martes, 3 de noviembre de 2020

1984 - ORWELL

                                              1984 – ORWELL

 

Meu nome é Newton Orwell, durante muitos anos fui gozação dos colegas, pois estava sempre com um bloco na mão, mal usava o computador, ou celular, só quando era obrigado, gostava de fazer minha cabeça pensar.

Tinha tirado dois meses de licença, estava em Newton, que era a cidade aonde vivia o meu pai, chefe de polícia da mesma.  Levava o nome da cidade por uma homenagem de meu pai a mesma.    Estava casado a anos, quando era inspetor de polícia de Des Moines, se divorciou, querendo mudar de cidade, aceitou ser o xerife de Newton, sempre quis ter filhos, mas não tinha tido sorte com sua primeira mulher. Ela dizia que com sua profissão era impossível.  Quando chegou a cidade, ia tomar café todos os dias no mesmo bar, ali conheceu minha mãe, que era bibliotecária na cidade, acabaram se casando, nasci dois anos depois.  Fui amado pelos dois desde o primeiro momento.  Mas ele dizia que eu era uma criança que nunca sorria, parecia que já estava brigado com a vida desde o primeiro momento.

Claro que sofri Bullying na escola, era gordinho, usava óculos, isso por si só já era um motivo, as melhores notas eram as minhas, reclamei com meu pai, por ser o xerife, me olhou na cara muito sério, tens que aprender a se defender.   No dia seguinte me inscreveu num ginásio de boxe, bem como em Karate.   Em um mês, o mais alto da escola que gostava de me infernizar a vida, veio me provocar, lhe dei um murro na cara, quebrando seu nariz.  Ficou ali parado, assustado, com o sangue jorrando, sujando sua camiseta.   Falei com minha voz rouca, alguém mais se candidata a ter o nariz partido.   Ninguém se mexeu do lugar.

Podia ter parado, mas acontece que tinha gostado das aulas, canalizava uma agressividade que achava latente dentro de mim.

Pensava em ir a universidade, mas nos dois últimos anos de secundária, por azar minha mãe teve câncer, todo o dinheiro que estava guardado para isso foi para seu tratamento, meu pai sempre me pedia desculpas, mas eu lhe dizia que deus sempre escreve por linhas tortas.

Acabei indo para a Marinha, atirava desde meus 12 anos, era bom nisso, logo fui para a polícia Militar, ali me desenvolvi, fiz todos os cursos possíveis.   Durante um tempo, meu trabalho consistia em viajar num porta-aviões, para manter além da segurança, controlar esse bando de homens com a adrenalina no sentido mais amplo.

Quando desciam em cada porto, sempre era um problema, meu trabalho era me coordenar com a polícia local, para controlar todo mundo, nem sempre era possível.  O mais interessante, que eu não era um tipo alto, era sim forte, com a cara como que esculpida a faca, diziam que da minha boca, jamais brotava um sorriso.  Mas sabia que quando fazia isso, ficava horroroso.

Quando chegamos a New York, desde a bordo, fiz contato com a polícia, principalmente das zonas que sabia que a rapaziada ia se esparramar.

Foram três dias muito movimentados, muita cara partida, muita bebedeira, o pior é que ao mesmo tempo, tinha a primeira manifestação gay.  Virou uma confusão, um grupo que estava a bordo, se colocou aos lados dos gays, diziam que era mais divertido, andaram quebrando o pau com os policiais que tentavam reprimir a manifestação, esses pensavam que os marinheiros estavam fantasiados.

Deu muito trabalho, foi ai que conheci o chefe de policia que viria ser meu melhor amigo, nos dois últimos dias, tivemos que separar quem era realmente marinheiro, dos que estavam vestidos de.

O melhor foi encontrar numa cela, na hora passei de largo, pois vi que estavam fazendo sexo, pensei que eram dois da manifestação, qual nada era um marinheiro que tinha se enrolado com outro.

Os coloquei em ordem, mas não apresentei nenhuma denúncia, pois sabia que seriam expulsos, eram bons militares.

Ficaram meus amigos, até hoje vivem juntos, tem uma família grande de filhos adotados.  Quando estou estressado, vou para a casa deles em Fire Island, fico por lá descansando.

Quando nos despedimos, o chefe de policia disse que eu não tinha tido tempo de conhecer a cidade, mas tudo que fez, foi me mostrar sua delegacia, me disse muito sério, quando sair da marinha, se quiseres aqui tem um lugar para ti.   Apertamos as mãos selando nossa amizade.

Por um momento, voltei a realidade, meu pai se mexia na cama, tinha tido um enfarte grave, já não poderia trabalhar.  Quando cheguei, a primeira coisa que me perguntou foi o que fazia lá. Nunca tinha perdoado o fato de ter preferido ir para NYC, em vez de ir viver com ele.

Então é verdade estou morrendo, para apareceres por aqui só pode ser isso.   Mas voltou a dormir em seguida.     Meu quarto seguia igual, de quando eu tinha ido para a Marinha, ele não entendia que precisava vencer por mim mesmo.

Cada medalha ou ascenso que tinha, mandava uma foto para ele.  Mas nem isso, fez com que me perdoasse.   Troquei de roupa, fui me sentar ao seu lado.  O mais interessante era que minhas roupas seguiam me servindo.

Quando despertou novamente me perguntou por George, lhe disse que não sabia quem era.

Meu outro filho disse, avisou a enfermeira para avisar ao George que eu estava ali lhe incomodando.

Ela riu muito, o George está trabalhando, virá assim que for possível.

Precisava comprar cigarros, meu grande vicio, bem como material para barba, escova de dentes, pois tinha saído do hospital, direto para lá.  Ainda estava andando de bengala, pois tinha levado um tiro na perna.

Estava ali perto de sua casa fazendo compras, num armazém que não existia antes, dirigido por um indiano.  Lhe perguntei aonde estavam espuma de barba, gilettes, me indicou o final do corredor.   Estava ali relaxado, quando entrou um sujeito mascarado com uma arma na mão, um assalto.

Pensei em Newton, acontece isso?  Fui andando devagar, dei com minha bengala na cabeça do assaltante, quando se virou, lhe dei um murro na cara, caiu reto no chão, escutamos um carro sair disparado, com a bengala, afastei o revolver, quando vi que era de brinquedo.  Tirei por hábito, uma luvas que levava no bolso, retirei a máscara, devia ter uns 17 ou 18 anos, um garoto, devia ser para as drogas, fiquei ali esperando a polícia que o homem tinha chamado.  Ele me sorria, não queria me cobrar o que tinha comprado.  

Entrou um policial, do mesmo tamanho que eu,  mas se via claramente que era descendente de índios, cabelos negros compridos, presos com um elástico, estendeu a mão,  sou George, já sei quem eres, Newton, não é verdade?

Ri, agora entendia, o indiano contava como tinha feito, exagerando um bocado.

Sai com eles, o rapaz estava tonto, sangrando pelo nariz.

Pelo visto segues arrebentando o nariz do pessoal, tua fama nisso é grande, tinha sentido de humor que eu não tinha.

O velho me expulsou, dizendo que queria o George aos pés da cama.

Estou terminando o turno, te vejo na hora do almoço.

Como a cidade era pequena, quando entrei a enfermeira estava contando ao meu pai o que tinha feito.   Me olhou rindo, pediu desculpas, mas antes estava sobre efeito dessa merda de medicamento.

Me ajoelhei para abraça-lo, me deu seu famoso abraço de urso, ficou alisando minha cara, pedi desculpas, mas não podia ficar muito tempo nessa posição, pois poderia abrir os pontos.

Só então viu a bengala. Fiquei sentado ao seu lado, ele me pediu para repetir a cena.

Depois lhe perguntei se isso agora era o normal?

Esses garotos não têm aonde cair morto, mal vão a escola, estão jogados por ai, os traficantes os viciam para usarem como cavalos.   É uma merda, nunca conseguimos pegar quem é o chefe.

Conheci meu irmão lhe disse, o George.

Ele ria, fiz para te provocar, é uma excelente pessoa.

Na hora do almoço ele chegou, vejo que ocupaste teu antigo quarto, as vezes durmo lá.

Chegou dizendo olá, beijou a cabeça do meu pai, vou me lavar, depois almoçamos, hoje vais ter que comer direito, vai ficar muito feio ter que fazer aviãozinho na frente do teu filho, o que ele vai pensar de ti.

Vá tomar no cu, índio desgraçado.

