engenheiro que fui
buscar.
Foi honesto de
dizer que tinha adorado o lugar, vim de um lugar cheio de praias, mas as que
nunca ia, agora estou perto de um lugar como sempre sonhei.
Foram comer
alguma coisa, viu que todo o mundo conhecia o Henry, cheguei aqui como um belo
desconhecido, mas a mansão da família da minha mãe, voltou a se abrir, temos
plantação do outro lado de laranjas, então comecei a melhorar a vida do
pessoal.
Comentou com ele
do lugar que era do homem da loja.
Ele está louco
para vender, mas não faz parte dos meus interesses.
Então posso
comprar para construir uma casa para mim.
Pensas em ficar
aqui.
Pode ser que sim,
senão será um investimento. Estive
olhando de longe, teríamos que proteger toda a encosta, forrar com uma tela de
metal, recobrir por cima com concreto, alisar tudo, seria necessário um estudo
geológico da área, não sei como funciona aqui.
Foi ao mesmo
tempo desenhando na toalha de papel o que pensava, seria necessário fazer uma
vala, na parte baixa, para que a agua da chuva escorra para outro lado, pois
senão poderia inundar as cabanas.
Henry ria, foi o
que meu pai dizia, tu olhas, em seguida começas a imaginar.
Agora era o Henry
que desenhava, uma parte mais larga, faria cabanas mais grandes, tipo que uma
pessoa pudesse morar com a família, depois essa parte vai ficando estreita, seria
pequenas para os surfistas, as últimas na parte mais estreita mesmo, seriam
mínimas para o pessoal que vive fora guardar suas pranchas.
Amanhã de manhã
te mostro desde cima, creio que vais gostar, inclusive tem uma parte que se
pode construir a cabana que pensaste para cá.
Já verás.
O deixou no
hotel, voltou a falar, que esperava que não o tivesse assustado com sua
história.
Henry, eu só
quero dar uma volta na minha vida, aproveitar o que não aproveitei, sonhei
quando jovem fazer surf, mas meus pais eram controladores não permitiam, creio
que será o primeiro que farei.
Quando caiu na
cama, teve o sonho dos justos, apagou.
Despertou de
madrugada com um temporal de fazer gosto, olhou pela janela, os relâmpagos
sobre o mar, era como se duas forças da natureza se encontrassem, ficou ali
sentado numa poltrona olhando, acabou dormindo ali.
Logo pela manhã,
depois de tomar café como gostava, só comeu umas tostadas com um pouco de
queijo, nada mais.
Henry o estava
esperando, foram olhar pela parte de cima, a vista era impressionante, eu
construiria as cabanas aqui, disse rindo devem valer mais.
Foi mostrando a
ele o ponto aonde se devia colher amostras para a prova de resistência do
terreno, de qualquer maneira, como não conheço os custos daqui, isso pode ser
um projeto seguinte se te interessa.
Explicou como
devia ser toda a parte de cobertura, terás que chamar um especialista em
terreno, que conheça a terra daqui.
Isso eu não posso fazer, o que farei em seguida, será desenhar para ti
as ideias que eu tenho das cabanas.
Quando o deixou
de volta no hotel, viu do outro lado o Jack Sparrow, atravessou a rua, foi
falar com ele, se por um acaso, não conhecia uma casa ou apartamento que ele
pudesse alugar para montar um escritório de engenharia, precisava desenhar.
Pensei que Henry
fosse te ajudar nisso?
Eu vou por livre
ele sabe disso, odeio que as pessoas tentem me controlar, queria um lugar calmo,
com alguma vista, pois para pensar gosto de ficar olhando o horizonte.
Venha comigo, deu
um grito para dentro da escola que já voltava, viraram a esquina, passaram pela
praça, logo mais à frente era o monte que fechava a baia da praia do outro
lado.
Eu vivo por aqui,
minha casa é recente, voltei para cá a muito pouco tempo, depois de deixar os
circuitos de campeonatos de surf. Sentia
falta aqui da cidade, de uma vida mais tranquila.
Com teu irmão,
não te casaste?
Não esperava a
resposta dele, sou gay, imagina nesses circuitos aonde só escutas merdas, eu
sendo um dos mais velhos no ranking, dizer publicamente sou gay.
Nada, levei uma
vida de merda no armário, até que há dez anos atrás voltei para cá, mas aqui é
uma cidade pequena. Henry ainda me
tentou para participar de suas festas dizendo que talvez eu encontrasse alguém
que gostasse. Mas nem pensar, eu sei
que sou gay, gosto de homens, mas não quero nada disso para minha vida. O que vou lhe mostrar, são duas casas iguais,
uma delas é a minha, a outra mandei construir, para vender num futuro. O arquiteto que as desenho, construiu a
minha, antes de terminar totalmente a segunda, começou a andar com o Henry, se
fudeu totalmente, não estava preparado para essas loucuras, com drogas, sexo
etc.
Acabou indo embora,
antes de ficar louco como ele dizia.
Deram com uma
pequena enseada, aqui do lado oposto ainda vivem os pescadores, indicou para
ele, nessa praia quase não faz ondas para o surf, então é como uma praia
familiar, no verão durante o dia, se escuta barulho, mas no final do dia é um
remanso de paz.
Viu as duas
casas, eram modernas, uma estava pronta, moro aqui, a outra, tem a parte de
baixo pronta, imagina estão inclusive encomendadas as janelas, vidros que a
fechavam, mas como ele foi embora, fiquei sem dinheiro, pois tive que pagar a
obra. A coloquei a venda, venha ver,
entrou correndo em sua casa, para buscar as chaves.
A porta de
entrada se via que era provisória. No andar de baixo, faltava alguns
acabamentos, por exemplo o salão tinha o chão de uma madeira muito bonito, mas
não estava ainda lixado, o quarto era nos fundos, dava para a outra praia. Era um quarto imenso, com banheiro. Tudo isso
estava pronto, inclusive tinha uma cama ali, mas faltava o colchão. O louco do arquiteto se olhares no andar de
cima há uma marca no chão de um colchão queimado, ele quase morreu ali, pois
estava tão drogado, que dormiu com o cigarro acesso. A cozinha também estava
montada, era americana aberta para o salão, faltava era na parte detrás da ilha
que separava do salão colocar madeira no chão.
Subiram a escada
faltava revestimento, ele já tinha começado a imaginar como fazer, aqui não se
chegou a acabar, o coitado trazia aqui todos os homens que encontrava, ficou
alucinado, queria fazer sexo todo o tempo. Era como um loft, faltava terminar o
banho, não havia divisória nenhuma. Mas claro faltavam as janelas, por uma
escada subiram na parte de cima, a sua tinha uma cobertura muito moderna de
painéis solares, assim era a ideia, que o sol que temos aqui servisse para sustentar
a parte elétrica, como na minha casa.
