FRANC-
TIREUR
FRANCO TIRADOR
Jean-Pierre,
nunca sabia se o fato de ter aprendido atirar desde criança, tinha sido uma
bendição ou maldição. As vezes sentia que fazia no automático, para
poder controlar depois a carga que vinha.
Os objetivos nunca eram escolhidos por ele, mas sim pelos superiores.
Nunca
sabia absolutamente nada, da pessoa, se tinha família, se acreditava em Deus ou
Maomé, ou qualquer informação a respeito, quando muito lhe dava uma fotografia,
seus hábitos, nada mais.
Tinha
vivido uma infância feliz no campo com seus pais, eram pessoas fantásticas, uma
casa aonde o bom humor, bem como o trabalho eram importantes. Ia todos os dias a escola da vila mais
próxima de bicicleta, depois a secundária, ia de ônibus, ainda hoje em dia,
tinha dias que preparava um sanduiche como fazia sua mãe, com carne assada,
cortada muito fina, com cebolas por cima, o que mais houvesse na
geladeira. Sempre tinha alguém que
passava ficava olhando com olhos grandes sua refeição. Depois que saia da escola, ia trabalhar,
principalmente no inverno, num oficina de carros, aprendeu com os olhos
fechados, adorava sentir o cheiro da gasolina,
primeiro escutava o ruído do motor, ia direto aonde estava o problema,
dizia que era como sentir o vento quando tinha que atirar.
Atrás
da propriedade de seu pai, existia um castelo, com uma imensa floresta, tudo
estava abandonado. Tinha aprendido com
seu pai, a esconder-se esperar pelo animal, um javali, ou mesmo um veado, era
capaz de ficar sem se mexer muito tempo, raro era o dia que voltava de mãos
vazias.
Tinha
aprendido tudo com seu pai, o que ele nunca soube foi sobre a vida de seus
pais, até que morreram, levou um puta susto.
Os
dois morreram num acidente besta, desses que acontecem nas estradas rurais,
vinha de uma reunião da cooperativa de produtores, quando numa curva saiu um
imenso trator, nem teve tempo, morreram os dois, bem como o que conduzia o
trator, pois caiu num desfiladeiro.
Nevava
nessa noite, só descobriram os corpos, porque ele estranhou os pais não
voltarem, chamou a polícia, mas sabia que com duas pessoas na vila para atender
todo mundo, não teve dúvida, saiu
caminhando em direção a estrada, sabia o quanto essa era perigosa no inverno,
Foi ele quem encontrou os pais, mortos, congelados pelo frio.
Foi
quando descobriu que seu pai era o herdeiro do Castelo, portanto dono de
tudo. O grande problema, era que deviam
horrores de impostos ao governo, fazendo as contas, ele achava mais fácil,
vender para o mesmo a troco de banana.
Seu pai nunca tinha se interessado em restaurara nem a casa que viviam simplesmente,
tampouco o castelo.
Agora
pensava, quando era criança, ia brincar no castelo, seu pai dizia que não devia
ir, porque era um lugar maldito, só
sobravam os alicerces do mesmo, nada mais.
Como
era menor de idade, teve que esperar para resolver a situação, lhe faltavam
dias para completar os dezoitos.
Conseguiu com o juiz, que autorizou ele esperar sua maioridade
trabalhando, vivendo na casa de seus pais.
Foi até a biblioteca, para se informar a respeito da família, nunca
tinha notado que seu apelido casava com o nome do castelo.
Era
uma história cheia de intrigas, traições, lutas por causas idiotas para uma
mentalidade de hoje em dia. Ia até seu
bisavô, dele tinha herdado o nome Jean-Pierre D’ Anecy, houve épocas que os vinhedos produziam
bastante, mas desde que se lembrava a produção era para uso só da família.
Foi
difícil resolver o problema, a dívida era imensa com os atraso a anos de
impostos sobre a propriedade. Nem a casa
que viviam estava bem, estava mais para ser demolida.
Tudo
que salvou da casa, foi uma caixa que sua mãe tinha muito bem escondida, lhe
dizia, nunca deixe teu pai se aproximar do nosso esconderijo. Nela encontrou documentos que falavam de
outra propriedade, nas ilhas Guadalupe, guardou tudo isso no banco aonde
depositaram o dinheiro da venda de tudo.
Tirou
um pouco para o início de vida em Paris, queria saber como era viver numa
cidade grande. Mal chegou, fez um curso, queria ser policial, tinha um corpo
estupendo, de quem trabalha no campo, passou nas provas prática, mas nas
teóricas, o orientador lhe disse que faltava malicia, vivência. Era mais fácil ele entrar para o exército,
quem sabe depois o poderiam aproveitar.
Com
isso, acabou voltando a região aonde vivia antes. Estavam encantados com ele, pela prática que
tinha de tiro, saber conduzir veículos diferentes, como um Peugeot 3008 DKR, pelas
dunas de areia. Quando descobriram sua
capacidade de franco atirador, recebeu um treinamento especial para esse tipo
de arma. Como ele dizia era como ir a
guerra sozinho, nunca estava acompanhado em suas missões. Quando o mandaram para o Mali, por causa dos
problemas que os soldados de lá enfrentavam, logo se adaptou, rapidamente
aprendeu a falar dois ou três dialetos que usavam na região.
Ele
mesmo reparou o único carro que poderia usar, normalmente o escondia a quase um
quilometro de aonde teria que agir, suas duas primeiras missões foram
relativamente fáceis, teria que matar dois chefes de tribos Tuaregs, o que era
complicado, pois normalmente estavam cobertos, só com os olhos de fora.
Achou
melhor fazer isso de noite, de dia se escondia, de noite saia para
observar. Usaria uma lente própria para
a noite. Teria que encontrar alguma
coisa que identificasse a vitima.
Nas
vésperas de executar a primeira ordem, ficou observando que o mesmo, usava um
símbolo, pendurado no pescoço, desenhou o mesmo num caderno, para observar os
outros homens se usavam o mesmo, viu que não.
Esperou de noite, determinado momento o homem saia de sua tenda, para
observar o céu, como procurando alguma coisa.
Na segunda noite ele fez igual, acertou um tiro entre as duas sobrancelhas,
nenhum ruído nada, só o homem que caiu de costas, saiu rápido dali, caminhou na
escuridão aonde estava seu veículo, se afastou em direção oposta aonde poderiam
procurar por ele. O comandante em
pessoa lhe felicitou, depois foi mandado com as forças da OTAN, que estava
operando no Sudan, devia liquidar o homem que comandava do tráfico de
escravos. Ele só tinha uma foto como guia, tinha
observado que o mesmo tinham uma tatuagem nas costas da mão, se separou do
grupo, virou uma sombra do grupo, usava uma chilaba, velha como todos dali,
tinha escurecido sua cara, levou uma
semana, até que um dia o viu com o que fazia no negócio final, discutiam os
dois, se afastando das tendas, o que lhe deu pena, foram os garotos, mulheres
que iam ser vendidos de escravos. Avisou
aos soldados, matou os dois em segundos, os soldados entraram, resgataram os
escravos. O comandante depois lhe dizia
que era complicado, pois a maioria dos garotos nem sabiam de aonde tinham
vindo.
Assim
levou anos, de um lado para outro. Ora
Mali, Sudan ou qualquer outro pais que estivesse em conflito. Sempre era o mesmo, ver as miséria como eram
tratados todos os escravos ou pessoas capturadas.
Quando
voltou a Paris, se apresentou na polícia, com recomendações de comandantes que
tinha trabalhado. O colocaram em
anti-vicio, alugou um apartamento pequeno, bem jeitoso, que ficava de esquina a
margem do Sena, o que era perfeito para ele.
Podia ir andando para a delegacia, mas comprou uma moto, de última
geração, assim poderia se mover rapidamente.
