lunes, 10 de enero de 2022

EASY

 

                                            EASY

 

É muito importante saberes quem eres sempre, isso devo ao meu pai, porque nunca teve vergonha de ser o que era.   Eu sempre vivi com minha mãe, numa cidade pequena do México, um dia nos mudamos para Rosarito, meu pai dizia que era muito importante, que fossemos para uma cidade maior.

Estava acostumado que ele só aparecesse nos finais de semana, dizia que o resto do tempo estava trabalhando.  Fomos viver num edifício ao lado de velho hotel, que normalmente usavam as putas.  Só anos depois vim entender o porquê da localização.

Minha mãe conseguiu um emprego numa loja de um chinês, conhecido dele, ficava no caixa atendendo as pessoas.   Era muito bonita.

O apartamento era peculiar, pois além da entrada principal, tinha uma saída por detrás, quando se saia pela cozinha, também se podia subir para a parte de cima, que tinha uma vista boa da rua.  Tudo estava bem planejado, descobri muito tempo depois.

Eu nunca devia entrar pela frente, me ensinou ele, devia entra por um beco, tampouco me assomar na parte da frente, perguntou se eu entendia, se ele podia confiar em mim, algumas vezes o contrariei, mas olhava através da cortina.  Era um segundo andar, dava para se ver a rua.  Meu quarto ficava para os fundos, as janelas eram altas, não se via desse corredor detrás.

Eu tinha dez anos, quando ele começou a me preparar, no domingo pela manhã era nosso dia, saiamos por detrás, me ensinou como devia vigiar, olhe sempre para o fundos do hotel se não tem ninguém bisbilhotando, só então te movas.  A principio me parecia um filme desses de detective que passavam na televisão.  Ele me fazia ver em inglês.

Um detalhe no principio sofri na escola, porque era americana, as aulas todas eram em inglês, me colocou em classe particular ali mesmo, para que eu falasse bem a língua.

Na primeira vez que subimos sua montanha, como ele dizia, nos sentamos em duas pedras, ele me disse quem era.  Já eres um homem, posso te dizer quem sou.  Fui da DEA, um serviço secreto contra as drogas, fui mandado para cá para vigiar um grupo que passava drogas pela fronteira.  Mas antes de tudo, o porquê, sou filho de Navajos, índios americanos por isso passo por mexicano.  Com o tempo ganhei tanto dinheiro, que mudei de bando, não tenho vergonha de dizer isso, pois me arriscava por um salário de merda.

Agora sou procurado lá, aqui também, vivo andando no fio de uma navalha.   Me apaixonei por tua mãe, que sabe de tudo.  Por isso agora vou te preparar para saberes sempre quem és, além de se defender, nunca comente nada com ninguém.

Olhei para ele, era alto como ele, a única diferença que meu cabelo era mais crespo que os dele.  Mas tinha os olhos negros como os seus, nariz afilado.

Nesse dia me deu a primeira classe de como atirar com um rifle, na montanha, tinha uma cabana, encaixada entre as pedras.  Na escola me meteu em todas as classes de ginasticas, jogos, enfim, para que tivesse músculos, que meu corpo crescesse forte.

Nos finais de semana me ensinava a lutar, inclusive aplicando golpes baixos se fosse preciso.

Com 12 anos me ensinou a dirigir, inclusive motos, pois aparecia as vezes com uma.  Mas o mais interessante, nunca parava na frente de casa, tinha vários esconderijos.

Eu sabia que minha mãe, tinha uma caixa, que estava escondida embaixo do armário do meu quarto.   Sabiam que podiam confiar em mim, nunca abra até teu pai te dizer que podes.

Com 13 anos, finalmente me fez entrar na cabana, me mostrou como funcionava, tinha acabado de realizar o que queria, era um sistema de fuga, tinha uma porta como se fosse de um navio, a partir que passavas, se fechava por dentro, era impossível abrir, dava numa pequena gruta, que descia até uma pequena enseada, aonde ele tinha um barco escondido.

Com 14 vi pela primeira vez como entrava, o fazia pelo hotel, como se estivesse com uma puta, essa era conhecida de minha mãe, várias vezes as vi falando, minha mãe lhe dando dinheiro.

Dali ele pulava para o nosso corredor, era fácil, eu estava entrando em casa, quando o vi fazer isso, voltei atrás, sem dizer nada, fui para um dos esconderijos que tínhamos os dois, ficava a uns dois quarteirões.   Estava me ensinando a arrumar os motores dos carros que usávamos.

Quando cheguei em casa fez muita festa, vi que os dois tinham estado na cama, afinal eram casados, pensei comigo.

Quando fiz quinze anos, me adiantaram na escola, pois eu me aborrecia nas aulas, depois de uns testes, os professores riam, por isso sempre tirava as notas mais altas, alguns suspeitavam que eu fazia alguma coisa para isso, pois sempre era o primeiro em entregar as provas.  Me passaram para o último curso, aonde apesar de ser uma pessoa quieta, me provocavam.   Um dia usei o que tinha aprendido com ele, um idiota filho do dono de um hotel de luxo na praia, metido a surfista, sempre estava me provocando, nesse dia vinha enfezado com alguma coisa, passou por mim me atirando no chão.  Se armou como um pavão, numa posição de karatê, de aonde estava no chão dei um salto que o assustou, desarmando, lhe dei um murro na cara, foi a vez dele cair de costa no chão, fui até ele estendi a mão para se levantar, me desculpe, as vezes salto alto demais.

Ficou me olhando com raiva, depois no pátio me cercou com seus amigos, me disse que ia me dar uma surra.  Lhe respondi que ele tivesse cuidado, pois sabia com quantos paus se fazia uma canoa.  O idiota não entendeu.   Lhe dei uma surra de fazer respeito.

Quando o pai apareceu na escola, acabou levando um sermão do diretor, pois seu filho era o pior aluno da escola, vivia provocando brigas com todo mundo.

