COISAS
DA VIDA
CHOSES
DE LA VIE
Gerard estava no
seu elemento, água. Tinha chegado a dias
de sua casa em Aix em Provence, a cabana aonde tinha desfrutado os melhores
momento de sua vida com seu companheiro á vinte anos Jean. Hoje faziam exatamente cinco meses que Jean
tinha morrido num acidente brutal, voltando de Marseille aonde trabalhava. Não conseguia tirar de sua cabeça que o
destino era as vezes muito duro. Justamente quando os dois pensavam em deixar
seus negócios, saírem pelo mundo para realizar seus sonhos, conhecer lugares
que tinham sonhado desde jovens, Austrália, Nova Zelândia, Hawái, enfim se
deixarem levar.
Na sua cabeça era
como que o fundo melódico fosse a música preferidas dos dois que tinham
escutado na primeira viagem que fizeram a Itália, estavam em Capri, quando
escutaram Capri C’est Fini, de Hervé Vilard, estavam num barco que tinha
alugado. Se amaram numa gruta dentro do barco.
Estando dentro da
água, as lagrimas se misturavam com a água do mar. Merda o puto destino nos sacaneou. Agora que iam realizar seus sonhos, as longas
conversas que tinham na cabana, traçando roteiros nos últimos anos. Os guias de viagem ainda estavam jogados por
cima da mesa de centro da sala. Nem
tinha coragem de tocá-los.
A cabana numa
pequena enseada das Calanques, tinha que ser ir por Cassis, depois por pequenas
estradas subindo a montanha, sua pequena enseada nem constava no mapas, quem o
tinha trazido foi Jean, antes de chegar disse, feche os olhos, obedeceu, ele
amava dar surpresas, até sua morte foi uma.
Quando abriu os olhos estavam junto a uma pequena cabana, escondida
entre as árvores, tomaram seu primeiro banho de mar nus. Passavam todos os fins de semana do verão por
lá. A mesma estava cheia de lembrança
dos dois, livros, cds, tudo que levavam para um fim de semana. Mesmo no inverno algumas vezes vinham porque
tinham uma pequena lareira, no quarto tinham mandado colocar um desses de
metal, podiam inclusive dormir nus, como gostavam.
Nesse momento em
sua cabeça, estava falando com ele, o via nadando ao seu lado, os dois tinham
se conhecido numa competição de natação em Marseille, adoravam a água, o mar, a
vida ao ar livre. Infelizmente por
trabalho, passavam o dia inteiro fechado nos escritórios.
Mas isso tinha
acabado a duas semanas, sem querer começou a rir.
Escutou uma voz
quase ao seu lado, vejo que a água do mar faz bem ao senhor, levou um susto,
chegou a engolir água. Tossindo olhou
quem estava ali. Era o menino Paul, filho de Matthieu, seu melhor amigo desde
que começaram a estudar juntos, sócio na empresa.
Que passa Paul?
Meu pai pediu que
viesse buscá-lo, não está bem, quer falar com o senhor de qualquer maneira, sei
que está de férias, mas ele insistiu muito que eu viesse, afinal parece ser que
sou o único que conhece o caminho.
Quando era um
garoto, Matthieu sempre vinha com ele, escapava assim de sua família que
odiava, Paul era filho dele com Gemma, uma italiana lindíssima, ele tinha
herdado a beleza da mãe. Quando ela
morreu, tiveram uma grande discussão, pois o colocou num colégio interno,
inclusive sugeriu que fosse viver com ele, com Jean, mas ele queria que o filho
tivesse uma boa educação. Levava o sobrenome
do pai, pois o tinha reconhecido, Paul Largaderé, mas sua mulher nunca lhe deu
o divórcio, para se casar com Gemma, ela não se importava, afinal ele passava
mais tempo em sua casa, que na da família.
Subiu no barco, o
que está acontecendo Paul, piorou?
Sim tio, piorou,
desde ontem tem uma febre altíssima, o médico está o tempo todo lá em casa, mas
não melhora, ele se nega a tomar qualquer coisa que lhe faça perder o uso da
razão.
Pensou para si
mesmo, esse é meu amigo de alma.
Chegaram a
pequena praia, viu que ele tinha vindo de moto.
Devia estar tão dentro de sua cabeça que não tinha escutado o ruído da
mesma.
Entrou correndo
em casa nu, tomou um banho para tirar o sal, se vestiu, qualquer coisa depois
iria a sua casa em Aix para trocar de roupa.
