miércoles, 10 de marzo de 2021

THOMAS BRANT

 

                                  THOMAS  BRANT

 

Voltar ao ponto de partida, de aonde tinha saído como um bandido, na calada da noite, só com um saco de roupa, duas caixas de metal com o dinheiro que seu pai guardava escondido, além da caminhonete que sempre tinha dirigido para o pai, desde os 15 anos.

A caixa de dinheiro, era uma coisa dos dois, as notas grandes que ele recebia durante o dia na loja de ferragens que tinha na pequena cidade, guardava ali, separadas depois de muito alisadas para ficarem planas.  Estavam separadas por montes, isso era um segredo entre eles, desde que era criança.   Tinha sido criado por ele sozinho, sua mãe morreu no parto, quando era bebê, estava todo o dia na loja, depois passou ao jardim de infância, depois escola, mas era na loja que ele passava a maior parte do tempo.   Iam em casa só para descansar, dormir, ele não era como os outros garotos, mal tivera noção já sabia aonde estavam as caixas de parafusos, tamanhos, era capaz de achar mais rápido que o pai, qualquer coisa.  A caixa se escondia no armazém, o lugar altamente secreto, antes de a retirar do lugar ele colocava um dedo na boca, fazia sinal de silêncio, colocava a mão atrás da orelha como se fosse escutar algo.

Quando tinha 16 para 17 anos o pai se casou outra vez, com uma loira estonteante, mas quando a observava sem que percebesse se via que tudo era por interesse.   Era cunhada do prefeito, esse todos os dias ia falar com seu pai, queria comprar umas terras, que pertenciam a família toda a vida.  Mas ele se negava a vender, argumentava que isso era patrimônio familiar, que nunca seria vendida.  Depois que o cunhado ia embora era hora dela começar a ladainha, com esse dinheiro poderiam ir pelo mundo, ia citando cidades.

As terras ficavam justo do outro lado do lago que tinha a cidade, a sorte era que essa parte pertencia a uma cidade maior, 90% ainda era floresta virgem, tinha uma pequena praia, além da cabana aonde ficavam no verão, escondida entre as árvores.    Tinha aprendido a nadar ali, seu pai o tinha ensinado com uns dois anos de idade.

Odiava a madrasta, quando o pai não estava por perto, seu comportamento mudava, era intragável.  Implicava com tudo o que ele fazia, tinha inclusive tentado fazer com que seu pai o mandasse para um colégio interno, alegando que o da cidade era muito fraco.

Mas seu pai se negava a se separar dele, nunca guardava dinheiro na caixa quando ela estava.

Um ano e meio depois, seu pai morreu de repente, achava que ela o tinha envenenado, mas não tinha como provar.

Ela tentou vender as terras a loja, a casa, mas se esbarrou numa coisa que não esperava, não tinha direito a nada, tinha se casado com separações de bens, ele a tinha feito assinar documentos que ela pensava que era ao contrário, enquanto ele fosse vivo, ela não teria direito a nada.

Todo o testamento, que estava registrado no cartório da cidade vizinha, pois na sua não tinha cartórios, deixava tudo para ele.   Ele presenciou seu ataque de fúria, dizendo coisas obscenas, como tive que dormir com esse homem asqueroso tudo por causa dessa merda de herança, tinha nojo dele, além claro dos palavrões que dizia.

Ele passava mais tempo na cabana que em casa, dirigia sozinho com um empregado a loja, continuou guardando dinheiro.   Ela tentou levar a loja, mas não entendia de nada.   Ia sim no final do dia recolher o dinheiro, mas ele esperto guardava as notas grandes separado.

Tentaram matá-lo duas vezes quando estava na cabana do lago, mas ele tinha instintos fortes, sentia no ar quando qualquer coisa não encaixava.  Tinha denunciado ao xerife, mas esse era do grupo do prefeito.  Não fez merda nenhuma.

Ele era capitão do time de basquete, nas vésperas de 18 anos, tinha 1,90 metros, chegaria depois aos 2,10 de altura.  Eram como dois grupos distintos, ele tinha um grupo, o filho do prefeito outro.   Era um idiota renomado, achava que podia mandar em todo mundo, como fazia seu pai, que era um prepotente.

No dia seguinte a morte de seu pai, quando descobriu que sua madrasta não tinha direito a nada, ficou furioso com ela, tinham planejado tudo junto.  Mas ele não tinha como provar. Como comiam fora, se ela o tivesse envenenado tinha sido através da garrafa de whisky, não a encontrou, estava já no lixo.  A recolheu como prova, a guardando para um futuro uso.

Seu grupo era formado por ele, seu melhor amigo, o filho do médico, que também tinha estranhado a morte de seu pai, pois era muito cuidadoso com a saúde dos dois.  Os dois estavam juntos desde o jardim de infância, se entendiam bem, tinham descoberto o sexo na cabana, Douglas ou Doug, era da mesma altura que ele, falava de tudo abertamente, passavam a maior parte do tempo juntos.   Além, claro de serem os melhores alunos da escola, rivalizavam quem tirava a nota mais alta.   Os professores riam, pois nos exames, sentavam em postos oposto da sala, para não pensarem que tinham colado um do outro.   Normalmente tiravam as notas máximas.

O filho do prefeito os odiava.   Quando estavam no chuveiro depois dos jogos, ficava olhando os dois nus, dizia com certeza esses dois são gais, só faltam um esfregar as costas do outro.  Pois normalmente tomavam banho conversando.  Mas não tirava o olho do seu caralho que era grande.  Tinha vontade de dizer ao outro, não adianta, só deixo o Dog colocar a mão.