Saíram pai, filho com a cabeça baixa, no dia seguinte soubemos que o pai o tinha mandado para os Estados Unidos.

Nessa semana justamente meu pai, começou a ensinar uma roteiro para seguir, caso acontecesse algo.  Tínhamos começado falando o que eu gostaria de estudar, me dizia que era importante.

Nesse dia começou como um doutrinamento, o que devia fazer, pegar a caixa do armário, deixar sempre uma mochila com uma muda de roupa diferente da que usava para ir à escola, como devia sair do beco, aonde devia ir buscar um carro.  Dentro da caixa, tem um passaporte, com teu nome americano, eu te registrei assim que nasceste, todos os anos suborno alguém para atualizar.   Vai aparecer um advogado, para te entregar um passaporte, nunca use este, pois te pegarão no passo de fronteira de Tijuana.

Que eu devia ir com o carro, até um motel, antes de chegar a San Diego, ao lado deste tinha uma garagem com outro carro, que trocasse por esse, que a porta-malas, sempre estaria cheio de coisas que me serviriam para escapar.   Observe bem antes de usar.

Um dia me mostrou essa garagem, ficava a uns dois quarteirões de casa, indo só por becos.

Dentro, tinha um carro destes usados por surfistas, inclusive com uma prancha em cima, me mostrou o porta-malas, aqui tens uma barraca de montar, uma bolsa com roupa de Neoprene, tudo que um surfista usa.   Vê, se levanta, tens o pneu de reposição, nem se atreva a usar, pois esta cheio de dinheiro, para ires em frente.

Eu deveria procurar em San Francisco, um advogado que era parente dele, me ajudaria, teria uma bolsa mais para mim.

Nunca te hospede aonde vivem os mexicanos, ou as pessoas da América do sul, fique num lugar que seja completamente diferente, me deu um guia de San Francisco, nem eu quero saber aonde decides ficar.

Meses depois começou a me dizer que as coisas estavam ficando pretas. Estão desconfiando de mim, acredito que a DEA me denunciou para eles.

O primeiro que aconteceu, caiu a primeira vítima, minha mãe, estava trabalhando, quando entraram uns homens para assaltar, lhe deram um tiro na cabeça, bem como no chinês que tentou se defender, mas claro não levaram nada.

Meu pai, não me deixou ir ao velório, nem tampouco no enterro.  Não sabem que existes.

Nesse dia veio o tal advogado, entregou o passaporte como ele tinha falado, se não sabia que eu existia, tinha chegado a hora, de madrugada tirei a caixa debaixo do armário, a mochila que tinha preparado, levei tudo para o carro com a prancha em cima.

Ele tinha deixado um fúsil com mira telescópica, estávamos conversando, quando ele escutou um ruído, me disse chegou a hora, me contou estão em dois carros o da frente está o chefão, me levarão no segundo, subas a terraço, atire no carro da frente umas quantas vezes, para que eu possa escapar pelo lado esquerdo, ok.

Me deu um abraço apertado, falou no meu ouvido, saia antes que batam na porta, cuide-se, te proteja sempre, tinha me dito depois do enterro de minha mãe, que eu nunca fosse a reserva aonde viviam meus avôs, pois podiam estar vigiados.

Subi rapidamente, observando tudo, ele tinha me ensinado todos os truques, que a observação era a coisa mais importante.  Coloquei na ponta do rifle um sistema para não se escutar o som.

Vi que saia de casa com um homem com uma arma atrás dele, o levava ao carro da frente, o homem se afastava da janela, sentava-se mais ao meio como se tivesse medo dele.

O levaram para o carro detrás, fizeram justo como ele tinha falado, ficaria na porta da esquerda, atrás do motorista.

Mal o carro começaram a se mover, eu foquei na nuca do chefe, quando ia chegando ao beco, disparei, mais duas vezes aonde sabia que estava o motorista, o motor, o carro foi para a esquerda subindo na calçada, imediatamente os do carro detrás saíram olhando para cima, me retirei, vi que meu pai corria pelo beco, um homem ia atrás dele, fiz pontaria acertei justo na coluna do sujeito, parecia um boneco que rompem as pernas.

Desci correndo, sai pelo beco, corri tudo que podia em direção, ao meu passaporte, ou seja o carro.

Dali sai disparado, tomei rumo ao Tijuana, me enfiei na fila para passar a fronteira, tinha deixado o passaporte a mãos, sabia que iriam abrir o porta-malas, colocar o cachorro para cheirar drogas.

Fiz uma coisa que ele tinha me ensinado, a respirar fundo muitas vezes me acalmar, falarão contigo em inglês, responda.  Inclusive perguntaram pelas garotas, etc.

Não deu outra, olharam meu passaporte, depois minha cara, eu nem sabia o nome que estava ali, pediram para abrir o porta-malas, o fiz, perguntaram pelas ondas, eu sabia que nessa época não eram fantásticas, respondi que dava para quebrar o galho, me perguntaram das garotas, um deles ainda soltou, um índio navajo fazendo surf por ai, é raro.

Soltei que estava aborrecido na universidade em San Diego, sabia que no passaporte, tinha uma carteira da universidade, queria algo diferente.   Aqui parece que estou em casa.

Riram, realmente, podes passar por um mexicano.

Me mandaram passar, o policial fechou o porta-malas, agradeci, segui em frente.

Fiz exatamente o que ele tinha me falado, fui até o tal motel de estrada, esperei chegar a noite, deixei o carro com a prancha num lugar muito escuro, tirei o outro, que era quase igual, mudei tudo para o outro, tirei o que dinheiro que estava dentro do pneu, coloquei na bolsa que estava o traje de Neoprene, parecia ter sido tudo calculado, pois era perfeito. Tirei o carro da garagem coloquei o outro, tinha me dado umas pastilhas, abra o motor, coloque dentro, saia correndo para o outro carro não olhe para trás.