Nos sentamos na mesa, se via que meu pai fazia esforço para comer.  Depois ao final, afastando o prato, comer para que, se vou viver um resto de vida de merda.

Pediu a enfermeira que me trouxesse um papel.  Quero que assines junto com o George, não quero ser entubado, tampouco que me fiquem dando morfina a conta gotas para aliviar a dor, quero morrer como um homem, já basta que me deem banho, limpem a bunda.  Isso é humilhante.   

Eu entendia, pois o mesmo tinha se passado com minha mãe, ele dizia sempre isso, vivemos para que, se ao final temos essa humilhação, Deus quer nos derrotar de qualquer maneira, para que abaixemos a crista para chegar seja onde for, para obedecermos ordens cegamente,

Eu entendi, tampouco gostaria que acontecesse comigo.   As duas vezes que estive no hospital, as enfermeiras diziam que eu era o pior  paciente desde sempre.  Pois me levantava da cama, me enfiava debaixo do chuveiro, não ia permitir que me dessem banho.  Os médicos acabavam cedendo.

Essa última vez, tinha sido uma bala de raspão, na verdade a bala tinha rebotado na parede, passou pela minha perna. Mas tinha atingido um nervo, que era o que incomodava.

Quando contei aos dois riram, o chefe ficou furioso, pois me nego a ter companheiros, gosto de fazer o serviço sozinho, não quero ter que me preocupar com um companheiro, que tenha família, filhos.   

Pegaste esse que atirou?

Sim lhe acertei no meio da testa, era um traficante de pouca monta.   Armou uma emboscada, mas se deu mal.

O pior sempre é o depois, pois tens que fazer declarações, interrogatórios da polícia interna, para ver se não infringiste nenhuma norma.

Mas já me conhecem, sabem que atiro, somente se for necessário.  Numa cidade como NYC, que as ruas estão sempre cheias, isso é um perigo.

Peguei o mesmo enfiando uma agulha numa garota que não devia ter nem 17 anos, para que se prostituisse para ele.   Mas cortas um, aparecem 10 mais.   O filho da puta, tinha quanto muito uns 25 anos. 

Estava no hospital quando me avisaram, aproveitei, tirei um tempo de férias para vir para cá.

O velho estava quase dormindo, entre os dois o colocamos na cama, antes de fechar os olhos, sorriu para os dois.

Fomos nos sentar no salão.  Ficamos conversando, verbalizei que para ele devia estar sendo duro, pois tinha cuidado de minha mãe, sua morte foi horrorosa, da mulher bonita que era, virou uma sombra, quando ele pensava que não o via, chorava.  Se sentia impotente.

Já me pediu duas vezes que eu o ajudasse, mas lhe disse que tinha que esperar por ti, me disse que não virias, eu apostei com ele que sim.

Por mais duro que seja, sabia que vinhas.  Assim podemos pensar como fazer que sua vida seja melhor.

Que diz o médico?

Que não tem solução, ele não quis fazer o tratamento, disse que quimioterapia, além de rádio ia ser uma merda.   O médico acabou concordando que não ia resolver nada.

Lhe pedi seu telefone, mas se negou a dar, como tens um sobrenome diferente, não foi difícil te encontrar.

Obrigado, por ter me avisado.

Ele é uma pessoa especial, me conheceu em Des Moines, num caso que teve que acompanhar, sobre um rapaz da cidade.  Ficamos amigos, ele percebeu que algo acontecia comigo por lá.

Imagina, ser índio, ter universidade, ainda por cima gay, num lugar como esse, fica difícil, lhe disse exatamente o mesmo.

Soltou, venha trabalhar comigo, tenho a vaga de meu auxiliar, o mesmo se aposentou, os outros são uns idiotas.

Vim ficar aqui,  me abrigou em sua casa, sempre me tratou como um filho.

Fizeste universidade?

Sim fiz direito, porque pensava em ser advogado dos mais necessitados, passei minha infância, além de boa parte da juventude num orfanato, meus pais morreram pelas drogas.

Gostava da sinceridade dele.

Como é trabalhar em NYC?

Difícil, nem sempre contas com o apoio dos chefes, dos colegas, sou sempre um estranho no ninho, pois cheguei a convite do chefe de polícia, claro ninguém gosta quando chegas assim, depois que um companheiro morreu por me proteger, prefiro trabalhar sozinho.  Tenho direito a uma delegacia para mim, mas claro, tem a puta política no meio.  Tenho pensado em largar tudo, mas não sei bem para fazer o que.

A enfermeira me explicou o que ele estava tomando, três dias depois, vi que sofria muita dor, me olhava pedindo compaixão, o George segurava uma mão eu outra, o médico quando veio disse que havia que leva-lo para o hospital, ele se negou, quero morrer na minha cama.

Quando falamos os dois com ele, disse que não tinha solução, visto ele não querer ser medicado, só tinham paliativos para lhe dar, acabara tendo uma crise de coração.

Nessa noite, acordou, fez um sinal que me aproximasse, se me amas meu filho, me ajude, não posso mais. Lhe beijei, fiquei chorando um pouco, coisa que não era habitual em mim. Quando voltou a dormir, peguei a almofada o matei como ele queria, antes tinha feito um sinal, use a almofada.

Em momento algum reagiu.   Quando o George chegou de manhã, eu já tinha chorado o suficiente, estava ali, meio dormido segurando sua mão, já fria.

O médico veio, fez o atestado de óbito, com tendo tido um enfarte, fizemos o enterro, aonde a cidade inteira compareceu, inclusive o indiano veio me dar os pêsames.   O enterramos ao lado de minha mãe.

No dia seguinte fui a delegacia visitar o garoto que tinha pego no armazém.  Me olhou de cima a baixo, agora o que faço com esse nariz assim.

Deixar de cheirar, de fazer merdas.  Se queres consigo um lugar para te desintoxicar.

Teu pai já fez isso uma vez, não adianta.  Não tenho razão para viver.

Fiquei com pena, nesse dia conversava com o George sobre isso, como era difícil ver essa juventude sem rumo. Ficamos olhando um para o outro, de repente nos demos um beijo, fiquei quieto, não tinha experiencias nessa área.

Fui honesto, nunca passo de uma noite, sei que queres muito mais.   Não te posso dar.

No dia seguinte fui embora, lhe disse que se quisesse me avisasse, podia arrumar para trabalhar em NYC.

Mal cheguei a delegacia, o chefe que não me suportava, me disse que tinha ordens de me apresentar para o novo chefe de policia da cidade.  Deu um sorriso meio maroto.

Pedi a um companheiro que me falasse de uma delegacia que tinham fechado, ficava entre Astoria e Jackson Heights.  

Este riu, imagine uma delegacia inteira, de acima abaixo corrompida pelo tráfico de drogas, impossível, até os que foram para prisão, foram retirados da cidade, estão em prisões na costa Leste.

Fui falar com o novo chefe de polícia, para minha surpresa era o meu velho amigo. 

Primeiro me deu os pêsames, que bom que pudeste estar com ele nos seus últimos momentos.

Tenho uma coisa para te oferecer, sempre sonhei com isso, mas estou no meio de uma batalha campal, a única pessoa que posso oferecer para me acompanhar nessa batalha eres tu.

Quero que transforme a antiga delegacia entre Astoria e Jackson Heights, num modelo de modernidade.

Só aceito se tiver carta branca, bem como dinheiro para fazer o que quero.

Te prometo.

Nada disso, confio em ti, mas quero em papel assinado, por ti, além do prefeito.   Senão não tem trato.

Venha comigo, fomos ao gabinete do prefeito, eu já o conhecia, pois tinha ajudado a recuperar seu filho sequestrado.   Os sequestradores disseram que não queriam a polícia no meio,  mas eu fiz tudo sozinho, levei o garoto assustado para casa.

Este olhando para mim, assinou o papel, faça como quiseres, nem que seja minha sentença de perder as próximas eleições.

Pedi primeiro um auxiliar, para controlar gastos, me olhou surpreso, sei que vais liberar verbas, mas esse dinheiro, pode acossar muita gente, por isso com alguém controlando os gastos fica mais fácil.

Quem queres?

Disse o nome, uma senhora que trabalhava na mesma delegacia que eu, era ótima nisso, me ensinou a controlar meus gastos.   Além de ser prática, rápida, mandona.

Ligou para a delegacia, que não era muito longe, lhe deu dez minutos para estar ali, ela chegou em seguida, um tanto quanto aflita.

O chefe disse que tinham solicitado sua transferência, mas queria saber se aceitava?