Quando passavam o final de semana na cabana, dormiam juntos, nus, faziam sexo um como outro.   Foi Dog que disse que tinham que encontrar a maneira de conseguirem provas contra a madrasta.   Foi passar uns dias na casa da avó em San Francisco, pois iria estudar lá, trouxe uma serie de aparelhos que tinha comprado numa loja de detetives.

Uma gravadora minúscula, além de dois sistemas de vídeo que esconderam muito bem escondido na sala, no quarto dela.

Esta agora dormia com o seu advogado, um sujeito asqueroso.  Quando reuniu provas suficiente sobre isso, não sabia a quem apresentar, pois o advogado de seu pai, dizia que estava velho demais para enfrentar essa gente.

No dia da sua formatura, tinha resolvido ir embora, a denunciaria na capital, os dois iriam San Francisco estudar.   Tinha ganhado bolsa de estudos, Douglas ia estudar medicina, ele tinha duas opções, queria fazer jornalismo, além de literatura.

No dia da festa, preparou tudo, tinha comprado uma câmera de vídeo, que seria a primeira de muitas que teria na vida.   Gravou a madrasta, através da janela, combinando com o advogado uma maneira de se livrar dele, ele ao parecer tinha contratado dois homens para atacá-lo na noite da formatura.

Estava depois do banheiro do ginásio, tinha ido nadar, uma maneira que tinha de pensar, arrumou a gravadora no armário do mesmo, quando estava no chuveiro o filho do prefeito chegou, quando o viu sozinho, se aproximou, passando a mão pelo seu caralho.

Saiu antes, preparou a câmera, para poder gravar o que ia fazer.  Este apareceu em seguida, se ajoelhou começou a mamar seu aparelho, ele deixou, pois, o queria filmar, tinha planejado depois colocar na internet da escola.  Mas se surpreendeu que este sentou em cima, começou a gemer como faria uma puta, pedindo mais por favor, com mais força.   Nisso ele viu na porta o Doug, parado olhando tudo, com cara de espanto, empurrou o outro, se vestiu apressadamente, recolhendo sua mochila com a câmera de vídeo, quando alcançou o Doug, este estava ofendido, pois acreditava que o amava.   Pensavam viver juntos em San Francisco.

Não houve maneira, ele já tinha deixado a caminhonete preparada, pois sabia que podiam atentar contra sua vida a qualquer momento.  Voltou para a loja, recolheu o dinheiro, quando viu um brilho diferente, já tinha tirado a caixa do esconderijo, tinha outra escondida na cabana, só teve tempo de entrar para o armazém, sair escondido, menos mal que a caminhonete estava num beco ali perto, quando sentiu a loja ir pelos ares, saiu correndo se abaixando até a caminhonete, ficou escondido, viu os dois homens fez uma foto com o celular.  Saiu dali correndo, pela estrada cruzou com o caminhão de bombeiros, desta vez eles não estavam para brincadeira, passou pela cabana, recolheu a outra caixa, um casaco que era de seu pai, pela outra estrada era mais fácil chegar a cidade ao lado, quando ia parar na frente da delegacia viu o xerife da sua abraçando o dali.    Rapidamente pensou aqui não posso fazer nenhum denuncia, foi sim falar com o velho advogado de seu pai, contou tudo.  Este recomendou um advogado de San Francisco, deixe tua caminhonete na minha garagem, pode ser fácil de ser reconhecida, tome as chaves do meu carro, esta velho, não chama muita atenção.

No primeiro motel de estrada que parou, pegou a maquina que usava para cortar seus cabelo, bem como o do Doug, raspou sua cabeça, tirou da bolsa, um gorro, dormiu o resto da noite, no dia seguinte muito cedo, saiu pela saída traseira do motel, em direção San Francisco, o carro do velho não tinha GPS, mas foi se guiando perguntando, telefonou de uma cabine ao advogado, falou com ele.    Lhe explicou como chegar, passou todos os documentos que o advogado de seu pai tinha dado, as gravações, as conversas, as pressões que fazia o prefeito, bem como a foto dos homens que tinham explodido a loja de ferragens.

Vou arrumar um lugar para ficares escondido, enquanto preparo o ataque.  Falou como advogado da cidade ao lado.  O tinham dado como morto na explosão, ficaram furiosos quando o velho disse que não, que tinha estado ali, mostrou na sua garagem a caminhonete.  Queriam saber aonde estava, mas ele disse que acreditava que ia em direção Nova York.

Robert, seu novo advogado o escondeu, moveu uma ação baseado nas gravações, fotos, conversas.  Conseguiu que sua madrasta fosse presa, bem como seu advogado, além do prefeito, como golpe de misericórdia, colocou no celular a gravação do filho do prefeito sentado em cima do seu caralho, mandou para todos da equipe de basquete.

Descobriram que o prefeito já tinha feito o mesmo em outra cidade, vendia um condomínio que nunca saia do papel. Era o que já estava fazendo.  Desta vez o pegaram com a mão na massa.

O velho advogado o ia informando de tudo.   Tentou falar com o Doug, mas seu celular não atendia, deixava recado pedindo desculpas, mas não queria colocar sua vida em perigo, além de tentar explicar o que tinha acontecido com o filho do prefeito.    Nunca respondeu.