Saiu Paul, estava sentado na sala, com um dos guias na mão. Parece que estou vendo tio Jean falar
dessas viagens, eu ao lado me incluía nelas, muitas vezes no meu quarto no
internato, sonhava com isso.
No carro, lhe
pediu, me conta como vocês dois conseguiram enganar os outros sócios para
vender a empresa.
Eu passei uma
semana, depois que Jean morreu em casa, um deles aproveitou para assumir meu
lugar. Mas quando voltei, foi uma briga,
pois teu pai e eu temos cada um 40% da empresa, eles só tem 20, dividido entre
os três. Me arrependo do dia que
consenti que teu pai vendesse essa parte, pois necessitávamos de Capital.
O alemão, como
chamava um velho dono de uma fábrica na Alemanha, com o qual competiam em
produtos pelo Sul da eurozona, a muito tempo fazia ofertas boas, mas nos dois
vinhamos dando margem. Mal cheguei à reunião, atirei umas pastas em
cima da mesa, dizendo que era das merdas que tinham feito na minha ausência. Tínhamos combinado que eu acusaria teu pai em
primeiro lugar, depois a eles. Fiz um
momento dramático, dizendo que tinha vendido minha parte por causa disso ao
Alemão. Ficaram todos com a boca aberta,
quero ver vocês aguentarem esse mão de vaca, dirigindo a empresa, eu sempre fui
o administrativo dela.
Começaram a falar
ao mesmo tempo, devia nos ter consultado, com certeza, compraríamos tua
parte.
Eu repliquei que
com o que, se estavam os três falidos, mostrei os dossiers, aqui está a prova
de tudo, querem ver?
Era um Blefe,
minha secretária tinha preparado, a primeira página eram textos as seguintes
papel em branco. Ninguém fez o menor
movimento. Me virei, aconselhei teu pai
a vender a parte dele também, pois com esses três não chegaras ao final do mês,
se puseram ofendidos.
Teu pai muito
calmo, o Alemão me procurou, me contou que tinhas vendido tua parte, me
convenceu, me pagou mais que a ti, vendi minha parte também, quero viver a
vida.
A cara dos três
foi de tragédia, saíram correndo para vender para o Alemão, esse disse que não
se interessava pois tinha a maioria absoluta da empresa, que eles eram uma
cagada que vinha com a mesma, que teriam que trabalhar se queriam ver dinheiro.
Eu e teu pai, as
gargalhadas na sala de reunião. Na
verdade, vendemos, pois estávamos fartos de trabalhar, arrumar as merdas que
esses três faziam. Ele me procurou, me contando do seu problema,
das decisões que tinha tomado. Não
queria passar pelo mesmo que tua mãe, os anos de sofrimento, com esse câncer,
vê-la fenecer, foi para ele uma dura prova.
A amava acima de tudo. Conseguiu
um divórcio a revelia, deu todo dinheiro que tinha para sua mulher e suas
filhas, conseguiu casar com ela em extremis.
Admirei sua coragem.
A mim não me
deixava ficar aqui, só nos últimos dias, fiquei esse tempo todo segurando as
mãos dela. Me lembro que o senhor e tio
Jean, vinham sempre a visitar, ele a fazia rir, com alguma coisa do passado.
É verdade,
disfrutamos muito convivendo os quatro, por isso a megera me odeia, pensou que
eu ficaria de sua parte. Mas teu pai é
meu amigo desde que tínhamos 12 anos, fomos para um colégio interno como
tu. Por isso era contra que te mandasse
para fora.
Minha mãe já
estava com câncer, ele não queria que eu sofresse.
Estavam chegando
a Aix, foram para a casa de Matthieu, nada a ver com a mansão que tinha ficado
com sua ex-mulher. Entrou rapidamente
com Paul, atrás dele, correu ao amigo, o beijou na testa que estava suada, Paul
passou um pano húmido.
Paul, me deixe
falar com teu tio sozinho.
Pensou que Paul
fosse obedecer, mas tinha o direito de saber seu futuro, sabia que era isso que
ele queria me falar. A tempos tinha
feito um documento que Paul ficava sobre minha guarda, no momento que tomou a
decisão, não faria qualquer tratamento para seu não.
Fiz sinal que
ficasse.
Matthieu, ele tem
direito a saber de tudo, que escute tudo o que tens a dizer.
Ok, como sempre
estas contra mim, riu, isso o obrigou a tossir, cuspindo sangue.
Os documentos
estão todos com o advogado, a megera nem minhas filhas têm direito a mais nada,
esta casa, o dinheiro que está no banco é do Paul, o resto que está em Monte
Carlo, naquela conta que fizemos os dois, minha parte é dele.