Um
primeiro caso que atuou, tinham recebido um sopro de um informante sobre uma
entrega de drogas, num beco, seria de madrugada. Localizou o mesmo, conseguiu subir para o
telhado, examinou o mesmo detalhadamente, viu que tinham preparado uma arapuca
para um dos bandos não sabia quem tinha preparado. Resolveu ficar quieto, a ordem era pegar
somente os que compravam, deixar escapar os traficantes. Ficou com a pulga atrás da orelha.
Pensou
muito, em sua cabeça como tudo estava pronto, pensou, eles não vão atuar
amanhã, sim hoje.
Se
preparou a consciência, todo vestido de negro, com a arma escondida numa bolsa
negra, ficou no lugar mais escuro do telhado.
Não deu outra, horas antes subiu um homem, examinou o que estava ali
preparado, pelo que ele tinha visto, o objeto cairia sobre um dos carros ou
fecharia a parte traseira da rua estreita.
Os que estava do outro lado poderiam sair. Entendeu a jogada, faziam a troca, matavam o
que vinha pela esquerda, sairiam tranquilamente com as drogas bem como o
dinheiro.
Se
moveu como uma sombra, escutou o homem que estava ali perto dele, dizendo que
estava tudo preparado, hoje forramos a bota, vamos ficar cheios de dinheiro.
Aplicou
um golpe na nuca do sujeito, o deixando desacordado, viu que o mesmo era um
policial, não de sua delegacia, mas de alguma outra.
Se
perco tempo agora tentando avisar, estarei fudido.
Resolveu
o usar de contra peso. O levou para o
extremo oposto, estirou a corda que soltaria uma placa de metal em cima do
outro carro, ou fecharia a saída.
Esperou,
viu primeiro o carro entrando carro da esquerda, viu que a placa cairia na
traseira do carro, talvez se estivesse alguém dentro. Segundos depois escutou o ruído da rádio
falando todos a postos. Um pequeno
comentário, nosso homem, avisou a polícia que isso acontecera amanhã, mas todo
cuidado é pouco.
Quando
desceram os homens para negociar, os que tinham entrado primeiro tinham o carro
ao contrário, abriram a traseira, aonde se via pacotes de algo branco. O da direita abriu uma maleta com dinheiro.
Ele
se situou no meio, viu que o que devia ser do grupo dos policiais, dando um
sinal para o que estava em cima, ele fez
um movimento, as duas coisas aconteceram ao mesmo tempo, de um lado a placa, de
outro o policial, que caiu os quatro andares em cima do capo do carro.
Foi
um susto geral, começara a atirar entre eles, observou que todos tinham silenciadores,
então o ruído era diferente. Focou o que
parecia chefe do bando policial, atirou acertando como sempre a cabeça, fez o
mesmo com o negro do outro lado. Só sobraram dois que estava atrincheirados ao
lado do carro, teve um segundo de dúvida, sobre em quem atirar primeiro, mas
quem moveu peça foi o do bando dos traficantes, atirou nas pernas do outro, ao
mesmo tempo que ele o liquidava.
Desceu, com a mão com luvas, pegou o revolver de um polícia, acabou de
executar o que estava vivo.
Já
se escutava ao longe a polícia chegando, colocou uma granada no meio das
drogas, pegou a maleta, se mandou. Tinha
deixado sua moto estacionada num outro lugar, foi andando calmamente pela rua,
contra uma enxurrada de gente, que ou vinha ver o que tinha acontecido ou
procurava ir embora.
Montou
na sua moto, deu uma volta imensa. Quando
chegou em casa, lhe chamaram, dizendo que tudo tinha sido uma armadilha, nos
disseram amanhã, quando devia ser hoje.
Ele
não disse nada, tinha inclusive recolhido o casquilho das balas usadas, como
tinha usado luvas o tempo todo, não havia como encontrar impressões digitais
suas. Inclusive usava nesses casos um
tênis normal.
Tomou
um banho calmamente, foi se reunir com seu grupo. Alguém escapou, pois o dinheiro sumiu. Não
sabe o susto que levamos, quando se levantou o porta-malas, explodiu algo,
fazendo com que a cocaína ficasse toda no ar dentro do carro.
Os
outros quem eram?
Aí
está o problema, eram policiais de uma delegacia ao sul da cidade. O que faziam aqui, é um enigma.
No
dia seguinte, guardou todo o dinheiro numa caixa de banco, queria ver o que
acontecia, a coisa era esperar.
Sem
dúvida nenhuma começou uma guerra de bandas, a delegacia dos policiais mortos,
entrou sobre regime de verificação, foram descobertos mais corruptos. Alguns
suspendidos, outros expulsos, alguns para a cadeia. Analisaram como tudo se torceu, eles tinham
o sopro para o dia seguinte. O
Informante foi achado no Sena, tinha sido assassinado antes, pelo que ele tinha
entendido, por ter escutado a conversa através do rádio, a ideia era desqualificar
sua delegacia. Chegariam talvez
encontrassem os que compravam a droga assassinados.
Trabalhou
10 anos nessa delegacia, estava farto, pois os ascensos eram mínimos, os
inspetores bem como o pessoal ia se acomodando, tudo ficando no marasmo.
Pediu
uma transferência, mas lhe foi denegada.
O jeito foi pedir para outra cidade, o conseguiu para uma cidade pequena
no sul, devia ter ido antes, pois o problema era o mesmo, carros velhos, gente
da velha guarda, os policiais eram amigos dos que manejavam tudo, enfim.
A
única coisa que lhe serviu, retirou o dinheiro guardado na caixa do banco, foi
colocando comodamente em vários bancos que tinha conta. Uma grande parte, guardou junto com a caixa
que tinha herdado da mãe.
Pensou,
daqui não sai nada. Estava para pedir as
contas, quando foi chamado do palácio de justiça de Paris, o queriam para
investigar uma serie de confusões envolvendo policiais, traficantes.
Nunca
tinha muita bagagem, era fácil mudar de pele.
O
trabalho, era de observação, sem se envolver, seguir ou perseguir certos
policiais. Conversou com o que comandava
essa brigada, podia ser que os policiais se cansassem do trabalho, arriscado
por ter um salário de merda, o dinheiro sempre corrompe as pessoas.
Isso
não importava aos que mandavam, ficou sim trabalhando com um Fiscal, que em
qualquer caso analisaria com ele o material que encontrasse.
Lhe
deu uma lista de policiais de uma delegacia, que ficava perto de Notre Dame, na
beira do Sena. Como um simples observador, as vezes
sentava-se pescando, tinham autorizado que conseguisse uma moto de grande
velocidade.
Começou
a seguir os dois primeiros que faziam dupla, na região que trabalhavam tudo
bem, mas observou que quando saiam do trabalho, se dirigiam a Belleville, um
bairro mais afastado. Ali serviam fora de seu horário a um chefão do tráfico da
região. Era um negro de quase dois
metros de altura, puro musculo, frequentava sempre o mesmo ginásio, que ao
pesquisar, pertencia ao mesmo. Subiu a
parte de cima do edifício ao lado, verificou que o local era imenso, muito
maior que o espaço usado pelo ginásio.
Deu a volta no quarteirão, tinha fazendo frente com os fundos, um
Bristô, ficou ali tomando um vinho, observando o movimento, era interessante,
pois quando saiam olhava de um lado a outro, para frente faziam sinal a um
negro com barbas que estava sempre com um terço mulçumano na mão, com um copo
com chá.
Entendeu,
este avisava se tinha alguma coisa errada.
Verificou
o pessoal que saia, depois de um dia de trabalho, passou a ir em vários
horários, usava agora, os cabelos muito curto, com um gorro como o que usava o
vigilante, ao entrar o cumprimentava “As Salamu Alaikum”, o outro respondia
como um ritual.
Por
duas vezes mandou servir chá para o outro, bem como pediu para si mesmo. Por duas vezes os dois policiais vieram falar
com esse homem, usava um sistema de gravação altamente sofisticado.