Quanto você quer
por pela casa?
Ele disse um
preço, ele fez o cálculo, transformando para dólares. Teria que saber se seu
apartamento tinha sido vendido ou não, pelo preço dele, essa casa como estava,
custaria um terço do valor.
Foi até a parte
frontal da casa, se sentou, ficou ali olhando a paisagem, Jack fez o mesmo,
adoro fazer isso, se olhas para minha casa, eu tenho duas poltronas com uma
mesa, justo aqui para poder olhar o mar.
Já eu viveria na
parte de baixo, aqui seria meu studio, penso em voltar a pintar, desenhar,
recuperar algo da minha juventude.
Nem reparou que a
mão do Jack estava pousada em cima da dele.
Quando viu,
começou a rir, desculpe, estava com a cabeça como sempre funcionando a mil, as
vezes fico totalmente abstraído.
Fazes o meu tipo
de homem, te tenho na cabeça desde que vi, mas pela primeira ver estou sendo
afoito.
Se viraram um
para o outro, trocaram um beijo prolongado.
Se sentiu super bem.
Ele explicou
quando estava com alguma coisa na cabeça, tinha que resolver.
Podemos nos
sentar para conversar, ou preferes primeiro ir para a cama, para saber se
valemos juntos.
Venha até minha
casa. Ele o seguiu como um cachorro
abandonado.
Da porta um foi
tirando a roupa do outro, ele tinha a pele curtida do sol, que o excitava, não
se cansava de passar a mão por ela. Quando se deu conta, estavam na cama, se
explorando, riu, caralho, não sinto isso desde que era um jovem idiota.
Seguiram em
frente, quando tiveram um orgasmo simultâneo, ficaram abraçados se olhando.
Só uma coisa
Jack, nunca vivi com ninguém a não ser a época que estive casado, estou
acostumado a estar sozinho para poder trabalhar, mas o fato de podermos viver
lado a lado, gosto, assim podemos viver uma aventura.
Nus como estavam
se sentaram ficaram conversando, falou tudo o que tinha pensado. Terei que
falar com meu advogado, teria que ver como transferir dinheiro para ti.
Mas de momento
posso sinalizar, isso posso, ao mesmo tempo podes mandar entregarem e colocarem
as janelas, pois se são iguais as tuas, gosto.
Tens credito
comigo, voltaram a fazer sexo. Desta vez o penetrou, foi como uma coisa louca,
não queria parar, quando Jack gozou, ele ficou como louco o beijando.
Foram tomar um
banho juntos, ele perguntou se não tinha tido uma aventura com o arquiteto.
Eu não fazia o
tipo dele, além de que ele logo se enrolou com o Henry. Era um tipo bonito.
Mas creio que eu
esperava algo especial, como o que tivemos hoje, é a primeira vez que me sinto
assim.
Escutaram alguém
abrindo a porta, era o André, que ficou rindo, pela demora fiquei preocupado,
os dois seguiam nus. Ele apontou para o
Paul, cuide bem do meu irmão, é o bem mais apreciado que tenho.
Foi embora rindo.
Sempre temi esse
momento, em que ele me visse com alguém, mas reagiu bem. Ele ao contrario de mim, quando estava nos
torneios de surf, fazia sexo com todas as garotas que apareciam, mas quando
voltou para cá, muito antes de mim, se casou com sua companheira de escola. Nunca escondeu dela nada.
Se tens um
advogado aqui, podemos fazer isso, além de que, eu preciso autorização para
viver no pais.
Não voltou ao
hotel nesse dia, ficaram disfrutando tudo que podia juntos, nunca tinha se
sentido tão bem em sua vida, era como pensava as vezes, estava num porto
seguro.
Jack o pegou de
manhã sentado anotando coisas, enquanto preparava café para os dois, ele foi
dizendo como queria fazer tudo, uma parte do andar de cima ia revestir de
madeira a parede, mas o chão ia mandar passar cimento, alisar, pois como seria
seu studio, futuramente tinha que ter algo que se pudesse limpar facilmente.
O resto pintaria
tudo de branco.
Estas decidido
mesmo a comprar, ficarás aqui?
Queres que vá
embora?
Não ao contrário,
quero que fiques, quero te conhecer direito, ir em frente.
Voltaram a se
beijar, esqueceram do café, voltaram para a cama.
Tomaram banhos
juntos outra vez, gostava demais de estar com ele.
O café estava
horroroso, fizeram outro, nunca tenho nada em casa, como na escola.
Podemos ir até
lá, assim vou ao hotel, troca de roupa.
Uma proposta para
pensares, enquanto fazes a obra, porque não ficas aqui em casa, use a parte de
baixo da outra por enquanto para fazer o projeto, se não me engano numa das
paredes tem um mesa dessas de projetos, que podes usar.
Mas enquanto isso
ficas aqui. Depois se quiseres, quando tudo estiver pronto passas a dormir na
tua casa.
Ficaram rindo,
mas uma coisa tens que fazer?
O que disse o
Jack?
Me ensinar a
fazer surf, um velho sonho, já te contei.
Mas para te
ensinar, terei que me deitar em cima de ti.
Nada mais justo.
Saíram rindo como
duas crianças, se aproximaram várias crianças que iam para a escola.
Olhou para a
praia, viu que estavam chegando barcos de pesca, se quero se pode ir comprar
quando chegam os barcos.
Sim, claro, nunca
te cobraram muito, se gostam de ti. Mas
nenhum fara nada grátis contigo como eu.
Para de me
provocar, se encontraram com a cunhada do Jack, que riu, caramba Jack nunca te
vi com esse sorriso imenso na cara.
Estou apaixonado,
essa é a verdade.
Foram tomar café,
ele comentou que precisava de um carro, bem como alguém para ser seu guia na
cidade para ir comprar material.
Posso te levar,
assim se quiseres podemos falar com o advogado, para tu conseguires a
residência.
Perfeito, vou até
o hotel, trocar de roupa volto.
Me espere lá, vou
falar com meu irmão, depois vou buscar meu carro, mas cuidado é velho.
Subiu para seu
quarto rindo, tinha vontade de gritar de felicidade.
Colocou uma das
roupas que tinha comprado na loja da mulher do André.
Desceu cantando
pela escada, entregou a chave, tinha deixado a maleta pronta, para a hora que
fosse voltar.
