EASY
É muito
importante saberes quem eres sempre, isso devo ao meu pai, porque nunca teve
vergonha de ser o que era. Eu sempre
vivi com minha mãe, numa cidade pequena do México, um dia nos mudamos para
Rosarito, meu pai dizia que era muito importante, que fossemos para uma cidade
maior.
Estava acostumado
que ele só aparecesse nos finais de semana, dizia que o resto do tempo estava
trabalhando. Fomos viver num edifício ao
lado de velho hotel, que normalmente usavam as putas. Só anos depois vim entender o porquê da
localização.
Minha mãe
conseguiu um emprego numa loja de um chinês, conhecido dele, ficava no caixa
atendendo as pessoas. Era muito bonita.
O apartamento era
peculiar, pois além da entrada principal, tinha uma saída por detrás, quando se
saia pela cozinha, também se podia subir para a parte de cima, que tinha uma
vista boa da rua. Tudo estava bem
planejado, descobri muito tempo depois.
Eu nunca devia
entrar pela frente, me ensinou ele, devia entra por um beco, tampouco me
assomar na parte da frente, perguntou se eu entendia, se ele podia confiar em
mim, algumas vezes o contrariei, mas olhava através da cortina. Era um segundo andar, dava para se ver a rua. Meu quarto ficava para os fundos, as janelas
eram altas, não se via desse corredor detrás.
Eu tinha dez
anos, quando ele começou a me preparar, no domingo pela manhã era nosso dia,
saiamos por detrás, me ensinou como devia vigiar, olhe sempre para o fundos do
hotel se não tem ninguém bisbilhotando, só então te movas. A principio me parecia um filme desses de
detective que passavam na televisão. Ele
me fazia ver em inglês.
Um detalhe no
principio sofri na escola, porque era americana, as aulas todas eram em inglês,
me colocou em classe particular ali mesmo, para que eu falasse bem a língua.
Na primeira vez
que subimos sua montanha, como ele dizia, nos sentamos em duas pedras, ele me
disse quem era. Já eres um homem, posso
te dizer quem sou. Fui da DEA, um
serviço secreto contra as drogas, fui mandado para cá para vigiar um grupo que
passava drogas pela fronteira. Mas antes
de tudo, o porquê, sou filho de Navajos, índios americanos por isso passo por
mexicano. Com o tempo ganhei tanto
dinheiro, que mudei de bando, não tenho vergonha de dizer isso, pois me
arriscava por um salário de merda.
Agora sou
procurado lá, aqui também, vivo andando no fio de uma navalha. Me apaixonei por tua mãe, que sabe de tudo. Por isso agora vou te preparar para saberes
sempre quem és, além de se defender, nunca comente nada com ninguém.
Olhei para ele,
era alto como ele, a única diferença que meu cabelo era mais crespo que os
dele. Mas tinha os olhos negros como os
seus, nariz afilado.
Nesse dia me deu
a primeira classe de como atirar com um rifle, na montanha, tinha uma cabana,
encaixada entre as pedras. Na escola me
meteu em todas as classes de ginasticas, jogos, enfim, para que tivesse
músculos, que meu corpo crescesse forte.
Nos finais de
semana me ensinava a lutar, inclusive aplicando golpes baixos se fosse preciso.
Com 12 anos me
ensinou a dirigir, inclusive motos, pois aparecia as vezes com uma. Mas o mais interessante, nunca parava na
frente de casa, tinha vários esconderijos.
Eu sabia que
minha mãe, tinha uma caixa, que estava escondida embaixo do armário do meu
quarto. Sabiam que podiam confiar em
mim, nunca abra até teu pai te dizer que podes.
Com 13 anos,
finalmente me fez entrar na cabana, me mostrou como funcionava, tinha acabado
de realizar o que queria, era um sistema de fuga, tinha uma porta como se fosse
de um navio, a partir que passavas, se fechava por dentro, era impossível
abrir, dava numa pequena gruta, que descia até uma pequena enseada, aonde ele tinha
um barco escondido.
Com 14 vi pela
primeira vez como entrava, o fazia pelo hotel, como se estivesse com uma puta,
essa era conhecida de minha mãe, várias vezes as vi falando, minha mãe lhe
dando dinheiro.
Dali ele pulava
para o nosso corredor, era fácil, eu estava entrando em casa, quando o vi fazer
isso, voltei atrás, sem dizer nada, fui para um dos esconderijos que tínhamos
os dois, ficava a uns dois quarteirões.
Estava me ensinando a arrumar os motores dos carros que usávamos.
Quando cheguei em
casa fez muita festa, vi que os dois tinham estado na cama, afinal eram
casados, pensei comigo.
Quando fiz quinze
anos, me adiantaram na escola, pois eu me aborrecia nas aulas, depois de uns
testes, os professores riam, por isso sempre tirava as notas mais altas, alguns
suspeitavam que eu fazia alguma coisa para isso, pois sempre era o primeiro em
entregar as provas. Me passaram para o
último curso, aonde apesar de ser uma pessoa quieta, me provocavam. Um dia
usei o que tinha aprendido com ele, um idiota filho do dono de um hotel de luxo
na praia, metido a surfista, sempre estava me provocando, nesse dia vinha
enfezado com alguma coisa, passou por mim me atirando no chão. Se armou como um pavão, numa posição de
karatê, de aonde estava no chão dei um salto que o assustou, desarmando, lhe
dei um murro na cara, foi a vez dele cair de costa no chão, fui até ele estendi
a mão para se levantar, me desculpe, as vezes salto alto demais.
Ficou me olhando
com raiva, depois no pátio me cercou com seus amigos, me disse que ia me dar
uma surra. Lhe respondi que ele tivesse
cuidado, pois sabia com quantos paus se fazia uma canoa. O idiota não entendeu. Lhe dei uma surra de fazer respeito.
Quando o pai
apareceu na escola, acabou levando um sermão do diretor, pois seu filho era o
pior aluno da escola, vivia provocando brigas com todo mundo.