Foi o que fiz, em seguida vi um estrondo, olhei pelo retrovisor, a garagem estava pegando fogo, ri, pois sabia que o fogo apagaria minhas impressões digitais.

Tenho que tomar cuidado com essas pastilhas.  Vi que o clarão do fogo era alto, se ao lado tinha outros carros, com certeza estavam fudidos.

Passei por San Diego, cheguei de madrugada a San Francisco, ia seguindo o mapa, tinha memorizado mais ou menos tudo, quando entrei na cidade, tinha pensado muito bem aonde era mais raro eu me esconder.  Escolhi Castro, sabia que era o bairro gay porque já tinha escutado falar nele.  Nisso me lembrei do homem do controle, que me perguntou das garotas, quase tinha respondido sou virgem ainda.  Tinha comentado com meu pai, que riu dizendo não sejas apressado, a tua hora chegara, não importa com quem.

Consegui um hotel pequeno, tirei dinheiro da carteira, tudo era dólares, tinha feito como ele tinha falado, nada de abrir a bolsa na frente de ninguém.

Deixei o carro no estacionamento do hotel, que era um estacionamento pago, mas que do hotel tinham direito.

Aproveitei que os bares estavam abertos, o café da manhã do hotel, ainda ia demorar um pouco, me sentei, quase falo com o garçom em espanhol, pois vi que era mexicano.   Fiz o meu pedido, café forte, ovos com torradas, estava com fome.   Depois fui para o hotel, pedi que me chamassem as 10 da manhã, para ir ao advogado.

Antes de sair, liguei para ele, marcou comigo num bar perto do escritório, achei estranho, mas atendi, me disse que estaria sentado na última mesa.

Nunca se sabe me disse, estendendo a mão.  Creio que estão me vigiando, por isso há que tomar cuidado, nem se atreva ir em direção da reserva, se estas aqui, significa que aconteceu alguma coisa com George, quase lhe pergunto quem era George.  Conhecia meu pai como Juan Martinez.   Devo ter sorrido, ele pensou que era em respeito a Washington, quando dizemos todos olham assim, mas metade da tribo tem esse nome, George Washington então são muitos, mas teu pai na verdade se chama Wolf, te chamarei de Little Wolf, assim nos entenderemos, quando me chames ok.

Me entregou um pacote, saiu por detrás, me disse, daqui dez minutos saia, eu antes fui ao banheiro, com o pacote que tinha me dado.

Vi que era uma caixa. Apesar de não ver nada estranho, sai por uma lateral que tinha no bar.

Fui andando, olhando as vitrines, para ver se estava sendo vigiado.  Voltei ao hotel, abri a caixa, além de documentos, havia um bilhete do Wolf.

Meu filho, se estás em poder dessa caixa, sinal que já estas a salvo, mas nunca confie em ninguém, em seguida saia da cidade.  Eu te aconselharia, inclusive a mudar de carro, sugestão, vá até Las Vegas, venda esse compre outro, não podes viajar de avião, a não ser que queria ir de trem para algum lugar.   O melhor para o outro lado do País.

Me lembrei de uma conversa que tinha tido com ele sobre o melhor lugar, me falava sempre que o sul, era mais complicado, pois estava cheio de mexicanos, muitos eram dos carteis de droga, embora não saibam que existes, sempre é complicado.

No norte tens essas terras em que todo mundo te observa, o melhor seria uma grande cidade, ou mesmo sair do País, pense aonde gostarias de ir, para se safar.

Mas o que deves fazer antes, é abrir contas em um ou dois bancos, para poder guardar esse dinheiro sem chamar atenção, por isso sugiro Las Vegas, diga que ganhaste num cassino, um amigo fazia isso, depositava o dinheiro dizendo que antes que gaste tudo.  Pegue um apart-hotel, assim podes ficar alguns dias para que te mandem o cartão, ou avisar que passa para pegar o mesmo, depositando mais dinheiro, faça isso várias vezes, mas que te vejam saindo de casinos diferentes, jogue mas pouco.

Quando tiver tudo depositado, só com dinheiro para um mês, tome um avião, vá para o outro lado do pais.

O banco deve ter agência no País inteiro.  Depois tome o rumo que quiser.

Achou que essa opção era excelente.  Se deslumbrou com Las Vegas, costumava jogar poker com seu pai, entrou num casino, sentou-se numa mesa, mostrou os documentos que era maior de idade, no passaporte e no bilhete de identidade, aparecia como tendo 21.

Jogou, primeiro perdeu, mas depois entendeu o funcionamento, logo ganhou um bom dinheiro, seguiu o que seu pai dizia, vá troque as fichas, veja se prestam atenção em ti.

Vá para outro casino, jogue em outra coisa, fez isso, jogou nas maquinas, por incrível que pareça, ganhou, foi andando pelo casino, viu uma mesa de Black Jack, prestou atenção como era, quando viu a mesa cheia de dinheiro, apostou, talvez sorte de principiante raspou a mesa.

Trocou as fichas outra vez.  Acho que tenho sorte de principiante, começou a conversar com a senhora que atendia, melhor parar, verdade, senão perco o que ganhei, creio que posso pagar a matricula da faculdade.    Ela deu um sorriso triste, se meu filho como tu, não estava sempre metido em confusões.

Voltou para o apart-hotel, pediu para ver como funcionava o cofre do quarto, o homem o ensinou, ganhei dinheiro no jogo hoje, creio que é sorte de principiante, mas já dá para pagar a universidade.

Ou seja estava construindo uma historia em torno dele. Para se tornar acreditado.

No dia seguinte de manhã, tirou uma boa bolada, mais um pouco do que tinha ganho, foi a um banco disse que queria abrir uma conta, primeiro perguntou se o banco tinha agencia em todos os lugares, porque esse dinheiro ele tinha que guardar para a Universidade, senão gasto tudo.