Foram primeiro ao
advogado, na cidade do Cabo, esse tirou cópia do seu passaporte, de todos os
documentos que tinha, número de conta do Banco, lhe deu o contato com seu
advogado, lhe perguntou se podia chamar dali o seu de San Francisco.
Claro, sem dúvida
nenhuma, lhe estendeu um cartão com o nome de Jasper Van Brouken, falou com o
advogado, lhe passou seu número de celular, bem como o do Jasper, falou que era
o advogado que tinha acabado de contratar, iria tirar um autorização de
residência, talvez precise falar contigo.
Alguma boa notícia?
Sim, vendi teu
apartamento, o dinheiro está depositado no banco.
Comentou com ele
que estava comprando uma casa, queria que ele combinasse com o Jasper como
transferir esse valor para a conta do proprietário, para poder fechar negócio.
Os deixaram
falando, a secretária do Jasper, lhes indicou aonde podia comprar material.
Avisou que era mais caro que nos outros lugares, pois tudo é importado.
Teria que voltar
ao escritório, assim chamaria seu filho, lhe pediria que lhe mandasse material.
Comprou tudo que
podia comprar, folhas grandes para desenhar, viu umas mesas de trabalho, bem
feitas, em que podia guardar papel embaixo, a compra foi grande, perguntou se
podiam mandar para ele. Realmente
quando fechou a conta, ficava caro, mas foda-se pensou.
Quando voltaram
para o escritório, Jasper estava contente, tinha conseguido um cliente que
tinha dinheiro, iria providenciar tudo.
Assim que o dinheiro fosse transferido, ele prepararia a escritura do
local.
Pediu se podia
abusar, precisava falar com seu filho em Paris, esperava encontra-lo acordado.
Atendeu no
primeiro momento, ficou conversando como iam as coisas com ele, ia expor em
breve, estava contente.
Por tua culpa, um
dia te conto a história, resolvi voltar a pintar, desenhar, que sempre gostei.
Precisavam que me comprasses aí pigmentos, papeis para pintar a óleo ou
acrílica por cima.
Uma coisa, quando
é a tua exposição?
Daqui uma semana,
por quê?
Gostaria que eu
fosse?
Seria genial pai,
minha mãe nunca me incentivou, mas tu sim.
Então reserve um
hotel por perto do teu studio, assim vou compro o que quero, além de poder
conversar contigo, quero trocar ideias contigo.
Quando saiu da
sala, olhou Jack de frente, lhe perguntou, queres fazer uma viagem comigo?
Ir aonde?
Meu filho
inaugura uma exposição em Paris, assim aproveito para comprar material, olhar
coisas, quem sabe encarar como uma lua de mel.
Ficaram um
olhando para o outro rindo.
Não estamos indo
rápido demais?
Olha Jack, já não
sou jovem, viste minha cicatriz, quero aproveitar minha vida, nem sempre
aconteceu isso, encontrar uma pessoa que gosto. Quero tentar.
Então vou, podemos
reservar avião lá mesmo da cidade, uso sempre uma amiga que tem uma agência.
Antes passaram na
empresa que tinha pronta as janelas, pagou tudo, mandou instalar, a resposta do
visa foi rápida, disseram só que iam confirmar as medidas, para saber se não
tinha dilatado nada.
Ele disse que
estaria lá, pois tinha que esperar que chegasse as coisas que tinha comprado.
Foram almoçar os
dois num lugar que ele amou, na beira da praia, comendo mariscos.
O Jack relaxado
era mais bonito ainda, sem querer, querendo esbarrava na sua pele, para sentir
que era real o que lhe acontecia.
Jack lhe disse que
nunca tinha ido a Paris, que só conhecia o aeroporto, para trocar de avião nada
mais.
Eu tampouco
conheço muito, mas podemos descobrir as coisas juntos.
Quando chegaram
ainda passaram numa loja de colchões, aonde comprou um para a cama de sua
casa.
Iam comprar as
passagens, mas Jack antes fez questão de falar como o irmão, esse ria muito, só
de ver tua cara, fico feliz, minha mulher disse que nunca tinha visto esse
sorriso permanente em tua cara.
Se encontraram
com ela, lhe contou ao ouvido que iam a Paris?
Ela soltou uma gargalhada contagiosa, o abraçou, meu querido não era sem
tempo.
Aproveitou,
perguntou se não conseguia uma pessoa para limpar a casa.
Jack lhe explicou
que tinha comprado a casa ao lado da sua para trabalhar.
Claro que arrumo,
falo com a senhora que limpa lá em casa, com certeza arruma uma. Tem problema
que seja uma senhora negra.
Nenhum, não tenho
preconceitos.
Passaram pela agência,
reservaram os bilhetes, em executiva.
Ele queria pagar a do Jack, mas ele se negou.
Podíamos tomar um
banho de mar, que te parece?
Passaram na loja
da Daisy, comprou uma sunga de praia, Jack disse que ninguém usava assim,
escolheu para ele, uma bem estampada, dessas que usam os turistas.
Acabou levando as
duas, passaram pelo hotel, ele fechou a conta, tinha um recado do Henry,
avisando que ia de viagem, que ele fosse tocando o barco em frente.
Levou suas coisas
para a casa do Jack, de lá foram para a praia ali na frente, nessa hora de
final da tarde não tinha ninguém na praia.
Quase fizeram sexo na água, mas lhe dava vergonha, um dia desse faremos
ok.
Nessa noite
enquanto comia, contou para o Jack basicamente sua vida, o que tinha acabado de
deixar, o reencontro com seu filho, durante o tempo no hospital, depois o tinha
visitado em Paris, gosto do trabalho dele.
Finalmente
conseguiu se livrar das garras de sua mãe.
Fizeram sexo,
dormiram agarrados uma ao outro. Sentia
que isso podia virar realmente um relacionamento.
No dia seguinte
apareceu a Daisy com uma senhora negra, que devia ter mais ou menos sua idade,
com o cabelo todo em tranças. Gostou
dela de imediato, tinha um sorriso cativante, explicou o que queria, hoje
limpar todo o andar de baixo, pois enquanto o de cima na estivesse pronto,
trabalharia ali. Comentando com a Daisy
o que faria como acabamento em cima, a senhora disse que seu marido tinha um
equipe de obras.
Diga que venha
até aqui.
Ela se chamava
Baby, dizia que era uma diminutivo. Lhe
deu dinheiro para comprar material de limpeza, tudo o que precisava.
Queria limpar a
parte da frente, enquanto esperava a entrega da papelaria, montaria uma mesa
ali.