Saíram pai, filho
com a cabeça baixa, no dia seguinte soubemos que o pai o tinha mandado para os
Estados Unidos.
Nessa semana
justamente meu pai, começou a ensinar uma roteiro para seguir, caso acontecesse
algo. Tínhamos começado falando o que eu
gostaria de estudar, me dizia que era importante.
Nesse dia começou
como um doutrinamento, o que devia fazer, pegar a caixa do armário, deixar
sempre uma mochila com uma muda de roupa diferente da que usava para ir à
escola, como devia sair do beco, aonde devia ir buscar um carro. Dentro da caixa, tem um passaporte, com teu
nome americano, eu te registrei assim que nasceste, todos os anos suborno
alguém para atualizar. Vai aparecer um
advogado, para te entregar um passaporte, nunca use este, pois te pegarão no
passo de fronteira de Tijuana.
Que eu devia ir
com o carro, até um motel, antes de chegar a San Diego, ao lado deste tinha uma
garagem com outro carro, que trocasse por esse, que a porta-malas, sempre
estaria cheio de coisas que me serviriam para escapar. Observe bem antes de usar.
Um dia me mostrou
essa garagem, ficava a uns dois quarteirões de casa, indo só por becos.
Dentro, tinha um
carro destes usados por surfistas, inclusive com uma prancha em cima, me
mostrou o porta-malas, aqui tens uma barraca de montar, uma bolsa com roupa de
Neoprene, tudo que um surfista usa. Vê,
se levanta, tens o pneu de reposição, nem se atreva a usar, pois esta cheio de
dinheiro, para ires em frente.
Eu deveria
procurar em San Francisco, um advogado que era parente dele, me ajudaria, teria
uma bolsa mais para mim.
Nunca te hospede
aonde vivem os mexicanos, ou as pessoas da América do sul, fique num lugar que
seja completamente diferente, me deu um guia de San Francisco, nem eu quero
saber aonde decides ficar.
Meses depois
começou a me dizer que as coisas estavam ficando pretas. Estão desconfiando de
mim, acredito que a DEA me denunciou para eles.
O primeiro que
aconteceu, caiu a primeira vítima, minha mãe, estava trabalhando, quando
entraram uns homens para assaltar, lhe deram um tiro na cabeça, bem como no
chinês que tentou se defender, mas claro não levaram nada.
Meu pai, não me
deixou ir ao velório, nem tampouco no enterro.
Não sabem que existes.
Nesse dia veio o
tal advogado, entregou o passaporte como ele tinha falado, se não sabia que eu
existia, tinha chegado a hora, de madrugada tirei a caixa debaixo do armário, a
mochila que tinha preparado, levei tudo para o carro com a prancha em cima.
Ele tinha deixado
um fúsil com mira telescópica, estávamos conversando, quando ele escutou um
ruído, me disse chegou a hora, me contou estão em dois carros o da frente está
o chefão, me levarão no segundo, subas a terraço, atire no carro da frente umas
quantas vezes, para que eu possa escapar pelo lado esquerdo, ok.
Me deu um abraço
apertado, falou no meu ouvido, saia antes que batam na porta, cuide-se, te
proteja sempre, tinha me dito depois do enterro de minha mãe, que eu nunca
fosse a reserva aonde viviam meus avôs, pois podiam estar vigiados.
Subi rapidamente,
observando tudo, ele tinha me ensinado todos os truques, que a observação era a
coisa mais importante. Coloquei na ponta
do rifle um sistema para não se escutar o som.
Vi que saia de
casa com um homem com uma arma atrás dele, o levava ao carro da frente, o homem
se afastava da janela, sentava-se mais ao meio como se tivesse medo dele.
O levaram para o
carro detrás, fizeram justo como ele tinha falado, ficaria na porta da
esquerda, atrás do motorista.
Mal o carro
começaram a se mover, eu foquei na nuca do chefe, quando ia chegando ao beco,
disparei, mais duas vezes aonde sabia que estava o motorista, o motor, o carro
foi para a esquerda subindo na calçada, imediatamente os do carro detrás saíram
olhando para cima, me retirei, vi que meu pai corria pelo beco, um homem ia
atrás dele, fiz pontaria acertei justo na coluna do sujeito, parecia um boneco
que rompem as pernas.
Desci correndo,
sai pelo beco, corri tudo que podia em direção, ao meu passaporte, ou seja o
carro.
Dali sai
disparado, tomei rumo ao Tijuana, me enfiei na fila para passar a fronteira,
tinha deixado o passaporte a mãos, sabia que iriam abrir o porta-malas, colocar
o cachorro para cheirar drogas.
Fiz uma coisa que
ele tinha me ensinado, a respirar fundo muitas vezes me acalmar, falarão
contigo em inglês, responda. Inclusive
perguntaram pelas garotas, etc.
Não deu outra,
olharam meu passaporte, depois minha cara, eu nem sabia o nome que estava ali,
pediram para abrir o porta-malas, o fiz, perguntaram pelas ondas, eu sabia que
nessa época não eram fantásticas, respondi que dava para quebrar o galho, me
perguntaram das garotas, um deles ainda soltou, um índio navajo fazendo surf
por ai, é raro.
Soltei que estava
aborrecido na universidade em San Diego, sabia que no passaporte, tinha uma
carteira da universidade, queria algo diferente. Aqui parece que estou em casa.
Riram, realmente,
podes passar por um mexicano.
Me mandaram
passar, o policial fechou o porta-malas, agradeci, segui em frente.
Fiz exatamente o
que ele tinha me falado, fui até o tal motel de estrada, esperei chegar a
noite, deixei o carro com a prancha num lugar muito escuro, tirei o outro, que
era quase igual, mudei tudo para o outro, tirei o que dinheiro que estava
dentro do pneu, coloquei na bolsa que estava o traje de Neoprene, parecia ter
sido tudo calculado, pois era perfeito. Tirei o carro da garagem coloquei o
outro, tinha me dado umas pastilhas, abra o motor, coloque dentro, saia
correndo para o outro carro não olhe para trás.