Paul meu filho,
eu dei a tua guarda até os 20 anos ao teu tio, ele cuidará de ti, lastima que
Jean não esteja, mas ele te adora, embora nunca saiba demonstrar seus
sentimentos com ninguém. Imagina que
começou a me beijar no rosto, só porque o Jean fazia. Mas é como meu irmão, sei que sabes que
faço o melhor para ti. Deixei com o
advogado as instruções, como quero que seja, cremado, que minha cinzas descanse
ao lado de tua mãe. As ordens são
estritas, pois essa jararacas, irão querer me enterrar no panteão da
família. Ia odiar estar ali.
Podem chamar até
a polícia, se elas encherem o saco, assim provoco um escândalo final. Ficaram rindo os três imaginando a cena.
Passaram os
outros dois dias ali, só saiam para ir ao banheiro, mal comia, se revezavam
para dormir. Mas nenhum dos dois ficou
longe do amigo e pai.
Quando morreu, o
primeiro que fizeram foi avisar o advogado que era amigo deles, também tinha
sido advogado da empresa. Ele preparou
tudo como Matthieu tinha pedido, só no último momento, quando já estava
incinerado, para uma cerimônia pública, elas apareceram vestidas de negro. Queriam levar a urna, o advogado disse que
não, que ele depois de morto, ia para aonde queria. A filha mais velha que era dramática,
começou a criar problemas, entraram dois policiais a retiraram, a outra
perguntou o que era isso?
Ordens dele,
estava farto de vocês se meterem na vida dele.
Ah não precisam vir a leitura do testamento, pois ele já deixou tudo que
tinha para sua mãe dividir com vocês.
Mas a fábrica?
Ah essa foi
vendida, justamente para pagar a parte de vocês, portanto não tem direito a
mais nada.
Ela se virou
ofendida, segurando a mão do idiota do marido que não sabia o que fazer, via
sim o que esperava para o futuro, uma boa vida, se esfumarem. Esse
bastardo fica com o que.
Não é da tua
conta.
A cerimônia,
finalizou como Matthieu dizia, abaixo de escândalo, deve estar rindo do outro
lado comentei com o Paul. Nos deixou
como sempre, gargalhadas para o final.
Tio, mas elas
podem reclamar alguma coisa?
Só a casa, não
sabem do dinheiro que está fora do país.
De qualquer maneira não se preocupe, agora eres meu filho. Vamos a tua casa, recolha algumas roupas,
vamos para a cabana, só o advogado saberá aonde estamos.
Levaram as cinzas
para o nicho aonde estava sua mãe, foram para Calanques.
No dia seguinte
pela manhã, quando se levantou, viu que Paul estava com as guias, o roteiro que
Jean tinha feito, era detalhado, como chegar, a motorhome que iriam alugar,
para rodar toda Austrália, depois o mesmo em Nova Zelândia, por último Hawái lá
chegariam por Honolulu, depois iriam de passeio pelas ilhas.
Tio, porque não
realizamos o sonho do Jean, eu estarei três meses de férias, além de não ter
decidido que universidade irei. Acredito
que alguma aqui em Aix, pois não pretendo me afastar daqui. Meus amigos todos querem ir para Paris, para
viverem de férias, mas eu quero ficar na minha casa, se é que vou ter uma.
Tens a minha meu
filho, tudo que é meu, é teu.
Fez café, estendeu uma caneca para ele, ficaram
ali horas discutindo, foi vestir uma sunga para um banho de mar. Paul soltou, que isso tio, o senhor, tio
Jean, meu pai, sempre nadaram nus, agora vai ficar com vergonha, sempre quis
fazer isso.
Foram até a
praia, tiraram a roupa se jogaram na água.
Paul tinha a mesma altura do
Matthieu, mas a pele e os cabelos de sua mãe, era moreno, os olhos do pai,
azuis como água.
Agora tenho um
filho pensou, emprestado do meu melhor amigo, mas meu filho, creio que vale a
pena desfrutar com ele esse tempo.
Nos dias
seguintes desceram a Marseille para Paul tirar seu passaporte, ele também
necessitava de um, pois o seu estava caducado, foram ao Banco, transferiram com
o testamento todo o dinheiro que tinha o Matthieu ali, para o nome do
Paul. Lhe deram uma visa sem limites.
Depois foram olhar passagens, entrou na agência de viagem de um conhecido. Este saiu do seu escritório para
abraçá-lo. Sinto muito o do Jean, bem
como do Matthieu, teu marido vinha aqui, quase todos os dias, para me encher o
saco com seu roteiro. Mas dizia ao final que esperava livrasse da empresa para
ir com ele.
