lunes, 26 de julio de 2021

SIMPLE MAN

 

                                                             SIMPLE MAN

 

Nunca tinha esperado nada da vida, tinha sido educado assim, tudo era muito simples em sua casa, luxo era comer todos os dias.  Seus pais tinham os empregos mais comuns possíveis, ele trabalhava num banco, ela era caixa numa grande superfície.

Todos os dois tinham vindo do interior, portanto, isso era o máximo que podia esperar da vida, a casa era confortável no ponto de vista que não faltava nada, tudo durava muito tempo.

Mesmo na escola ele era considerado pelos professores, um simplório, pois suas notas nem eram alta, tampouco baixas. Diziam que era razoável, visto conhecerem seus pais, pensavam esse não vai a lugar nenhum.   Mesmo quando chegou a fase de que todos se preparam para ir a Universidade, isso parecia não lhe tocar.   Uma noite na mesa de jantar, perguntou aos seus pais como fazia, se devia batalhar para isso, a resposta foi como ele esperava, não tinham dinheiro sobrando, tudo que economizavam era para sua aposentadoria.  Teve que se conformar, em arrumar um emprego, ao mesmo tempo que estudou para ser professor de primaria.

No curso, basicamente só haviam mulheres, homens mais três como ele.  Aprendeu como devia trabalhar com crianças pequenas, as primeiras letras, essas coisas.

Para um homem de sua altura, 1,80, ele tinha uma voz pausada, com uma maneira de falar, que se entedia perfeitamente tudo que dizia.

As garotas que faziam o curso, estavam esperando um casamento razoável.  Nenhum, tinha sido brilhante suficiente para ir à universidade.  Seriam simplesmente mães, que criam seus filhos na normalidade.

Quando fez concurso para ser professor, lhe tocou uma escola no meio do nada, tinham naquela vila, 10 crianças, na idade escolar, nada mais.  Tinha que lidar, entre ensinar a escrever, ao mesmo tempo que os que passavam de curso, iam para uma escola na cidade vizinha.

Logo ficou sem emprego, sem saber muito como, se viu transferido para San Francisco, em plena metrópole, ficou assustado no primeiro momento, conseguiu um quarto pequeno, que era tudo que ele precisava, a um quarteirão da escola que iria trabalhar, num bairro residencial.

Aos poucos se aventurou em conhecer a cidade, foi aos museus, andar pelas ruas no sábado, enfim saber aonde estava.   Escutava a maneira das pessoas falarem, mas se deslumbrou o dia que foi a Castro, nunca tinha visto tanta gente sorrindo, conversando nos bares.   Entrou em um para tomar um café, logo foi abordado por outro homem.

Até nisso, sexualmente era um simples, tinha escutado falar nos prostibulos, consultou seu pai, uma vez por mês ia, para desafogar como diziam os de sua cidade, mas dentro da maior higiene.

Quando o outro falou com ele, levou um tempo para entender ao que se referia.  Primeiro ficou horrorizado, pagou a conta foi embora, como se tivesse atrás dele uma multidão de demônios.

Mas não conseguiu tirar da cabeça isso, quando estava sozinho, pensava como devia ser esse homem na cama, até que se apanhou se masturbando pensando nisso.

Um dia ao entrar na sala de professores do colégio que trabalhava, escutou uma professora comentando como ele era simples, inclusive no nome, imagine John Smith, nada mais corriqueiro.

Ficou parado na porta, até que uma outra tossiu, quiça por isso, acabou de entrar, foi ao seu cacifo, pegou suas coisas, foi para casa.   No meio do caminho, foi como um choque, realmente dele nada ficava além das regras, era uma pessoa normal, no dia anterior sua mãe tinha falado com ele, como fazia todas as semanas, as conversas eram as mesmas, sobre os conhecidos, quem tinha se casado, quem estava esperando um bebê, se ele vinha passar o natal em casa.

Não havia muita surpresa em nada. Ficou parado um tempo no semáforo, para atravessar a rua sem se mover, uma senhora chegou a lhe perguntar se lhe passava algo.

Se sentou num banco, de um jardim que nem sabia que existia por ali.   Pois fazia o mesmo caminho, que tinha feito desde o primeiro dia, sem prestar muita atenção no que havia por ali.

Se sentia, culpado, descuidei de mim mesmo desde que nasci, sentia sim uma certa frustação de não ter ido a faculdade, mas o dinheiro como ele pensava era ganho pelos seus pais, que sonhavam em voltar a cidade de aonde tinham saído, por todo o alto, comprar uma boa casa, viver o resto de suas vidas ali.