Perguntaram se queria cartão de crédito, perguntou se demorava muito, lhe responderam que um dia.    Não, melhor deixo para pedir antes de ir embora, assim não gasto esse dinheiro.

Fez a mesma coisa em outro banco, com um valor igual, disse quais os casinos tinha jogado, vim ver se conseguia dinheiro para a matricula na universidade, falou em Oxford.

Combinou o mesmo, no dia seguinte passou o dia na piscina do hotel, voltou no terceiro dia, fez a mesma coisa, acho que tenho sorte de principiante.  Nessa noite foi ao casino mas com o dinheiro que tinha ganhado, se lembrou o que tinha jogado no primeiro dia, fez igual, primeiro observou uma mesa de Black Jack, jogou a primeira vez perdeu, fez cara de desanimado, uma senhora lhe disse olhando para ele, tens estrela, experimente outra vez.  Ganhou cinco vezes seguidas.   Melhor parar, assim tenho dinheiro para um apartamento na universidade.

Foi a outro casino fez igual, achava o jogo interessante, lhe fazia a cabeça funcionar, ele sempre tinha sido brilhante em matemática.  Prestou atenção num sujeito que estava fazendo trapaça, se afastou, não deu outra, os detetives do hotel, o retiraram, aquela mesa já não valia a pena.

Com um pouco de fichas jogou na roleta, em sua cabeça veio um número que seu pai sempre falava que adorava.  Pois jogava esse na loteria do México, foi o que fez, saiu duas vezes seguida, recolheu as fichas, saiu, escutou outro número.

Menos mal que parei, sabia que tudo era controlado, por isso seu pai dizia que ali era mais fácil depositar o dinheiro, qualquer coisa verificavam no casino.  Depositou o resto do dinheiro, ainda comentando do sujeito que fazia trapaças, como tinha ficado deslumbrado com o luxo do último casino, mas me hospedar lá nem pensar, pois valeria pelo menos uns meses de aluguel num pequeno apartamento perto da universidade.  Irei a Oxford, com o dinheiro que ganhei.

A mulher sorria, fazes bem, eu não estudei tudo que devia, olha aonde estou.

Pediu o cartão nos dois bancos, no dia seguinte foi buscar.  Nessa tarde foi para o Aeroporto, viu vários voos para NYC.  

Mas antes voltou a cidade, vendeu o carro, agora só tinha sua lata com os documentos, roupa suja na bolsa, voltou para o aeroporto, pegou o último voo do dia, chegou de manhã.  Primeiro, olhou uma lista de hotéis baratos, no centro, perto do Times Square, tinham hotéis de luxos, como mais baratos, queria conhecer a cidade, ao mesmo tempo pensar.

Nunca tinha se decidido o que gostaria de fazer em termos de Universidade.  No hotel vendo um canal de televisão do México, falavam do assassinato do chefe do cartel da costa oeste, não falava era de seu pai.  Apesar de ter passado dias, recuperavam como tinha ficado o carro, culpavam a DEA do acontecido, um franco atirador.

Queria por terra por meio, mas para aonde, consultou o dinheiro que tinha ganho no casino, sem querer tinha um bom dinheiro, sem mexer no do Banco, quiça se passo um tempo fora do pais, possa encontrar uma solução, o problema era para onde.  No dia seguinte andando pela cidade, passou por uma agência de viagem, viu um cartaz, talvez para atrair jovens, viagens de trem por vários países.  Entrou para se informar, um jovem lhe deu várias opções, vou te dar um exemplo, eu fiz, Berlin, Praga, Viena, de lá fui a Münich, em seguida fui para Paris, para fechar a viagem, recomendo pelo menos uma semana em cada lugar, podes comprar a viagem de ida até Berlin, depois quando resolva resolver, de aonde termine, podes voltar.

Fico com esse tramo, daqui a Berlin, posso comprar os bilhetes na própria estação verdade, ir fazendo o que quero, tempo tudo isso.

Claro que sim, perdes o tramo completo por ser mais barato, mas a diferença não é tanta.

Pensou, comprou o de avião para Berlin, lhe indicaram um hotel em Mitte, de aonde ele podia se mover pela cidade. Era um hotel de gente jovem, estudantes, mas podia ter um quarto só para ele.  Preferia assim.   Marcou para dias depois, leu todos os documentos que tinha na caixa, pensou no assunto, retirou só sua certidão de nascimento com o nome de Jeremy Washington, o resto eram coisas de seu pai.  Documentos da DEA, que não vinha ao caso, foi ao banco que tinha conta, perguntou como fazia para deixar alguma coisa guardada.   Lhe disseram pelo valor que tinha no banco podia alugar uma caixa.  Foi o que fez, guardou tudo ali, depois aproveitou para se informar como fazia, ia fazer uma viagem de estudante, um roteiro pela Europa, que lhe aconselhavam, para não ficar andando com dinheiro no bolso.  Lhe concederam um cartão de estudante com um bom limite, disseram como podia ir carregando o mesmo.  Ele em todo caso levaria o normal de Visa, qualquer coisa era só transferir.

Embarcou, relaxado, ao apresentar o passaporte, o homem perguntou se era da tribo de seu pai, disse que sim.  Nada mais.  Ia perguntar por que, mas se lembrou que o primo tinha falado do nome.

Chegou a Berlin cansado por causa das turbulências durante o trajeto, achei o hotel diferente, era tudo muito simples, gente jovem como ele.  Inclusive a estação de trem era perto, o que facilitaria.  Depois de um bom banho, pediu uma caixa forte para guardar documentos, isso era dentro de uma sala, lhe disseram um código para abrir, depois mudava para um seu.