Foi o que fiz, em
seguida vi um estrondo, olhei pelo retrovisor, a garagem estava pegando fogo,
ri, pois sabia que o fogo apagaria minhas impressões digitais.
Tenho que tomar
cuidado com essas pastilhas. Vi que o
clarão do fogo era alto, se ao lado tinha outros carros, com certeza estavam
fudidos.
Passei por San
Diego, cheguei de madrugada a San Francisco, ia seguindo o mapa, tinha
memorizado mais ou menos tudo, quando entrei na cidade, tinha pensado muito bem
aonde era mais raro eu me esconder. Escolhi
Castro, sabia que era o bairro gay porque já tinha escutado falar nele. Nisso me lembrei do homem do controle, que me
perguntou das garotas, quase tinha respondido sou virgem ainda. Tinha comentado com meu pai, que riu dizendo
não sejas apressado, a tua hora chegara, não importa com quem.
Consegui um hotel
pequeno, tirei dinheiro da carteira, tudo era dólares, tinha feito como ele
tinha falado, nada de abrir a bolsa na frente de ninguém.
Deixei o carro no
estacionamento do hotel, que era um estacionamento pago, mas que do hotel
tinham direito.
Aproveitei que os
bares estavam abertos, o café da manhã do hotel, ainda ia demorar um pouco, me
sentei, quase falo com o garçom em espanhol, pois vi que era mexicano. Fiz o meu pedido, café forte, ovos com
torradas, estava com fome. Depois fui
para o hotel, pedi que me chamassem as 10 da manhã, para ir ao advogado.
Antes de sair,
liguei para ele, marcou comigo num bar perto do escritório, achei estranho, mas
atendi, me disse que estaria sentado na última mesa.
Nunca se sabe me
disse, estendendo a mão. Creio que estão
me vigiando, por isso há que tomar cuidado, nem se atreva ir em direção da
reserva, se estas aqui, significa que aconteceu alguma coisa com George, quase
lhe pergunto quem era George. Conhecia
meu pai como Juan Martinez. Devo ter
sorrido, ele pensou que era em respeito a Washington, quando dizemos todos
olham assim, mas metade da tribo tem esse nome, George Washington então são
muitos, mas teu pai na verdade se chama Wolf, te chamarei de Little Wolf, assim
nos entenderemos, quando me chames ok.
Me entregou um
pacote, saiu por detrás, me disse, daqui dez minutos saia, eu antes fui ao
banheiro, com o pacote que tinha me dado.
Vi que era uma
caixa. Apesar de não ver nada estranho, sai por uma lateral que tinha no bar.
Fui andando,
olhando as vitrines, para ver se estava sendo vigiado. Voltei ao hotel, abri a caixa, além de
documentos, havia um bilhete do Wolf.
Meu filho, se
estás em poder dessa caixa, sinal que já estas a salvo, mas nunca confie em
ninguém, em seguida saia da cidade. Eu
te aconselharia, inclusive a mudar de carro, sugestão, vá até Las Vegas, venda
esse compre outro, não podes viajar de avião, a não ser que queria ir de trem
para algum lugar. O melhor para o outro
lado do País.
Me lembrei de uma
conversa que tinha tido com ele sobre o melhor lugar, me falava sempre que o
sul, era mais complicado, pois estava cheio de mexicanos, muitos eram dos
carteis de droga, embora não saibam que existes, sempre é complicado.
No norte tens
essas terras em que todo mundo te observa, o melhor seria uma grande cidade, ou
mesmo sair do País, pense aonde gostarias de ir, para se safar.
Mas o que deves
fazer antes, é abrir contas em um ou dois bancos, para poder guardar esse
dinheiro sem chamar atenção, por isso sugiro Las Vegas, diga que ganhaste num
cassino, um amigo fazia isso, depositava o dinheiro dizendo que antes que gaste
tudo. Pegue um apart-hotel, assim podes
ficar alguns dias para que te mandem o cartão, ou avisar que passa para pegar o
mesmo, depositando mais dinheiro, faça isso várias vezes, mas que te vejam
saindo de casinos diferentes, jogue mas pouco.
Quando tiver tudo
depositado, só com dinheiro para um mês, tome um avião, vá para o outro lado do
pais.
O banco deve ter agência
no País inteiro. Depois tome o rumo que
quiser.
Achou que essa
opção era excelente. Se deslumbrou com
Las Vegas, costumava jogar poker com seu pai, entrou num casino, sentou-se numa
mesa, mostrou os documentos que era maior de idade, no passaporte e no bilhete
de identidade, aparecia como tendo 21.
Jogou, primeiro
perdeu, mas depois entendeu o funcionamento, logo ganhou um bom dinheiro,
seguiu o que seu pai dizia, vá troque as fichas, veja se prestam atenção em ti.
Vá para outro
casino, jogue em outra coisa, fez isso, jogou nas maquinas, por incrível que
pareça, ganhou, foi andando pelo casino, viu uma mesa de Black Jack, prestou
atenção como era, quando viu a mesa cheia de dinheiro, apostou, talvez sorte de
principiante raspou a mesa.
Trocou as fichas
outra vez. Acho que tenho sorte de
principiante, começou a conversar com a senhora que atendia, melhor parar,
verdade, senão perco o que ganhei, creio que posso pagar a matricula da
faculdade. Ela deu um sorriso triste,
se meu filho como tu, não estava sempre metido em confusões.
Voltou para o
apart-hotel, pediu para ver como funcionava o cofre do quarto, o homem o
ensinou, ganhei dinheiro no jogo hoje, creio que é sorte de principiante, mas
já dá para pagar a universidade.
Ou seja estava
construindo uma historia em torno dele. Para se tornar acreditado.
No dia seguinte
de manhã, tirou uma boa bolada, mais um pouco do que tinha ganho, foi a um
banco disse que queria abrir uma conta, primeiro perguntou se o banco tinha
agencia em todos os lugares, porque esse dinheiro ele tinha que guardar para a
Universidade, senão gasto tudo.