Entendeu
que o mesmo funcionava como um vigia, ao mesmo tempo era ele que pagava aos
policiais seu trabalho. Ficou curioso,
pois para todos os efeitos o chefe era o mais jovem, mas quando viu um encontro
dos dois, verificou que não o outro lhe dava ordens. Em voz baixa, inclusive comentou com ele,
que não achava interessante esses dois policiais servirem de guarda costas,
pois podiam estar fazendo jogo duplo.
O
mais jovem se sentou ao seu lado, ficaram conversando, falando de um
carregamento que estava para chegar.
Mostrou ao fiscal todas as gravações, ele passou a informação para o
controle de aduanas. Nome do Navio,
container, tudo.
Esses
alegaram que não existia esse container no navio.
De
novo escutou o mais jovem falando com o mais velho, realmente alguém nos
dedurou, por sorte o da Aduana, declarou que não existia esse container.
Ele
nem precisou fazer nada, os próprios deram cabo dos dois policiais, pois
desconfiavam dele.
O
fiscal disse que não era isso que queriam, queriam pegar os mesmos com a mão na
massa, quando ele falou do de Aduanas, como sempre passou a informação para
frente.
Isso
não pode dar certo, foi falar com o juiz que o tinha chamado, a maneira como
vocês trabalham está errada, o fiscal escuta as informações, passa para frente,
não age, se não fazemos nada, acredita que os outros farão.
Da
próxima vez, verifique o que faz o fiscal.
Descobriu que o mesmo levava uma vida acima de sua condição, que seu
salário não cobria a mesma.
Foi
verificar como ele tinha chegado a esse setor aonde estava. Tinha sido justamente indicado por uma das
pessoas que justamente tinha sido chefe de uma delegacia. Quando checou os papeis, era uma quantidade
de informações incorretas com relação ao mesmo.
Falou
de novo com o Juiz. Este o mandou
prender no calabouço da site, que estava sobre sua jurisdição. Quando interrogado, ele acabou confessando
que passava as informações a esse delegado, que mandou que ficasse justamente
de olho no Jean-Pierre.
Sentou-se
com o Juiz, Marc D’Saint Malo, a quem pediu, como tinha decidido esse trabalho,
quem estava na reunião, inclusive os funcionários, como secretárias etc.
Lhe
autorizou a arrumar gente para montar um esquadrão. Ele foi objetivo, se for aqui dentro da Cité,
não vai funcionar, pois tudo vaza, sempre se observa qualquer movimento. Eu mesmo quando passo pelos corredores, sei
que sou observado, quando venho falar com o senhor, sei que estão prestando
atenção como dizendo o que faz este aqui.
Dois
dias depois conseguiu a autorização para montar como quisesse o seu grupo, bem
como usar os meios que necessitasse.
O
primeiro que fez, foi contatar com um grupo de soldados que tinham trabalhado
com ele, em diversas operações. Um
deles era um puto especialista em Hackear tudo.
O usou como um pretexto, era um negro alto, magro, parecia que tinha
sempre fome, entrou com ele algemado na Cité, o levou para falar com o
Juiz. Lhe fez sinal de silencio, quando
o outro tirou um aparelho do bolso, começaram a tirar as escutas que estavam na
sala.
Por
isso sabem do que falamos. Só não sabem como atuo. Ou seja sabem todos os movimentos do Senhor.
Este
ficou uma fúria. Chamou seu secretário,
esse quando viu Jasmim, assim se chamava o soldado com o aparelho na mão,
tentou fugir.
Mais
um para o porão da Cité. Confessou que
estava sendo obrigado a isso. Era o
mesmo a quem dava ordem ao fiscal.
Está
em cólicas, pois para todos os efeitos o fiscal desapareceu, no dia seguinte,
Jasmim chegou a trabalhar, muito bem vestido, para todos os efeitos era o novo
secretário do Juiz.
Fazia
uma varrida na sala antes desse entrar, fizeram uma série de procedimentos,
trocar fechaduras, tudo que se podia fazer nesses casos.
Um
dia ele saia, do trabalho, foi abordado por um policial, queria saber como
tinha conseguido esse emprego. Com a
cara mais simplória do mundo, disse que estava inscrito na lista de desemprego,
que lhe tinham chamado para ocupar esse lugar de secretário, pois o anterior
tinha desaparecido.
O
outro imediatamente lhe perguntou se queria ganhar um dinheiro por fora. Ele fez cara de dúvida, os que gravavam o
vídeo, riam, puta ator esse Jasmim.
Olha
não quero perder esse meu emprego, a vida tá difícil, mas isso não sei se é
correto.
Lhe
ofereceram um bom dinheiro. Nisso um
agente soprou um dardo que colou no pescoço do outro, tudo que o policial
escutou, foi “o senhor se sente bem, espera que vou chamar uma ambulância”.
Quando
despertou, estava num hospital, ou algum lugar parecido com um hospital.
Lhe
interrogaram, com as técnicas que o exército usavam que não era nada
politicamente correta. Mais um que
desaparecia.
Dois
dias depois Jasmim, saia do trabalho, desta vez, era abordado justo pelo homem
que estavam atrás, este lhe perguntou pelo policial.
Estava
aqui falando comigo, se sentiu mal, chamei a ambulância, que o levou para o
hospital, inclusive deu o número da placa da ambulância.
O
outro olhava com cara de interrogação para ele, não parecia acreditar muito,
quando Jasmim se afastou deu uma ordem para atirarem nele.
Jasmim
escutou, se escondeu atrás de uma parede.
Quando esse delegado agiu, era tarde, um dardo lhe pegou no braço, ainda
tentou se livrar dele, mas caiu.
Enquanto
isso seus homens capturavam o que estava atirando no Jasmim.
Desta
vez o interrogatório, foi mais difícil.
Se
negava a falar, dizia que tinha costas quentes.
Depois
de três dias desaparecido, uma pessoa foi falar com o Juiz, se ele sabia algo
do desaparecimento do delegado.
Nem
sabia que tinha desaparecido, esse homem era um alto mando do ministério de
Justiça.
Mais
um para ser sequestrado.
Conforme
a coisa foi, capturaram todos.
O
ministro de Justiça, ficou impressionando, pois o alto mando, justamente era um
parente dele.
O
notava estranho ultimamente, pois começou a gastar muito dinheiro.
Montaram
uma operação, ele voltou a frequentar o bistrô, o homem depois da saudação lhe
perguntou aonde tinha andado. Lhe disse
que levava caminhões através de França, para atravessarem para Marrocos. Estava cansado, pois a viagem desta vez
tinha sido complicada, muito controle da polícia.
Foi
sentar-se na sua mesa. Gravou esse
falando com o outro, creio que consegui um condutor para tirar o caminhão com o
container do porto.
Depois
veio falar com ele.
Perguntou
se queria ganhar um dinheiro extra, era um trabalho fácil, era só retirar um
caminhão do porto, levar até aonde estavam, mas tinha que ser de noite.
De
Le Havre para cá. Ou seja a droga agora
entrava por cima.
Lhe
perguntou quando? Esta noite mesmo.
Aceitou,
lhe pagavam cinquenta por cento adiantado.
Lhe deram todo o contato, como devia proceder.
Le
levaram de carro até o porto, entrou, se apresentou, lhe deram a chave do
caminhão. Mal saiu, seu instinto como
sempre saltou, alguma coisa estava errada tudo era muito certo. Viu que o caminhão estava sendo seguido. Aqui tem alguma coisa errada, começou a
fazer como se o caminhão tivesse algum problema, entrou no primeiro posto de
gasolina, abriu o motor do caminhão. A
primeira coisa que descobriu, foi um gps de seguimento, o seguinte é que tinha
o cabo de freio cortado, se romperia logo.
O carro que estava a distância, estava ali parado observando. Entrou com se fosse tomar um café. Saiu pela
porta dos fundos, deu uma volta abriu a porta traseira do carro, os dois homens
tentaram reagir. Meteu uma bala na cabeça de cada um.