Saiu tranquilo para a rua, o tempo estava estupendo, era final do verão, lhe avisaram que de noite esfriaria, comprou outra calça, cuecas, meias, duas camisetas, queria seguir viajando assim, sem compromisso, tinha visto quando lhe ensinaram os serviços do hotel que podia lavar sua roupa, quando voltou ao final do dia, retirou a que estava, juntou com a suja da mochila, lavou tudo. Ficou ali lendo um guia de viagem que tinham esquecido ali.

Foi anotando tudo que poderia ir vendo, seria uma viagem cultural, como sempre tinha escutado falarem.

Apareceu o dono do guia, era um estudante da Finlândia, ficaram conversando sobre o que o outro ia fazer, era mais ou menos o mesmo roteiro, com algumas diferenças, iria descendo até Munich de furgão, depois de lá decidia o que fazer.  Saíram para comer alguma coisa, o outro explicou que com as fronteiras abertas agora não se tinha problema, era raro pararem alguém.

O outro explicou que tinha comprado esse furgão da Volkswagen, assim que cheguei, vou buscar amanhã, se vais ficar mais tempo, eles tem um sistema que podes comprar, depois revender no último país, para um revendedor deles, te dão uma lista.

Gostou da ideia, irei contigo amanhã assim me informo, mas tenho que comprar um guia para fazer um roteiro, isso era bom pois tomaria mais tempo.

No que o outro continuou falando, da outra vez fiz ao contrário que agora, fui daqui a Hamburgo, depois Amsterdam, Haya, Amberes, Bruxelas, Paris, mas claro tinha tempo limitado de férias, venha vamos comprar um guia para que tu possas ir viajando.

Comprou um guia como ele queria com as duas opç4oes, além de mapas.

Nessa noite no quarto se dedicou a estudar o roteiro, acabou dormindo em cima do mesmo, no café da manhã, se topou com o mesmo, foi com ele ver a historia do furgão, quando o viu, o rapaz tinha inclusive levado sua bagagem, retiraram os bancos, ele poderia dormir ali, em algum camping, só não ia cozinhar, pois não sabia.  O homem disse que justo ali na frente tinha uma loja que tinha futon, edredons para as noites frias. Ele poderia se apanhar bem.  Ficou encantado com a loja, acabou comprando um abrigo polar, que não tinha, com isso se apanharia, fez uma extravagância, comprou dois lenços que viu para o pescoço.  Riu sempre tinha visto os outros com isso, mas nunca tinha tido um.

Comentou com o rapaz, esse disse, eu sempre tenho para o frio, por causa da Finlândia, um gorro para a cabeça.  

Reservou o furgão, o homem perguntou se queria bancos, explicou como ele também poderia montar uma cama como os bancos.  Mas gostava mesmo era da outra maneira.

Fez uma coisa, depois de se despedir do rapaz que seguia viagem, passou num salão, cortou o cabelos rente a cabeça, assim não teria problemas para usar um gorro, o outro tinha lhe dado um com um logo do pais.

Andou pelos museus que lhe interessaram, mas queria algo mais moderno, lhe informaram de um de Arte Contemporâneo na antiga estação de trem.  Gostou mais, depois de andar muito pela cidade, finalizou com um passeio de barco pelo rio.

Não tinha feito nenhuma foto, resolveu usar seu celular novo, para isso.  Afinal não tinha para quem ligar.   Tinha sido entregue pelo seu pai no último dia.

Nem tinha dado atenção ao mesmo.  Não tinha cobertura ali, afinal funcionava nos estados unidos, mas poderia fazer fotos.

Estava se sentindo livre como um pássaro.  Nunca tinha criticado seu pai pelo que fazia, mas não gostava muito, talvez por quere-lo tanto, não tinha feito nunca nenhuma censura.  Agora também estava fazendo tudo isso, com seu dinheiro.  Riu pensando, seu dinheiro foi inicial, mal tinha tocado nele, essa viagem estava fazendo com o dinheiro do casino.

Realmente a velha disse que tinha sorte.

Oito dias para ele bastaram de ir pela cidade, foi buscar o furgão, o homem tinha guardado suas coisas ali, a roupa estava limpa, não tinha do que se preocupar.

Tomou rumo a Hamburgo, foi gostando da paisagem, por ser outono, era diferente as cores, no México nunca tinha isso, era outro clima.

Resolveu ficar num pequeno hotel, tinha visto um folheto no hotel, da mesma cadeia, ficou no mesmo, inclusive tinha um estacionamento ao lado para deixar o Furgão, adorou a cidade, era diferente de Berlin, explorou bem a mesma, chegava de noite no hotel cansado, mas feliz, escutou a conversa de dois rapazes americanos, que falavam de que tinham vindo para uma coisa, ir sempre de putas.

Riu um pouco achou idiota fazer uma viagem só para fazer sexo. Mas ele mesmo era um imaturo nisso.   Iam para o bairro perto do porto aonde diziam que tinham putas, foi atrás deles, viu os bares que entravam, a maioria das mulheres eram mais velhas, até que viu um com mulheres mais jovens.  Uma jovem loira, pensou que ele era Finlandês como ela, a achou agradável, foi franco, era virgem.   Ela riu, não se preocupe, tenho camisinhas.

Não foi nada como ele imaginava, era aqui te pego aqui te mato. Achou meio sem graça, mas era o que tinha. Pagou, foi embora.

Ela disse que ele era uma criança.

Talvez sim, nunca tinha beijado ninguém na boca, nem sentido desejo, não sabia o que era isso ainda, se lembrou da conversa com seu pai.

Terei que dar tempo ao tempo.

Tomou rumo a Amsterdam, tinha já feito reserva na mesma cadeia. No meio da viagem pegou neve, se lembrou que o homem tinha avisado caso necessitasse de cadeias para as rodas, aonde estavam, mas só colocasse se na estrada indicasse que sim.

Amou a cidade, fez todos os passeios possíveis, andou a torto e direito, comeu todos os tipos de comidas diferentes que viu. Mesmo as mais picantes, estava acostumado com o chili de seu pais.