Mas para fazer o que, já aguento um incompetente, passar para as mãos de outro não quero.  Esse eu engano direitinho.

Eu que estava escutando atrás da porta, soltei, nem que fosse para trabalhar comigo num projeto novo.

Contigo sim, porque me escutas, aceitas sugestões. 

Bom vamos ver a delegacia, toma as chaves disse o chefe.

Eu disse a ela, serás meu braço direito, vamos transformar essa puta delegacia numa coisa moderna.

Ela só perguntou, posso eu mesma dizer ao filho da puta que é meu chefe atual que se foda?

Claro que sim.

Primeiro fazer uma faxina, não quero nada do que existe aqui, que os de arquivo venham recolher tudo, que seja tudo digitalizado. Era de todas a mais abandonada.

Mande pintar todos os calabouços, tudo de branco, todas as paredes tinham uma cor horrível, meio sépia, nem sabia se era porque todos os policiais fumavam, como loucos.

Aqui nada de fumar, verdade disse ela.

Eu ri, deixei de fumar, durante o tempo que estive agora com meu pai.

Boa coisa fizeste.  Mandar pintar tudo.  Tirei o celular que pouco usava do bolso, chamei um número, quero os três neste endereço dentro de 10 minutos, sabiam que não estavam longe, eram uns rapazes Hackers, que tinha conseguido um trabalho para eles, ao contrário de serem presos.   Para o que queria eram perfeitos.

Entraram pisando em cima de toda merda solta pelo chão da delegacia.  Me abraçaram, tínhamos ficado amigos.  Disse  o que queria, tudo três B, ou seja bom, bonito, barato.  Riram, deixe de ser unha de fome.

Pedi que cada cela tivesse um sistema de vídeo, ligado a uma central, que o mesmo tivesse som, assim saberíamos o que se passava.  Bem como em todo corredor de acesso, pois se algum policial passava da raia.

Quero uma central aqui, mostrei o local, para que tudo seja analisado 24 horas do dia, ia pedir um sistema que a polícia da zona leste do pais estava usando, os policiais gravavam o que faziam.  Lhes expliquei como funcionavam.  No andar de cima que era imenso, iriamos tirar todo o centro, todas as paredes, criaria três escritórios, o meu, mais os dois inspetores que levariam comigo a delegacia.

Em cima desses escritórios, quero um sistema que eu possa ver tudo que acontece na sala, quero saber tudo que acontece nesse lugar, até se um policial solta um peido. Qual o cheiro da merda que cagam. Tudo.   Lembrem-se de meu nome Orwell, 1984, leia o livro, pensem em tudo.

Telefonei na hora do almoço para o George, perguntei se seu diploma de advogado estava registrado, tudo em dia.

Algum problema?

Me responda primeiro.  

Claro que sim, tentei trabalhar de advogado, mas foi impossível, quando me via, desistiam.

Queres vir para NYC, tenho um emprego para ti.

Fazer o que?  Ser um polícia?

Um polícia que seja advogado, que use as leis para estarmos dentro dela.  Venha até aqui que te explico.   Mando um bilhete para ti amanhã no primeiro voo. Adeus.  Escutei ele rindo, é louco.

Disse a Edna, que mandasse um bilhete em nome de George Obwou, para Des Moines, só de ida, para NYC.

Sorriu, adoro como trabalhas. 

Edna, precisamos de uma sala, afastada, para termos um psicólogo aqui, será que existe algum policial que tenha feito faculdade de psicologia, que possa entender seus companheiros?

Vou verificar.   

Disse aos garotos que ela precisava de um computador, que pusesse a acompanhar todo o tempo.

Agora vem o mais complicado, vamos pedir carros que sejam do último tipo, todos com gps, além de computadores dentro.  Outra coisa meninos, quero um sistema de vigilância em todos os carros, quero sentir até o cheiro do peido deles.   Se não podemos em todos os carros, que seja os carros dos policiais mais complicados.

Havia um estacionamento ao lado da delegacia, naquele canto Edna, quero uma oficina mecânica, descubra alguém queira vir, ou mesmo ex-prisioneiros, que tenham aprendido a lidar com carros.

Me deu um estalo, consulte na prisão lhe disse o nome do homem, ele deve estar por sair com condicional.  Eu ia sempre visita-lo na prisão, bem como ajudava sua família, tinha prendido uma quadrilha, graças a ele.   Marque uma entrevista minha com ele para amanhã, ao meio dia.

Jeronimo Apache, era um homem de dois metros de altura, com uns dedos finos, que fazia coisas incríveis com um carro,  me ajudou, como eu o ajudei, a prender uns mafiosos, que roubavam carros de luxo.

Ela me conseguiu um horário pela manhã, justo na hora que chegava o George, escrevi um bilhete, lhe descrevi, faça uma coisa por mi, vá vestida pela última vez de uniforme de polícia, quando ele saia, tu o prendes, dizendo que tem cara de traficante.

Já tinham arrumado duas salas, no meio da barafunda das obras.  Tinham pintores nos calabouços, gente demolindo paredes, já não sobravam nada impedindo a visão de tudo.

Quando saiu de manhã para o presidio, passou numa padaria, judia, pediu dois sanduiches de pastrami,  colocou dentro de uma bolsa.  Quando chegou no presidio, apresentou seu carne de chefe de polícia, ficaram olhando para ele, ele mesmo abriu os sanduiches, para ninguém colocar a mão suja.  Entregou sua arma.  Foi levado para uma sala especial, logo entrou Jeronimo, tinha a mão enfaixada.   Fui me defender de um idiota, feriu minha mão.

Abriu os sanduiches, se não tens fome, como eu os dois foi dizendo a ele.

Epa, tire as mãos sujas dai meu irmão, primeiro, cheirou o pastrami, hum, que cheiro, morria por um sanduiche destes.

Bom que o traz por aqui, foi dizendo mastigando ao mesmo tempo.

Sei que vais sair dentro de umas semanas, quero saber se queres trabalhar comigo?

Eu de polícia?

Nem pensar, ias me matar no primeiro momento.  Quero que vá trabalhar na delegacia, arrumando carro, que é o que gostas verdade?

Porra, ia amar fazer isso, sem ninguém para me encher o saco.  

Contou mais ou menos o que queria fazer,  pedi carros modernos, mas creio que me darão metade de carros velhos, tocaria a ti, ir mudando esses carros reforçando o chassi, para que aguente o embate de outros carros.  Que o motor possa ter velocidade, que tenham gps, o que achas da ideia. 

A cara dele era ótima, era como se tivesse sonhando, deixou o sanduiche, se deu um beliscão.

Amanhã venho com uma ordem, falarei como um juiz hoje, para te liberarem, quero que conheça uns Hacker que vão trabalhar comigo, vais ser o chefe dos marginais da minha delegacia.

Só mesmo tu, mas confio em ti. 

Ah ontem estive na tua casa, tua mulher me pediu que te mantivesse preso mais um tempo, pois não quer mais ter filhos, com 4 bastam.  Tirou as fotos que tinha feito com o celular, olhe os meninos.  Lhe deu as fotos.

Voltou pensando que agora viria o pior, selecionar gente, iria fazer um cartaz, oferecendo vagas, queria gente com uma certa experiencia, para juntar com alguns que viriam das academias.

Quando chegou a delegacia, George lhe abraçou, seu filho da puta, isso não se faz. 

Edna soltou, eu só cumpri ordens.   Ficaram as gargalhadas, foram interrompidos por um rapaz alto, de óculos de graduação, com um envelope na mão.  Estou procurando a senhora Edna, venho da central, sou psicólogo.

Ele foi por mais uma cadeira.  Apresentou o George, a Edna, a ele mesmo.  Estou montando uma delegacia experimental.   Quero um psicólogo aqui dentro, para atender meus homens, já trabalhaste nas ruas?

Sim, assim foi como paguei meus estudos, mas claro agora nenhuma delegacia me quer, me mandaram para a central, atendo uns dois casos por mês, quando os psicólogos de lá estão cheios.

Isso, veja, sei como funciona, tens problemas, para ir ao psicólogo, todos teus companheiros sabem, ficam fazendo gozação.   Se for aqui, verão vamos supor o George entrando para falar contigo,  a sala é de vidro, todo mundo vê que não acontece nada demais, são duas pessoas falando.   Fica mais simples, os que se negarem a ir, ponho na rua.

A Edna, vai ser meu braço direito, vai controlar tudo, os gastos, os papeis do pessoal, enfim, a poderosa chefona, ai de quem não atenda o que pede, não a conhecem. Se matou de rir.