Nem
eram policiais, tampouco gente dos árabes.
Voltou, subiu em cima do caminhão, abriu uma parte de cima, estava vazio
completamente. Por isso sentia o
caminhão sem peso, essa gente não sabe com quem está lidando. Voltou ao carro agora abertamente, colocou os
dois homens no porta-malas, revisou o carro inteiro. Viu que os dois tinham seu celular como uma
câmera de dentro da cabine.
Que
merda é essa?
Revisando
o carro, encontrou uma bomba lapa, a usou no próprio carro, viu que a mesma
seria acionada pelo celular de um deles.
Justo
ao lado do posto de gasolina, tinha um armazém de carros usados, procurou um
daqueles que ninguém dá atenção, porque só os pobres o tinham.
Fez
uma ligação, mas antes abriu seu celular, para ver se não tinha nenhum sistema
ligado, usou seu cartão no telefone do outro homem. Falou com o homem de seu grupo que mais
confiava, que saíssem imediatamente de aonde estavam, que deixassem as portas
abertas, para os policiais que estavam ali, marcou um ponto para se
encontrarem. Disse a ele, temos um dentro
do grupo.
Saiu
com o carro, quando estava voltando para a estrada central, detonou a bomba.
Inclusive o caminhão que dirigia, por não ter peso, virou de lado.
Filhos
da puta, entendeu a jogada, era a ele que queriam caçar, o porquê não sabia.
Foi
para o ponto aonde tinha marcado, mas antes deixou o carro, entrou pela entrada
especial para o lugar que tinha seu rifle escondido.
Chegou
muito antes de todo mundo. Acoplou no rifle um sistema que tinha desenvolvido,
como uma pequena antena, podia escutar o que falava a uma certa distância.
Quando
todos chegaram, inclusive o Jasmim, o que ele estranhou era estar o juiz junto.
Queria
saber por que tinham que se reunir ali.
Quando
escutou o Juiz falando, entendeu, ele estava limpando o campo para uma
investida, sabia que ele reuniria seu grupo.
Desceu
tranquilamente, foi ao seu esconderijo, ficou ali uma semana, escutou a
conversa muitas vezes, queria entender o que se passava.
Não
poderia sair do pais, como se nada tivesse acontecido. Tampouco entenderia por que seus homens o
tinham traído. Ou tem muito dinheiro por detrás disso, ou tem outra coisa que
não entendo.
Não
acessou nenhum site no seu laptop. Tudo
que fez, foi entrar justamente na sala do Juiz, apesar do Jasmim ter limpado
tudo, ele tinha colocado posteriormente uma câmera de vídeo, que passava
desapercebida, pois estava no alto, tinha uma visão de 360 graus.
Escutou
a conversa dele com o Jasmim. Como ele
pode perceber alguma coisa.
Jasmim
ria, você não conhece teu parente, ele tem uma coisa que falta a muita gente,
instinto.
Deve
ter desconfiado de alguma coisa. Tua
montagem não foi perfeita.
O
idiota iria ser condecorado, mas eu ficaria com o titulo que lhe tocava, por
parte de nosso avô. Ficou com a boca
aberta, quando o juiz se aproximou do Jasmim, lhe beijando na boca.
Ai,
estava. Mas que merda era essa de
título.
Eles
tinham perdido tudo, que ele soubesse seu pai era filho único.
Rasurou
totalmente a cabeça, chegando a raspar como se faz uma barba, sem pelo nenhum,
procurou ali alguma roupa diferente, sempre tinha coisas que tinha comprado em
algum lugar, viaja sem nada, mas ali, era como um camarim de um teatro. Estava tudo que existia em sua casa.
Saiu,
mais parecia um rabino, foi em direção, a cite, apresentou seu documento,
ninguém lhe pediu nada, deixou que a câmera de vídeo lhe gravasse
tranquilamente, usava um óculos especial desses que parecem fundo de garrafa,
mas que no centro ele via perfeitamente, sabia que quando a câmera focava esse
óculos, distorcionava o que via.
Passou
por todos, entrou num banheiro, montou rapidamente uma arma, com plástico 3D,
entrou na sala aonde estava Jasmim, lhe acertou um tiro no meio das
sobrancelhas, sabia que essas armas eram como de criança, não faziam ruído. A bala apesar de ser de plástico, matava.
Abriu
a sala do Juiz, estava falando pelo celular, fez um sinal que entrasse. Esperou um segundo para saber com quem
falava, entendeu, fez um gesto com a mão de silencio, apertou o gatilho o Juiz
caiu para trás. Pegou o celular, escutou
do outro lado o que tinha sido seu antigo chefe, temos que encontrar aonde está
esses milhões que ele roubou. Ao mesmo
tempo estamos limpando o mercado de competidores.
O
deixou ali falando, saiu tranquilamente da Cite, se dirigiu aonde estava sua
moto, tirou o chapéu de judeu, colocou numa lixeira, colocou um capacete, foi
para seu esconderijo.
Ficou
escutando a rádio, agora entendia, já tinha descoberto que ele tinha o dinheiro
do atentado. Também porque não o
deixavam ascender na delegacia, lhe entregado casos para resolver medíocres,
queriam que ele se traísse.
Mas
agora envolver juízes, seus amigos, tinha algo mais atrás disso tudo.
Nenhum
noticiário, mencionou o assassinato do Juiz.
Acedeu a câmera de vídeo, viu que eles continuavam no mesmo lugar. Sentado na sua cadeira com um tiro na testa.
Deixou
a imagem parada, quando foi de noite, entraram na sala, dois dos seus antigos
homens, disfarçados de limpadores, colocou tudo para gravar. Já traziam o Jasmim da outra sala, colocaram
os dois em dois carrinhos da limpeza, para retirarem dali.
Parou
para pensar, analisou cada detalhe, a sala do Juiz era a mais escondida, na
porta só tinha uma placa Juiz Charles D’Obrey, que tinha isso a ver com seu
nome.
Buscou
através de um celular, de pré pago, o nome, dizia sua fecha de nascimento, bem
como sua morte, no ano anterior.
Rapidamente
se desfez de tudo. Esses idiotas não sabiam que ele tinha usado o dinheiro o
depositando em vários bancos diferentes, com nomes diferentes, que tinha um
acesso com seu cartão de credito. Todo
esse dinheiro, estava como sendo investido continuamente, não em ações, mas em
rendimento normais, como eram valores bons, por menor que fosse a aplicação
aumentavam consideravelmente. Nem a
conta que tinha no banco com a caixa forte, era em seu nome verdadeiro.
O
homem que tinha feito todos esses documentos para ele, lhe devia favores, mas
tinha morrido a mais de dez anos.
Cortou
a barba mais curta, bem perfilada, ficava parecendo um executivo.
Com
um dos cartões de créditos, alugou um furgão, desses de transporte, negro, com
vidros tintados, fez um jogo, sabia que só tinha aquele, argumentou que não
gostava de vidros tintados, mas o homem fez força para o convencer de ficar com
o mesmo.
Passou
várias vezes diante do lugar que vivia o seu antigo chefe. Viu que o edifício estava basicamente
cercado, sabia o andar que ele vivia, subiu a uma varanda no edifício diante,
ficou observando, por várias vezes ele vinha a janela, olhava para baixo para a
rua, mas nunca para cima. Apesar de ser
de noite, ele estar vestido de negro, com um capuz negro, poderia ser
descoberto se tivesse alguém em alguma varanda do edifício, vasculhou o mesmo,
viu que não tinha. Era quase meia noite, quando ele se enquadrou
na janela, falando com alguém no telefone, estava irritadíssimo. Como ninguém ainda não sabia aonde estava.
Filho
da puta, deve ter saído do pais.
Foi
nesse momento que apertou o gatilho, viu o sujeito ser jogado para trás, seu
melhor amigo do tempo do Mali, apareceu no ângulo certo, não teve dúvida, mais
um.