Sem querer soltou alto, que pobreza de espírito.

A primeira vez que tinha ido ao museu, tinha se sentido minúsculo, primeiro porque algumas tendências ele não entendia, em sua casa tudo que havia de quadros era uma santa ceia, tirada de uma folhinha dessas em que representa o mês de dezembro.   Seus pais nunca o tinham incentivado a nada, algumas vezes que se questionava, se perguntava se era realmente filho deles.  Via os companheiros de escola, em que os pais, iam as competições desportivas, vibrando pelos filhos, os dele nunca.

Quando entrou no seu quarto, ainda pensou, parece um quarto ou uma cela de prisão, ou de um monge.  Quanto muito em cima da mesinha, tinha alguns livros que tinha ousado a comprar quando foi a Castro. Sentiu-se sacudido por um espasmo, como se tudo que visse lhe inspirasse terror, tomou uma decisão que mudaria sua vida, tinha que ter um lugar para ele, uma nova vida.

No dia seguinte saiu buscando uma casa nova, sem querer se viu ao lado da universidade.   Olhou os cursos, foi a secretária, disse o que era, o que tinha estudado, está lhe deu uma lista de documentos.  Ia começar um curso de filosofia, para ver como se saia, precisava sair do marasmo.

Mal caminhou um quarteirão, parou num semáforo, olhou para cima, viu um cartaz de aluga-se.  Foi informar-se na portaria, o homem sorriu, lhe levou até o apartamento.   Acabam de reformá-lo, pois aqui vivia um estudante que nunca foi as aulas, se drogava o dia inteiro, um dia caiu escada abaixo, cheio de drogas, foi morte instantânea.  O proprietário resolveu reformar, pois o pessoal vinha ver, ficava horrorizado.   Disse o preço, o mesmo como ficava de esquina, tinha muita claridade.  Constava de um studio, com uma pequena cozinha americana, um banheiro todo novo, claro, mas sem moveis.   Perguntou ao homem aonde podia comprar móveis, este lhe indicou, pagou com o dinheiro que tinha economizado na escola anterior, três meses de aluguel, quase em frente tinha uma parada de ônibus que o deixaria diante da escola que dava aulas.

O senhor me olhou diferente lhe perguntou por quê?

Pela sua maneira de vestir, se vê que é de fora, tem mais idade que um estudante.   Ou é um professor, lhe falta se soltar.

Depois de comprar moveis, roupa de cama aonde o homem tinha falado, fez uma coisa que pensava, pois tinha visto nos filmes, comprou um cadeirão de orelhas, para sentar-se para ler.   Viu a lista dos livros que discutiriam no curso, numa livraria que vendia livros usados, comprou todos, eram edições anteriores.  Dias depois se mudou, passou a ver como andavam as pessoas, descobriu que no edifício tinham máquinas no subsolo, para lavar, secar a roupa, o que lhe facilitava.  Quando começou a ir à escola com roupas diferentes, tipo camisetas, em vez de camisa social, chamou atenção inclusive dos alunos.

Nos primeiros dias do curso da universidade, simplesmente pela primeira vez, observou, prestou atenção, na discussão proposta pelo professor, fez com que sua cabeça analisasse o que tinha escutado, anotou algumas coisas, nessa noite se dedicou com um sanduiche na mão, que ficou muito tempo suspenso no ar, a analisar cada detalhe do que o professor tinha falado, bem como dois alunos tinha discutido.

Como ele mesmo era professor, resolveu no dia seguinte comprar um quadro negro para escrever isso, na parede do apartamento.

Como não tinha aula esse, dia, se dedicou depois de dar aulas a colocar o que cada um tinha falado, analisar as ideias, buscou nos livros.  Teve uma sensação de repente, como se ouvisse um ruído em sua própria cabeça, como rompesse alguma coisa.

Nas aulas seguintes, escutou atentamente cada um, anotou o que lhe pareceu importante, mas reparou que ninguém anotava nada.  Mas o fazia por hábito.  Num dado momento o professor lhe perguntou o que pensava do assunto.

Soltou, eu escutei o que o senhor explicou, analisei, mas vejo uma análise díspar dos dois colegas.   Sem se dar conta, começou ele a analisar, o que pensava do assunto, o levou para uma linguagem simples, pediu desculpas, mas essa era a maneira dele se expressar.