Um dia para terem uma ideia, a estava enrolando para entregar uma relatório, quando cheguei de manhã, minha mesa estava embargada, ela envolveu tudo com plástico, cadeira incluída, passou daquelas fitas vermelhas em volta, enquanto não entreguei o relatório, ela fazia isso todos os dias.

Nem me lembrava mais desta história.  Com a cara mais inocente do mundo, nunca fiz dessas coisas, o que vai pensar o psicólogo de mim.

Edna, podes dar uma volta com eles por tudo, apresente para os meninos também. Vou falar com um juiz já volto.   Ligou para o chefe, disse que queria que fosse com ele ver o juiz responsável pelo Jeronimo.

Te encontro lá, assim me contas de que vai isso.

Quando chegou, a primeira coisa que perguntou, como vai a frota de carros que pedi?

Porra tá difícil, consigo 50%, para não criar briga com as outras delegacias.

Por isso, veja o Jeronimo, me ajudou em duas ocasiões, ele é especialista em carros, na prisão agora tem trabalhado com carros, ensinando aos jovens.   Eu o quero transformando esses outros 50% por cento em super carros, que reforce o chassi, que coloque gps, que melhore os  mesmos.  Entendeu. Só vai precisar depois de um ajudante.

O chefe ria, sabia que podia contar contigo.  Bom que mais tens de novidade.

As obras estão adiantadas, quero começar a selecionar gente, pessoas de outras delegacias, que queriam vir.  Para isso, já consegui, depois a Edna lhe passa os papeis, um advogado polícia, é o chefe de polícia que ficou no lugar de meu  pai, o outro é um psicólogo, que enquanto patrulhou as ruas , pagou a faculdade.

Já sei quem é, os outros psicólogos dizem que tem uma maneira mais moderna de trabalhar, pois conhece o que passa.  Estão loucos para se livrarem dele.

Ótimo, pois o quero comigo.

Os mandaram entrar, o juiz, riu quando viu o Newton, se vens com o chefe de polícia, boa coisa não é, em que estas metido.

Lhe explique o que me pediste disse ao chefe de polícia.

Este explicou, bom prometi mundos e fundos para que ele aceitasse o cargo, mas claro bato em problemas burocráticos, falta de dinheiro para tudo.  Um dos problemas que temos, é que ele pediu uma frota nova, mas claro, só consigo 50%, lhe explique sua ideia.

Falou do Jeronimo, o juiz inclusive acompanhava seu comportamento na prisão, escolheu uma série de jovens que estavam nas drogas, ensinou um ofício para eles.  Ontem saiu um deles, mas claro estão perdidos.  

Queria que o senhor adiantasse a saída do Jeronimo, o quero trabalhando comigo, nesse tempo todo o visito, olho pela sua família, é um bom sujeito, apenas por necessidade, esteve metido com quem não devia, mas tem 4 meninos que precisam de um exemplo como o dele.

Ok, já entendi, enquanto não conseguires, viras aqui todos os dias.   Chamou a secretária, ditou um ordem de liberdade, mas que o responsável era o Policial Newton Orwell.

Espero que tenha sucesso com tua proposta de trabalho, quando ficar pronto, vou visitar.

Vou contigo para conhecer teus braços, pernas.

Quando chegaram, ficou rindo do que já tinha feito, Edna apareceu com cafezinhos, nada disso  se o chefe vem aqui, ele que vá buscar café, aqui ninguém tem privilégios, me chame os meninos, bem como o George, o psicólogo que não me lembro o nome.

 Quando chegaram os apresentou ao chefe.

Esse meninos o que vão fazer aqui?

Isso é segredo chefe, virou-se para um deles que era o chefe, um negro, magro, que poderia se desviar das gotas de chuvas, quero que prepares um celular, para o chefe, para o termos sempre de enlace, tu lhe ensina como usar. 

Sim chefe.

Bom aqui no centro, teremos três salas, a minha, e a de dois inspetores, que passaram pelas entrevistas,  sinalizou ao final, ali outras duas salas fechadas, uma de um policial que é advogado, outra do psicólogo.   Nossos casos, resolveremos desde aqui.   Edna, será a rainha mãe, quero ver esse pessoal querendo desafia-la.

Bom vamos fazer uns cartazes para colocar nas outras delegacias, vocês três, sinalizou George, Benton o psicólogo, Edna.  Comecem a bolar um cartaz para colocarmos nas delegacias. Chefe me mande todos os curriculum de inspetores para selecionar os chefes ok. 

Sim senhor chefe, dizia o outro de brincadeira, cara não deve ser fácil trabalhar contigo, manda mais do que teu próprio chefe.

Edna, mando para ti, sei que os lera antes. Assim fazes um juízo de tudo. Quanto tempo temos de obras?  

Falta pouco, limpar tudo, pintar, os meninos já estão montando toda a parte de informática, não pergunte aonde compram as coisas, mas que trazem as notas para a Edna, isso trazem.

O chefe foi embora com um sorriso na cara.

Como a delegacia, estava toda fechada por tapumes, de vez em quando passava um carro de polícia por ali, o chefe enquanto não funcionasse tinha dado ordem para que as duas zonas que dividiam com essa delegacia, se ocupassem dos casos.   Os vizinhos paravam para olhar. 

George, entrou, ele estava olhando o outro lado da rua pela janela,  que estas olhando.

Ali tem dois apartamentos para alugar,  moro muito longe daqui. O que vou fazer é alugar um deles, tinha um número de celular.   Vi a pouco tempo uma série enquanto cuidava do velho, francesa, que o inspetor morava do outro lado da rua, via tudo que passava na delegacia, mesmo quando não estava de serviço.  Demoram para perceber que ele faz isso.

Atendeu uma voz de mulher, lhe perguntou se podia ver o apartamento que estava para alugar.

O senhor tem emprego fixo?   Esses apartamento não são para dividir, são pequenos, não gosto de drogas,  nem de festas nos mesmos.

Mas posso ver o apartamento?

Sim, a que horas o senhor quer vir.

Tempo necessário que atravesse a rua.

Ok, toque no apartamento 1 A.

Atravessaram a rua, chamaram, abriu uma mulher altíssima, negra, examinou os dois de cima a baixo.  A pergunta foi, o que estavam fazendo do outro lado da rua.

Ele se apresentou, sou o novo chefe de polícia desta delegacia.

Caramba, estão colocando tudo na estaca zero.

Uma pergunta antes de tudo, só tenho essa entrada, ou posso entrar por outro lado, não quero que meus funcionários saibam que vivo aqui, ah senhora, este senhor é o advogado da delegacia.  Talvez queira o outro apartamento.

Bom com a polícia aqui será outra coisa.  

Posso mandar arrumar os apartamentos, estão vazios, os últimos inquilinos, me roubaram tudo, eu não sou a proprietária, mas cuido dos apartamentos, administro tudo.

Eram pequenos, um quarto, uma sala comprida, com cozinha, um banheiro dos antigos, precisando de obras, trocar todas as portas, não tinha nenhum moveis.

Ele até preferia, o que vivia era mobiliado, era horrível.

Na verdade, só tinha de seu suas roupas, livros nada mais.  Quanto custa com tudo senhora.

Elizabeth Hart, ao seu dispor.   Disse o preço com tudo.    O outro apartamento é justo ao lado, posso abaixar um pouco os aluguéis, mas se arruma o mesmo, pintem façam o que quiserem.

Passou a mão no Celular, do outro lado da rua, via a Edna procurando por ele, disse olhe pela janela o edifício justo em frente, podes vir aqui.  Disse o número para chamar.

10 minutos depois ela estava ali, ele explicou o que tinha pensado, boa ideia, quando tiver outro, eu também quero.

Edna, essa senhora é Elizabeth Hart, cuida do prédio, será que consegues que esses homens da obra, sejam rápidos arrumando esses dois apartamentos,  quero que pintem tudo de branco, troquem as portas, arrumem os banheiros, pago eu a parte, nada de meter nas contas da polícia.

Queres ver o outro George?

Tinha que discutir antes meu salário, porque o de lá não dá para viver aqui.  Edna te mostrara o contrato, bem como o salário.  Vamos ver o outro.  Estava um pouco melhor, mas era igual.

Te pago a obra, depois me pagas. 

A senhora também se interessa?

Teria que ser um pouco maior, pois minha mãe vive comigo, preciso que tenha dois quartos.