Pediu uma indenização ao prefeito, por terem feito explodir a loja.  Mas esse se apresentava como falido, mas numa busca do FBI, que tinha entrado em ação, descobriram que desviava dinheiro da prefeitura para as Ilhas Caimãs, mais outro processo.

De qualquer maneira, ele agora estava de posse de seu dinheiro, não podiam fazer nada contra ele, logo começaria o ano letivo, nem ia reclamar a bolsa de estudo para não chamar a atenção, foi fazer seu curso de jornalismo, literatura.   O primeiro livro que escreveu, foi justamente o que tinha passado com ele.    Escreveu tudo, sem pelos na língua, falando o nome real das pessoas, a cidade tudo isso.  Contou como tudo tinha acontecido.   A garrafa que ele tinha achado no lixo, realmente continha veneno, autorizou a reabertura da tumba de seu pai, ele tinha sido envenenado pela madrasta, essa iria cumprir uma pena de 30 anos.

Logo começou a trabalhar num jornal da cidade, cobrindo crimes, coisas do gênero, procurava não ter relacionamento com ninguém.  Tinha suas aventuras, pois San Francisco era uma cidade propicia para isso.  Logo foi para NY, para trabalhar num bom jornal, munido agora de uma câmera de vídeo potente, ele mesmo gravava suas entrevistas, ou notícias, diziam que devia aparecer, mas deixava somente sua voz.   Todos o conheciam por Brant, assim deixou sua assinatura nas colunas ou vídeos que publicava.

Quando foi cobrir sua primeira guerra, gravava tudo, corria mais perigo que os outros, depois de anos acabou saturado, odiando tudo isso.   Sua ultima reportagem antes de ser ferido, foi na Síria, estava num acampamento de refugiado, gravando numa barraca militar, um grupo de crianças que tinham perdido suas famílias, alguns conseguiam saber seu nome, além do apelido, mas a maioria estava em estado de choque permanente,   Quando estourou uma bomba, se atirou, para proteger os meninos que estavam mais perto dele, os enfiando embaixo de uma cama, sentiu uma dor horrível no ombro, quando despertou, estava num pequeno hospital, o transladavam para Alemanha,  tinha perdido totalmente o movimento do braço direito, porra pensou, agora terei que aprender a usar o outro braço.   Uma enfermeira disse que as crianças tinham se salvado por um triz, pelo fato de ter mandado esconderem embaixo da cama.

Lhe operaram dois vezes, o médico lhe falou que poderia usar o braço, usando um novo aparelho desenvolvido no próprio hospital, teria um implante na cabeça, muito pequeno, que daria o comando a uma armação que automaticamente moveria o braço.   A princípio doía muito o movimento, mas com o tempo melhorou, lhe faria um novo reconhecimento em NY.

Quando ele chegou, na verdade ser movimentava bastante bem, conseguia escrever bem no laptop.  Lhe perguntaram o que queria fazer?

Vou descansar um pouco.  Seu apartamento na cidade, era como o pouso de uma pessoa que nunca esta, nada tinha de pessoal.   Viu que não poderia escrever.  Além de seus poucos livros, viu que tudo era impessoal.

Falou com seu advogado de San Francisco, tinha estado um ano fora do pais, este lhe contou que o velho tinha morrido, de qualquer maneira tua velha caminhonete foi vendida como sendo dele.

Pensou, toma lá da cá, ele tinha usado o carro velho do homem, que tinha acabado numa sucata, nada mais normal isso.   De qualquer maneira teria que ir ao Banco em San Francisco, colocar dinheiro na sua conta, dos que estava guardados nas caixas no banco.    Abriu só uma, ficou boquiaberto do valor que tinha dentro.    Lhe deram um cartão de crédito de crédito ilimitado. Comprou roupa para o frio, bem como mantas, edredons, iria passar um tempo na cabana, foi a um concessionário, comprou uma que tinha usado na Síria, um jeep Gladiador, de cor verde escura, assim no meio da floresta passava desapercebido.

Poderia ficar na casa que tinha sido da família a muitos anos, mas lhe trairiam muitas lembranças, preferia a cabana se ainda estivesse em pé.

Carregou o Jeep, com tudo que levava, livros, laptop, impressora, comida em latas, futuramente colocaria uma geladeira pequena lá.   Teria sim que pedir uma ligação de internet, para seguir seu trabalho desde lá.

Parou na cidade antes, para pedir isso, já que a floresta estava nessa jurisdição.  Ficaram de irem no dia seguinte para colocarem uma pequena torre.

Foi pelo caminho pensando em como estaria, acreditava que estaria em ruína, mas achou estranho, pois tudo estava perfeito, limpo, como se alguém usasse a cabana.  Inclusive tinha lenha do lado de fora, a noite estava fria, encontrou no armário, camisas de lã, que ele usava quando jovem, embora ficassem apertada.  Acendeu a lareira, esquentou uma sopa de lata, sentou-se na varanda com uma manta, ficou olhando a cidade do outro lado do lago.

Quase adormeceu.  Se atirou na cama, ainda tinha o cheiro do Doug, como isso era possível, será que era ele que usava a cabana.

No dia seguinte, despertou com uma voz de criança, dizendo vê como não me enganei, eu disse para o senhor, tem alguém na nossa cabana, mas como sempre o senhor não me escuta.

Riu do comentário, se levantou lavou a cara, quando chegou na pequena sala cozinha, ali estava o Doug, ficou parado com lagrimas nos olhos.   Estava igual, um pouco mais gordo, cabelos brancos nas têmporas, com um garoto segurando sua mão.  Estava assustado, pois via a armação de metal de seu braço.