Perguntaram se
queria cartão de crédito, perguntou se demorava muito, lhe responderam que um
dia. Não, melhor deixo para pedir
antes de ir embora, assim não gasto esse dinheiro.
Fez a mesma coisa
em outro banco, com um valor igual, disse quais os casinos tinha jogado, vim
ver se conseguia dinheiro para a matricula na universidade, falou em Oxford.
Combinou o mesmo,
no dia seguinte passou o dia na piscina do hotel, voltou no terceiro dia, fez a
mesma coisa, acho que tenho sorte de principiante. Nessa noite foi ao casino mas com o dinheiro
que tinha ganhado, se lembrou o que tinha jogado no primeiro dia, fez igual,
primeiro observou uma mesa de Black Jack, jogou a primeira vez perdeu, fez cara
de desanimado, uma senhora lhe disse olhando para ele, tens estrela,
experimente outra vez. Ganhou cinco
vezes seguidas. Melhor parar, assim
tenho dinheiro para um apartamento na universidade.
Foi a outro
casino fez igual, achava o jogo interessante, lhe fazia a cabeça funcionar, ele
sempre tinha sido brilhante em matemática.
Prestou atenção num sujeito que estava fazendo trapaça, se afastou, não
deu outra, os detetives do hotel, o retiraram, aquela mesa já não valia a pena.
Com um pouco de
fichas jogou na roleta, em sua cabeça veio um número que seu pai sempre falava
que adorava. Pois jogava esse na loteria
do México, foi o que fez, saiu duas vezes seguida, recolheu as fichas, saiu, escutou
outro número.
Menos mal que
parei, sabia que tudo era controlado, por isso seu pai dizia que ali era mais
fácil depositar o dinheiro, qualquer coisa verificavam no casino. Depositou o resto do dinheiro, ainda
comentando do sujeito que fazia trapaças, como tinha ficado deslumbrado com o
luxo do último casino, mas me hospedar lá nem pensar, pois valeria pelo menos
uns meses de aluguel num pequeno apartamento perto da universidade. Irei a Oxford, com o dinheiro que ganhei.
A mulher sorria,
fazes bem, eu não estudei tudo que devia, olha aonde estou.
Pediu o cartão
nos dois bancos, no dia seguinte foi buscar.
Nessa tarde foi para o Aeroporto, viu vários voos para NYC.
Mas antes voltou
a cidade, vendeu o carro, agora só tinha sua lata com os documentos, roupa suja
na bolsa, voltou para o aeroporto, pegou o último voo do dia, chegou de
manhã. Primeiro, olhou uma lista de
hotéis baratos, no centro, perto do Times Square, tinham hotéis de luxos, como
mais baratos, queria conhecer a cidade, ao mesmo tempo pensar.
Nunca tinha se
decidido o que gostaria de fazer em termos de Universidade. No hotel vendo um canal de televisão do México,
falavam do assassinato do chefe do cartel da costa oeste, não falava era de seu
pai. Apesar de ter passado dias, recuperavam
como tinha ficado o carro, culpavam a DEA do acontecido, um franco atirador.
Queria por terra
por meio, mas para aonde, consultou o dinheiro que tinha ganho no casino, sem
querer tinha um bom dinheiro, sem mexer no do Banco, quiça se passo um tempo
fora do pais, possa encontrar uma solução, o problema era para onde. No dia seguinte andando pela cidade, passou
por uma agência de viagem, viu um cartaz, talvez para atrair jovens, viagens de
trem por vários países. Entrou para se
informar, um jovem lhe deu várias opções, vou te dar um exemplo, eu fiz,
Berlin, Praga, Viena, de lá fui a Münich, em seguida fui para Paris, para
fechar a viagem, recomendo pelo menos uma semana em cada lugar, podes comprar a
viagem de ida até Berlin, depois quando resolva resolver, de aonde termine,
podes voltar.
Fico com esse tramo,
daqui a Berlin, posso comprar os bilhetes na própria estação verdade, ir
fazendo o que quero, tempo tudo isso.
Claro que sim,
perdes o tramo completo por ser mais barato, mas a diferença não é tanta.
Pensou, comprou o
de avião para Berlin, lhe indicaram um hotel em Mitte, de aonde ele podia se
mover pela cidade. Era um hotel de gente jovem, estudantes, mas podia ter um
quarto só para ele. Preferia assim. Marcou para dias depois, leu todos os
documentos que tinha na caixa, pensou no assunto, retirou só sua certidão de
nascimento com o nome de Jeremy Washington, o resto eram coisas de seu
pai. Documentos da DEA, que não vinha ao
caso, foi ao banco que tinha conta, perguntou como fazia para deixar alguma
coisa guardada. Lhe disseram pelo valor que tinha no banco
podia alugar uma caixa. Foi o que fez,
guardou tudo ali, depois aproveitou para se informar como fazia, ia fazer uma
viagem de estudante, um roteiro pela Europa, que lhe aconselhavam, para não
ficar andando com dinheiro no bolso. Lhe
concederam um cartão de estudante com um bom limite, disseram como podia ir
carregando o mesmo. Ele em todo caso
levaria o normal de Visa, qualquer coisa era só transferir.
Embarcou,
relaxado, ao apresentar o passaporte, o homem perguntou se era da tribo de seu
pai, disse que sim. Nada mais. Ia perguntar por que, mas se lembrou que o
primo tinha falado do nome.
Chegou a Berlin
cansado por causa das turbulências durante o trajeto, achei o hotel diferente,
era tudo muito simples, gente jovem como ele.
Inclusive a estação de trem era perto, o que facilitaria. Depois de um bom banho, pediu uma caixa forte
para guardar documentos, isso era dentro de uma sala, lhe disseram um código
para abrir, depois mudava para um seu.
Saiu tranquilo
para a rua, o tempo estava estupendo, era final do verão, lhe avisaram que de
noite esfriaria, comprou outra calça, cuecas, meias, duas camisetas, queria
seguir viajando assim, sem compromisso, tinha visto quando lhe ensinaram os
serviços do hotel que podia lavar sua roupa, quando voltou ao final do dia,
retirou a que estava, juntou com a suja da mochila, lavou tudo. Ficou ali lendo
um guia de viagem que tinham esquecido ali.