Esse são os da esquina do edifício, tem uma família se mudando dentro de semanas, posso mostrar o meu para a senhora ter uma ideia.

Deixe de me chamar de senhora, sou Edna, quero ver sim, gostei demais da ideia, imagina, tenho que me mover como uma louca. Depois precisarei de uma pessoa que fique com ela o dia inteiro, mas poderei vir comer em casa com ela, que vai gostar.

O apartamento era maior, com uma boa distribuição,  vou perguntar se eles se podem mudar antes, dou um desconto no contrato, assim a senhora pode arrumar o mesmo.

Apertaram as mãos, ele disse a Elizabeth como entrar na delegacia, leve os contratos para a Edna.

Disse a esta, ninguém precisa saber que vivemos do outro lado da rua, tem outra entrada.

Sentou-se com o George, já entendi a arapuca, por isso só mandaste passagem de ida, se resolvesse não ficar.

Aí era por tua conta. Se mataram de rir.

Olhou o contrato, assinou, mas tenho que ir até lá, mal conversamos, tenho que pedir demissão, bem como arrumar o pouco que tenho, roupas, livros, pouco mais. Em dois dias volto.

No dia seguinte foi com Benton buscar o Jeronimo,  o levaram a sua casa, amanhã te apresentas, deu a direção, esse rapaz que saiu ontem, consegues localiza-lo, antes que se perca, poderia trabalhar contigo.

Claro que sim, seria excelente, assim não volta para as drogas.  Fico responsável por ele, se não andar direito o pau come.

Ele terá direito a falar com o Benton, ele vai ser o psicólogo da delegacia.

Bom isso, eu mesmo posso consultar, as vezes minha cabeça dá um nó.

Claro que sim, estou para atender todo mundo.

Quando o deixaram em casa, sua mulher ficou como louca, os meninos estavam na escola, iam ter uma baita surpresa.

Voltaram ao trabalho.

Benton foi com Edna colocar os cartazes, ela como era esperta, prestava atenção, pois em seguida vinha o chefe, retirava, rasgava.  O jeito foi colocar nos carros, fora da delegacias. Mesmo pedir ao departamento pessoal central, os que já tinham pedido translado, assim talvez ficasse mais fácil.   Os que pediam para serem entrevistado, Edna pedia a ficha da pessoa, assim podia fazer uma seleção, fizeram uma triagem, chamaram os primeiros trinta, bem como dois para entrevista para inspetores chefes.

No dia da entrevista, Newton, como podia passar desapercebido numa multidão se sentou na sala de espera, os dois candidatos a inspetores, o reconheceram, ele fez um sinal de silencio, ficou observado os candidatos, como se comportavam.  Só um estava tremendamente nervoso, mas conseguia parar sentado, ele tinha mandado prender as cadeiras no chão, assim não podia move-la, alguns bem que tentaram.  Quando chegou a hora de começarem a entrevista, ele fez um sinal a Edna, que atrasou mais 15 minutos, disse que o tráfego pela manhã horrível, o homem que estava nervoso, passou a andar de um lado para o outro.

Ele fez um sinal, ela chamou para a primeira entrevista o Senhor Newton Orwell, ele se levantou entrou na sala, primeiro disse a ela, leve esse homem para conversar com o Benton, inclusive sua ficha que ele não diga que é psicólogo.

Da sala, ele podia ver através das câmeras de vídeo, como se comportavam os outros, chamou o primeiro candidato a inspetor.

Se levantou para recebe-lo, este veio com o dedo jogando com ele, não mudaste nada, quando te vi na sala, pensei, está aqui para observar todo mundo, para ver o que acontece aqui fora.

Se conheciam de terem começado a trabalharem juntos.   Perguntou pela família, esse soltou os ombros, cada um para um lado, os meninos ficaram grandes, minha mulher pediu o divórcio, se casou com o advogado que levou o mesmo, fiquei a ver navios, pago menos mal a pensão dos meninos, irão a universidade o ano que vem.

Mas porque estás pedindo esse cargo.

Bem veras, estou esperando que me deem um cargo a muito tempo, sempre segui as regras você sabe disso, quando me chamaram, levantei as mãos para o céu, estou farto de estar no mesmo lugar tanto tempo, preciso de uma mudança.  Tentei me informar, mas ninguém sabe nada.  Mas ao te ver aqui, entendi.

Bom fui eu que quando vi as que teu nome constava na lista, mandei te chamar, sei como trabalhas, se queres um lugar diferente é esse.  Vamos funcionar totalmente diferente das outras delegacias.   Como se fossemos independentes, já leste 1984?

De George Orwell, sim a muitos anos, hoje já passou disso, mas a policia ficou para trás, pois é brindando meu sobrenome, vamos avançar para o futuro, quer ver, começamos por isso, o que tens ai na frente é a sala dos inspetores, virou a o computador para ele, olhe agora os calabouços, o corredor, tudo é vigiado, temos um sistema novo, em que a menor coisa fora do normal, o sistema avisa ao inspetor que estiver de guarda, vamos supor que ele tente esconder que o policial, bateu por qualquer motivo no preso.  O vídeo ira para serviço interno. Ou seja, ele tem que tomar providência de qualquer maneira.  Temos um psicólogo, que é policial,  entende de nossa gente dos problemas que passamos, não precisamos ir até a central, aonde todo mundo vê que estamos sendo obrigados a visitar um psicólogo.   Aqui ele é mais um dos nossos.  Temos um policial advogado, ele ajudara todos os outros, pois entende das leis, pode ajudar.   A Edna, é a administradora de tudo.    Funcionaremos como os policiais da costa leste, levaremos uma câmera de vídeo, incorporada ao uniforme, ela avisa qualquer irregularidade que esteja acontecendo.   Teremos vários carros novos, mas os velhos, que já estão sendo recauchutados, serão os melhores, trouxe um ex-convicto que me ajudou em dois casos, ele está preparando os carros para terem gps, um sistema de ligação com a central, como nos filmes, além de um reforço de carcaça que ajudara a proteger os policiais.  Vamos supor que os bandidos invistam contra o carro de polícia saem perdendo, os nossos quase intactos.

Os vidros serão blindados, conseguimos um preço estupendo por isso, se metralham o carro, os policiais têm tempo de se protegerem.

Porra pensaste em tudo,  sem duvida nenhuma posso demorar a me acostumar, mas quero experimentar.

Então vamos a isso, lhe deu uma serie de carpetas, numeradas, use a sala do lado, faça uma entrevista nesse candidatos, depois os que achas bem passe para mim.

Saiu sorridente da sala, o levou até a outra, lhe explicou como funcionava o computador, toda entrevista é gravada, não se esqueça disso.

Na volta, levou o outro candidato, sorriu quando viu o anterior chamando um dos candidatos, Edna esclareceu, começamos a entrevistar os que são policiais.

Se escutou um suspiro alto.

Falou com o outro que tinha selecionado ele, se apertaram as mãos, se tinham encontrado várias vezes no meio de problemas.   Sempre tinham sido cordiais.

Imagina, te vejo na sala, sabia que ia ser entrevistado por ti, penso, esse sacana esta vendo como se comportam as pessoas.

Repetiu tudo para ele, a cara não era muito satisfeita, sou honesto, tenho horror a tudo que é moderno, me faltam dois anos para me aposentar, só queria um cargo, para ter um topo mais alto.  Sinto, não me interessa.

Bom qualquer coisa voltas a falar comigo, sempre estou aberto, não se esqueça que assinaste um termo de confidencialidade, saberei se vaza algo que foste tu.   Não se preocupe, boa sorte, se esta interessado em alguém que gosta das novidades, estou trabalhando com um inspetor jovem, que é muito bom.  

Ok, passe o nome para Edna.

Viu que ele se afastava, chamou a Edna, veja se o rapaz nervoso, já está calmo.

O coitado pensou que aqui era uma arapuca do controle de pessoal, esta sentado calmamente na sala agora.  Ele é o seguinte da lista.

Veja se consegue encontrar esse que foi indicado, peça seu expediente.

O rapaz entrou, mas você estava na sala com a gente esperando não é?

Fui promovido rápido, gostei de ver, mesmo com todo seu nervosismo me observaste.

Começou a conversar com ele, perguntou por que estava na lista de pedidos de translado.

Deve estar na minha ficha?

Não se esqueça que as fichas são escritas pelos chefes, eles podem mentir, como você, também pode me mentir.  Agora se descubro que estas me mentindo, te ferro.

Bom que te disse o psicólogo?