Doug disse com a voz embargada de emoção, quanto tempo.

Esse falou com o filho, vê Thomas, esse é o verdadeiro dono da cabana que sempre falo, um velho amigo.  Vou preparar café para nós.

Pode deixar, eu faço, queria fazer alguma coisa, imaginava encontrá-lo, mas não sem estar preparado, pois todas as emoções saíram como num estouro de cavalos.

Perguntou o que tinha lhe passado, comentou da bomba, agora tenho que usar essa tralha até que consiga ter movimento no braço outra vez, mas me viro bem, vim dirigindo desde San Francisco, sem problemas nenhum.   Escrevo bem também.

Imagino, a muito tempo acompanhamos o que o Brant escreve, verdade Thomas?

Sim pai, embora as vezes eu não entendo o que ele fala.  Era impressionante, o garoto era a viva imagem do Doug, quando iam juntos a escola.  Lhe estendeu um biscoito, assim ele pode examinar de perto sua mão, presa como numa luva aberta, a armação ficava por baixo.

Depois o senhor me conta como funciona isso?

Claro que sim.  Quer dizer que tens o mesmo nome que eu tenho?

Meu pai diz que colocou em homenagem ao melhor amigo que tinha.

Tem quer dizer você, eu continuo vivo, nunca esqueci teu pai.

Se sentaram na mesa, olhando pela janela o lago.  Tinham feito isso mil vezes.

Eu venho sempre com ele, pois adora isso aqui, lembra-se vinhamos com teu pai, na mesma idade, era nosso paraíso.

Pois é, continua um paraíso, mas terei que colocar uma torre por aí, para ter internet, para poder trabalhar.

Por que não ficas na casa da cidade?

Porque as lembranças são muito más, quero distância, mandei o advogado vender, mas ele disse que ninguém se interessava, pois ali tinha acontecido um crime, quando descobriram que teu pai tinha sido assassinado ali.

O garoto perguntou o que era assassinato?

Vejo que ele é curioso como nós.  Tu fazias todas as perguntas ao meu pai, pois o teu, nunca te respondia.

Doug, explicou ao garoto, que olhou serio para ele, perguntando o com o teu pai aconteceu isso?

Sim, muita gente má, por isso não quero ficar lá.   Quero um pouco de paz, depois de todas as desgraças que vi por aí nas guerras.

Doug disse que tinha que ir trabalhar, mas o garoto queria ficar, o senhor sabe que adoro ficar aqui, lá em casa é muito chato, a avó, não me deixa fazer nada.  Hoje eu não tenho aula, posso inclusive ajudar ao Brant, a colocar suas coisas no lugar, disse isso olhando a bolsa jogada no chão.

Claro que pode ficar, depois tenho que ir a cidade, tem algum arquiteto novo, que possa ampliar um pouco a cabana, queria fazer mais um quarto, além de um escritório. Já que penso viver aqui.

Ele não vai te incomodar?

Jamais, é como te ver na época que te conheci, tinha um desejo imenso de abraçar o Doug, mas não podia fazer, agora ele estava casado, tinha um filho, só depois de conversarem faria isso.

O consultório continua no mesmo lugar?

Não se preocupe, eu te ensino o caminho, soltou o Thomas.

Nisso chegaram os homens da companhia telefônica, Doug, acabou indicando o melhor lugar, há uma caminho por detrás da cabana, que leva até aquela parte alta.

Iriam levar dois dias para instalarem a torre, Doug foi embora, ele disse ao pequeno que ia tomar banho no lago, se viria com ele.   Meu pai disse que você o ensinou a nadar, é verdade?

Sim é verdade, venha, levaram duas toalhas, ele se sentia como se estivesse lidando como Doug em criança.   A água estava fria, mas o garoto, entrou sem reclamar.

Depois o enrolou numa toalha, entraram na cabana, acendeu a lareira, ficaram ali sentados, lhe deu uma caneca de leite quente, um café para ele.

Depois de tomar banho, fez o mesmo como garoto, estava amando fazer isso. Ter um filho, nunca tinha passado pela cabeça dele, ainda mais vendo tudo que tinha visto.

Se vestiram, vamos comer na cidade, aonde gosta de comer, o menino disse o nome.

Caramba ia sempre com meu pai comer hamburger, ainda existe a senhora Dolores.

Não agora ela fica no caixa, que faz tudo são seus filhos, como diz meu pai.

Posso me sentar na frente?

Sim, mas com cinto de segurança.   Colocou seu laptop, bem como o bloco aonde estava escrevendo, tinha o hábito de que nos lugares que estava, eram nos bares que normalmente escrevia.

Vamos ver se essa cidade ficou mais moderna.   Ao entrarem na mesma, tinha a sensação de que o tempo tinha parado ali.  Quando chegaram, passou no consultório, abriu a porta, vá avisar seu pai de aonde estaremos comendo.  Foi correndo, olhando para trás como se ele fosse escapar.

Quando entraram no restaurante, a velha que estava no caixa, sorriu, olá meu filho, vejo que sobreviveste a tudo, saiu detrás do caixa, o abraçou.  Ah já conhece o pequeno Thomas, igual ao pai quando criança.  Venha, mandou uns garotos saírem da mesa que eles dois usavam sempre, essa mesa pertence a esse senhor, fora daqui.   Perguntou o que ele queria comer?

O de sempre tia Dolores.

Esse garoto já sei como quer as coisas, além de uma coca cola, verdade?