Foi anotando tudo
que poderia ir vendo, seria uma viagem cultural, como sempre tinha escutado
falarem.
Apareceu o dono
do guia, era um estudante da Finlândia, ficaram conversando sobre o que o outro
ia fazer, era mais ou menos o mesmo roteiro, com algumas diferenças, iria
descendo até Munich de furgão, depois de lá decidia o que fazer. Saíram para comer alguma coisa, o outro
explicou que com as fronteiras abertas agora não se tinha problema, era raro
pararem alguém.
O outro explicou
que tinha comprado esse furgão da Volkswagen, assim que cheguei, vou buscar
amanhã, se vais ficar mais tempo, eles tem um sistema que podes comprar, depois
revender no último país, para um revendedor deles, te dão uma lista.
Gostou da ideia,
irei contigo amanhã assim me informo, mas tenho que comprar um guia para fazer
um roteiro, isso era bom pois tomaria mais tempo.
No que o outro
continuou falando, da outra vez fiz ao contrário que agora, fui daqui a Hamburgo,
depois Amsterdam, Haya, Amberes, Bruxelas, Paris, mas claro tinha tempo
limitado de férias, venha vamos comprar um guia para que tu possas ir viajando.
Comprou um guia
como ele queria com as duas opç4oes, além de mapas.
Nessa noite no
quarto se dedicou a estudar o roteiro, acabou dormindo em cima do mesmo, no
café da manhã, se topou com o mesmo, foi com ele ver a historia do furgão,
quando o viu, o rapaz tinha inclusive levado sua bagagem, retiraram os bancos,
ele poderia dormir ali, em algum camping, só não ia cozinhar, pois não
sabia. O homem disse que justo ali na
frente tinha uma loja que tinha futon, edredons para as noites frias. Ele
poderia se apanhar bem. Ficou encantado
com a loja, acabou comprando um abrigo polar, que não tinha, com isso se
apanharia, fez uma extravagância, comprou dois lenços que viu para o
pescoço. Riu sempre tinha visto os
outros com isso, mas nunca tinha tido um.
Comentou com o
rapaz, esse disse, eu sempre tenho para o frio, por causa da Finlândia, um
gorro para a cabeça.
Reservou o
furgão, o homem perguntou se queria bancos, explicou como ele também poderia
montar uma cama como os bancos. Mas
gostava mesmo era da outra maneira.
Fez uma coisa,
depois de se despedir do rapaz que seguia viagem, passou num salão, cortou o
cabelos rente a cabeça, assim não teria problemas para usar um gorro, o outro
tinha lhe dado um com um logo do pais.
Andou pelos
museus que lhe interessaram, mas queria algo mais moderno, lhe informaram de um
de Arte Contemporâneo na antiga estação de trem. Gostou mais, depois de andar muito pela
cidade, finalizou com um passeio de barco pelo rio.
Não tinha feito
nenhuma foto, resolveu usar seu celular novo, para isso. Afinal não tinha para quem ligar. Tinha sido entregue pelo seu pai no último
dia.
Nem tinha dado
atenção ao mesmo. Não tinha cobertura
ali, afinal funcionava nos estados unidos, mas poderia fazer fotos.
Estava se
sentindo livre como um pássaro. Nunca
tinha criticado seu pai pelo que fazia, mas não gostava muito, talvez por
quere-lo tanto, não tinha feito nunca nenhuma censura. Agora também estava fazendo tudo isso, com
seu dinheiro. Riu pensando, seu dinheiro
foi inicial, mal tinha tocado nele, essa viagem estava fazendo com o dinheiro
do casino.
Realmente a velha
disse que tinha sorte.
Oito dias para
ele bastaram de ir pela cidade, foi buscar o furgão, o homem tinha guardado
suas coisas ali, a roupa estava limpa, não tinha do que se preocupar.
Tomou rumo a
Hamburgo, foi gostando da paisagem, por ser outono, era diferente as cores, no
México nunca tinha isso, era outro clima.
Resolveu ficar
num pequeno hotel, tinha visto um folheto no hotel, da mesma cadeia, ficou no
mesmo, inclusive tinha um estacionamento ao lado para deixar o Furgão, adorou a
cidade, era diferente de Berlin, explorou bem a mesma, chegava de noite no
hotel cansado, mas feliz, escutou a conversa de dois rapazes americanos, que
falavam de que tinham vindo para uma coisa, ir sempre de putas.
Riu um pouco
achou idiota fazer uma viagem só para fazer sexo. Mas ele mesmo era um imaturo
nisso. Iam para o bairro perto do porto aonde diziam
que tinham putas, foi atrás deles, viu os bares que entravam, a maioria das
mulheres eram mais velhas, até que viu um com mulheres mais jovens. Uma jovem loira, pensou que ele era Finlandês
como ela, a achou agradável, foi franco, era virgem. Ela riu, não se preocupe, tenho camisinhas.
Não foi nada como
ele imaginava, era aqui te pego aqui te mato. Achou meio sem graça, mas era o
que tinha. Pagou, foi embora.
Ela disse que ele
era uma criança.
Talvez sim, nunca
tinha beijado ninguém na boca, nem sentido desejo, não sabia o que era isso
ainda, se lembrou da conversa com seu pai.
Terei que dar
tempo ao tempo.
Tomou rumo a
Amsterdam, tinha já feito reserva na mesma cadeia. No meio da viagem pegou
neve, se lembrou que o homem tinha avisado caso necessitasse de cadeias para as
rodas, aonde estavam, mas só colocasse se na estrada indicasse que sim.
Amou a cidade,
fez todos os passeios possíveis, andou a torto e direito, comeu todos os tipos
de comidas diferentes que viu. Mesmo as mais picantes, estava acostumado com o
chili de seu pais.