A cara dos outros alunos, que tinham usado palavras rebuscadas era ótima, como se alguém tivesse retirado as suas máscaras de homens do mundo.

Ao final o professor o elogiou.   Normalmente nessa classe todos querem se mostrarem eruditos.   Talvez porque os que escrevem sobre esses assuntos, o façam.   Mas se esquecem sempre que as pessoas, vivem uma vida simples, trabalhando todo o dia para levar dinheiro para casa, quando leem isso, não entendem pois não usam essa linguagem.

Ficou sem saber se era uma crítica ou um elogio.

Mas a partir desse dia, sempre no meio de alguma discussão o professor perguntava o que ele pensava.

Um dia lhe deu uma lista, já vi que leste os livros que recomendo, esses garotos leem o assunto que vou falar no dia, se esmeram, pois, esperam chamar a atenção.

Leia esses outros, que tem uma visão diferente de encarar o mesmo assunto, assim talvez te atrevas a debater com eles. Lhe deu um cartão de uma livraria, que estava justamente na universidade, te farão bom preço.

Perguntou se ele era professor, disse que sim, explicou o que fazia.

Leu os livros de uma maneira que lhe fascinavam no final de semana, saiu a caminhar pelo parque que ficava perto de sua casa, se sentou num banco, coisa rara nele, leu, releu o que tinha escrito um filosofo francês, concordava ao mesmo tempo que lhe provocava uma serie que questões a respeito de si mesmo.

Estava imerso em seus pensamentos, quando viu uma sombra em pé na sua frente.

A melhor maneira de digerir os pensamentos, é caminhando, soltou o professor que estava em pé.

Venha vamos andar, me fale o que estava lendo, porque te perturbava.  

Sem querer como se estivesse num psicólogo, soltou tudo, os anos todos perdidos, na simplicidade com que tinha sido criado, o que fazia essa linha de pensamento do francês em sua cabeça.

Como fazia para entender todos que comentava nas aulas, os exercícios comparativos que fazia.

Espremo todas essas palavras bonitas, me parecem vazias, pois nem sempre são reais.

O professor riu, veja esse filosofo, fala sobre a vida cotidiana, mas se fores buscar quem é esse homem, funcionário público, professor de uma universidade da qual ele será funcionário a vida inteira, de família acomodada, então para ele, isso não passa de um exercício mental, por isso usa palavras complicadas, para mostrar que é inteligente.

Procure agora com todas essas informações a analisar isso.

Sem querer fez um gesto como fazia quando escrevia no quadro negro em sua casa.

Criou vários personagens, como se os mesmos estivessem discutindo entre si. O professor ria, tens uma mente, em que as coisas ficaram fechadas muitos anos, agora explodem, por isso podes criar várias maneiras de pensar, uma oposta a outra.

Perguntou se a casa dele era perto, gostaria de ver como fazes.

Compraram café, sanduiches, quando entrou com o professor no prédio o porteiro o olhou achando estranho, pois sempre o via sozinho, ainda por cima vinha falando.  Uma pessoa que dizia quando muito bom dia.

Se desculpou, pois, só tinha uma poltrona.

O apartamento não podia ser mais espartano, tudo era diferente eram os livros apilhados em volta da poltrona, o que estava escrito no quadro.

Ele mesmo começou a borrar o que estava, sem que o professor dissesse nada, começo a esboçar o que cada um diria, usou os companheiros que mais falavam, já sabia como era a reação de cada um conforme o assunto.

Colocou o próprio professor, como ele colocaria o tema, foi escrevendo.   Só quando terminou é que parou.

Para quem teve tanto tempo fechado ao mundo, analisa muito o comportamento de cada um.

Quero que transcreva isso no teu laptop, para passar para o resto do pessoal.

A cara do professor era ótima, quando ele disse que não tenho laptop, eu simplesmente escrevo.

Tens que ser mais moderno, comprar um, nem que seja o mais simples ou mesmo um de segunda mão.

O levou a uma loja relativamente perto, falou com o dono que era seu amigo, lhe indicou um que estava em oferta, lhe ensinou o funcionamento, que programa devia usar para escrever sobre tudo isso.

Simplesmente tinham se esquecido de comer, o professor o convidou a um restaurante ali perto.

Sabes meu nome pelo menos, lhe perguntou, pois todo esse tempo o vinha chamando de senhor.