Pois é os dois
resolvemos fazer essa viagem, pegamos o último roteiro do Jean, que está mais
enxuto vamos realizá-lo. Precisamos dos
bilhetes, acabamos de tirar passaporte, zero quilômetro, agora vai depender de
ti.
Venham a minha
sala. Gritou aos funcionários, finalmente vou vender a esses dois, a viagem que
o Jean me deixava louco, pois sempre queria mais informações. Eu sei tudo sobre esses lugares.
Bom pelo último roteiro,
entramos por Sidney, iremos até Darwin, seguiremos todo o roteiro pelas praias,
parando aonde ele escreveu, inclusive nos guias tem fotos dos lugares,
chegaremos a Melbourne, de lá a Nova Zelândia, diretos a Wellington, iremos até
Hamilton, depois a Auckland, um voo até Honolulu. A volta é que não está prevista, poderíamos
voltar por Tokyo ou pela Martinica.
Acho que um banho de cidade nos fará bem para voltar a realidade.
Posso conseguir
que as datas seja mais ou menos em aberto.
Agora toca a olhar as motorhome, descobri na Austrália, um lugar que os
vende, quando terminam te compram outra vez, mas dá trabalho, acho melhor
alugar, assim se tem problemas, as empresas trocam.
Creio que uma não
muito grande para os dois estará bem.
De qualquer maneira, levaremos tendas, se o tempo estiver bom acampamos
aonde seja possível. No deserto,
atravessando Austrália esse era nosso sonho, podemos dormir olhando o céu.
As filhas tinham
entrado com uma ação para recuperar a casa do pai. Paul deixou uma procuração para o advogado o
defender, nós vamos por aí foi o que disse, não conseguira nos localizar.
Quando chegaram
em Paris, ele tinha algumas coisas para resolver do Jean. Coisas que ele queria que ficasse com sua
irmã. Era um envelope fechado, não
sabia o que tinha dentro.
Marcaram um
jantar com ela, depois de terem passado o dia, comprando roupas, seguindo a
lista do Jean. No jantar entregou a sua
irmã o envelope, que ela abriu ali na frente dele, era joias que tinham
pertencido a mãe dos dois, com um bilhete dele, para tuas filhas quando ficarem
grandes. Ele sempre dizia isso, que
tinha algo para as meninas, eu nem me lembrava disso.
Contou que iam
fazer a viagem do sonhos dele, creio que em espírito estará conosco.
Embarcaram no dia
seguinte, chegaram a Sidney mortos era uma viagem pesada. Descansaram saíram para conhecer a cidade,
estavam fazendo tudo como Jean tinha imaginado, claro tinha restaurantes que já
nem existiam mais, mas se divertiram mesmo assim.
Uma garota no
restaurante que comeram, perguntou se eram pai e filho. Sim somos família, vamos fazer uma viagem
incrível.
Ela ainda soltou
ao Paul que ia ser complicado, com um pai mais velho, teriam coisas que ele
iria querer fazer sozinho.
Aproveitaram
falaram no assunto. Tens total liberdade, de saíres com os da tua idade se for
o caso, nunca se preocupe por mim, estou acostumado a me virar.
Depois de virarem
a cidade do avesso, inclusive saindo de noite, discotecas etc. dois dias antes
foram ver a motorhome, no último momento optaram por uma mais nova, pois tinham
medo de que tivessem problemas nas estradas, que o homem avisou que não eram
uma maravilha. Acertou o roteiro deles,
dizendo aonde seriam os pontos que se acontecesse alguma coisa, teriam ajuda.
Quando saíram da
cidade um deu a mão para o outro, ai vamos na nossa aventura, tinham renovado
inclusive carta de condução do pais.
No primeiro dia,
pararam no deserto, esse era o grande sonho do Jean, a noite estava estrelada
totalmente. Ficaram primeiro sentados,
olhando as estrelas, depois fizeram uma fogueira meio enterrada na terra. Ele as vezes chegava a escutar as
gargalhadas do Jean, que eram sonoras.
Nessa primeira
noite sonhou com ele. Tinham sido anos
maravilhosos, todos perguntavam sempre se tinham aventuras fora do
relacionamento deles. Nunca tinha
sentido necessidade disso. Ele pelo
menos não.
De manhã,
despertou com o cheiro do café, tinham se abastecido bem, Paul sabia que ele
adorava tomar café. Comeram alguma
coisa, seguiram em frente, teriam que aguentar tomar menos banhos, para terem
água para o banheiro, mas nos lugares mais desertos, fariam suas necessidade no
campo. Paul ria disso, meu pai dizia
que nunca tinha tido coragem disso, mas que o senhor uma vez cagou embaixo da
mesa de um professor.