Eu sabia, vi que era policial, que interessante, não precisamos passar a vergonha de ir a central falar com um psicólogo.

Não este está aqui para ajudar, como teremos também um advogado, que sempre analisara as leis contigo, para saber se não inculpes nenhuma delas.

Tens família?

Não, o senhor só fala comigo, sem ler nada?

Meu nome é Orwell, nada de senhor.    Realmente prefiro escutar de viva voz o que tens a dizer.

Bom o caso que estive casado, no julgamento do divórcio, ela alegou que sou gay, que tinha me casado para esconder isso.  Imagina o que aconteceu na delegacia. Virei objeto de chacota.

Mas eres gay?

Sim, agora vou a um psicólogo particular para isso.   Mas claro me tiraram das ruas, para fazer serviço interno, como se isso fosse interferir no meu trabalho.

Aqui sem problemas, teremos de tudo, brancos, negros, amarelos, gays , heteros, mas exijo respeito.

Pergunta importante, já leste 1984 de George Orwell?

Não senhor, mas vi o filme, como vi Fahrenheit 451, como depois li o livro.  Gosto de tudo que seja moderno, mas amo os livros.   Aqui temos vigilância 24 horas, cada polícia leva uma câmera incorporada no peito, como prevenção, tudo que fazemos está gravado.  Entramos numa casa, todo o tempo esta sendo gravado, para que depois não reclamem de ti.

Bom, gostei de ti, passas para a seguinte ronda, de seu número de celular para a Edna, essa senhora que esta fora, mas cuidado, ela é um perigo.

Saiu todo satisfeito, foi entrevistando, no final do dia apareceu o inspetor indicado pelo outro. Chegou preocupado, não entendia por que tinha sido chamado para essa entrevista, ele não tinha se inscrito.

Perguntou por quê?

O chefe, disse que nessa delegacia, só tinha gente que ninguém queria, que aqui era um lugar de bandidos.

Parece isso, lhe perguntou.   Se apresentou, lhe perguntou seu nome, José Gomez, imagina eu sou descendente de mexicanos, se venho sem o chefe saber estou fudido.

Foi um companheiro teu que te elogiou, por isso te chamei.

Ah bom, voltemos atrás, quando viste o cartaz, te interessou?

Sim claro, já levo cinco anos nessa delegacia, os movimentos são obedecer o chefe cegamente, não se pode emitir opiniões, eu gosto de discutir as ideias, para ver se estamos certos, mas isso me coloca sempre em posição comprometedora.

Eu fui o primeiro avisado que não me inscrevesse.

Bom, mudemos de assunto, eres casado?

Não senhor, sei por experiencia que é difícil compaginar tudo, pois imagina, fui militar, mas respeito todo mundo, odeio tudo que seja discriminatório, pois sofri muito quando criança.

Vou fazer a pergunta de um milhão, já leste 1984?

Uau, muitas vezes foi meu livro preferido de criança, não gostei do filme, adoro tudo que seja moderno. 

Ao contrário das outras delegacias, aqui, temos tudo controlado por vídeo, mesmo esta entrevista esta sendo gravada.  Todos levarão um sistema de vídeo, por exemplo, vais entrar em uma casa para fazer uma vistoria,  no momento que fale aqui com a central, imediatamente mesmo que não queiras será gravado tudo que faças.  Foi relatando todas as novidades pare ele, a cara do mesmo era ótima.

Sério, tudo isso?

Virou o computador para ele, voltou o vídeo ao momento que ele entrava pela delegacia, sua curiosidade de ir examinando tudo, se tivesses feito um movimento em falso, imediatamente eu seria avisado.  Os chefes sempre são avisados, sobre o que seus policiais o que estão fazendo. Se o acoberta, pior, pois essas gravações ficam. Então melhor andar na linha, temos um advogado aqui dentro, que é policial, bem como um psicólogo também policial.

Fui obrigado a ir durante um mês a central, por causa de um tiroteio, a cara com que me olhavam, me fazia ficar com vergonha.

Aqui não é um dos nossos, se pode confiar nele, nada será anotado em tua ficha, nem é obrigatório.  É como ir a igreja, nem sempre necessitar confessar, as vezes precisas tirar uma dúvida, no caso com o advogado, ele é obrigado a saber de todas as leis, para te apoiar.

Ele vai diretamente ao juiz, para conseguir autorizações coisas assim.  Deve ter a tua idade.

Última pergunta, vamos supor se teu companheiro é gay, isso teria algum problema.

 Ele é tão policial como eu, se está aqui é para trabalhar lado a lado, o defenderei se for necessário como espero que me defenda.

Bom hoje já não temos mais ninguém para entrevistar, os que foram selecionados hoje, voltarão amanhã a tarde, depois entrevistaremos os que vem das academias. 

Isso agora depende de ti, se queres ficar aqui, Edna essa senhora adorável, que esta  ai na frente, não se engane, não é uma secretária, tem mais experiencia que os dois juntos, é a chefa de muitas coisas aqui.   Se queres um café ou uma água, é contigo mesmo.

Fale com ela, ao sair pela porta, só terás que ir a tua delegacia, passar os casos que tem entre mãos.

No momento não tenho nenhum, mas é bom falar com o chefe.

Assinaste um papel ao entrar verdade?

Sim,

É um acordo de confidencialidade, não podes comentar com ele nada do que escutou aqui, não podemos ventilar nada.  O apresentou ao outro inspetor, esperou que os dois falassem com a Edna, desceram, no pátio ao lado, estava Jeronimo, com seu ajudante, que não conhecia ainda, vejam o que esta fazendo o Jeronimo com seu ajudante, estamos reforçando os carros.  O rapaz afoito, vão ficar como aqueles carros de corrida que não se destroem.

Jeronimo lhe chamou a atenção, alguém te perguntou alguma coisa, não podes ir falando do que estamos fazendo já te avisei.  Queres perder essa oportunidade?

Não senhor, então a trabalhar.

Desculpe senhores, mas temos muitos carros para arrumar.

Do outro lado estavam os carros novos. 

Gostei do sujeito.

Acaba de sair da prisão, o coloquei lá, mas me ajudou em dois casos, por isso o ajudo agora, ele é muito bom nisso.

Os vejo amanhã?

Os dois riram, evidentemente que sim.

Voltou a subir com eles, para que lhe passasse os expedientes, os apresentou ao psicólogo, que o José Gomes conhecia, o vi patrulhando.  Muito bom por sinal.

Perguntou pelo rapaz ansioso. 

Boa gente, mas estava assustado, não sabia por que tinha vindo parar aqui.

Benton, Edna vai te passar os expedientes do pessoal que vai sair da academia, queria que amanhã de manhã visse com eles os que interessam, mesmo assim vão aparecer alguns por fora.  Ok.

Temos 20 dias para treinar esse pessoal nas coisas novas, nos mesmo temos que aprender, agora venham comigo, subiram até o telhado, estava dividido em várias partes, aqui, podem jogar basquete, mostrou uma parte, ali se pode subir para pensar, fumar.  Edna não vai permitir que se fume no escritório, acho bom avisar.   Contou o que tinha feito com ele, se mataram de rir.

Outra coisa, minha porta está aberta sempre para vocês, podem me falar o que queiram, já viram que não prejulgo ninguém.   Mas tem um detalhe, sou um bom filho da puta, nunca tentem me enganar.

Desceram, José Gomez disse que ia até sua delegacia atual, para avisar que se afastava, o outro também.

Ficaram só os três, quando chamou o George por vídeo conferência.  Comentaram como tinha ido o dia. Quando chegas?

Amanhã, mas tenho um assunto particular para falar contigo.   Ficaram os dois sozinhos,  tens uma oferta de compra pela casa do teu pai.  Segundo o advogado pelo testamento fica para ti.

Nem pensei nisso, na primeira oportunidade iremos, para ver isso, não tenho pressa em vender.

Vou te buscar?

Não é necessário, já despachei meu jeep, por transportadora, senão ia de jeep para NYC.

Um abraço mano.

Podiam dividir a partir de amanhã as entrevista entre todos, dos saídos da escola.

Ele já estava no novo apartamento, tinha ido a Ikea com Edna, comprado o que necessitava, ainda lhe faltava um cadeirão de orelhas, para o salão, mas isso com o tempo.  Pela outra entrada, estava ao lado de um restaurante familiar, a comida era ótima.   Ele avisou que deveriam fazer um folheto para o pessoal da polícia.