Falando com a
Daisy, disse que adoraria ter ali duas poltronas dessas antigas de orelhas, mas
que não tinha visto nenhuma nas lojas.
Quando a senhora
voltou, ela disse que a acompanhasse, tenho um amigo que tem uma loja de
antiguidades, vamos até lá quem sabe encontra o que queres.
Não era muito
longe, no caminho Daisy soltou que estava feliz, por Jack, fazia muitos anos
que não o via sorrir como agora, sei que está apaixonado por ti, ele seguiu o
irmão nos circuitos, mas claro não era feliz, enquanto o André era um sem
vergonha, ele se guardava para amar alguém.
Mas claro nunca encontrou a pessoa certa, isso que ele já tem certa
idade.
Acabas de me
chamar de velho, pois tenho alguns bons anos mais que ele. Mas estamos descobrindo isso de viver juntos.
Comentou do
porquê ir a Paris, estou tentando recuperar o relacionamento com meu filho,
estivemos muitos anos afastados.
Ah se eu pudesse
iria junto.
Chegaram à loja,
saiu um mulato muito bonito, olhou para ele de cima a baixo, como dizendo UAU,
mas Daisy cortou o barato, dizendo tem dono.
Ficou encantado
com a loja, encontrou duas poltronas com queria, de couro marrom escuro, o
outro comentou que tinham chegado ali em péssimas condições, mas que as tinha
recuperado, gostava como estavam arrumadas, com uma mesa redonda no meio, um
abajur de pé de cada lado. Bela
composição.
Eu gosto de
montar assim para as pessoas terem uma ideia.
Ok, fico com o
conjunto se me entregas em minha casa, hoje à tarde.
Claro que sim,
mais alguma coisa, ele achou duas mesas de cabeceira antigas, com um tampo de
mármore verde, foi separando as coisas que gostava.
O outro só torcia
a mão.
Queres dizer que
viveras aqui?
Tenho que viver
aqui, está a pessoa que amo, além de não ter mais casa em San Francisco, vendi
meu apartamento lá.
Viu uma escultura
muito bonita negra, o rapaz logo disse que não era antiga, mas sim de um rapaz
dali.
Fico com ela
também. Não se cansava de olhar para a mesma, era uma figura estilizada, em
estilo africano, mas moderno.
Ele vai ficar
feliz da vida, trabalha com o pai, faz isso quando pode, aí me traz, ou para a
Daisy, colocar na loja para vender.
Depois de pagar,
ele disse que tinha que voltar para casa, pois iam começar a chegar as coisas.
Mal chegaram viu
descarregando as armações das janelas de cima.
Tinha um senhor
ajudando, Baby o apresentou, meu marido Peter.
Ele disse que
tinha trabalhando na obra da casa, pena que o homem foi embora, parou tudo.
Pois acabo de
comprar a mesma, mostrou o que queria fazer embaixo. Acabar o revestimento de
madeira do chão.
Depois subiu com
ele, disse como queria o chão, bem como terminasse o banheiro, ele perguntou
sobre as paredes.
Riu, nenhuma,
aqui vai ser meu studio, vou desenhar, pintar, aqui, sou sozinho, a parte de
baixo me basta, aqui usarei para trabalhar.
Depois mostrou
aonde estavam colocando o vidro na frente, aqui quero que alguém construa para
mim com um banco largo de madeira.
Quando chegaram
as mesas da papelaria, ele perguntou se iam colocar os vidros pela tarde, pois
assim já montaria ali. Como
confirmaram, o Peter passou a mão no celular, ligou, pediu para trazerem
ferramentas, apareceu uns vinte minutos depois, um rapaz que era a cara da
Baby, meu filho apresentou ela.
Deixou os dois
montando a mesa, a moveriam quando fizessem o chão.
Se eles fecham as
janelas hoje, amanhã posso começar a colocar o cimento como o senhor quer,
alisar, vamos fazendo aos poucos para ficar bem feito.
Depois desceram,
em cima da bancada da cozinha, estavam os papeis o material que tinha comprado,
viu o rapaz lavar a mão, alisar os papeis com gramatura.
Imaginou que
seria ele o escultor.
Nisso, chegou os
moveis, Baby já tinha limpado a parte que ele queria, foram colocando as poltronas
já no lugar, viu que faltava aonde ligar os abajures, o Peter anotava num bloco
pequeno isso.
Quando o rapaz
viu chegar à escultura, abriu um sorriso imenso. O pai tinha lagrima nos olhos, é meu filho,
quem tem bom gosto sabe apreciar teu trabalho.
Ele perguntou ao Bradford,
se ele tinha mais pequenas, disse aonde gostaria de colocar, bem como gostaria
de levar alguma para meu filho, ele é pintor, vive em Paris.
Meu sonho de
consumo, soltou ele, adoraria poder estudar arte. Trabalho por instinto.
Claro depois posso
trazer para o senhor ver, ou se quiser ir até lá em casa, tenho bastante.
Vamos acabar
aqui, eu nunca deixo para amanhã o que posso fazer hoje.
Colocaram tudo no
lugar, ele ainda perguntou a Baby, se podia cozinhar para ele, deixar na
geladeira. Eu normalmente me esqueço de
comer, quando estou trabalhando.
Claro que sim,
quantas vezes o senhor quer que venha por semana.
Que tal se
começamos três vezes por semana, para começar, eu em San Francisco, tinha uma
senhora que ia todos os dias, nem a via, reclamava como eu estava fora, que
acabava esquecendo de comer. Era uma
verdade, sempre trabalhei demais.
Mas aqui, como
vou trabalhar em casa, já veremos.
Lhe perguntou
quanto cobrava, acertou com ela já o dia, agora vou com o garoto, olhar suas
obras, tens carro, eu preciso comprar um, pois ando abusando dos outros, sou
muito independente.
Baby soltou que
seu irmão vendia de segunda mão.
Perfeito, isso de
carros modernos, cheios de merdas, para aparentar não é comigo.
Ele entendeu
quando iam chegando, que entrava na parte da cidade que era negra, ainda pensou
eu sou branco demais para essa gente.
Viviam numa casa
modesta, mas se via perfeitamente limpa, arrumada, o rapaz trabalhava na
garagem. Ficou encantado, viu uma
escultura pequena de um surfista, separou para dar de presente ao Jack.
Separou as que
gostava, as imaginou na casa. Adorou uma
mesinha esculpida num tronco, em que os pés era um homem como um atlas
segurando a parte de cima.
Ia ficar perfeita
ali, ao lado das poltronas, já arrumaria lugar para a que tinha comprado.