Isso foi verdade,
era um monge que estava sempre de mal humor, de noite me levantei,
compartilhávamos quarto, por isso ficamos amigos. Ele viu que eu saia, quando voltei rindo,
queria saber o que tinha feito. Lhe
disse que esperasse o dia seguinte.
Quando entramos na sala o professor estava uma fúria, só faltava cheirar
os alunos para saber de quem era a merda.
Explodiu com sua
famosa gargalhada, o professor pensou que tinha sido ele.
Estavam sempre
falando do Matthieu ou do Jean, de coisas que tinham compartido. Matthieu foi o primeiro a saber que estava
apaixonado pelo Jean, lhe contou tudo.
Teu pai me apontava com o dedo dizendo nunca me enganaste seu viado de
merda. Talvez tenha sido a única vez que
se referiu assim. Quando conheceu o
Jean, me disse que se eu não tomasse cuidado ele ia querer esse homem para ele,
para ver se eu tinha ciúmes, mas os dois se deram bem desde o início. Sem querer foi o Jean que apresentou tua mãe
para ele, mas só soubemos que tinham um romance, quando estava gravida de ti.
Mais parecia
filho do Jean, pois ele ia te ver no berçário mil vezes, foi o teu
padrinho. Te adorava, era incapaz de ir
a casa da tua mãe sem um presente para seu menino.
Paul estava
chorando, é verdade, algumas vezes, eu até queria que ele fosse meu pai, pois
me escutava como ninguém. Quando meu
pai me colocou no colégio interno, aonde vocês se conheceram, vocês dois
ficaram contra. Que eu ficasse na casa
de vocês, mas ele queria me proteger de ver minha mãe se definhando. Agora quando me mandou chamar, para ficar
com ele, entendi o que tinha me poupado.
Tua mãe era de
uma beleza incrível, eu gozava teu pai dizendo, o que ela tinha visto nesse
homem feio. Mas os dois se amavam com
loucura. Ele quase perdeu a fábrica por
causa disso, para conseguir se divorciar, para casar com ela.
Falando contigo
as vezes sinto que falo com ele, entre nós não existia segredos, por isso
tivemos sucesso nos negócios.
Quando chegaram a
Darwin, ficaram num camping ao lado da praia.
Agora tocava aprender a fazer surf.
Estava nos planos do Jean também.
Os dois procuraram quem lhes ensinasse.
Foi interessante, quem se ofereceu, foi um homem, sua pele não tinha
mais lugar para tantas sardas, ensinou o Paul que aprendeu rapidamente, eu
levei mais tempo. Me soltou que eu queria era que ele me abraça-se. Não deixava de ser verdade, me sentia atraído
por ele, contei do que estávamos fazendo, uau, eu adoraria fazer isso, mas sou
professor na universidade daqui breve estou de férias, senão iria com vocês até
Melbourne. Acabou indo, como acabamos
na cama. Quando fui falar com Paul, ele, ria, tio só seu eu fosse tonto para
não perceber, o senhor aproveita.
Ele estava
encantado com a amizade que tinha feito com os outros jovens, claro era um
estrangeiro, o enchiam de perguntas, bem como ele aos outros. Patrick só lhe advertiu das drogas, cuidado,
alguns acham que porque usam tens que usar.
Aproveitávamos
que ele saia de noite com os amigos para fazer sexo. Não tinha nada a ver com o que eu tinha com Jean,
era uma aventura, estávamos aberto a tudo.
No dia que fomos embora, ele apareceu com duas pranchas que colocamos
junto com as nossas em cima da Motorhome, ele mesmo tinha perguntado ao Paul se
não se incomodava.
Nos divertimos
muito, falávamos sem parar, nas praias aonde acampávamos, Paul sempre fazia
amizade com os da sua idade, depois ia anotando o nome de todos, percebi que
fazia como um diário. Lhe perguntei o
que escrevia, suas experiencia. Sim
também os assuntos que eles falam, é interessante, pois tem uma outra maneira
de pensar.
Numa das parada,
não veio dormir no motorhome, no outro dia apareceu com um cara de sem-vergonha
total. Sorriu, já não sou mais virgem,
foi genial.
Minha primeira
pergunta foi se tinha tomado precauções, ele disse que o rapaz tinha de tudo,
mais tarde nos apresentou, era da mesma idade dele, um lindo rapaz loiro, queimado
do sol, Paul ao contrário estava mais moreno, faziam uma bela combinação,
ficamos mais dois dias nesse lugar para que ele pudesse desfrutar.