Desceu
rapidamente, desapareceu no furgão, tinha retirado a placa. Só voltou a coloca-la antes de devolver o
mesmo.
Voltou
para seu esconderijo, ficou quieto, só saia cada dia com um disfarce diferente
para comprar comida. Mas nunca no mesmo
lugar, que tampouco tivesse câmeras de vídeo na rua.
Passando
por uma banca de jornais, viu um jornal sensacionalista, falando por uma gang
de policiais que tinha roubado dinheiro do governo, para uma operação, que
agora se descobria que esse dinheiro estava outra vez em circulação.
Ah,
começou a rir, eu depositei, claro o dinheiro entrou em circulação, mas nunca
saberiam de aonde tinha saído. Isso não
se registrava.
Experimento
todos os cartões, em lugares diferentes, bem como entrou em sua conta através
de cyber café. Tudo estava intacto.
Se
fosse o caso, já teriam tomado posse do mesmo de alguma maneira.
Quando
ele tinha dado ordem para que os prisioneiros fossem soltos, não tinham
obedecido, aparecia numa manchete de jornal, lugar de limpeza de corruptos da
polícia. O mesmo de seu antigo chefe.
Em
momento algum falava em seu nome.
Retirou
dinheiro de todos os bancos, usando sua moto, preparou um viagem louco, foi a
Luxemburgo, levando esse dinheiro, o colocou tudo num banco que não fariam
perguntas, retirou o resto dos bancos que tinham filial lá, colocando em Bancos
que tivessem filiais nos Estados Unidos.
De lá, foi para Frankfurt, com um dos seus passaportes, comprou um
bilhete para NYC.
Se
hospedou com outro documento num hotel, barato, mas limpo, desses que ficam
jovens estudantes que fazem viagem sem muito dinheiro.
Se
misturou pela cidade. Dali podia
consultar os jornais franceses, nenhum depois do primeiro momento falava muito
no assunto.
Trazia
com ele, o documento de propriedade da Guadalupe, queria ver como fazia para
chegar lá. Usou uma ideia maluca, um
cruzeiro que iria por essas ilhas. Não
era um barco imenso, mas valia a pena tentar.
Quando
desembarcou para um passeio desses guiados, visitou os lugares interessantes da
cidade, descobriu aonde era a propriedade da família, tinha um cartaz de se
vende.
Entrou
na agência que dizia que estava a venda.
Pediu informações, o homem lhe disse que no momento seu proprietário
estava sendo dado como desaparecido em campo de batalha, mas que o governo
local vigiava a mesma.
Embarcou
outra vez, seguiu no cruzeiro, precisava de tempo para pensar.
Alguma
coisa continuava não lhe cheirando bem, como podiam colocar à venda uma
propriedade que pertencia alguém considerado morto. E que o governo francês estivesse interessado
não enquadrava.
Muito
para pensar. O conteúdo da caixa de sua
mãe, estava com ele, nesta constava de uma livreta como se fosse um diário.
Sem
querer se lembrou de uma coisa que faziam em criança, que ela usava para testar
sua inteligência bem como seu raciocínio.
Ela escrevia uma história, que tinha outra história por detrás, ele
tinha que descobrir a outra.
Depois
havia outro ponto importante, porque seu pai o tinha basicamente treinado para
ser um guerreiro, para saber se defender, atirar, tudo como devia. Se parasse para pensar, tinha sido treinado
desde criança a desenvolver sua intuição, saber atirar, se defender em vários
tipos de luta, que o exército sem querer tinha aprimorado.
Começou
a raciocinar em cima da propriedade, do que eles falavam de maldição. Se lembrou de tudo que tinha pesquisado sobre
a família. O mais interessante, como ele
jovem o tinha fascinado em seu momento, em que uma antepassada tinha se casado
com um corsário da Córsega, que durante muitos anos, tinha tido também como
propriedade um castelo em Ajaccio, a segunda cidade da ilha.
Como
um estalo em sua cabeça, surgiu que tanto o que considerava seu amigo, como os
outros que o tinha traído eram da Córsega.
Num
Cyber café, pesquisou sobre isso, no período que se falava, os habitantes da
ilha, tinham muitos corsários entre eles, que atacavam os navios no
mediterrâneo. Um dos motivos porque
França usava mais os portos do norte, apesar de ter os corsários de Saint Malo,
mas esses a maioria trabalhavam para o Rei, só assaltando os barcos ingleses.
Todo
esse tempo trabalhava sozinho, raras vezes, operava juntos com os outros
soldados, mesmo assim era para lhes dar retaguarda.
As
missões vinham diretamente do comandante, que recebia alguma informação, ou a
pedido dos países.
Voltou
a se lembrar de um dos primeiros objetivos, o Tuareg que tinha matado, o
identificando com o colar.
Sem
o turbante o mesmo parecia um homem europeu.
Se lembrou que no meio do colar tinha alguma coisa que brilhava, quando
o focou parecia uma pedra. Tornou a se
concentrar para lembrar-se dos detalhes, no primeiro dia tinha acompanhado o
mesmo juntos com alguns homens a uma pista no meio do deserto, chegou um avião
pequeno, descarregou alguma coisa ali, que pensou que eram armas, depois
voltaram ao meio da dunas que usavam como abrigo.
Normalmente
os soldados quando vinham, por essa parte aberta, então eram alvo fácil para
eles. Que saiam como morcegos das dunas.
Será
que esses Tuaregs faziam tráfico de alguma coisa? Essa era a questão nunca recebia informação
suficiente antes, tampouco depois, como tampouco ficava para observar o que
acontecia em seguida.
Voltou
a se lembrar do golpe que tinha transformado, ficando com o dinheiro. No mesmo a maleta tinha uma parte oculta, mas
ali só achou um saco com uma numeração qualquer, será que ali estavam
escondidos diamantes. Fez sua memória
fotográfica, se lembrar de um assalto a um velho que transportava
diamantes. Todos estavam dentro de
pequenos sacos, com inscrições mais ou menos iguais, com o mesmo tipo, o homem
lhe explicou que significavam o tipo, o tamanho, bem como o peso.
Agora
lhe surgia a dúvida, será que os traficantes deviam ter entregado uma maleta
com diamantes, não o fizeram, pois o carro que tinha as drogas era da
polícia. Ou seja, no fundo devia ser
isso, buscavam os diamantes não o dinheiro em si, que não seria motivo para
tanto.
Só
tinha uma maneira de saber, era conseguir falar com o delegado que tinha mandado
seus homens fazer isso.
Quando
desceu do barco em Miami, sua cabeça tinha funcionado em várias direções, o
comandante do navio, lhe abordou, pois tinha sido um passageiro que tinha
ficado o tempo todo sozinho. Disse que
estava fazendo esse viagem para se curar de uma decepção amorosa.
Eu
entendo, mas a maioria vem com esse objetivo, mas procura outra pessoa.
Não
é o meu caso, sou uma pessoa ruminante, preciso analisar totalmente o que me
passa para poder seguir adiante.
Só
tinha duas possibilidades, o delegado estava em prisão, se o fosse visitar
chamaria atenção, sem querer tinha matado qualquer um que pudesse lhe
esclarecer.
Começava
a acreditar que talvez esses Tuaregs fossem o meio do caminho de tráfico de
diamantes para a Europa. Se fosse assim
teriam trocado de pouso, mas com certeza seguiam fazendo.
O
avião que tinha pousado no meio do deserto, era um bimotor, não muito novo, seu
piloto era um negro, acompanhado de outro.
Não tinham ficado mais que uns 20 minutos, porque os motores em momento
algum pararam.
O
jeito era ir a Mali.
Mas
teria que encontrar uma maneira de se armar, bem como conseguir informações.
Quando
desceu em Bamako, foi como ter voltado a sua casa, alugou logo um jeep, velho
que devia ter sido militar, mas exigiu que ele mesmo pudesse revisar o
carro. O homem depois que ele consertou duas coisas,
lhe pediu para dar uma olhada em um outro.