Thomas balançava a cabeça, melhor que a comida de minha avó é, tem mania de purês, odeio.

Teu pai também, por isso sempre vinha comer aqui comigo, com meu pai.

Tinha conseguido a senha do Hi Fi do local, estava passando o texto, para mandar para NY, falava disso, do retorno, comentou da cabana. 

O garoto estava quieto, olhando como ele escrevia, só tinha soltado no primeiro momento, pensei que não pudesse escrever.

Via que os garotos das outras mesas, olhavam seu braço, mas estava acostumado.

Na verdade, quando escrevia, o mundo parava para ele, não escutava nenhum ruído, mesmo que estivessem caindo bombas.

Nem tinha visto que Doug estava sentado na frente dele.  Riu para ele, quando levantou a cabeça, este estava comentando com o filho, sempre foi assim, quando escreve o mundo para.

O garoto perguntava como era quando o mundo parava.

Ficaram os dois se olhando nos olhos um do outro.  Nos olhos do Doug, o pareciam examinar.

Queria perguntar se a sua mulher não iria se incomodar de não ir comer em casa.

Ele pareceu entender, não sou casado, já te conto a história.   Tu te casaste?

Sim, com a minha profissão, um casamento tumultuado, cheio de guerras, tiros, bombas, dormindo aonde era possível, filmando tudo.

Meu pai, sempre vê o canal Youtube, aonde aparecem tuas reportagens, mas não me deixa ver, porque diz que não é para crianças.

Uma grande verdade, só mostro coisas ruins, depois ias ter pesadelos.

Comeram, de vez em quando se olhavam um no olhos do outro.

A velha se aproximou, esta ali cismando, vocês tinha a idade do garoto quando vinha aqui com teu pai, verdade?

Sim senhora, meu pai vinha sempre, de manhã tomar café, depois comíamos, de noite vinha buscar para levar para casa.

Olhou pela janela, se via que aonde tinha sido a loja, tinha um terreno vazio, as lagrimas apareceram nos seu olhos.

Naquele dia podiam ter-te matado, verdade?

Tu também se estivesses junto, por isso fui embora como um bandido, na calada da noite, não podia te colocar em perigo.

Imaginei, levei muito tempo para aceitar isso.  Acabei indo estudar medicina em Dallas, assim não te encontrava em San Francisco.

Ia falar mais, mas viu que o garoto o olhava sério, como esperando alguma respostas.

Venha acabe de comer, senão a Senhora Dolores não nos deixa comer sorvete.

Ele se animou todo, adoro sorvete.

Doug, perguntou como funcionava o seu braço.  

Tenho um chip aqui na cabeça, sobre o lado do cérebro que corresponde esse braço, assim é como uma descarga elétrica, ele ativa os músculos, mas se estou sem isso, fica meio morto.

Quando iam saindo, cruzaram com um sujeito bem vestido, mas barbudo, foi em direção a ele ameaçador, filho da puta, acabaste com minha família.

Levou um tempo para perceber quem era, o filho do prefeito.

O mesmo posso dizer eu, mataram meu pai, que era a única família que tinha, mas hoje faria pior, mataria o teu com minhas próprias mãos.  Parou um carro da policia justo ao lado, perguntaram ao Thomas, se o outro o estava incomodando. 

Sim senhor, esta me acusando de ter mandado prender sua família, a mesma que mandou matar meu pai.  Portanto creio que vou ter que pedir uma ordem para que esse senhor não me incomode. Sussurrou no ouvido dele, tenho autorização e porte de arma, portanto cuidado.

Além de que não vou mais deixar que sentes aonde gostas tanto.  Ainda tenho o vídeo, posso publicar outra vez, agora na internet.

O outro se afastou quase correndo.

Estamos vigiando o senhor não se preocupe, ele sempre ameaça todo mundo, vive na casa que foi da família. 

Vou mandar colocar um detectores de pessoas na cabana, pois assim se se aproxima, o denuncio.

Foram falar com o arquiteto, que era nada mais, nem menos que um amigo deles de escola, comentou o que gostaria de fazer.   Este estava interessado na velha casa, lhe disse que fizesse uma proposta.  Tens um tempo, foram os quatro até aonde era a loja, gostaria de fazer aqui uma praça para os jovens da cidade, aonde pudessem fazer skate, jogar basquete, lugar para se sentarem, muitas arvores, pois o espaço era grande.   Uma homenagem ao meu pai.

O outro adorou a ideia, disse que iria comentar com o atual prefeito.

Amanhã apareço de manhã para dar uma olhada em tudo que queira fazer na cabana.

O garoto perguntou se podiam dormir lá?

Claro que sim, mas tens que perguntar ao teu pai, não a mim, a cabana e tanto minha como de vocês que cuidaram dela todos esses anos.

Foi visitar a mãe do Doug, esta o recebeu muito bem.      O menino não parava de contar tudo que tinha escutado.   Ele vai fazer um quarto só para mim lá na cabana.

Já sei que almoçaste, por isso vai lavar os dentes.

Falou mais à vontade, esse menino é como uma gravadora, repete tudo que escuta.  Soava mais como um aviso.

Se despediu, queria voltar para lá, para saber como ia o trabalho da torre, Doug disse que depois aparecia, o pequeno saiu correndo da casa, para se despedir.

Estava encantado como garoto, mas ao mesmo tempo lhe dava uma certas nostalgia, da época que os dois eram imensamente felizes.