Seguimos viagem,
agora ele estava mais livre para ir conhecendo as pessoas, antes de chegarmos a
Melbourne, um dia conheceu uma garota, que fazia surf, avisou que ia dormir
fora, no outro dia disse que tinha conhecido o outro lado, que gostava dos
dois, agora só terei que me apaixonar pela pessoa certa.
Eu vinha
desfrutando do Patrick, mas a aventura tomava fim. Ia sentir falta dele, das largas
conversas. Lhe disse que quando quisesse
aparecer na minha praia, mostrei aonde era, era só avisar.
Nos despedimos,
partimos para Wellington, era outra coisa, ficamos dois dias disfrutando da
cidade, antes de pegar a motorhome, seguimos viagem, eram contrastes incríveis,
tínhamos abandonado as orientações do Jean, seguíamos agora orientações das
pessoas que íamos conhecendo. As
conversas entre os dois também eram diferentes, pois ele falava de suas
aventuras, eu do Patrick.
Se tivesse ficado
mais tempo iria acabar apaixonado por ele, tínhamos a mesma idade, maneiras de
pensar opostas, mas conciliatórias. Tinha sido um romance intenso. O mais interessante era ele perguntar por
isso, como era viver com uma pessoa, será tio que terei uma pessoa assim na
minha vida?
Claro meu filho,
eu sempre o chamava de meu filho, pois era meu sentimento por ele.
Amamos as
paisagens tão diferentes que as da Austrália, as vezes tudo ao mesmo tempo o
dia começava com um temperatura amena, terminávamos com frio.
Quando chegamos a
Auckland, tinham mudado nosso voo para dias depois, pois tinham feito contato
conosco, mas não tínhamos respondido, acabaram por causa da confusão nos
oferecendo dois lugares na primeira classe.
Cansado como estávamos, aproveitamos.
Honolulu, foi a
culminação de tudo, apesar de ser uma cidade grande, os dois já nos
desenvolvíamos bem no Inglês, Paul logo estava cercado de amigos, eu fazia meu
surf mais solitário, um dia estava sentado na praia, se aproximou um homem com
uns cabelos brancos mas com um corpo fantástico, me soltou, é o que acontece
quando vamos de férias com os filhos, nos deixam sozinhos, se apresentou, vivia
em NYC, estava ali com seus dois filhos, era do grupo do Paul, eu sempre quis
vir, mas ao me divorciar, perdi a custodia deles, tive que esperar que fossem
mais adultos para contornarem a mãe.
Fui viver minha vida com um homem que tampouco gostava do mar, seu negócio
era as grandes cidades, museus, teatro, eu fui ficando para segundo plano. Até que também me fartei. Um belo dia resolvi desfrutar da minha vida,
vendi tudo que tinha, vim viver aqui. Se apresentou, Marc, tenho um restaurante, me
divirto cozinhando, misturando comidas daqui, com francesas, coisas assim.
Fomos nessa noite
comer no seu restaurante, reparei que Paul, conversava mais com um dos
garotos. De noite me contou, o fato do
pai deles ser gay, a princípio os traumatizou, mas um é mais fechado, o mais
bonito deles, o outro não, acha que seu pai esta certo, o veem menos por que
vive aqui. Amanhã nos convidaram para
ir a uma praia do outro lado da Ilha, vens.
Ia dizer que não,
mas soltou o pai dele vem. Continuamos
a conversar, Marc contou que tinha tido um romance com um das ilhas, mas que
era complicado pois era casado. Amanha
vou te apresentar meu melhor amigo.
Fiquei
literalmente encantado com o homem, era moreno, cabelos compridos, quando contou
que era da polícia, coloquei um pé atrás, mas sorriu dizendo, sou de NYC, sou
detetive, essa e as primeiras férias que tiro a muito tempo. Marc sempre foi meu amigo. Durante muito tempo todo mundo pensava que
tínhamos alguma coisa, mas nos conhecemos desde garotos, éramos da mesma turma,
passamos anos sem nos ver, um dia fui a um bar gay, o encontrei, rimos muito,
nenhum dos dois sabia do outro.
Macky, nos
acompanhou a todos os lados, conversamos mais que eu fazia com o Patrick, ele
não avançava, eu tampouco, tinha medo.
Estava apaixonado era a verdade.
Falei da minha vida, ele pensava que Paul era meu filho, lhe contei a
história. Falei muito da cabana, eu
adoraria viver num lugar assim. Me
falta pouco para me aposentar, estou farto da vida que levo.