Conheceu pessoas
nos bares, saiu pela noite a primeira vez, andou pelo bairro da Luz Vermelha,
riu muito de alguns como ele que queria experimentar. Mas nenhuma lhe atraiam, foi quando viu uma
novidade, vitrines com homens também.
Um senhor lhe
disse não precisas disso, eres jovem, garanto que consegue nessas discotecas,
disse aonde eram. Foi para
experimentar. Começou a dançar coisa que
nunca fazia, um jovem moreno como ele, com um loiro começaram a dançar com ele. Perguntou se estavam juntos, os dois queria
fazer sexo com ele. Teve um ataque de
riso, se nunca tinha feito com um, como faria com dois, mas um homem mais
maduro o chamou a parte, disse, cuidado, isso é para te roubarem, pois eres
estrangeiro.
Agradeceu ao
homem, ficou no balcão tomando uma coca cola, viu que o mesmo tinha uma cara
meio triste. Lhe perguntou o que lhe
passava. Perdi um amigo disse, o idiota
se suicidou por amor. Ficaram
conversando, saíram, para andar pelas ruas. O outro era operário numa fábrica nas aforas
da cidade, gostou do sujeito, este o levou para sua casa de carro, como volto
amanhã?
Te coloco no
trem. Foi uma experiencia mais
interessante que com a mulher, não teve vergonha de contar, o outro ria, sempre
se tem que começar por algum lado, se sentiu super bem com ele, no momento que
ele o deixou super excitado e sentou-se em cima do seu caralho, ficou como
louco, não tinha sentido isso com a mulher.
Foi genial,
dormiu agarrado ao outro, que pena lhe disse, amanhã, tens que ir trabalhar?
Mas posso te
buscar de noite, contou o roteiro que estava fazendo.
Se queres posso
ir contigo até Rotterdam, ias gostar.
Tenho quatro dias livres a partir de amanhã, ok
Ele fez a reserva
para Rotterdam, para duas pessoas. De
noite, se encontrou com Hans, ele adorou dirigir até aonde vivia. Fez mil coisas com ele, já tinha aprendido
alguma coisa no dia anterior, o deixou tão excitado que quando o penetrou,
primeiro sentiu dor, mas depois gostou. Isso faziam ao mesmo tempo que se
beijavam. Estava contente, não sabia se seu pai
aprovaria, mas se lembrou que ele era quem tinha que escolher.
Pediu para
carregar o celular, o outro lhe fez colocar seu Hi-Fi, viu que tinha uma
mensagem, alucinou quando escutou a voz de seu pai, estou bem consegui escapar,
mas estarei fora de circulação algum, tempo, espero que estejas longe. Respondeu a mensagem, dizendo que estava no
outro lado do mundo, mas não disse aonde.
Hans não fez
pergunta nenhuma, cada vez que chegues a um hotel, peça o Hi-Fi do mesmo, assim
economizas.
No dia seguinte
sem pressa, passaram por Haya, a capital, passearam, depois foram para Rotterdam,
comentou que tinha sido totalmente destruída, que pouca coisa tinha sobrado,
muita gente morreu por aqui, mas a maioria foi para o interior.
Passearam pela
cidade, de noite saíram, o levou a lugares gays, Hans lhe chamou a atenção o
pessoal olha para ti, mas não prestas atenção.
Não estou
interessado, estou desfrutando estar pela primeira vez com uma pessoa.
Lhe deu a dica de
ir primeiro a Guante, depois Brujas, assim veria mais coisa, eram antigas,
olhou se tinha o mesmo hotel.
Melhor passa por
uma, dorme na outra, se pudesse ia contigo, gosto também de estar contigo, mas
posso me apaixonar. Nessa noite ao
fazerem sexo, sabes que foste meu primeiro homem, verdade.
Sim garoto sei,
mas sou muito mais velho que você, mas se voltar, sabes que pode me procurar.
Era um homem
simples, lhe contou o que fazia na fábrica, era especializado em manutenção de
maquinas, dai seu corpo, sua força.
Se despediram no
dia seguinte na estação de trem, aonde o tinha ido levar, para voltar para
casa.
A principio ficou
chateado, mas entendeu o que o outro tinha dito, ele era mais velho queria uma
coisa séria, ele não sabia o que queria.
Acabou dormindo
num posto de gasolina, pois no motel não tinha lugar, se meteu no futon com o
edredom por cima, ficou confortável.
No dia seguinte
depois de tomar um café da manhã diferente, seguiu viagem, fez a primeira
cidade, dormiu na seguinte, perguntou se em Paris tinha esse tipo de
hotel. O homem explicou que podia
conseguir um simples para ele, explicou o do furgão, tinha que ter um
estacionamento perto.
Conseguiu um que
tinha um estacionamento público, perto.
Agradeceu, vou fazer meu roteiro, depois de digo para a reserva. Ficou três dias em Bruxelas, fez um roteiro
entrando pela Normandia, indo a dois lugares que lhe interessaram, depois de
Paris, faria passeios, talvez fosse para o sul.
De novo carregou
o celular, colocou o Hi-Fi como tinha ensinado o Hans, escutar a voz de seu pai
foi o máximo, obrigado por ter salvado minha vida, estou procurando me
encontrar para seguir adiante, fico contente que estejas longe. Pois podem te
encontrar, se puderes troque de documentos.
Nem sabia como
fazer isso, mas por enquanto não se importava.
Quando chegou a Paris, o hotel era super simples, antigo, perto da
escola de medicina, ali tinha um estacionamento subterrâneo. Comprou uma guia de viagem, para poder
descer para o sul.
Passou 15 dias em
Paris, só tirou o furgão, para ir ao vale do Loira, conhecer os castelos,
depois o resto fazia andando.
Um dia teve a
sensação de que estava sendo seguido, mudou de rumo três vezes. Já era de noite, se escondeu num desvão,
quando o homem passou o agarrou por detrás. Retirou sua arma, o homem disse que
sabia que ele era filho do George.
Perdão não
conheço ninguém com esse nome.