Depois que os homens foram embora, ficou sentado na varanda, vendo o por do sol, como fazia com seu pai, quando sentiu uns braços o envolvendo pelo pescoço.   Era o garoto, lhe beijou no rosto, mas foi jogar perto da água.

Quando fui dizer a minha mãe que vinha para cá conversar contigo, não houve jeito.

Não se preocupe, vim para cá pensando justamente como se parece contigo, me dá uma certa nostalgia, pois talvez tenha sido a época mais feliz de nossas vidas aqui.

Eu sempre fui feliz aqui, teu pai me dava atenção que o meu não dava, éramos seus filhos indistintamente vamos dizer assim.   Nos ensinou a nadar, a passear pela floresta respeitando tudo, outro nos teria ensinado a caçar, isso ele nunca permitiu.

Te perguntei se tinhas casado para ter um filho.   Me disseste que não, de donde saiu esse menino maravilhoso.

Uma larga história.   Eu em Dallas queria te esquecer de qualquer maneira, não entendia o que tinhas feito com esse idiota.  Só muitos anos depois entendi.  Porque não vi o vídeo no primeiro momento.   Quando a confusão começou, meu pai me fez ir embora para Dallas, já que não queria mais ir para San Francisco.

Tive muitas namoradas, mas na época que fazia a parte de trabalhar como interno no hospital, conheci uma garota, que vinha de medicina como eu, estava fazendo especialização.  Queria trabalhar no terceiro mundo, com a cruz vermelha, esse era seu sonho.   Quando ficou gravida, quis abortar, pois isso trucaria seu sonhos, eu disse que não, se ela não queria a criança eu queria.   Mal ele nasceu, me entregou, assinou os papeis, indo embora.   Nunca mais soube dela.  Ele ao princípio perguntou por que os outros tinha pai e mãe, eu lhe contei a verdade.

Mas sempre falei de ti para ele, esta como apaixonado por ti, vou ter que disputar com ele meu antigo amor.

Para mim nunca foste antigo, eu nunca amei outra pessoa que não fosse tu, mas tinha medo de que acontecesse alguma coisa contigo por culpa dessa confusão.   Imagina que se tivesse acontecido alguma coisa contigo lá na loja, eu nunca ia me perdoar.   Mas cansei de te escrever, explicando tudo.    Esse louco, eu só queria filmar ele chupando meu caralho, mas quando vi estava sentado em cima.

Eu sinto muito, mas nunca mais quis ninguém, dizer que não fiz sexo, seria mentira, mas nunca passava de uma noite, pois não eram como tu.

Eu, os homens que me atraia, tinham que ser parecido contigo, agora teria que apresentar esse braço diferente, ficaram rindo, ia ser difícil.

Doug tinha trazido um jantar, ou melhor sanduiches, ficaram sentados na varanda escutando os ruídos da noite, o pequeno sentado entre eles, até que dormiu, arrumara no sofá um lugar para ele.  Thomas o colocou direito o cobrindo com carinho.

Os dois foram dormir com a porta do quarto aberta, se deitaram ficaram conversando, teremos que ir devagar, depois desses anos todos, podemos nos machucar.

Terás que dormir do outro lado, pois em seguida perco o movimento do braço, tampouco me movo muito na cama, por isso ronco bastante, principalmente se estou cansado.

Não fizeram nada, de manha o garoto, correu para se jogar por cima deles, disse no meio da cama, não sei quem ronca mais, parecia uma serraria.  Ria, provocando os dois, dizendo tenho fome.

Isso é ter um filho lhe disse Doug.  O garoto o queria a ajudar a colocar sua armadura, como dizia, pareces aqueles cavalheiros das histórias da televisão.

Justo quando Doug se ia, apareceu o amigo deles arquiteto, riu dizendo, vejo que a velha amizade já está em pleno funcionamento.   Sempre soube de vocês dois, tinha uma certa inveja, mas fazer o que, vossa amizade era uma fortaleza.

Ficaram um olhando ao outro.   Isso pensavam eles, mas se fosse realmente não teriam ido um para outro lugar distante do outro.

Estudou a cabana toda, como poderia fazer o projeto, queria agora um quarto para o garoto, nada de dormir na sala, o problema seria o aquecimento, teria que ser diferente. Porque a cabana só contava com a lareira da sala.   Vou estudar, com talvez mais um banheiro.

Me lembro quando vinhamos todos da equipe aqui nadar, menos o grupinho do filho do prefeito, teu pai fazia uns churrascos maravilhosos. 

Sempre serás bem-vindo, estas casado?

Atualmente sim, sai do armário na faculdade, me apaixonei como um louco por um companheiro, mas ele queria fama, sucesso, isso não era comigo, queria voltar para cá, vivo junto com outro amigo nosso dessa época.  Ele se casou, mas não foi feliz, quando voltei tinha acabado de se divorciar, começamos a sair, lembra daquelas brincadeiras no chuveiro, sempre nos olhávamos.  Sem querer aconteceu, ele hoje tem uma loja de ferragens, é quem contrata os homens das obras que faço.  Somos felizes juntos, tem duas filhas de seu casamento, mas a mulher foi embora com elas, assim que ele tem que ir a San Francisco de vez em quando, vou com ele, assim aproveitamos como férias da cidade.

Aqui continua tudo igual, as vezes me pergunto se não deveria ter ido atrás da fama, do dinheiro fácil, mas gosto como levo as coisas aqui.   Tenho um projeto para o local que esta a casa que vivias.   A mesma esta caindo, quero construir um pequeno edifícios de apartamentos para os jovens.   Antes que me esqueça, falei com o prefeito, disse que perfeito, que eu faça o projeto, que assim que decidas tu, podemos fazer a praça, com o nome do teu pai.