Conheceu pessoas nos bares, saiu pela noite a primeira vez, andou pelo bairro da Luz Vermelha, riu muito de alguns como ele que queria experimentar.  Mas nenhuma lhe atraiam, foi quando viu uma novidade, vitrines com homens também.

Um senhor lhe disse não precisas disso, eres jovem, garanto que consegue nessas discotecas, disse aonde eram.  Foi para experimentar.  Começou a dançar coisa que nunca fazia, um jovem moreno como ele, com um loiro começaram a dançar com ele.  Perguntou se estavam juntos, os dois queria fazer sexo com ele.   Teve um ataque de riso, se nunca tinha feito com um, como faria com dois, mas um homem mais maduro o chamou a parte, disse, cuidado, isso é para te roubarem, pois eres estrangeiro.

Agradeceu ao homem, ficou no balcão tomando uma coca cola, viu que o mesmo tinha uma cara meio triste.  Lhe perguntou o que lhe passava.   Perdi um amigo disse, o idiota se suicidou por amor.  Ficaram conversando, saíram, para andar pelas ruas.  O outro era operário numa fábrica nas aforas da cidade, gostou do sujeito, este o levou para sua casa de carro, como volto amanhã?

Te coloco no trem.  Foi uma experiencia mais interessante que com a mulher, não teve vergonha de contar, o outro ria, sempre se tem que começar por algum lado, se sentiu super bem com ele, no momento que ele o deixou super excitado e sentou-se em cima do seu caralho, ficou como louco, não tinha sentido isso com a mulher.

Foi genial, dormiu agarrado ao outro, que pena lhe disse, amanhã, tens que ir trabalhar?

Mas posso te buscar de noite, contou o roteiro que estava fazendo.

Se queres posso ir contigo até Rotterdam, ias gostar.  Tenho quatro dias livres a partir de amanhã, ok

Ele fez a reserva para Rotterdam, para duas pessoas.  De noite, se encontrou com Hans, ele adorou dirigir até aonde vivia.  Fez mil coisas com ele, já tinha aprendido alguma coisa no dia anterior, o deixou tão excitado que quando o penetrou, primeiro sentiu dor, mas depois gostou. Isso faziam ao mesmo tempo que se beijavam.    Estava contente, não sabia se seu pai aprovaria, mas se lembrou que ele era quem tinha que escolher.

Pediu para carregar o celular, o outro lhe fez colocar seu Hi-Fi, viu que tinha uma mensagem, alucinou quando escutou a voz de seu pai, estou bem consegui escapar, mas estarei fora de circulação algum, tempo, espero que estejas longe.   Respondeu a mensagem, dizendo que estava no outro lado do mundo, mas não disse aonde.

Hans não fez pergunta nenhuma, cada vez que chegues a um hotel, peça o Hi-Fi do mesmo, assim economizas.

No dia seguinte sem pressa, passaram por Haya, a capital, passearam, depois foram para Rotterdam, comentou que tinha sido totalmente destruída, que pouca coisa tinha sobrado, muita gente morreu por aqui, mas a maioria foi para o interior.

Passearam pela cidade, de noite saíram, o levou a lugares gays, Hans lhe chamou a atenção o pessoal olha para ti, mas não prestas atenção.

Não estou interessado, estou desfrutando estar pela primeira vez com uma pessoa.

Lhe deu a dica de ir primeiro a Guante, depois Brujas, assim veria mais coisa, eram antigas, olhou se tinha o mesmo hotel.

Melhor passa por uma, dorme na outra, se pudesse ia contigo, gosto também de estar contigo, mas posso me apaixonar.  Nessa noite ao fazerem sexo, sabes que foste meu primeiro homem, verdade.

Sim garoto sei, mas sou muito mais velho que você, mas se voltar, sabes que pode me procurar.

Era um homem simples, lhe contou o que fazia na fábrica, era especializado em manutenção de maquinas, dai seu corpo, sua força.

Se despediram no dia seguinte na estação de trem, aonde o tinha ido levar, para voltar para casa. 

A principio ficou chateado, mas entendeu o que o outro tinha dito, ele era mais velho queria uma coisa séria, ele não sabia o que queria.

Acabou dormindo num posto de gasolina, pois no motel não tinha lugar, se meteu no futon com o edredom por cima, ficou confortável.

No dia seguinte depois de tomar um café da manhã diferente, seguiu viagem, fez a primeira cidade, dormiu na seguinte, perguntou se em Paris tinha esse tipo de hotel.  O homem explicou que podia conseguir um simples para ele, explicou o do furgão, tinha que ter um estacionamento perto.

Conseguiu um que tinha um estacionamento público, perto.  Agradeceu, vou fazer meu roteiro, depois de digo para a reserva.   Ficou três dias em Bruxelas, fez um roteiro entrando pela Normandia, indo a dois lugares que lhe interessaram, depois de Paris, faria passeios, talvez fosse para o sul.

De novo carregou o celular, colocou o Hi-Fi como tinha ensinado o Hans, escutar a voz de seu pai foi o máximo, obrigado por ter salvado minha vida, estou procurando me encontrar para seguir adiante, fico contente que estejas longe. Pois podem te encontrar, se puderes troque de documentos.

Nem sabia como fazer isso, mas por enquanto não se importava.   Quando chegou a Paris, o hotel era super simples, antigo, perto da escola de medicina, ali tinha um estacionamento subterrâneo.   Comprou uma guia de viagem, para poder descer para o sul.

Passou 15 dias em Paris, só tirou o furgão, para ir ao vale do Loira, conhecer os castelos, depois o resto fazia andando.

Um dia teve a sensação de que estava sendo seguido, mudou de rumo três vezes.   Já era de noite, se escondeu num desvão, quando o homem passou o agarrou por detrás. Retirou sua arma, o homem disse que sabia que ele era filho do George.