Olhe no teu
passaporte, conseguimos te seguir pelo registro em hotéis.
Deu uma cacetada
na cabeça do sujeito, levou sua arma com ele, bem como o reposto, entrou no
hotel, pagou a conta, pegou suas coisas, se mandou, como furgão.
A partir de hoje
dormirei em gasolineiras, pensou. Nada que registre com meu nome.
Buscando entre
suas coisas, encontrou num bolso da mochila, o outro passaporte que tinha lhe
dado o advogado. Esse era também
americano, mas o nome que constava era o de sua mãe.
Entrou num hi-fi
de um restaurante, deixou um recado para o pai de a DEA, o estava seguindo, por
causa do nome do seu passaporte, Jimmy, se podia usar o do advogado.
De noite recebeu
a mensagem, podes, mas só para voltar para cá.
Mas ele já estava
na estrada, tinha certeza de que no aeroporto de Paris o estariam vigiando.
Foi descendo
tranquilamente, parando em vários lugares.
Ficavam em
cidades pequenas, aonde podia tomar banho nos postos de gasolina como faziam os
motoristas de caminhão, deu uma volta completa tranquilamente, mas sempre
atento.
Atravessou a
fronteira, mas antes fez uma coisa, deixou o carro numa cidade muito antes,
tomou um trem que ia para Barcelona, depois de conhecer a cidade pegou um voo
para NYC.
Lá avisou ao pai
aonde estava.
Dois dias depois
respondeu, que ele devia tomar rumo ao Canadá, entrar para a reserva por cima,
vindo do Canadá, lhe disse um nome de uma cidade, antes da fronteira te espero
lá.
Em seguida, lhe
mandou outra instrução, que tirasse fotografia, lhe deu um endereço, que
falasse com um homem chamado Humberto Eco, pensou, parece o nome de um escritor.
Quando chegou ao
lugar, no fundo de uma galeria, perguntou pelo senhor Humberto, o homem disse, o
nome completo, repetiu Humberto Eco.
Era o próprio,
tinha quando muito 1,60 de altura, era extremamente agradável, sou amigo de teu
pai, trouxeste as fotos, vou te fazer dois passaportes, assim fica mais
tranquilo.
Seu pai tinha lhe
dito para trocar de celular, que destruísse esse, lhe deu um código para dar
com ele.
Pagou o homem, ia
arriscar uma coisa, tirar dinheiro do banco, mas usou uma maneira fácil, foi a
um pequeno, fechou a conta retirou todo o dinheiro que estava lá, o mesmo que
tinha a caixa.
Com o novo
passaporte, alugou um carro pequeno, desse que usam os velhos, guardou o
dinheiro no pneu de reposto. Foi embora,
entrou pelo Canadá, foi seguindo o roteiro que tinha feito para chegar aonde
seu pai tinha dito.
Só ficava em
motéis de beira de estrada. Nunca com o mesmo passaporte.
Deixou a barba
crescer, raspou a cabeça, assim ficava diferente. A arma tinha jogado num rio
na viagem pelo sul, se pelo menos tivesse uma.
Num lugar que
parou, viu um grupo de caçadores, tinham vindo de algum lugar, as caminhonetes
estavam com alces mortos, eram descuidados, deixaram rifles com caixas de
munição nas cabines, examinou a que tinha mais armas. Roubou uma, com mira telescópica, bem como balas. Afastou seu carro o máximo possível, para
ver se desconfiavam, nada, estavam como uma cuba, tomaram a direção contraria a
dele.
Foi embora
vigiando a estrada, já estava quase chegando, parou num posto de gasolina para
tomar café, quando viu vários carros de polícia. Era uma operação de um contrabando de drogas,
ficou quieto só observando, alguns usavam casacos do DEA nas costas, quase se
encolheu. Voltou atrás na estrada,
parou num motel, alugou um quarto, bem próximo à saída.
Esperou, dois
dias, quando parou novamente no outro lugar, escutou a conversa, era um blefe,
o caminhão que queriam pegar, já estava vazio.
Mandou um
mensagem para seu pai. Estava perto da fronteira, esperava instruções.
Este respondeu como
ele devia fazer.
Seguir até um
povoado no meio de uma floresta, que ficava justo na fronteira, que passasse
pelo povoado, disse o km, aonde estaria esperando por ele.
Assim fez, passou
pelo povoado, quando viu o numero do km, tinha uma entrada, a estrada estava
vazia. Parou mais a frente. Foi quando o viu, estava mais magro, com uns
cabelos brancos imensos. Correu para ele o abraçando.
Me siga com teu
carro.
Foram subindo a
montanha, uma estrada super estreita, entendeu por que, dali se poderia ver
qualquer carro que subisse, bem como um helicóptero, mas a floresta fechava
inclusive aonde passavam os carros.
Seu pai guardou
os dois carros na garagem, ele aproveitou para tirar a arma. O velho se
surpreendeu, contou para ele o que tinha acontecido em Paris.
Claro pegaram o
primo, ele contou o teu nome verdadeiro.
Mas pelo menos o soltaram.
Me avisou só
depois. Mas aí já estavam atrás de ti em
Paris, mas não deve ter sabido aonde estavas antes.
Essa ele contou
como tinha feito, nada como um treinamento.
Vivo aqui desde que consegui escapar.
Pertencia a um companheiro a muitos anos, me devia favores.
Passaram uma
semana ali, nunca fico muito tempo aqui, tenho outros pousos.
Nas terras da
reserva, meu pai, o teu avô tem uma cabana na montanha, essas por detrás tem
grutas, aonde se pode esconder.
Estão loucos para
te conhecer.
Contou como tinha
feito com o dinheiro, o de mais valor, está num banco em Las Vegas, esse não toquei,
contou como tinha feito. Que a viagem pela Europa tinha feito com o dinheiro
que tinha ganho nos cassinos.
Só retirei esse
do banco de NYC, porque tinha essas coisas tuas na caixa do mesmo. São provas que tenho contra eles. Assim me deixam em paz.