Foi como reencontrar um velho amigo, era o que ele usava nas missões,
perguntou como tinha conseguido, lhe disse que estava abandonado. Perguntou se tinha placas por ali, mudou as
mesmas, comprou do homem o jeep, ele mesmo tinha preparado o jeep, tinha feito
um bom negócio. Usou uma lógica, se o
jeep estava abandonado, quem sabe aonde escondia antigamente suas armas, ainda
seguiam lá.
Colocou
comida, principalmente barrinhas energéticas no jeep, água que era o mais
importante, deu uma volta imensa, para saber se não estava sendo seguido. O problema hoje em dia eram os Drones, pois o
exército o usava muito.
Depois
de verificar isso, se dirigiu a um velho caravasar abandonado, escondeu bem o
Jeep, ficou ali, quieto comendo, muito bem escondido observando. De noite quando não apareceu ninguém, foi ao
seu esconderijo, achava interessante ninguém ter conseguido encontrar. Mas estava
tudo lá. Estava dentro de uma chaminé
aonde se fazia fogo para cozinhar, limpou bem as armas que estavam ali, a
munição, foi como encontrar um brinquedo antigo.
Despertou
de manhã com um homem sentado aos pés de seu saco de dormir, o olhando fixamente,
vestia tão somente um taparabos, nada mais.
Falou
com ele em vários dialetos que conhecia, o homem fez um sinal, abriu a boca,
mostrou que não tinha língua. Colocou a
mão sobre sua cabeça, como por um passe de mágica passou a entender o mesmo.
Quando
te cortam a língua para que não se comunique com as pessoas estranhas, aprendes
a falar de outras maneiras, seja pela língua dos signos, bem como pela mente.
Venha
comigo. O homem o guiou até uma parte
do Caravasar, começaram a descer uma escada que estava tapada por um tufo de
espinhos. O Levou por um subterrâneo,
até uma grande gruta, lhe explicou que ali era um ponto de escape, se o
caravasar fosse atacado, que hoje em dia ninguém sabia de sua existência.
Venha,
fez uma fogueira, começou a conversar com ele.
Lhe disse que era a reencarnação de seu antepassado pirata. Ele não acreditava muito nessas coisas,
falou do seu instinto de sua maneira de analisar tudo.
Não
estás errado aqui era um pouso de uma rota de contrabando de diamantes, mas
liquidaste o principal controlador de tudo.
Alguém fora de Africa queria esse controle, mas a partir que liquidaste
o mesmo, ninguém mais confiou no teu povo.
Falou
da ação que ele tinha ficado com o dinheiro, na maleta devia ter diamantes,
disse pedras, mas o chefe desconfiava de uma arapuca, mandou um segundo seu
para ver como se saia.
Estão
até hoje procurando por isso, pois era uma quantidade muito importante de
pedras, mas estão distribuídas pela Europa, quando mencionava isso como que
desenhava um mapa.
Mas
teu destino é outro. Quando anoitecer, viras comigo, vou te preparar. Meu povo Dogon, não aceita muito que eu faça
essas coisas, por isso vivo a parte. A
muitos anos habito esse lugar.
Mais
abaixo, encontraram um lugar que tinha como uma corrente de água subterrânea,
os dois se banharam ali, a água era fria, mas cristalina.
Não
sabia por que, mas confiava nesse homem.
Acendeu uma pequena fogueira, com as primeiras brasas, que colocou num
recipiente de barro, colocou incenso retirado de uma bolsa que levava na
cintura. Soprou em direção a ele,
segurou suas mãos, os dois começaram uma viagem por todos os lugares que tinha
andado até o final.
Mostrou
aonde estavam as confusões. Em Paris o
objetivo era desacredita-lo totalmente para que ele fizesse uso de seu
dinheiro. Achavam que tinham os
diamantes.
Acredito
que deverias ficar fora de circulação um bom tempo, podes ficar aqui, levamos
seu motor, se referia ao Jeep para uma outra entrada. Assim poderás observar que vem atrás de ti,
quem são essas pessoas.
Assim
fez, borraram todas suas pisadas por ali. Um dia depois apareceu um comboio, de jipes
militares, examinaram tudo, acamparam ali pela noite, escutou através da
chaminé, a conversa de dois que não eram militares.
Se
ele não veio aqui, que é era seu pouso aonde estará. Um outro comentou que a não ser que já
tivesse partido, que o homem que lhe tinha vendido o jeep, tinha demorado muito
em soltar que ele tinha estado lá. Agora
não venderá mais nada.
Tinham
matado o sujeito por sua culpa. Filhos
da puta, se fosse por ele, sairia imediatamente matando todos, mas o mudo, lhe
colocou a mão num braço, balançou a cabeça em negativo.
Tinham
fechado de tal maneira o acesso para baixo, que por mais que procurassem não
iam encontrar a entrada. Depois
camuflado, os seguiu quando observavam tudo em volta, procuravam alguma coisa
sua. O comboio sem querer tinha borrado
suas marcas para chegar ali.
Se
acusavam um ao outro por isso, se ele esteve aqui, borramos nos mesmos.
Se
não está aqui, deve ter ido para Mauritânia, pois trabalhou muito lá, amanhã
iremos até lá, mas não, permaneceu ali, recebendo ensinamentos do homem.
Disse
que não o podia levar aonde estava sua gente, pois sem querer ele lhes criaria
problema. Teve um dia que escutaram o
bimotor passando, continuavam usar a rota do tráfico de diamantes. Precisava descobrir de aonde vinham.
O
jeito era ir até podia ser o novo aeroporto improvisado, ali não era
difícil. Buscou antes aonde podia estar
os Tuaregs. Não precisou ir muito
longe. Viu que tinha havido recentemente
um choque entre esses, bem como o grupo que o tinha estado procurando, não eram
do mesmo bando ao parecer.
Um
dos homens ainda estava vivo, usava justamente um cordão com uma placa como ele
tinha visto no outro. Realmente no
centro tinha um diamante. Tirou o
turbante do mesmo, era loiro, o confundiu com alguém, começou a falar em
dialeto da Córsega, com ele, que tinha sido traídos pelos de Paris. Estava preocupado pois hoje chegaria outro
avião, colocou a palma da mão sobre sua cabeça, o homem tinha lhe ensinado
isso, conseguiu entrar na mente do outro. Mas este não sabia de aonde vinha o
carregamento.
Tirou
sua roupa, colocou o turbante, sujou a parte que estava com sangue, para
disfarçar, colocou de fácil alcance um revolver com silenciador.
Se
escondeu entre as dunas, esperando o avião.
Quando este chegou, viu o mesmo homem negro descer com a maleta, quase
riu, pensando, devem ter uma fábrica de maletas, ou compram em quantidade, se
lembrava da saudação que tinha escutado.
Se
aproximou, quando esteve a menos de um metro, lhe atirou no peito, esse não
esperava, caiu duro no chão, ele apontou a arma para o piloto, recolheu a
maleta, sentou-se atrás do mesmo, lhe dizendo, volte desde aonde vieste.
Ficou
impressionado, era uma área a pouco tempo aberta, quando o avião aterrizou, lhe
deu um tiro na nuca, saiu pelo lado que não se via ninguém.
Foi
um caos total, ao descobrirem que o piloto tinha voltado sozinho ou trazendo
alguém que a maleta não estava.
Ficou
escondido, no alto de uma árvore, só prestando atenção, determinada hora, saiam
de um barracão, um grupo de homens, viu que todos eram pigmeus, entravam numa
área aonde deviam estar extraindo os diamantes, ao mesmo tempo traziam um grupo
que incluía mulheres, crianças.
Só
pode pensar, filhos da puta. Esperou que
todos estivessem dentro do barracão, continuou quieto dois dias, só
observando. Suas barrinhas energéticas
estavam terminando, já sabia o que queria, na verdade não eram muitos homens,
mas sim bem armados.