Perdão não conheço ninguém com esse nome.

Olhe no teu passaporte, conseguimos te seguir pelo registro em hotéis.

Deu uma cacetada na cabeça do sujeito, levou sua arma com ele, bem como o reposto, entrou no hotel, pagou a conta, pegou suas coisas, se mandou, como furgão.

A partir de hoje dormirei em gasolineiras, pensou. Nada que registre com meu nome.

Buscando entre suas coisas, encontrou num bolso da mochila, o outro passaporte que tinha lhe dado o advogado.  Esse era também americano, mas o nome que constava era o de sua mãe.

Entrou num hi-fi de um restaurante, deixou um recado para o pai de a DEA, o estava seguindo, por causa do nome do seu passaporte, Jimmy, se podia usar o do advogado.

De noite recebeu a mensagem, podes, mas só para voltar para cá.

Mas ele já estava na estrada, tinha certeza de que no aeroporto de Paris o estariam vigiando.

Foi descendo tranquilamente, parando em vários lugares.

Ficavam em cidades pequenas, aonde podia tomar banho nos postos de gasolina como faziam os motoristas de caminhão, deu uma volta completa tranquilamente, mas sempre atento.

Atravessou a fronteira, mas antes fez uma coisa, deixou o carro numa cidade muito antes, tomou um trem que ia para Barcelona, depois de conhecer a cidade pegou um voo para NYC.

Lá avisou ao pai aonde estava.

Dois dias depois respondeu, que ele devia tomar rumo ao Canadá, entrar para a reserva por cima, vindo do Canadá, lhe disse um nome de uma cidade, antes da fronteira te espero lá.

Em seguida, lhe mandou outra instrução, que tirasse fotografia, lhe deu um endereço, que falasse com um homem chamado Humberto Eco, pensou, parece o nome de um escritor.

Quando chegou ao lugar, no fundo de uma galeria, perguntou pelo senhor Humberto, o homem disse, o nome completo, repetiu Humberto Eco.

Era o próprio, tinha quando muito 1,60 de altura, era extremamente agradável, sou amigo de teu pai, trouxeste as fotos, vou te fazer dois passaportes, assim fica mais tranquilo.

Seu pai tinha lhe dito para trocar de celular, que destruísse esse, lhe deu um código para dar com ele.

Pagou o homem, ia arriscar uma coisa, tirar dinheiro do banco, mas usou uma maneira fácil, foi a um pequeno, fechou a conta retirou todo o dinheiro que estava lá, o mesmo que tinha a caixa.

Com o novo passaporte, alugou um carro pequeno, desse que usam os velhos, guardou o dinheiro no pneu de reposto.  Foi embora, entrou pelo Canadá, foi seguindo o roteiro que tinha feito para chegar aonde seu pai tinha dito.

Só ficava em motéis de beira de estrada. Nunca com o mesmo passaporte.

Deixou a barba crescer, raspou a cabeça, assim ficava diferente. A arma tinha jogado num rio na viagem pelo sul, se pelo menos tivesse uma.

Num lugar que parou, viu um grupo de caçadores, tinham vindo de algum lugar, as caminhonetes estavam com alces mortos, eram descuidados, deixaram rifles com caixas de munição nas cabines, examinou a que tinha mais armas.   Roubou uma, com mira telescópica, bem como balas.   Afastou seu carro o máximo possível, para ver se desconfiavam, nada, estavam como uma cuba, tomaram a direção contraria a dele.

Foi embora vigiando a estrada, já estava quase chegando, parou num posto de gasolina para tomar café, quando viu vários carros de polícia.  Era uma operação de um contrabando de drogas, ficou quieto só observando, alguns usavam casacos do DEA nas costas, quase se encolheu.   Voltou atrás na estrada, parou num motel, alugou um quarto, bem próximo à saída.

Esperou, dois dias, quando parou novamente no outro lugar, escutou a conversa, era um blefe, o caminhão que queriam pegar, já estava vazio.

Mandou um mensagem para seu pai. Estava perto da fronteira, esperava instruções.

Este respondeu como ele devia fazer.

Seguir até um povoado no meio de uma floresta, que ficava justo na fronteira, que passasse pelo povoado, disse o km, aonde estaria esperando por ele.

Assim fez, passou pelo povoado, quando viu o numero do km, tinha uma entrada, a estrada estava vazia. Parou mais a frente. Foi quando o viu, estava mais magro, com uns cabelos brancos imensos. Correu para ele o abraçando.

Me siga com teu carro. 

Foram subindo a montanha, uma estrada super estreita, entendeu por que, dali se poderia ver qualquer carro que subisse, bem como um helicóptero, mas a floresta fechava inclusive aonde passavam os carros.

Seu pai guardou os dois carros na garagem, ele aproveitou para tirar a arma. O velho se surpreendeu, contou para ele o que tinha acontecido em Paris.

Claro pegaram o primo, ele contou o teu nome verdadeiro.  Mas pelo menos o soltaram.

Me avisou só depois.  Mas aí já estavam atrás de ti em Paris, mas não deve ter sabido aonde estavas antes.

Essa ele contou como tinha feito, nada como um treinamento.   Vivo aqui desde que consegui escapar.  Pertencia a um companheiro a muitos anos, me devia favores.

Passaram uma semana ali, nunca fico muito tempo aqui, tenho outros pousos.

Nas terras da reserva, meu pai, o teu avô tem uma cabana na montanha, essas por detrás tem grutas, aonde se pode esconder.

Estão loucos para te conhecer.

Contou como tinha feito com o dinheiro, o de mais valor, está num banco em Las Vegas, esse não toquei, contou como tinha feito. Que a viagem pela Europa tinha feito com o dinheiro que tinha ganho nos cassinos.

Só retirei esse do banco de NYC, porque tinha essas coisas tuas na caixa do mesmo.  São provas que tenho contra eles.  Assim me deixam em paz.