Mudaram de lugar,
deixaram o carro dele na garagem, atravessaram a fronteira depois de esconder o
a caminhonete, andaram meio-dia pelo meio da floresta, até chegarem na
montanha. Ali se esconderam numa
gruta, muito profunda.
O lugar era
fantástico, de tarde apareceram seus avôs, o abraçaram, beijaram muito.
Mas foram embora
de tarde, tinham que voltar para o povoado.
Para todos efeitos vim caçar, deixou dois coelhos com eles.
Levava outros
dois com ele.
Ficaram dois dias
ali. Depois voltaram pelo mesmo caminho.
Seu pai era um homem experto, fez um sinal para ele. Que ficasse
escondido, deu a volta, tinham dois homens fuçando a caminhonete. Ele ficou por
detrás alguma coisa podia defender seu pai. Mas este tinha algemado os dois, falou
com eles, que se o perturbassem os iria matar, além de entregar os documentos
ao congresso. Estava bem escondido.
Fez um sinal como
dizendo para ele ir descendo pela mata, chegaram até aonde estavam o carro dos
outros dois, furou todos os pneus, foram embora, o melhor que fazes, é ir para
Toronto, ou Alberta, eles não sabem que estas comigo. De qualquer maneira,
prendeu a os documentos embaixo do carro, numa caixa de metal, o abraçou muito.
Mas como te
localizaram, pode ter sido por minha causa.
Acho que seguiram
teus avôs, deviam ter mais do outro lado, já saberemos. O beijou muito.
Filho tome
cuidado.
Ele fez uma coisa
ao contrário do que seu pai tinha falado, seguiu rumo a Vancouver, lá tinha
muitas mistura de raça.
Usava agora ora
um ora outro passaporte para qualquer coisa.
Quando chegou a
Vancouver, um dia deu de cara com um rapaz como ele, mas com os cabelos loiros,
eram muito parecidos. Fez a mesma coisa
que o outro, descoloriu seu cabelo, o usando bem curto, viu como faziam, anotou
os produtos mentalmente.
Ficou dois meses
ali, até que viu que a DEA, tinha matado seu pai. Filhos da puta, quando abriu a lata, seu pai
tinha colocado num envelope, dizendo para quem devia enviar.
Foi o que
fez. Trocou de carro, atravessou a
fronteira, foi descendo até Las Vegas outra vez, fez o que tinha feito da outra
vez, mas desta vez, procurou um banco que fosse internacional, foi ganhando
dinheiro, não exagerava, hoje jogava num, no outro dia no outro, foi
depositando tudo nesse banco, com agencia em Frankfurt. Nunca tinha deixado de pensar no Hans, fez
contato com ele, disse que estava com saudade, que voltava, se ele estava
livre.
Como um pássaro
te esperando, foi o melhor da minha vida te conhecer.
Quando tinha
suficiente, mudou sua roupa, comprou uma peruca, mais ou menos como tinha o
cabelo, antes, entrou no banco, pediu para fechar a conta, viu que a DEA, não
tinha descoberto nada ali, pois senão teriam se negado a fechar a conta. Levou tudo ao outro depositou, já não lhe
perguntaram nada. Fez um roteiro
diferente, tomou um avião para Boston, com um passaporte, de lá para Frankfurt
com outro. Aeroporto mesmo clareou seus
cabelos, ficava diferente, embarcou sem problemas. Foi ao Banco de Frankfurt, transferiu todo o
dinheiro para lá. Fez uma consulta, tinha dinheiro, uma parte
boa que tinha ganhado nos casinos desta vez, o que transferiu, mandou aplicar,
nada de ações. De lá tomou um voo para
Amsterdam, Hans não o reconheceu com os cabelos tão curtos, loiros. Se abraçaram, beijaram.
Nunca senti tanta
saudade de alguém. Mas não tinha como te mandar mensagens.
Já te contarei
toda a história. Hans arrumou um emprego
para ele na fábrica, ele gostava, mas queria estudar. Depois de levaram quase um ano juntos, um
dia contou para ele sua história.
Nem fale eu vim
de uma família muito complicada.
Não me importa,
quero sim seguir contigo.
Tempos depois
resolveu o problema, casaram-se ele passou a ter o sobrenome do Hans, foram
viver em Róterdan, ele descobriu que podia fazer um modulo de engenharia
mecânica, arrumou um documento dos curso que tinha feito, ele tinha dinheiro,
compraram um pequeno apartamento, só estranhava no inverno o vento. Mas isso
era o de menos.
Hans nunca
gostava de saber das coisas, lhe perguntou se no resto da viagem tinha feito
sexo com muita gente, teve que se confessar.
Com ninguém,
quando muito me masturbava pensando em ti.
Creio que não sou dessas pessoas que vai de flor em flor.
Hans abriu uma
pequena loja na parte debaixo aonde viviam.
Como dinheiro que tinha rendendo na Alemanha, viajavam de vez em quando.
Quando acabou o
curso, conseguiu fazer a universidade de engenharia mecânica, montou nos fundos
da loja, um lugar para construir e consertas coisas, isso lhe bastava.
Foram anos super
felizes. Hans não tinha família, ele
tinham mas nem sabia aonde estavam.
Portanto o negócio
era seguir adiante.
Viu que o que seu
pai tinha feito, não tinha surtido efeito, até que viu um livro anunciado,
contando detalhes da DEA, entrevistavam o escritor, era o homem para quem ele
tinha mandado os documentos. Comprou
leu o livro.
Contava a
história de seu pai, que tinha acabado morto, para não falar, mas os documentos
tinham chegado até ele, bem como de outros.
O homem tinha sem
querer limpado o nome de seu pai. O que
o tinha assassinado, morreu pouco depois, ninguém sabia como, tinha levado um
tiro na nuca.
Isso aconteceu
durante uma viagem que ele fez com Hans aos Estados Unidos. Disse que tinha que resolver um pequeno
problema. Hans nunca lhe perguntou o
que.
Voltaram para
suas vidas.
No hay comentarios:
Publicar un comentario