Ele balançou a cabeça, tinha lido no primeiro dia, mas não lhe pareceu importante, tinha sempre chamado todos os professores de senhor.

Clint Hutson, lhe estendeu a mão.  Ficou rindo da cara dele, eu sempre te chamo de Smith.

Era um restaurante italiano, ele nunca tinha entrado em nenhum, nem sabia o que comer, verbalizou isso.

Peço pelos dois, uma salada, bem como raviólis.

Nunca tinha comido isso, tinha a sensação de que a comida de sua mãe, eram como fabricadas todas no mesmo lugar, pois o sabor sempre era o mesmo.

Amou o sabor.

O professor, lhe perguntou se conhecia Luigi Pirandelo?

Não senhor, nem sei quem é.

Bom é um escritor, dramaturgo italiano, quero que leia uma obra sua de teatro, “seis personagens em busca de um autor”.

Ele escrevia o que depois se chamou o teatro do absurdo.

Creio que será interessante isso.   Leia, analise o que ele quer dizer.

Comprou quase em seguida o livro ao sair do restaurante.

Ages sempre assim por impulso.

Isso é uma coisa de agora, fui criado para comprar simplesmente o básico, o que poderia durar a vida inteira, estou mudando desde minha maneira de pensar, me vestir, ser eu mesmo.

Combinaram de se encontrar no final de semana.

Antes de tocar o livro, fez uma coisa, transcreveu como o professor tinha lhe ensinado o texto, queria lhe mandar, descobriu então que nem e-mail como os outros, tinha.

O professor tinha lhe dado o seu, procurou saber como se fazia isso.

Quando conseguiu ter um, mandou o texto para o professor.

Passou todo o domingo lendo o livro de Pirandelo.  Anotou para si mesmo duas, coisas, precisava de uma mesa para estudar, para ter maior conforto em escrever as coisas, além de mais uma poltrona para o Clint.

Foi o que fez na tarde da segunda, depois das aulas.

O Clint lhe devolveu o texto, com algumas análises de como ele pensava para que ele pudesse reescrever o texto.

No dia tinha aula com ele, se surpreendeu, quando disse, acho que vocês as vezes leem demais os filósofos, sem analisarem quem são essas pessoas na realidade, de aonde saíram, porque escreviam sobre esses assunto, se na realidade usavam isso no seu dia a dia.

Um exercício para a próxima aula, uma análise de “seis personagens em busca de um autor de Pirandelo”.

O chamou para o quadro. Soltou sem mais, gostaria que você, colocasse no quadro, três pessoas que observas como exporiam de maneira diferente, soltou um tema.

Ele fez, um dos alunos que mais falava, soltou, parece que estou me escutando falar.   Tenho essa mania de usar as palavras.

O professor soltou que ele as usava, mas se perguntava se sabia realmente o que significavam.

Uma palavra se pode usar de muitas maneiras diferentes, então conforme a entonação, podem sugerir coisas, ou então uma completa bazófia.

Temos que analisar cada palavra que escrevemos ou vocalizamos, para não sermos ridículos.

O exercício que dedicou essa semana foi justamente sobre Pirandelo, analisou como ele via cada personagem, além do que escrevia o autor.

Levaram uma semana inteira discutindo sobre isso, ao final o aluno que pensava que era um erudito, chegou à conclusão que não tinha entendido o subtexto de cada personagem.   O via só como descrevia o autor.

Quando terminou o curso, como só tinha escolhido essa matéria, lhe deram um diploma, apresentou ao conselho de professores, logo o chamaram para trabalhar em uma escola perto da universidade.

Agora saia sempre para comer com o Clint, nunca falavam em vida pessoal.

Levaram mais a fundo a análise dos personagens de Pirandelo, Clint falou que era fanático por cinema e teatro italiano.  Quando saíram para jantar numa outra semana lhe deu um livro, encontrei numa livraria, de segunda mão.  Mishima de Marguerite Yourcenar, leia depois discutimos.

Quando discutiam alguma coisa agora o faziam em sua casa, Clint sentado o vendo explanar sobre o assunto.

Ele estava se preparando para o próximo ano letivo, aonde daria classe de filosofia aos adolescentes, conversou muito com o Clint sobre o que abordar realmente.

Depois de meses de aulas, lhe disse um dia, que estava aprendendo mais com seus alunos, que com os companheiros de universidade.