Acabamos na cama
do seu hotel, foi incrível fazer sexo com ele, era como eu gostava, estar com
outro homem como eu, sem medos. Na
primeira noite quando acabamos, ficamos rindo, disse que não tinha um sexo
assim a muito tempo, ficamos conversando, quando vimos estávamos fazendo sexo
de novo. rimos, já não temos idade para
isso, soltei.
Deixa disso,
somos jovens, podemos aproveitar muito da vida.
Paul estava encantado com os novos amigos, agora na praia, eram um grupo
grande, foi passar um final de semana, com uns dez desses novos amigos, iam
surfar do outro lado da ilha, Marc ia com eles, nos ficamos para trás
desfrutando do fim de semana. Porque
não voltas por NYC, quando lhe disse que tinha que resolver rápido por aonde
voltávamos, eu te ensino a cidade.
Não queria
estragar os planos do Paul. Mas tudo
mudou, pois ele voltou com o braço quebrado, num cabresto, pois se atreveu com
uma onda imensa, apesar dos outros terem lhe avisado, olha o resultado. Não poderia mais fazer surf.
Quando lhe contei
a ideia do Macky, ele riu, estas apaixonado, vejo nos teus olhos, não brilham
assim desde que estavas com tio Jean.
Com o Patrick estavas bem, mas com esse, vejo que pareces até mais
jovem.
Antecipamos a
viagem, fomos para NYC, foi genial, ficamos em sua casa, nos mostrou a cidade
inteira, fomos a lugares gays, outros não, museus, musicais, mas a noite eu
sempre dizia para ele que sentia falta da cabana, acabei mostrando uma foto que
tinha. Me perguntou se eu o convidaria
para ir para lá.
Sem dúvida
nenhuma lhe respondi, estou apaixonado por ti.
No dia seguinte,
disse que tinha umas coisas para resolver na delegacia, quando voltou ria, me
faltavam um ano para me aposentar, negociei, estou livre, posso ir
contigo. Me beijou dizendo que nunca
tinha pensado nisso se apaixonar por alguém, não conseguia pensar em viver sem
mim. Terei que aprender a falar francês
direito, mas se queres vou contigo.
Primeiro quando
chegamos em Paris, ele gostou, mas disse que já tinha vindo antes, que ele
queria ir para a cabana. Fomos primeiro
para Aix. Mal chegamos o advogado
apareceu, as filhas tinha conseguido convencer o juiz de lhes dar a casa. Retirei tudo que era teu, inclusive as fotos
tuas com teu pai. Não conseguia me
colocar em contato com vocês, parecia uma metralhadora falando, lhe disse que
respirasse fundo.
Melhor que tinhas
transferido o dinheiro para tua conta, tens que ficar quieto agora, pois se
descobrem o de Monaco, a coisa fica preta.
Paul tinha que
decidir se ia ou não a Universidade, tomou uma decisão que me surpreendeu, iria
fazer a universidade em Milão, queria estudar outras coisas, designer, ele
tinha desenhado a viagem inteira, poderia estudar belas artes em Paris, mas
queria fazer na terra de sua mãe.
Eu concordei,
fomos com ele, para arrumar apartamento, íamos uma vez por mês. Sentia sua falta, mas estávamos falando
sempre por telefone.
Macky se
apaixonou pela cabana, nas noites de lua adorávamos tomar banho nus, fazendo
sexo no mar. O advogado dizia que eu
tinha remoçado nessa viagem. Descobrimos
um lugar em Cassis, pensei em abrir alguma coisa, mas não deu certo. Paul, me chamou, tinha se metido em
problemas, sem saber se meteu com um professor, o mesmo era casado, deu merda,
estava apaixonado, mas o outro só queria uma aventura. O trouxemos conosco para lamber suas
feridas, um dia na praia, lhe contava eu precisávamos fazer alguma coisa, para
ocuparmos, ele disse que tinha pensado em abrir um restaurante, como o do Marc,
aqueles sanduiches deliciosos com frutas misturadas, creio que os jovens iam
gostar.
Marc, mandou uma
foto de uma casa que um amigo estava vendendo, entre a montanha e o mar,
mostrei ao Paul, ficou como louco, meu braço já está bom, sinto falta disso de
fazer surf, da camaradagem com o pessoal.
O que o senhor acha de experimentarmos, pela primeira vez me chamou de
pai. Macky ria, eu ia gostar também,
posso arrumar um emprego de polícia por lá assim me ocupo, estou ficando gordo
com essa boa vida.