Perguntou quanto
era tudo, teria que tirar dinheiro de um caixeiro desse para lhe pagar.
A cara do rapaz
era de felicidade, nunca vendi tanto, meu pai vive dizendo que se vou viver,
morrerei de fome.
Eu ao contrário,
acho que tens talento, gosto do seu trabalho.
Podia sair comprando essas imitações de esculturas antigas, as tuas tem
um toque muito moderno.
Vou agora a
Paris, assistir a vernizasse de meu filho, vou aproveitar comprar material.
Queres alguma
coisa?
A cara do rapaz
era ótima, o senhor nem me conhece, já comprou muitas coisas, que mais posso
pedir.
Bom eu quero que
um dia poses para mim. Ok.
Voltaram, ele o
ajudou a subir o material que tinha comprado para as duas mesas já prontas.
Depois chegou o
colchão, abriu os armários, viu que não tinha roupa de cama. Anotou isso.
Preparou uma mesa
para desenhar como queria, separando lápis essas coisas.
Quando chegou o
Jack na hora do almoço, não viu o Brad, como ele gostava de ser chamado, o beijou. Caramba, já fizeste uma grande confusão pelo
visto, ficou ótimo, depois podias dar um jeito na minha casa.
Lhe entregou a
pequena escultura do surfista, foi então que viu o Brad, ficou vermelho, olá
colega, fazemos surf no mesmo grupo.
Subiu com os dois
atrás dele, o Peter ainda estava por ali, tirando medidas do banheiro, ele lhe
explicou que não queria uma pia normal, queria uma dessas feitas, explicou para
o que era, para lavar pinceis, coisas brutas, rindo soltou, um lugar para cagar
em paz, um chuveiro, pois gosto muito de tomar banhos.
Depois lhe
mostrou duas paredes, queria revestir de placas, pois gosto muito de pintar na
parede, era o que fazia quando era jovem, como teu filho, mas meu pai me cortou
as asas, dizendo que não tinha futuro.
Peter tirou as
medidas. Posso encomendar, vir colocar.
Olha Peter dentro
de dias, vou de viagem, mas deixo a chaves com tua mulher, que vira limpar
essas coisas, assim vais fazendo as coisas que te pedi.
No final do dia,
estava feliz como a muito tempo não estava.
Ficou desenhando
o rosto do Jack que tinha em sua cabeça, principalmente quando ele falava, com
seus cabelos largos, de cor indefinida, todo raiado do sol.
Este quando
chegou viu a luz acessa, subiu. Ficou parado na porta, chegou por detrás dele,
dizendo quem é esse sujeito. Depois ficou olhando seu retrato, mas se eu não
posei para ti?
Eu tenho a tua
imagem gravada na minha cabeça.
Venha vamos
jantar, hoje jantaremos na casa do meu irmão, mas antes temos que tomar banho.
Foi um banho
demorado. Segurou a cara do Jack, nunca
fui tão feliz, como estes dias contigo, estamos indo a galope, mas não quero me
separar de ti.
O jantar foi
super agradável, as crianças adoravam o tio, o aceitaram de imediato como amigo
dele.
André, riu, minha
mulher diz que tens um ritmo impressionante.
Talvez, mas
sempre fui assim, talvez por isso carreguei muito tempo a empresa, era socio
principal, os outros se aproveitavam, pois sempre tomei decisões rápidas, sou consciente
que a culpa numa parte é minha, por ser assim.
Nunca deixo para depois o que posso fazer imediatamente.
Jack soltou, eu
imaginei que íamos namorar meses até surgir algo.
Todos riram, eu
guardei tua figura quando conheci os dois, acho que foi quando me apaixonei,
nisso eu sou lento, pois quando me divorciei, levei muito tempo magoado, não a
amava, mas perder meu filho que adorava foi muito para mim. Vivia em San Francisco, ela foi viver com ele
em NYC, ia sempre que podia, mas ela jogou o garoto contra mim, sempre foi
possessiva.
Agora ele se
livrou dela, vive em Paris, quando passei mal o Henry conseguiu localiza-lo,
ele veio ficar alguns dias comigo, mas claro falta muito para a antiga
camaradagem que tinha com ele.
Mais tarde em
casa, os dois combinaram que iriam se revezar de casa, um dia dormiriam na sua,
outra na dele. Os dois adoravam ficarem
deitados conversando na cama, depois de fazerem sexo.
Se aproximou do
Jack, lhe disse ao ouvido, eu nunca me deixei possuírem, mas quero isso
contigo, pois não é justo só eu te penetrar, mas terás que ter paciência.
Foi o mesmo que
acender a chama outra vez, Jack o provocou tanto, mas tanto, que quando viu já
estava dentro dele, se mexia devagar, lentamente, ele alucinou, teve um
orgasmo, sem tocar-se.
Caramba, nunca
pensei nisso, ficaram se beijando, foram tomar um banho para dormir.
Contigo vivo
tomando banhos.
No dia seguinte
perguntou se ele tinha roupas de inverno, pois em Paris estaria frio.
Sim, tenho alguma
coisa desses abrigos de plumas,
Ele também tinha
um, depois compramos alguma coisa lá, pois tampouco tenho roupa.
No dia seguinte
tudo estava em movimento, colocavam os vidros, como já tinham colocado na
traseira, Peter com mais dois homens faziam o banheiro.
Se isolou
totalmente, como sempre fazia, os homens falando, ou fazendo barulho não le
incomodavam. Estava desenhando as
cabanas como imaginava. Ao lado
detalhava como uma planta baixa como seriam.
Não viu que Brad,
estava ali ao lado prestando atenção.
Sorriu, disse que
era o projeto que tinha vindo fazer.
Explicou o que era.
Tenho inveja, mas
no bom sentido, sempre quis desenhar, mas claro nunca sobrou dinheiro em casa
para isso, meus irmãos agora têm sua vida, eu fiquei para trás.
Dois dias depois
embarcaram, a felicidade do Jack era uma coisa patente, ia fazer uma viagem de
lua de mel, com o homem que amava.
Major os foi
buscar no aeroporto, os apresentou, mas não disse nada. Ele pediu desculpas mas estava montando a
exposição, precisamos de roupa para ir, como é.
Sei lá pai, eu
irei como gosto de andar, alias uma maneira que o senhor sempre fez no inverno,
uma gola alta, um casaco, calças negras, para mim é perfeito.
Os deixou no
hotel, eles depois de um banho, riram porque não podiam tomar banho junto, o
espaço só cabia uma pessoa.