Nunca entendi como meu pai pode se apaixonar por aquela víbora, o envenenou lhe dando bebia envenenada dia atrás dia. Tudo por causa deste lugar, que queriam tirar a floresta, ele amava isso daqui, nunca abriria mão.

Se despediu, nos vemos, quando ficou sozinho, imediatamente sentiu falta do garoto, era como se ele tivesse preenchido um vazio dentro dele.

Foi até a cidade para fazer algumas coisas, teria que trabalhar, outra vez no restaurante, avisou ao Doug aonde estaria.   Estava revendo o vídeo que iria publicar no seu site, justo quando tinha sido atingido, estava editando o mesmo, fazendo a tradução do que falavam as crianças que tinham perdido tudo, a dor que estava ali patente, foi quando sentiu o Thomas ao lado dele, com os olhos abertos, escutando, parecia entender o que elas falavam.  Justo nesse momento no vídeo, acontecia o estrondo, ele caia para frente, gritando, que se escondessem embaixo da cama, a câmera seguia gravando, vendo como ele ficava ferido, ia desligar, mas notou que o Doug também estava olhando.   Seu comentário foi, terrível isso.

Apagou o vídeo, é que não posso trabalhar ainda em casa, pois não tem Hi Fi, tenho que editar esse vídeo para publicar, está muito atrasado, embora a guerra por lá continue.

As crianças se salvaram, perguntou o Thomas?

Sim, porque as mandei se esconderem debaixo da cama.  Mas não tinha lugar para essa menina, por isso a protegi.

Ele colocou a mão no seu rosto, eres um cavalheiro da távola redonda, sem dúvida nenhuma.

Ele olhou o Doug, não me diga que ainda tens aqueles livros todos sobre o Rei Arthur, seus cavalheiros?

Claro que sim, esperava ter filhos, guardei tudo, ele adora.   Por isso acha que isso que usas faz parte de uma armadura.

Comeram, contando o que tinha acontecido depois que tinham voltado para cidade.  Mandei fazer um quarto para ti, mas terás que ser tu que o decores hem.  Tens dinheiro para isso.

Ele olhou para o pai, que negou com a cabeça.  Olhou para ele, tu me emprestas, quando for maior te pago.

Claro tens um crédito infinito comigo.

Doug tinha que ir ao hospital da cidade vizinha, tinha uma pequena cliente internada, os pais são jovens sem cabeça nenhuma, ninguém sabe de aonde saíram.   Ocuparam uma casa, na entrada da cidade que está abandonada, mas tudo que ganham compram drogas, a menina esta subnutrida. 

Foram na Jeep, com o Doug conduzindo, sempre gostei da caminhonete de teu pai, a coitada foi parar numa sucata.

Por isso comprei esta, Thomas ia sentado no meio.  Deixaram Doug no hospital, ficou de chamar pelo celular.  Foi fazer compras como garoto, aproveitou para passar na companhia telefônica, a torre já estava instalada, agora poderia trabalhar desde casa.

Quando voltaram ao hospital, o Doug disse que os pais tinham desaparecido durante a noite, que o xerife tinha ido aonde viviam, mas tudo estava vazio, creio que ficaram com medo da menina morre, serem acusados de assassinato, por não cuidar dela.

As enfermeiras a tinha limpado da sujeita que tinha pelo corpo, estava muito magra, tinha uma cara linda, lhe fazia lembrar da garota do vídeo.   Thomas foi quem disse se parece com a menina que salvaste.    Ela ficou olhando curiosa para ele, por causa do braço, Thomas explicou que ele era da Távola Redonda, um cavalheiro que defendia os que não podiam se valer por si mesmo.

Alguém tem que ficar com ela essa noite, as enfermeiras estão transbordadas.

Vamos ver se encontramos algum quarto particular, assim fico com ela esta noite, tu levas o Jeep, amanhã, vem me buscar.

Georg, riu, realmente Thomas tem razão, não mudaste nada.

Levaram a garota para um quarto particular, pediu que o pediatra viesse falar com ele, disse que bancava tudo que fosse necessário.    O problema dela, é desnutrição, terá que ir sendo alimentada pouco a pouco, pois se alimentamos demais pode ser prejudicial.

Dormiu ali com ela, segurando sua mão tão pequena entre as suas, pela primeira vez dormia sem tirar a armadura segundo o Thomas.

De manhã se lavou no banheiro do quarto, entraram uma enfermeiras para fazerem a higiene da menina, lhes deu dinheiro, para que lhe dessem um banho, lavassem a cabeça, perguntou qual o tamanho dela.

Uma das enfermeiras lhe disse aonde comprar roupa.  Logo apareceu o xerife, riu ao ver a mão da menina, segurando a que tinha a armadura. 

Saiu com ele no corredor, ele comentou que não havia rastro dos dois, nem sabemos realmente se eram pais dela, a usavam as vezes para pedir dinheiro.

Se me consegues a guarda posso ficar com ela.

Eu sei quem é o senhor, um correspondente de guerra, vi todos teus vídeos, mas o senhor vai voltar?

Não posso, sem essa armadura, não tenho movimento no braço direito, não sei se alguma vez recuperarei o movimento. 