Mudaram de lugar, deixaram o carro dele na garagem, atravessaram a fronteira depois de esconder o a caminhonete, andaram meio-dia pelo meio da floresta, até chegarem na montanha.      Ali se esconderam numa gruta, muito profunda.

O lugar era fantástico, de tarde apareceram seus avôs, o abraçaram, beijaram muito.

Mas foram embora de tarde, tinham que voltar para o povoado.  Para todos efeitos vim caçar, deixou dois coelhos com eles.

Levava outros dois com ele.

Ficaram dois dias ali. Depois voltaram pelo mesmo caminho.  Seu pai era um homem experto, fez um sinal para ele. Que ficasse escondido, deu a volta, tinham dois homens fuçando a caminhonete. Ele ficou por detrás alguma coisa podia defender seu pai. Mas este tinha algemado os dois, falou com eles, que se o perturbassem os iria matar, além de entregar os documentos ao congresso.   Estava bem escondido.

Fez um sinal como dizendo para ele ir descendo pela mata, chegaram até aonde estavam o carro dos outros dois, furou todos os pneus, foram embora, o melhor que fazes, é ir para Toronto, ou Alberta, eles não sabem que estas comigo. De qualquer maneira, prendeu a os documentos embaixo do carro, numa caixa de metal, o abraçou muito.

Mas como te localizaram, pode ter sido por minha causa.

Acho que seguiram teus avôs, deviam ter mais do outro lado, já saberemos. O beijou muito.

Filho tome cuidado.

Ele fez uma coisa ao contrário do que seu pai tinha falado, seguiu rumo a Vancouver, lá tinha muitas mistura de raça.

Usava agora ora um ora outro passaporte para qualquer coisa.

Quando chegou a Vancouver, um dia deu de cara com um rapaz como ele, mas com os cabelos loiros, eram muito parecidos.  Fez a mesma coisa que o outro, descoloriu seu cabelo, o usando bem curto, viu como faziam, anotou os produtos mentalmente.

Ficou dois meses ali, até que viu que a DEA, tinha matado seu pai.  Filhos da puta, quando abriu a lata, seu pai tinha colocado num envelope, dizendo para quem devia enviar.

Foi o que fez.  Trocou de carro, atravessou a fronteira, foi descendo até Las Vegas outra vez, fez o que tinha feito da outra vez, mas desta vez, procurou um banco que fosse internacional, foi ganhando dinheiro, não exagerava, hoje jogava num, no outro dia no outro, foi depositando tudo nesse banco, com agencia em Frankfurt.  Nunca tinha deixado de pensar no Hans, fez contato com ele, disse que estava com saudade, que voltava, se ele estava livre.

Como um pássaro te esperando, foi o melhor da minha vida te conhecer.

Quando tinha suficiente, mudou sua roupa, comprou uma peruca, mais ou menos como tinha o cabelo, antes, entrou no banco, pediu para fechar a conta, viu que a DEA, não tinha descoberto nada ali, pois senão teriam se negado a fechar a conta.  Levou tudo ao outro depositou, já não lhe perguntaram nada.    Fez um roteiro diferente, tomou um avião para Boston, com um passaporte, de lá para Frankfurt com outro.   Aeroporto mesmo clareou seus cabelos, ficava diferente, embarcou sem problemas.   Foi ao Banco de Frankfurt, transferiu todo o dinheiro para lá.   Fez uma consulta, tinha dinheiro, uma parte boa que tinha ganhado nos casinos desta vez, o que transferiu, mandou aplicar, nada de ações.   De lá tomou um voo para Amsterdam, Hans não o reconheceu com os cabelos tão curtos, loiros.   Se abraçaram, beijaram. 

Nunca senti tanta saudade de alguém. Mas não tinha como te mandar mensagens.

Já te contarei toda a história.  Hans arrumou um emprego para ele na fábrica, ele gostava, mas queria estudar.   Depois de levaram quase um ano juntos, um dia contou para ele sua história.

Nem fale eu vim de uma família muito complicada.

Não me importa, quero sim seguir contigo.

Tempos depois resolveu o problema, casaram-se ele passou a ter o sobrenome do Hans, foram viver em Róterdan, ele descobriu que podia fazer um modulo de engenharia mecânica, arrumou um documento dos curso que tinha feito, ele tinha dinheiro, compraram um pequeno apartamento, só estranhava no inverno o vento. Mas isso era o de menos.

Hans nunca gostava de saber das coisas, lhe perguntou se no resto da viagem tinha feito sexo com muita gente, teve que se confessar.

Com ninguém, quando muito me masturbava pensando em ti.  Creio que não sou dessas pessoas que vai de flor em flor.

Hans abriu uma pequena loja na parte debaixo aonde viviam.  Como dinheiro que tinha rendendo na Alemanha, viajavam de vez em quando.

Quando acabou o curso, conseguiu fazer a universidade de engenharia mecânica, montou nos fundos da loja, um lugar para construir e consertas coisas, isso lhe bastava.

Foram anos super felizes.  Hans não tinha família, ele tinham mas nem sabia aonde estavam.

Portanto o negócio era seguir adiante.

Viu que o que seu pai tinha feito, não tinha surtido efeito, até que viu um livro anunciado, contando detalhes da DEA, entrevistavam o escritor, era o homem para quem ele tinha mandado os documentos.   Comprou leu o livro.

Contava a história de seu pai, que tinha acabado morto, para não falar, mas os documentos tinham chegado até ele, bem como de outros.

O homem tinha sem querer limpado o nome de seu pai.  O que o tinha assassinado, morreu pouco depois, ninguém sabia como, tinha levado um tiro na nuca.

Isso aconteceu durante uma viagem que ele fez com Hans aos Estados Unidos.  Disse que tinha que resolver um pequeno problema.   Hans nunca lhe perguntou o que.

Voltaram para suas vidas.

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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