Enquanto um fazia
a barba, outro tomava banho.
Se vestiram,
saíram. Vou te mostrar uma zona que gostei muito quando aqui estive.
Pegaram um mapa
na recepção do hotel, aproveitaram para trocar dinheiro.
Foram para Saint
Germain de Prés, ficaram vagabundeando o dia inteiro, acabaram encontrando o
que queriam comprar. Já tinham roupa para ir a vernissage.
No dia seguinte,
foram fazer os lugares turísticos, riam como duas crianças, ele tinha ido com o
Henry, mas era diferente.
Do hotel falou
com o filho, ele passaria para pega-los, o esperaram na recepção, ele chegou
acompanhado de uma garota linda, apresentou como sua namorada.
Ele rindo
apresentou o Jack como seu namorado. A
cara do filho era ótima.
Quando chegaram,
os apresentou ao dono da galeria, imediatamente alguém ofereceu champagne, mas
eles dois disseram que não bebiam. Foram
olhando os quadros, estava feliz, o trabalho de seu filho era ótimo. Ficou parado na frente de um que era ele
quando jovem, justamente quando o filho tinha ido embora. As lagrimas rolava na sua cara, sentiu que o
filho estava atrás dele. Lhe disse,
quando fui embora, essa era a imagem que ficou na minha cabeça, tu me dizendo
para ter coragem.
Que pena que foi
vendido, já tinha uma marca vermelha no mesmo.
Não está a venda
papai, é para o senhor.
Se virou, abraçou
o filho, estou emocionado, teu trabalho realmente é super, como dizem os
franceses.
Depois aquilo foi
enchendo, percebeu que se começava a vender.
Lá pelas tantas
estava aturdido, viu a cara do Jack, saíram de fininho, na porta falou com o
filho, ele lhe disse, depois vamos jantar, lhe indicou um bar na esquina, me
espere lá.
Ficaram
conversando, sobre o que o quadro tinha significado para ele.
Fico imaginando a
cabeça do meu filho ao longo desses anos, sua mãe falando mal de mim, essas
merdas que acontece, primeiro porque foi um casamento arrumando entre famílias,
depois ela não encaixava em San Francisco, ou não queria encaixar. Erámos dois estranho vivendo na mesma casa,
eu adorava meu filho, ela tinha ciúmes disso.
Estou muito feliz
que estas aqui comigo, Jack, muito mesmo.
Ele sorria, mais
feliz estou eu.
Seu filho chegou
sozinho, disse que a namorada tinha ido embora com seus pais, assim podemos
conversar. Olhou para o Jack, então
eres o namorado do meu pai?
Si nos
conhecemos, ele me comprou uma casa ao lado da minha, aí foi um passo.
Ele contou para o
filho o que estava fazendo na casa, quando quiseres podes vir, sei que vais
gostar do lugar. Por tua culpa, voltei a
desenhar, mostrou no celular o retrato do Jack, nada como tu, pois estou
enferrujado, pois faz muitos anos que não fazia isso.
Trouxe um
presente para ti, amanhã te entrego, pensei que ias sair com teus amigos.
Na verdade pai,
não tenho muitos, alguns vieram a vernissage, alias a garota, não é minha
namorada, mas sim uma colega de Belas Artes, sou como o senhor gay, por isso
fiquei surpreso.
Ele abraçou o
filho, espero que encontres alguém de quem gostar meu filho, eu passei muitos
anos sozinho, meio amargado, sentia tua falta, o fato de não poder me comunicar
contigo direito me afetava muito, mas quando te vi no hospital, pensei, ainda
sou importante para ele.
Porque não vens
conosco, se o studio estiver pronto, podes trabalhar lá também.
Já vi que como
eu, gostas de trabalhar no papel, alias aonde posso ir comprar material, depois
mandar para lá.
Amanhã levo vocês
lá.
Ficaram
conversando até tarde, tomaram um taxi para o hotel, o filho ia caminhando a pé
para seu studio.
Nessa noite
fazendo sexo com Jack, era como se ele brilhasse, na penumbra do quarto.
Estavam felizes,
isso lhe dava um pouco de medo, mas queria aproveitar esses momentos.
No dia seguinte,
foram tomar café com Major, este estava feliz, o dono da galeria, tinha lhe
telefonado, tinham vendido 80 por cento da exposição.
Lhe disse que ia
a Africa do Sul, com o senhor, para buscar novas inspirações. Lhe entregou a
pequena escultura do Brad, lhe disse que tinha comprado várias, um rapaz sem
oportunidades, penso em ajuda-lo.
Mal entraram na
loja que ele levou, disse que ir ali, era melhor que ir a Disney. Lembra-se quando fomos os dois. Major ria, nunca me esqueci, como nos
divertíamos.
Ele tinha uma
lista do que queria, comprou tudo além de pigmentos, em embalagem grandes,
tinha perguntado se podiam despachar para ele. Deu endereço, lhe deram um
cartão se quando quisesse encomendar, lhe mandariam.
Saíram dali
felizes, ficaram passeando, Major, lhe foi mostrar os lugares que gostava de
Paris, eram lugares simples, entraram numa livraria, comprou alguns livros,
dois de esculturas modernas.
Comprou também
uma câmera de fotografia, com um bom zoom, assim podia registrar o que queria.
Depois foram ver
bilhete para o Major, voltar com eles.
Jack tinha falado
com o irmão, que na obra a parte de cima já estava basicamente terminada,
estava era secando o local. Quando chegarem já estará tudo em ordem.
Acabou-se a
semana, tinham comprado presente para todos.
Quando chegaram,
Jack retirou seu Jeep do estacionamento, Major disse que adorava o jeep, o
melhor é quando tenho a capota arriada, com o vento na cabeça.
Quando foram
chegando, Major, se deliciou com a praia.
Quando chegaram
em casa, ele disse que podia ficar no que seria seu quarto, que ele dormia na
casa do Jack normalmente. Aliás nunca dormi aí.
Não tinham roupas
de cama, mas Jack resolveu o problema. Seja bem-vindo, garoto.
Sabia que os dois
tinha conversado durante o voo, pois ele estava cansado, tinha dormido.
Logo apareceu a
Daisy com as crianças, correram para os dois, apresentou seu filho, um dos
garotos virou-se para o outro, que pensa, pensávamos que era da nossa idade,
que ia brincar com a gente.
Jack soltou,
vocês vão ter que lhe ensinar a fazer surf, se animaram.
De noite dariam o
presente para todo mundo. Mais tarde
apareceu a Baby, que arrumou a cama para o Major. Se surpreendeu, que ele
trazia a escultura pequena que lhe tinha dado, colocou na mesa de cabeceira.