A senhora disse que sua filha era policial, no Harlen, mas que seu chefe disse que não pusesse os pés nessa delegacia.   Olha ai, esta entrando.  Ficou surpreso, os donos se viam como judeus, a moça era morena escura.

Ela riu da cara dele, eles me adotaram em Israel, meus pais verdadeiros eram Etíopes, morreram quando saíram do Etiópia, por isso fui para um orfanato.   A convidou a sentar-se, ela riu, a mãe lhe trouxe comida,  comeram conversando.  Vives aonde?

Vivemos aqui em cima mesmo, por isso tinha pensado em pedir uma entrevista, quando distribuíram o folheto, mas me disseram que não.

Me dê teu nome, assim peço a Edna para pedir teu expediente logo de manhã.

Amanha estou livre, posso ir até lá falar com essa senhora.  

Mas para agilizar, me fale de seu trabalho. Eu fiz cursos para inspetora, provas, tirei boa nota, mas claro sempre dão prioridade aos homens. Ainda mais que sou quase negra.

Eres casada.

Não vivo com eles ainda, sou lesbiana, o que também dificulta um ascenso.

Não creio que ao chefe lhe importe nada disso.  

Ela riu, dizem que ninguém sabe o que vai ser ai afinal, os comentários são variados, um dos entrevistados, era da minha delegacia, parece que não foi aceito, mas tampouco pode falar nada pois assinou um papel de confidencialidade.

Mas o sujeito é bom ou o que?

Muito complicado, é algo agressivo, mas disse que o que lhe entrevistou, mandou voltar amanha para falar com o chefe de tudo.   Dizem que é um bom filho da puta. 

Ele riu muito, imagino. 

No dia seguinte quando ela, chegou, seu expediente estava em cima da mesa dele, Edna lhe avisou, vou te passar com o chefe.

Quando ele abriu a porta, ela começou a rir.   Que sem vergonha D.Edna, ele me enganou direitinho, ficou com conversa mole comigo, na verdade creio que me entrevistou.

Entre menina, entre, olhou o nome dela Tiberíades Cohen, como te chamam  os companheiros?

Tiber, não me importo muito, sei que é difícil. O nome verdadeiro é mais complicado.

Bom, preciso de um inspetor, que goste de informática, venha comigo, vê se te interessa, a levou no piso intermediário que nem se via ao entrar, era como entrar numa central de informática.   Tudo construído pelos garotos, a idade ali ia de vinte anos a vinte e cinco.  Preciso alguém que coordene com eles tudo isso, que sirva de enlace com os outros inspetores.

Chamou seu preferido que era o idealizador disso tudo.   Eu o prendi quando era Hacker, mas ele passou a trabalhar para mim.   Quando lhe contei a ideia, lhe dei uma orçamento, ele montou tudo isso, dentro desse dinheiro, se fosse através da central, ainda nem teriam chegado as primeiras peças. 

Ele também é judeu, os apresentou, ele ficou encantado com ela.  Queria que explicasse tudo a Tiber, para ver se lhe interessa o como vamos trabalhar, ela seria o enlace de vocês com os inspetores.   Não quero que os inspetores fiquem toda hora vindo até aqui para olhar como trabalham. Ok.

Os deixou ali, desceu, tinha uma coisa na cabeça, foi até a oficina, o garoto não estava, chegou hoje de drogas até as telas, vi que não precisa de ajuda para acabar mal.   Viu que ele estava sentado no meio fio. Vá lá busca-lo, tinham uma sala no andar intermediário, em que tinham uma enfermeira das boas, Ela lhe fez uma lavagem estomacal, o levaram para a sala do psicólogo.      

O deixaram ali conversando, o mesmo veio em seguida chama-lo.

Sei que caguei disse o rapaz, mas quando vi aqueles dois com o senhor, pensei aonde fui me meter.   Não tinha entendido que isso era uma delegacia.   Não sei se poderei me comportar.

Com quem saíste ontem para se colocar assim?

Com meu irmão mais velho, esta sempre de drogas até as sobrancelhas.

Não te basta o tempo que passaste em prisão?

Prefiro morrer a voltar, até o Jeronimo, me cuidar, fui abusado por todos dali, tinha dias que nem podia sentar, me jogavam na solitária.  Quase morri.

Ele se responsabiliza por ti, e a cagas assim de saída?

Queres seguir?

Sim, mas não posso viver com meu irmão, senão todos os dias serão a mesma coisa.

Nisso entrou na sala o  George, lhe contou o que passava.   Comprei um sofá cama para a sala, podes por enquanto dormir lá, até arrumarmos tua situação te parece bem?

Sorriu triste, sim me parece bem.   Vá até o vestiário com o George, tome um banho, coloque seu uniforme de trabalho, vá ajudar o Jeronimo.  Mas quero que venhas todos os dias conversar com o Benton. Ok.

Sim.

Um para irmos colocando na linha disse ao Benton.

Tens uma maneira de trabalhar toda tua, verdade. 

Eu me arrisquei muitas vezes, pegando algum que estava na drogas, os colocava para desintoxicação, mas nem sempre dava certo, é complicado, se a pessoa volta ao mesmo lugar que lhe causa isso.

Olha leve esses expedientes que analisei de ontem, tem um que tem que voltar hoje, que o inspetor disse que não, mas olhe a ficha do sujeito.  Talvez seja agressivo porque foi militar, deve ter sequelas.  Passe o expediente para a  Edna, que ele fale só comigo.

Desceu outra vez, ficou parado na porta, vendo Tiber, trabalhando lado a lado com Isaac.  Problema resolvido.

Foi até a central, para almoçar com o chefe, além do prefeito.  Contou que vários entrevistados tinham vindo escondidos dos outros chefes de delegacia, mas que achava melhor não fazer nada, pois os que vieram, são bons.

Semana que vem, começaremos o treinamento deles.  Ah consegui a inspetora que queria, está já com o pessoal de informática.

Eu não assinei nenhum papel de compra de informática.    O senhor verá toda prestação de contas, se fossemos fazer pela central, ainda não tinha chegado nenhum parafuso.  Meus meninos são bons.

Estou morto de curiosidade, disse o prefeito. 

Senhor quero pedir uma coisa, que durante pelo menos 3 meses o senhor não divulgue nada, pois senão vai tudo pro brejo.   Guarde o que vem de melhor quando tudo esteja ajustado, assim podes fazer política, porque deu certo.

Bem pensado Newton.

Quando voltou pediu para subirem a Tiber com o Isaac, conversou com os dois.  Mas primeiro quero saber se queres esse trabalho.  

Ela olhou para ele, bem como para o Isaac, ele é quem tem que dizer que sirvo ou não.

Claro que sim, ela consegue passar da maneira difícil que falamos, para uma coisa normal, acho interessante teres pensado nisso.

O grande problema Isaac, como faremos com  os turnos.

Bom a partir que o programa esteja funcionando, ele basicamente vai sozinho, é necessário dividir o pessoal, mas vou conversar com eles, depois fazemos uma reunião.

Levei os garotos para almoçar no restaurante, adoraram, minha mãe feliz, pois tem mais clientes.

No dia seguinte  logo cedo, o George apareceu no seu apartamento, creio que esse menino não tem jeito, desapareceu de madrugada, ele só pensa nisso, não vê futuro pela frente.

Bom ele teve duas chances, uma do Jeronimo, outra nossa, não se pode fazer nada.  Mas quando chegaram na delegacia, estava trabalhando,  me desculpe, mas não conseguia dormir, vim para cá, assim me ocupo.

Avisei ao Jeronimo que chegava antes.

Riram muito, nos precipitamos.

O dia começou bem, com os novos já tomando seus lugares, as mesas, computadores separadores de mesa, para dar privacidade entre aspas pois eram de metacrilato.

Agora cabia entrevistar os que tinha saído da academia. Ele disse a Tiber que ela ia precisar alguém que revezasse turno com ela, sugiro que consigas uma pessoa que goste de computadores.

Viu como ela lia rápido os expedientes, parecia ter pratica, quando comentou, disse que ia direto ao quesito.

Selecionou para entrevista um rapaz e uma garota.

Edna os passou para esperarem até serem chamados, este viam os outros entrarem, mas o problema era que a sala dela não estava pronta, quem resolveu a questão foi o George, que lhe cedeu a sua.

Em cinco dias tinham completo o quadro.  Começaram o treinamento com as câmeras de vídeo, usadas no centro do peito, como Tiber tinha ficado com o rapaz, dividiam o trabalho, além de todo o pessoal.