Depois aconteceu uma coisa entre eles, que pensou que iria estragar tudo, mas ao contrário fez com que se aproximassem mais, um dia sem querer se viram frente a frente, embora Clint fosse muito mais velho do que ele, lhe deu um beijo, a energia que surgiu foi tão forte que acabaram na cama.

Clint ria, dizendo que tinha esperado isso muito tempo.

Ele se sentia como uma criança que comete o pecado, nunca tinha lhe passado pela cabeça isso.

Clint lhe contou coisas sobre ele, sou divorciado a muitos anos, tenho um filho, que tem agora 18 anos, é um rapaz muito complicado, vive com a mãe.

Mas entre os dois além da amizade que tinham a coisa ficou mais forte.

Nos anos que esteve na universidade, usou isso como desculpas de não ir visitar os pais.  Desta vez sua mãe disse que seu pai não estava bem.   Quando chegou ela o examinou de cima a baixo, como perguntando quem é esse.

Viviam na mesma casa, nada tinha trocado de lugar, seu quarto inclusive estava como que igual.  Tudo lhe pareceu um absurdo.

Sua mãe fez um comentário, agora que ele ia se aposentar, acontecia isso.  Tantos anos esperando para voltarmos a cidade de aonde saímos, isso vem transtornar nossos planos.

Seu pai morreu justo no ano novo.   Viu que sua mãe se sentia completamente perdida.  Quando perguntou se queria ir para San Francisco com ele, sua única resposta foi, o que ia fazer lá.

Acabou voltando para sua cidade, para viver com uma irmã que era solteira.

Ela retirou dinheiro do banco, queria lhe dar a parte de seu pai, mas ele disse que não necessitava.  Tinha um bom emprego.

Ele de tanto analisar como via a cabeça dos alunos, com os temas que seriam considerados tabus.   Encontrava que para eles tudo isso já era uma coisa normal, aprendia com eles a entender melhor até a sim mesmo.

Lastima na sua época de escola, não ter classe de filosofia.

As opiniões eram sempre dispares.   Seu trabalho consistia em fazer que chegassem a um denominador comum.

Quando chegou finalmente o final do curso, lhe pediram para dar para uma turma que estava atrasada nos estudos.

Ficou surpreso que o filho de Clint, estivesse nesta turma.

Descobriu analisando sua ficha, que tinha perdido vários anos de estudos, por problemas pessoais.

Um dia se atreveu a conversar com ele.   Ficou surpreso, o rapaz era como ele, em outras circunstâncias, ele mesmo tinha se fechado ao mundo.  Sua mãe o tinha manipulado contra o pai.   Quando verbalizou isso.  Lhe sugeriu procurar seu pai, ele foi meu professor, é uma pessoa com a mente aberta.

Logo o mesmo estava morando com o pai.

Claro que isso interferiu na vida deles, mas souberam contornar, o filho o via como um amigo íntimo de seu pai.

Clint sugeriu que ele agora com uma bagagem dupla, de aluno e professor, fizesse uma pós graduação na área.

Podia pedir uma excedência na escola, mas não o fez, compaginou tudo.

Desta vez compartia aulas com alunos mais ou menos de sua idade, ou porque queriam ser professores universitários, ou isso melhoraria seus salários.  Pelo menos os debates eram mais interessantes.

Sua tese foi publicada, um dos seus professores, lhe indicou para a universidade de Santa Fé.   Ficou cheio de dúvidas, pois isso de uma certa maneira o separaria de Clint.

Este ao contrário, o incentivou a aceitar, no momento estava tentando ajudar o filho a encontrar seu caminho também.

Ele se sentiu bem, logo se adaptou, ao novo sistema de vida, depois de algum tempo conheceu um professor de artes, começaram a conversar, tiveram um relacionamento.  Sempre gostava de homens mais velhos do que ele.

Talvez porque tivessem mais experiencia de vida que ele não tinha.

Quando a mãe morreu, herdou todo o dinheiro que tinham economizado a vida inteira.  Tirou um ano sabático, foi conhecer os lugares de Itália que ele tinha aprendido a amar. Bem como os lugares que tinham frequentado os filósofos franceses.

Retomou o curso, agora com uma outra visão de muitas coisas.  Tinha feito essa viagem sozinho, para descobrir quem era finalmente, o quanto tinha crescido.

Anos depois foi para Los Angeles, dar aulas na universidade, a estas alturas, já tinha escrito três livros.

Quando finalmente se reencontrou com Clint, era como se nunca tivessem se separado, pois o que existia entre eles era mais forte.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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