Depois andou pela
sala, olhando cada uma, são geniais pai.
A parte de cima
da casa, lhe encantou, ufa, realmente devia ter trazido material.
Esqueça tem
esses, depois chegam o que comprei, podemos compartir.
Depois apareceu o
Peter com o Brad, lhe entregou os livros que ele abraçou, mas não tirava o olho
do Major, este dele, falou que tinha gostado do seu trabalho, eres muito bom,
desenhas também.
Sim, fico
contente com isso, mas disponho de pouco material.
Bom teremos
material de sobra, podes vir trabalhar aqui também.
Depois foram
comer com o André, que abraçou o irmão, estava sentido sua falta, embora seja
baixa temporada, teremos mais alunos.
Depois ficaram
sentados na praia olhando o mar. Ao final caíram todos n’agua para um banho.
Isso sim é vida
disse o Major, em Paris não se pode fazer nada disso.
No dia seguinte,
depois de despertar com o homem que amava em seus braços, tomou banho foi
trabalhar, Jack apareceu depois com uma taça de café, precisava comprar tudo
isso, daria dinheiro a Baby para isso, ele era terrível com essas coisas.
Estava de costa,
quando entrou o filho, ah são essas cabanas que está projetando, na verdade
serão todas iguais, essas pequenas serão para alugar aos surfistas. Não sei aonde anda o Henry, pois foi de
viagem, não voltou ainda.
Depois começou a
desenhar, como sempre a figura do Jack estava em sua cabeça, era como seu
tronco emergindo d’água, mas na verdade o estava era penetrando, a cara de
prazer que tinha era imensa.
Pai o senhor está
ficando erótico.
Gostei do rapaz o
Brad, muito simpático, realmente agora vendo seus trabalhos aqui na sua casa, a
grande então é perfeita, imaginando que ele se supera com o que tem a mão.
Escutaram ruido,
desceram, era a Baby, se apresentou, esse é seu menino, regula com o Brad,
verdade. Ele não parou de falar de ti,
imaginava que ia encontrar um desses franceses chatos, mas ficou encantado com
os livros, a conversa. Infelizmente ele
como foi o último pegou o tempo das vacas magras.
Aproveitou para
falar com ela, para fazer uma lista do que faltava ali na cozinha, cafeteira
ele sabia, pois teve que ir a casa do Jack para fazer café.
Podemos fazer uma
lista, depois vou com o senhor para comprar.
Tínhamos que
comprar um carro, verdade que começa fazer falta.
Um de segunda mão
como o que tenho em Paris, todo mundo pensou que eu ia comprar um desses
modernos, mas pensei, se vai ficar a maior parte do tempo na garagem.
É o que penso,
nada de luxo, para que ostentar. Somos
assim é pronto.
Brad veio com a
caminhonete, trazer os bancos que tinha feito para ficarem na frente da janela,
se ofereceu para ir de compras com eles.
Melhor ires tu
Major, com a Baby, use meu cartão de visa.
Quando ficou
sozinho, queria ver como ia se desenvolver o romance dos dois. Sentia que a atração era forte.
Seguiu seu
trabalho, colocou na parede forrada um papel, o maior que tinha encontrado,
estava louco que chegassem os próprios para pintar, começou a esboçar o desenho
que tinha feito. Jack quando entrou, disse que era uma coisa pornográfica.
Ficou ali
agarrado com ele, dizendo ao seu ouvido, nunca me imaginei assim com ninguém,
primeiro porque era tímido, depois me aconteceram coisas que me fecharam.
Nessa noite
contou o que tinha lhe acontecido, num dos muitos lugares que tinha estado, na
Austrália, competindo, tinha uns 18 anos, imagina, fui a uma festa, estavam
todos bêbados, quando sai, uns homens que não sei de aonde saíram, me
agarraram, abusaram de mim, fiquei muitos anos com vergonha, bem como fechado a
qualquer coisa, o único que sabe disso é o meu irmão, pois ele me encontrou
depois desacordado.
Agora contigo as
coisas são diferentes.
Perguntou se ele
se incomodaria em posar para ele.
Sim, posso.
Para algumas
ideias, gostaria que fossem fotografias.
No dia seguinte o
acompanhou a praia, o fotografou em cima da prancha, sentado na mesma, outras
numa pedras, horas depois disse que tinha o suficiente.
Depois de colocar
no computador foi a uma loja, imprimiu todas em tamanho A3, já tinha material
para trabalhar.
Eram três
trabalhando no studio, seu filho, Brad que aprendia com ele desenho, ele,
tinham combinado uma coisa, não falar alto, que os celulares estivessem em
vibração, nada de música.
Viu que uma duas
vezes seu filho parava para olhar o imenso desenho que estava fazendo do Jack
em cima da prancha, ali estavam todos os detalhes, era uma foto que ele estava
com os braços abertos, ele como desenhista gostava dos detalhes, esses estava
todos ali, ele sabia de cabeça todos os traços do rosto do amado.
Pintou finalmente
o mesmo, encontrando o tom de pele do Jack, bem como as ondas, a cor do mar,
tudo.
O Tapou com um
lençol, começou o segundo que era o da pedra, o fez como se fosse um sereio,
com a parte de baixo como se imagina um peixe, os detalhes do rosto era
impressionante, com esse sorriso quando tinha seu orgasmo.
Um outro que fez,
mas aí usando sua imaginação, era ele nu deitado em cima da prancha, em
diagonal.
Esse quando o
Jack viu, disse, vais me mostrar assim, todo mundo vira atrás de mim, terás que
me defender.
Tinha o projeto
do Henry, pronto, mas cada vez que perguntava por ele, diziam está viajando.
Quando finalmente
apareceu, levou um susto, estava magro, olhos fundos. Lhe contou que tinha
estado numa clínica, por vontade própria, tentando se encontrar, mal sai da
clínica, meu pai ficou doente, estive cuidando dele esse tempo todo.
Depois cuidando
de seus negócios, tornei a recair, voltei para a clínica, agora descobri que
tenho Aids, estou fazendo o tratamento, mas creem que descobri muito tarde,
sinto muito, mas vim só para assinar papeis, vendi tudo do meu pai, o daqui,
vou passar a propriedade para os empregados, pois não vale a pena ter esse
dinheiro. Estão fazendo uma cooperativa,
divido com os empregados que acreditaram em mim.
Quando soube que
ele estava vivendo com o Jack, teve um sorriso triste, uma vez o convidei para
uma das minhas festas, me olhou com horror, nunca apareceu.