De
noite, quando saiu um grupo para trabalhar, outro foi dormir.
Esses
eram dois os matou durante a noite, os outros estranhavam, que não tivessem
saído para trabalhar, quando entraram na cabana ela explodiu, tinha descoberto
o deposito de armas, bombas, etc. lhe faltavam cinco para matar, o fez sem dó
nem piedade. Soltou todos os
prisioneiros, um deles chorava muito, disse que ao comunicar aos brancos o que
tinham achado, pensava que ajudariam seu povo, mas os tinham escravizado.
Lhes
disse que deviam desaparecer no mapa, ele iria explodir a mina inteira, esse o
ajudou, bem como outros homens, quando se afastaram implodiu tudo, ficava
abaixo de uma montanha que se assentou como se nunca houvesse existido nada
embaixo.
Colocaram
fogo em tudo. Ele encheu o tanque de
gasolina do avião, para poder retornar, menos mal que sabia pilotar, se
despediu dessa gente, esperava que conseguissem escapar para longe. Embora soubesse que se vingariam dos homens
brancos que aparecessem agora.
Fez
a mesma rota que estava marcada no voo.
Viu
antes de aterrizar que ali estavam os homens que o tinham perseguido, atiraram
no avião, ele conseguiu levar o avião mais a frente o pousando no meio de
dunas, o que dificultaria um uso posterior, se escondeu, ficou esperando.
Chegaram
dois jipes, ficou quieto só observando.
Estavam furioso, o chefe deles, disse que era o terceiro carregamento
que perdiam. Disse o nome de uma pessoa
que ficaria furiosa, Jean Gaspar.
Estavam
todos em volta do avião, para ver se encontravam alguma maleta, o tanque ainda
estava cheio, atirou, a explosão matou uns quantos, mas foi liquidando um a um.
Deixou
com vida somente o que achava que era o chefe.
O
feriu de proposito, depois de verificar que todos estavam mortos, o estendeu
ali embaixo do sol, tirou toda sua roupa, quando despertou, levou um susto, um
Tuareg o observava.
Começou
a falar em dialeto com ele, porque o tinha atacado.
Este
respondeu, que seriam os últimos carregamentos, pois o local estava já
esgotado, quase riu, iria dizer totalmente, quem é que manda verdadeiramente no
assunto.
Ele
repetiu que seu contato era Jean Gaspar da livraria.
Ele
caçou um escorpião que estava por ali, o colocou no peito do homem, não se mexa
lhe disse, pois te matara. Quem
realmente manda, ele disse que o contato sempre tinha sido o Jean, mas que o
chefe só ele conhecia.
Lhe
deu um movimento, justo quando o escorpião estava na testa do homem, cravou
aonde levava o veneno na testa do homem.
Voltou
caminhando a gruta, o homem já não estava lá, foi se adentrando a mesma, até
aonde sabia que tinha água. Estava se
lavando, quando surgiu um grupo deles.
Um
dos homens o de mais idade, lhe disse que sabiam o que tinha feito, libertando
os pigmeus, que agora ele tinha que partir, pois ali poderia causar mais
problemas. Mas que não fosse por
Bamako, pois seria complicado, um grupo o levaria até a fronteira com o Benin, por
aonde devia sair.
Foi
uma viagem cheia de imprevisto, mas finalmente conseguiu embarcar, usou um
passaporte que estava no fundo de seu saco.
Antes agradeceu ao homem que o acompanhava, este só lhe disse que tinha
um batalha dura pela frente.
Em
Paris, embarcou num voo quase em seguida para Bastia, chegou de noite, morto de
cansado, arrumou um pequeno hotel, limpo, queriam lhe oferecer um de frente
para o mar, mas pediu um de fundos. Tinha acertado, por ali, se houvesse um
problema podia escapar.
Tinha
mudado de roupa, usando roupa já usada antes, cheirava um pouco mas era o que
lhe tocava. No dia seguinte observaria
como se vestia a gente dali.
Teve
sorte, no dia seguinte saia do hotel uma excursão, que daria a volta a ilha,
comprou o pacote todo, ainda teve tempo de comprar roupas novas, comprou duas
mudas de roupas iguais, negras.
Quando
chegaram a Ajaccio, ficaram num hotel cinco estrelas, saiu com um grupo pela
cidade, viu aonde era a tal livraria, tinha um bar na frente, ofereceu uma
ronda de cerveja aos novos amigos. Dali
ficou observando, realmente era bem guardada.
Viu que duas senhoras do grupo se aproximaram para entrar, mas os homens
diziam que estava fechada.
Ficou
surpreso quando viu um homem sair. O
tinha visto um dia, na Cite, ficou observando mais um segundos, quando esse
entrava num jeep.
Na
escuridão da noite, ficou observando, quando o mesmo voltou, subiu por uma
lateral entrando no andar de cima. No
terraça em cima, houve uma troca de homens.
Observou
o movimento dentro da casa. Ele estaria
sozinho a noite inteira.
Tinha
aprendido com seu amigo Dogon, a usar uns dardos os vermelhos faziam a pessoa
dormir, os negros matavam.
Foi
o que fez, viu que para subir as escadas, tinha um outro homem, só que dormia
ali sentado.
Fez
a mesma coisa, pensou consigo mesmo, feliz sonhos.
Subiu
as escadas, pisando suavemente os degraus para ver se não faziam barulho, sabia
se mover bem no escuro.
Entrou
na casa, foi observando bem aonde pisava, bem como tudo que existia em volta,
afinal anos de treinamento, viu um vulto na cama, disparou um dardo. Não podia acender nenhuma luz, pois chamaria
atenção, se aproximou da cama, iluminou a cara, era justamente o homem.
O
levou com ele, até uma lateral do hotel, roubou um carro ali estacionado, se
embrenhou numa parte que era floresta, a uns 30 quilômetros da cidade.
O
Jean Gaspar, estava despertando, o amarrou direito, em uma árvore, quando o
viu, abriu um olhos imensos. Soltou um
filho da puta, como conseguiu chegar até nós.
Fui
me informando aqui, ali, como já não vão existir mais carregamentos, toda a rota
de Mali, terminou.
Sim
soubemos que deste cabo de todos, ou pelo menos deduzimos que tinha sido
tu. Encontraram meu irmão morto com um
escorpião em cima de seu corpo.
Pois
foi ele justamente quem me falou de ti.
Mas
não sou o chefe dessa merda toda. Uns
idiotas que pensam que com esse dinheiro podemos comprar armas para mandar a
França a merda. Eu acho que é perda de
tempo, mas meu irmão me meteu nisso.
Ontem
como deveria chegar um carregamento, foi que se descobriu tudo, fui o
encarregado de dar notícias ao velho.
Ficou uma fera, quer tua cabeça.
Mas
quem é esse homem, perguntou, embora soubesse da resposta.
Um
irmão do teu pai, veio aqui para pesquisar suas raízes de corso, foi ficando,
você já matou seu filho que esperava ter o título do castelo aonde viviam teus
pais.
Nem
sabia que tinha um título, o castelo foi vendido ao governo francês para pagar
as dívidas de impostos. Nunca mais
voltei lá.
Aonde
posso encontra-lo?
No
seu castelo, mas te rogo pelo amor de deus, não me faça ir até lá, vai me matar.
Se
meu irmão tivesse sobrevivido, o teria matado com suas próprias mãos, apesar de
velho tem uma força incrível.
Me
diga como ir, o outro lhe explicou. Quando acabou, ele, lhe colocou um dardo
negro, morreria dentro de instantes, voltou ao hotel, colocou o carro no
estacionamento, entrou rápido, foi ao seu quarto, tomou um banho, guardou a
roupa que estava, colocou uma limpa, tirou uma soneca sentado numa poltrona,
ele quando tinha que dormir o fazia em qualquer lugar, despertou com a chamada
do telefone do quarto avisando que o café da manhã da excursão estava
servido. Escovou os dentes, desceu,
comeu, mas muito bem por sinal.