Falamos com o Marc,
o proprietário vinha viver na Europa, lhe propus pagar com dinheiro que tinha
no Luxemburgo, assim ele não teria problemas quando chegasse.
Quando chegamos,
depois de passar por NYC, para Macky conseguir um contato com as ilhas, bem
como mandar algumas coisas suas para lá.
Paul aproveitou comprou muito material para pintar.
A casa era
impressionante, ficava no meio da montanha, havia uma estrada estreita que
descia até o mar. Com boas ondas, aonde
ia todo os dias me ocupar. Sem querer
comecei a desenhar com material roubado do Paul, flores tropicais, logo as
estava vendendo no restaurante do Marc, tomei gosto, logo estava expondo, os
turistas amavam minhas flores. Paul,
ria, vou te denunciar pai. Ele fez uma
exposição de seus trabalhos, tínhamos os dois um studio nos fundo da casa.
Comecei a me
lembrar de paisagens da Austrália, fui procurar fotos que tinha feito de flores
do deserto, comecei a pintar isso.
Convidaram o Paul
para fazer uma exposição em NYC, Macky lhe disse para usar seu apartamento que
estava vazio.
Ele foi, queria
que fosse independente. Marc soltou um
dia, que Macky tinha frustrado seus sonhos, quando pensei que ia acontecer
alguma coisa entre nós, ele chegou te roubou.
A culpa é tua,
nos apresentaste, ele roubou meu coração, como é polícia, não pude reclamar.
A nova vida me
fazia bem, vendi tudo que tinha na França, não pensava em voltar, estava feliz
ali. Nos dávamos bem, Paul ia bem em
NYC, logo faria exposições na França, tinha triunfado ao contrário, primeiro
fora, depois em seu próprio pais.
Macky se aposentou
definitivamente, mas ajudava Marc no restaurante, fazendo a parte de
contabilidade. Um dia Mac de brincadeira lhe perguntou se não
podíamos fazer sexo a três, ele não gostou, amo meu companheiro, o quero só
para mim.
Pensei que ia
brigar com Marc, lhe disse que isso nem pensar, eu sempre tinha sido só de uma
pessoa, nunca nos cansávamos de fazer sexo um com o outro. Ainda conversamos sobre isso, pois volta e
meia alguém se aproximava.
Fui claro, minha
vida é contigo, se estas cansado de mim, bem vou embora, mas caso contrário,
não. Nunca soube o que aconteceu, mas
algo se azedou entre ele é Marc. Se
aborrecia em casa, como Paul estava definitivamente em Paris, vendemos tudo,
voltamos, fomos viver na cabana, eu já não tinha casa em Aix.
Ali realmente
estávamos felizes. Ele finalmente
descobriu uma coisa que gostava, escrever, disse que seus relatórios eram os
melhores, começou a escrever novelas policiais, logo as vendia.
Seguimos vivendo
na cabana, Paul de vez em quando aparece, diz que a saudade de seu pai aperta,
vem conversar comigo, sobre o que está fazendo, olhas minhas pinturas, faz
fotos, mostra nas galerias, na volta as
levava com ele, depois me avisa que tenho dinheiro no banco.
Não quero sair
daqui, fui feliz aqui, como sou agora outra vez.
Na última vez que
veio, chegou de noite com seu novo namorado, nos pegou fazendo sexo na
praia. Ria muito dizendo, dois velhos
fazendo sexo na praia, vou chamar a polícia, é uma indecência. O rapaz que vinha com ele achou engraçado
nossa liberdade, de sair nus da agua, abraçar meu filho.
Agora vinha
sempre com o rapaz. Consegui recomprar
minha casa, para ele transformar em studio, me contou que um dia estava na
feira, se aproximou um rapaz, lhe perguntando se era seu tio Paul, admiro muito
a sua obra. Agora aparece escondido da
mãe no studio, para que eu lhe ensina a pintar, tem possibilidades.
Espero que a mãe,
não descubra, reclama muito dela e do pai, que são muito quadrados, que só
pensam em dinheiro. Sabem que vivo na
casa que foi tua. Mas tem que me
engolir.
Agora ia sempre
com o namorado ao tumulo dos pais, eu não tinha aonde ir pensar no Jean, a não
ser na água. Os dois agora estávamos
beirando os 80, mas nossa vida era ali, nem no inverno íamos para Aix, embora
Paul oferecesse a casa, gostávamos da nossa vida. Eu tinha o homem que queria, bem como ele a
mim. As vezes nossa sintonia era tanta,
que eu o olhava entendia o que queria, como ele a mim.
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