Os dois são boas
pessoas fico contente por ti.
Contou que estava
fazendo, estou todos esses meses pintando, meu filho veio para cá, estamos
trabalhando no mesmo studio, além de um rapaz que está aprendendo, mas em breve
será um grande artista daqui.
Não pensas em
voltar?
Não, já não
saberia viver sem o Jack, encontrei o amor de minha vida, graças a ti que me
arrastou para cá. Obrigado.
Pelo menos fiz
algo bom na vida.
Eu doei todo o
dinheiro que tinha meu pai, para fundações de assistência a doentes de Aids,
ele que odiava isso, paga seu preço.
Foi embora sem se
despedir de ninguém.
Conseguiu que o
dono da melhor galeria de Cidade do Cabo, viesse ver os trabalhos dos três,
nada podia ser mais diferente, eram três pessoas trabalhando no mesmo lugar.
Ficou
impressionado, um dos quadros de seu filho, ele não tinha visto, era ele
pintando, se via um pedaço do que fazia, mas o importante era o rosto dele,
sério, observando os detalhes que acabava de pintar.
O trabalho do
Brad, era completamente diferente, um em si impressionava, era uma pessoa
emergindo do mar, com os cabelos largos, abertos pela água, cercado de peixes.
De imediato identificou o Major. Era
como uma declaração de amor.
Vocês combinem
entre vocês como querem expor.
No dia seguinte
quando entrou na casa, tudo estava em silencio, escutou duas pessoas
conversando, quando entrou no quarto, estavam os dois nus na cama. Começou a rir, bem que eu desconfiava.
Se sentou ao pés
da cama, como se nada, fizeram a reunião ali. Pai honestamente gostaria que
fosse uma exposição única, mandei as fotos de tudo para Paris, o de lá nos
oferece sua galeria, lembra-se como era grande.
Mas o daqui quer
um contrato, que nos prenderia a ele, isso nem pensar, se expomos um de cada
vez, o trabalho não terá logica.
Chamaram o André,
Daisy, Jack para conversarem, eles viram todos os trabalhos, concordavam que
tinha que ser expostos ao mesmo tempo.
André ainda
brincava com o irmão, ser muso de um artista, isso é amor demais. Nessa noite,
ele ofereceu ao Paul, um anel, para selar definitivamente o amor dos dois.
Nunca se cansavam
um do outro.
Levaram uma surpresa,
na semana seguinte chegou o dono da galeria de Paris, olhou tudo, conheço uma
pessoa que gostaria de expor aqui, depois eu levaria para Paris, ou vice versa.
Telefonou, logo
apareceu, um homem que parecia um leão, uns cabelos imensos crespos, faziam uma
juba. Se conheciam a muitos anos de
feiras de arte pelo mundo inteiro.
Não sou o mais
famoso da cidade, mas minha galeria trabalho com gente jovem.
Quando viu todos
os quadros, de vez em quando batia as mãos nas pernas. Fantástico.
Minha galeria,
tem a mesma forma deste studio, podemos fazer igual, colocar em ordem como
vocês queiram, depois usarmos painéis nas laterais.
Quando Jack
entrou, ele ria, eu fico com o original, apesar de ser uma brincadeira, ele
rosnou, eu sou do Paul de mais ninguém.
Quase correu para
se esconder atrás dele.
Foram olhar a
galeria, Jack pediu desculpas, mas não queria ir à inauguração, vão me olhar
como um objeto. Me perdoa.
Claro que sim, eu
quis demonstrar meu amor por ti, com estas dentro da minha cabeça. Farei o seguinte os quadros vão, mas eu fico
contigo aqui, eles que brilhem sozinhos.
Os outros foram a
vernissage, mas ele ficou com o Jack.
Seu seguinte
trabalho, foi ajudado por ele, bem como Baby, ia pela zona que viviam os
negros, ia retratando as pessoas, pedia antes licença educadamente, mas por
estarem com ela, serem conhecidos, era fácil.
Foi um dia numa
obra que fazia o Peter, com todos os homens suados pelo calor trabalhando, fotografou
cada um depois o conjunto de todos juntos.
Major foi com
Brad a Paris, para fechar seu apartamento, ao mesmo tempo comprar material,
aproveitou, fez contatos em Berlin, Londres, foram os dois a muitos museus.
Quando chegaram
contaram que tinham se casado em Paris, ali não valia, mas tudo bem.
Ver seu filho
feliz era o que lhe importava.
Já tinha o
trabalho bem adiantado, estava trabalhando de uma maneira diferente, todos os
quadros eram em sépia, como se fosse fotografias de antigamente.
Fez uns cinquenta
quadros, Major de novo mandou tudo para Paris, mas antes fez a exposição na
mesma galeria, deste vez foram os dois. Metade se vendeu ali, ele encaixou mais
uns quantos que foram para Paris.
Todo o dinheiro
foi dado para a escola da vila ao lado, bem como montar um centro de saúde, o
dinheiro era administrado por uma associação presidida pela Baby. Ele não ficou com nenhum tostão, explicou ao
Jack que não precisava.
Estava se
sentindo muito cansado, foi a um médico, depois dos exames, não eram muito
entusiasta, teria que fazer um transplante, esperavam um doador que fosse
compatível com ele.
Mas faleceu
dormindo nos braços do Jack.
O advogado tinha
a distribuição de sua fortuna. A casa
além do studio, eram de seu filho, para o Brad uma soma em dinheiro para que
ele continuasse aprendo sempre. Seu
filho não precisava, uma parte era para o Jack, mas a maior parte era para a
fundação da Baby.
Deixou uma carta
ao Jack, pedindo desculpas por ir embora, mas tinham sido os melhores anos de
sua vida, nunca deixarei de te amar.
Este esteve
fechado em si mesmo muito tempo. Um dia
de temporal, desapareceu com sua prancha. Deixou uma carta dizendo que para ele
era impossível viver sem o Paul, sentia muito, mas era o melhor.
Foi encontrado
dias depois deitado em cima de sua prancha, em alto mar, por um navio.
Paul tinha sido
cremado, suas cinzas no mar, ele pedia igual fim.
Na cerimônia o
André dizia que seu irmão só tinha sido feliz, desde o dia que encontrou o
Paul, esses anos deles juntos foram fantásticos, recuperei meu irmão, com
alegria de viver. Mas entendo o que fez, só se é feliz junto a pessoas que
amas.
Major que tinha
ficado abalado com a morte do pai, que tinha recuperado, seguiu vivendo ali
para sempre com o Brad, estava feliz.
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