O
ônibus, passava justo por diante da libraria, viu que tinha ali, uma confusão
tremenda, de entra, sai gente.
Mais
adiante, o ônibus parou para mostrar por fora o castelo, o guia avisava que o
dono não permitia visitas, um tipo muito raro.
Como
ele sentava no último banco, saiu por detrás, muita gente desceu para fazer
fotos, ele se esgueirou pelo meio das árvores.
Deu
uma volta larga, subiu pela encosta do outro lado da montanha, era como uma
floresta fechada, mas foi vendo dispositivos de vigilância, os foi esquivando.
Subiu
a uma árvore aonde podia se abrigar, sua copa era tão fechada que podia ficar
escondido ali. Viu que a movimentação
era impressionante. Cercavam o castelo
como um exército, deixou passar dois dias, descobriu que podia através do topo
de árvore transladar-se a outras. Foi se
aproximando do castelo. Levou um choque
quando viu uma figura através da janela, parecia seu pai. Quando viu pela segunda vez, teve certeza,
ele realmente tinha um irmão, porque nunca falou disso.
Talvez
por isso tivesse deixado o castelo francês ficar em ruinas, não lhe interessava
esse poder, nunca tinha usado seu título com nenhuma pessoa da vila, todo mundo
se dirigia a ele pelo seu nome.
Uns
dias depois viu que havia menos guardas, que a coisa fluía melhor, o homem saiu
duas vezes para passear pelo jardim, ao contrário de seu pai, que trabalhava
duro, esse tinha uma ligeira barriga.
Mas viu o que o da livraria tinha falado de sua força, mas notou que era
só de um braço, era como se um tivesse força o outro não. A observação era importante, já sabia seus
hábitos, dormia tarde, ficava horas numa biblioteca sozinho, antes de dormir,
pela janela desde cima das árvores se via isso. Ficava sentado perto do fogo, as vezes
falava por telefone com alguém, sempre ficava irritado.
Quando
lhe trouxeram o corpo do Jean Gaspar, chorou abraçado ao mesmo, os animais
tinha comido parte de seu estomago, bem como de sua cara. Soltou um grito imenso, gritando filho
querido.
Jean
Gaspar era filho dele. Mandou levar para
enterrar, o que o escutou o deixou gelado, como fracassou em sua missão o jogue
ao mar. É o que merece, voltava a ser o
homem duro.
Dois
dias depois já estava dentro do palácio, ninguém o tinha visto entrar, pois
procurou o ponto cego de tudo.
Se
escondeu na biblioteca, esperou que ele estivesse sentado em sua poltrona,
quando se sentou na frente.
Gostaria
de saber por que tudo isso.
O
homem riu, não te surpreende que me pareça com teu pai.
Não
teu filho Jean Gaspar já me tinha falado que vocês eram irmãos.
Que
mais te contou meu filho?
Que
a tua ideia de tentar separar Córsega da França era ridícula, que querias ser o
Rei daqui.
Ele
nunca acreditou em mim, por isso o fiz ficar na vila, seu irmão sim, foi te
enfrentar.
Se
eu soubesse que era meu primo, talvez lhe tivesse proporcionado uma morte
melhor, um escorpião, coitado que por acaso andava por ali, mas no fundo lhe
alivie o sofrimento, pois nunca voltaria a andar, seria muito difícil sair vivo
dali. A explosão do avião, matou a
todos, menos a ele.
Na
última vez que falei com ele, achava que estavas com os Dogons, mas creio
realmente que não era assim.
Ele
não respondeu.
Teu
pai te treinou bem, ele foi um grande comandante no exército, por isso sabia
que tinha que te preparar, eu ao contrário, fiquei no castelo escavando para
ver aonde estava a herança maldita, para afinal não encontrar nada.
Ou
talvez não soubesse procurar, porque eu a achei a muitos anos atrás, mas está
enterrada em outro lugar.
Agora
entendo que tem teu dedo na morte de meus pais.
Ele
como o irmão mais velho herdou tudo, fiquei sem nada, me disse se eu
encontrasse a herança maldita, seria minha, por isso vim para cá, roubei os
documentos daqui e de Guadalupe, mas lá tampouco estava.
Mas
alguém fez uma trampa, pois quando foram entregar o dinheiro aos policiais, não
havia na maleta nenhum diamante.
Foste
tu, ou alguém muito próximo a ti que ficou com isso tudo.
Não
eu não fiquei com os diamantes.
Então,
começou a rir, eu sabia que tinha alguma coisa estranha, esse velho maldito.
O
que é.
O
velho que fica no bistrô vigiando para o traficante, tinha um rosário árabe,
mas era maior que o normal, as pedras eram transparentes, de vários
tamanhos. Os diamantes ficaram com ele.
A
cara do velho ao se sentir enganado era ótima.
Tirou
calmamente uma arma do bolso, bom teu trabalho termina aqui, pois terei que
resolver esse problema.
Mas
era tarde, ele já tinha seu revolver em 3D apontado para sua cabeça.
Ah
essa arma de brinquedo não me dá medo.
Quando
sentiu a bala na sua cabeça, sua cara era rara, como dizendo, como é possível.
Se
levantou rapidamente, saiu como tinha entrado, porque em seguida começou a
sentir as pessoas se movendo.
Saiu
como tinha entrado, ficou do mesmo lugar observando como as pessoas ficavam em
volta dele. No dia seguinte se escutava
os sinos da igreja tocando.
Nessa
noite atravessou a floresta toda, saiu numa outra cidade pequena do outro lado,
roubou um carro, foi até o aeroporto da ilha, mas antes, comprou uma roupa de
turista, embarcou com o mesmo documento que tinha chegado.
Em
Paris, foi para o seu esconderijo, se vestiu de uma roupa diferente, com uma
peruca loira, óculos escuros, observou o que o velho fazia, seguia fingindo que
rezava no seu rosário.
Estava
com cara de preocupado, devia saber já do que tinha acontecido na Córsega.
Quando
o negro alto veio falar com ele, estava furioso, lhe apontava o dedo como se
ele fosse o culpado.
Mal
o outro foi embora, saiu levando o rosário na mão, com a sua moto, passou
raspando por ele, retirou o rosário de sua mão, quase funcionou lhe disse.
A
cara de ódio do homem era impressionante.
No
dia seguinte estava estampada sua cara, num jornal.
Pensou
agora para aonde, sabia que essa gente tinha milhões de ramificações, que controlavam
a polícia bem como outros lugares.
Pensou
muito a respeito. Queria verificar uma
coisa, guardou o rosário na caixa forte do banco, com sua moto, foi em direção
a sua cidade natal.
O
castelo agora era um hotel de luxo, com direito a tudo da floresta, a casa que
viviam antes, tinha sido demolida, ali agora tinha quadras de tênis.
Tentou
saber a quem pertencia isso.
Quem
comprou a propriedade foi um senhor da Córsega, mas nunca veio até aqui.
Seguiu
sua viagem, foi atravessando Itália, até dar com um lugar que gostou, um dos
muitos castelos italianos, com uma vila fechada dentro, alugou uma casa, ficou
vivendo lá anos, deixou o tempo passar, quando precisava de dinheiro, ia o mais
longe dali possível para retirar de algum banco.
Fez
amigos, lhe cobravam que se casasse, mas nunca iria ter uma família, pois isso
a colocaria em perigo.
Morreu
como todos ali, de velho, em todos os bancos, ficou dinheiro para trás. Nunca mais apareceram os donos daquele
dinheiro, afinal não lhe importava era roubado, nem tampouco os diamantes,
tinha o mesmo sido usado trabalho escravo para isso.
Quando
entrou o padre para lhe dar a extrema unção, riu, nem pensar que se eu fosse
confessar tudo que errei, ficaríamos mais dias aqui. Simplesmente fechou os olhos, morreu. Tinha nessa altura, quase 90 anos.
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