Como tudo se sabia, sabia que estavam instalando a antena, que ele tinha uma casa na cidade, o senhor era muito amigo de meu tio que era advogado.  Me dizia que o senhor tinha imenso dinheiro, mas nem por isso, deixava de fazer as coisas com simplicidade.  Vou ver o que posso fazer pelo senhor.

Saiu para comprar roupas para a menina, comprou uma série de vestidos, a senhora da loja disse o que ela não gostar o senhor trás que trocamos.   Levou também umas calças jeans e camisetas.  Viu uma boneca vestida de fada, a comprou também.

Quando chegou estava limpa, tinham lavado e penteado seu cabelo.  Pensei que o cavalheiro tinha ido embora.

Perguntou seu nome, disse que não sabia, só que a chamavam de Marta.

Quando viu os vestidos, ficou com a boca aberta, gosto de todos, a enfermeira disse que tinha que ficar com o uniforme do hospital.  Mas quando viu a boneca, abriu os olhos imensos que tinha verdes, a abraçou, perguntou se podia ficar com sua nova amiga.

Vamos colocar um nome nela?

Sim, Thomaz, como o menino.

Thomaz é nome de homem, vamos chamá-la de Tomazina, o que achas.

Quando Georg chegou, com Thomas, examinou a menina, viu que estava melhor, logo o pediatra veio, a examinou também.   Enquanto estava ali, aproveitou foi até a cabana, tomou um banho, fez a barba, mal feita como dizia, pois, tinha que fazer como braço esquerdo. Voltou rapidamente para o hospital.  Ficou parado na porta, escutando o que Thomaz contava a nova amiga, sobre a cabana, dizendo podes dividir quarto comigo, mas vou pedir que faça um para ti também, no futuro transformaremos a cabana num castelo.

Mais tarde o xerife apareceu, tinham encontrado a família da garota, os pais estavam na estação de ônibus da cidade ao lado, pedindo dinheiro para irem embora.

Falei com eles, lhe darão a menina em adoção se lhes dá dinheiro.  Eu disse que isso seria vender a mesma, que poderiam ficar presos para o resto de suas vidas.

São como dois garotos assustados, ela tem 18 anos, mas ele é menor de idade, viviam num orfanato de onde fugiram.

Vamos mandá-los de volta, aí concordaram em dar em adoção.  O juiz falou com os que cuidam do orfanato, fugiram de lá quando ela não pode mais esconder que estava grávida.  Nem imaginamos aonde pode ter tido o parto.

Foi falar com eles, ficaram com medo de sua armadura.  Perguntou se arrumasse um emprego, eles cuidariam da menina.  A resposta os surpreendeu, mas não sabemos fazer nada. Gostamos de viver na rua.  Eu cuidarei da menina, mas vocês tem que me dar em adoção ok.

Quando foram embarcados para o orfanato discretamente deu dinheiro para o garoto.  Podia ser que por causa disso aparecessem de novo, mas era um risco.

Quando disse a garota que ia ser filha dele, ficou feliz.  Cinco dias depois a levou para a cabana, tinha mudado de ideia, falou com o arquiteto, procurou outra casa para viver na cidade, pois ela ia precisar ir à escola, agora estava grudada no Thomas, como ele ficava, com Georg.

Achou a casa, ainda brincando, perguntou ao Georg se não queria viver com eles.

Temos que ir devagar, a controlava para que comesse devagar, Georg a examinava toda semana.   Ele seguiu trabalhando na casa nova, nos finais de semana iam a cabana que estava em obras.   A casa era grande, ele tinha um quarto para o Thomas também, os dois se divertiam contando histórias, ele contava a historia dos cavalheiros, ela depois criava das damas da corte.

Quando começaram as aulas, os dois foram a escola juntos, ele era seu fiel escudeiro.

Georg estava cada vez mais com ele, algumas vezes dormia lá, tinham experimentado fazer sexo, os dois riam no final, pois era como recuperar a juventude. Se exploravam como faziam naquela época. 

Estava escrevendo um livro, de como um jornalista via tudo como ele tinha visto, a perda da humanidade que se ia sentindo ao ver tanta barbárie.

Quando lançaram o livro, ele foi dar entrevistas em San Francisco, depois NY, falava todos os dias com a Marta, ela contava tudo que tinha feito na escola esse dia, se viam pelo celular do Doug, era divertido ver os dois meninos abraçados, como se isso os fizesse caber na tela do celular.

Estava louco de saudade deles, o jornal queria que fosse cobrir uns acontecimentos na Europa, disse que nem pensar, agora tenho família em que pensar, mostrava a fotografia dos meninos.

Quando voltou trazia brinquedos para eles, além de roupas da távola redonda.  Adoraram, queriam dormir com elas.

Os finais de semana na cabana era fantásticos, pois agora ampliada parecia uma casa.

As primeiras férias passaram lá. A ensinou a nadar, entre ele, Doug, era como se nunca tivessem se afastado um do outro.   Com os anos depois se resolveram se casassem ou não, a mãe dele ficou horrorizada, agora vivia em sua casa uma senhora, pois os dois viviam na dele.

Mas se casaram assim mesmo, explicando para os dois o que estavam fazendo.  Thomaz ria dizendo que agora tinha dois pais que adorava, ela também.

Souberam anos depois que os verdadeiros pais, tinham morrido nas drogas.   Mas resolveram que só falariam se ela perguntasse.

Todos falavam da amizade deles, iam agora a escola de maiores, já com dez anos de idade, se ajudavam ao estudar, discutiam as vezes como todos os garotos.

Eles riam, eram felizes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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