Simularam em vários lugares,  depois  os Hackers analisaram revisaram o que não funcionava, outra vez a repetir os exercícios, inclusive os inspetores.

Depois esses tinham que usar o celular montado pela equipe, aparentemente era fácil, ele localizava facilmente aonde estava a pessoa, estivesse ligado ou não.  Avisava de qualquer coisa que estivesse acontecendo por perto.

Depois começaram a aprender a usar os computadores, bem como o sistema de navegação dos carros. 

A área foi restituída ao grupo da delegacia, voltavam a patrulhar seus locais, agora tinham já os turnos.  José Gomez ficou com um grupo, o outro ficou para o Inspetor Cruz.  Se davam bem os dois. O que eles não esperavam aera que Newton, bem como George faziam rondas, também cada um tinha um carro, dos antigos, todo pintado de negro com um logo da delegacia, um fazia o turno de dia, outro de noite. Nos seus carros sabiam aonde estavam os outros que estavam de patrulhas.

Quando o Prefeito veio conhecer as novas instalações seu comentário foi, isso parece uma fênix, renasceu da cinzas melhor.   Conheceu deste o telhado, gostou da ideia, mas sua surpresa foi quando entrou na sala de controle, ficou preso entre duas portas, tinham feito de propósito.

Vamos supor que temos uma invasão, ou uma pessoa desconhecida querendo ver nossos instrumentos de trabalho, ao ser de fora, não há aviso nenhum que possam entrar, as portas se bloqueiam automaticamente.   Ele com o chefe, assistiram todo um trabalho executado nesse momento.  Seguiam um carro que ia atender uma chamada, se via todo o procedimento,  a cara de quem tinha chamado, explicando o qual era o problema,  um homem armado, o rendimento de tudo.   Só essa parte deve ter custado todo o orçamento.

Ele apresentou o Isaac Levi, este apertou um botão, apareceu numa televisão imensa, todo os gastos, construímos tudo, compramos as peças, montamos entre todos, por isso levamos dois dias antes usando para saber dos problemas.

Foram interrompidos por uma das chamadas, que avisavam de um tiroteio, imediatamente apareceu nesse imenso painel todos os carros que estavam por perto, os que estava livres foram como foguetes para o local,  era um sujeito armado de metralhadora, uma dos novos polícia, tinha aprendido a usar uma extensão da nova arma eletrônica, desenvolvida por eles, apontava em direção ao que atirava, o calor fazia com que os cabos, guiados por esse calor, agarrassem a arma, dando um choque no indivíduo.

Estava de drogas até a alma, a ambulância, chegou justo a tempo de colocar dentro para atender.

Atenderam todos, observaram todos o ambiente, o que comandava, fez uma coisa, se colocou no centro, fez como uma varredura do ambiente, filmando todo mundo, imediatamente na central começou a funcionar um sistema de rasteio através do rosto.

Mas como vocês conseguem entrar no sistema central da cidade.  O senhor mesmo assinou essa ordem, não prestou atenção ao assinar uma série de papeis, uma secretária usando uma câmera pequena, registrou tudo.

Filho da puta, se dirigiu ao Newton, invadiste até a prefeitura. 

Assim funciona senhor, gostaria antes que o senhor fizesse propaganda, que convidasse os juízes primeiro para verem como funciona. Nesse caso serão recebidos pelo nosso advogado, o apresentou ao George. 

Depois, mostrou como eram os carros antigos, fez uma volta com ele, abriram os capos, viram todos os reforços, assim evitaremos que os carros se estraguem tanto, numa perseguição, olha como faz, acelerou o carro, com as luzes e o som a todo vapor, dentro não se escutava. 

Quando perguntou por que, ele explicou que os carros tinham vidros blindados, a anos atrás salvei um garoto de um sequestro, seu pai ficou em dívida comigo, segundo ele, não eu, quando lhe perguntei quanto nos custaria, ele forneceu todos os vidros a bom preço.  Num ataque de metralhadoras, ou armas de último tipo, o policial, tem tempo de se proteger.  Ele mandou o carro que os seguia passar adiante, isso foi invenção do Jeronimo, quando um carro esta fugindo, se não temos nenhum outro entre nós, se pode fazer isso,  apertou um botão, saiu um arpão, preso a um cabo de aço, o veículo freou, o carro da frete, parou.

Isso parece filme de detetives.   Essa é a ideia, os bandidos por enquanto não sabem, por isso se divulgamos tudo, perdemos o elemento surpresa.

É verdade, devemos trazer primeiro juízes, depois fiscais, agora por exemplo orientava o George, quando um advogado de bandidos, quiser alegar infrações dos policias, temos vídeos para mostrar, como foi a sua prisão, se ele resistiu, se foi ferido ou não.  Depois o levou a sua sala, daqui podemos ver os calabouços, olhe, se via um policial fazendo de prisioneiro, o guarda que passava, se escutava o mesmo falando, avisando seu advogado está aqui, por favor colocar as mãos para fora, para as algemas.  Tudo está registrado, não se poderá dizer que foi maltratado na cela.  Tampouco é invasão de privacidade, só não podemos gravar o momento que o prisioneiro conversa com o advogado, pois não vale como prova, há uma lei que os protege.

Todo o pessoal estava fora, o chefe como o prefeito, aplaudiram a todos.  Em um mês estavam funcionando perfeitamente.   O chefe agora também tinha um celular que o mantinha comunicado com os três chefes da delegacia.  Mas também podia falar com os outros, foi avisado que estaria sendo gravado tudo que falasse.

Os juízes aprovaram, gostaram de conhecer o George tinha uma postura excelente ao apresentar,   Todas as leis estavam dentro dos computadores, para qualquer consulta, bastava o policial, perguntar, em seguida lhe explicavam como agir.

Viram os policiais em ação, prendendo um grupo de traficantes na frente de uma escola. O único que resistiu, foi pego de surpresa, se via o mesmo fingindo que estava sendo agredido, um outro lhe filmava, ele gritava horrores, fez um escândalo de fazer gosto, mas não tinha nenhum policial tocando nele.

Vou adorar executar esse caso disse um juiz.

Enquanto uma delegacia normal, perdia uns cinco carros por mês, eles não perderam nenhum, pois ao menor problema, Jeronimo com seu ajudante estava ali para resolver.

De ser a pior delegacia, virou a melhor, eles ofereceram aos pequenos negócios, um sistema, qualquer coisa que acontecesse envolvendo armas, uma das câmeras instaladas, imediatamente avisava a polícia, em segundos o carro mais próximo chegava.  Os bandidos deixaram de atacar o pequeno comercio.

No final do primeiro ano, receberam todos um presente da comunidade, entre todos os comerciantes, trouxeram um jantar para o pátio, aonde comemoraram.

O prefeito usou evidentemente tudo para fazer campanha de reeleição, assim eles poderiam seguir com o trabalho, como foi bem, foram melhorando as outras delegacias.

Sabiam que o problema das drogas, se matava a onça aqui, surgia outra do outro lado, mas iam sendo fichados eletronicamente.  Agora podiam se desconfiavam seguir um carro, para ver o que fazia, pelas câmeras colocadas nas ruas.

A cada apartamento que ficava livre no edifício da frente, logo era oferecido a um policial, assim estavam pertos do trabalho.  No final de dois anos, Edna recebeu uma homenagem por administrar tão bem uma delegacia.

O gabinete do psicólogo, os policiais consideravam que estavam falando com um colega, foram se abrindo. Funcionava, não passavam a vergonha de ir a central, que todos lá soubesse a que iam.

Ajudavam ao setor de controle dos policiais, em tudo, até o sindicato, vinha pedir ajuda ao George.

Quando lhe perguntavam de sua vida particular, só respondia, eu pergunto da tua.

Mesmo com tantos oficiais vivendo no edifício em frente, tudo era um assunto confidencial, ninguém se intrometia na vida de ninguém.

Um final de semana que foram passar em Fire Island, os dois se enrolaram, mas cada um continuou vivendo em seu apartamento, prezavam suas liberdades.

Aos poucos todas as grandes delegacias, foram sendo remodeladas, incluindo tudo.  Isaac, destacava um dos seus para chefiar, ele mesmo caçava novos para trabalharem com eles, bem como treinava os da academia de polícia para isso.

Um dia os dois se fartaram de viverem separados, foram viver juntos num apartamento de esquina, maior, não esconderam de ninguém.   Era a primeira delegacia mista em termos de tudo, inclusive foi a primeira a ter um guarda transexual, sem problema nenhum de aceitação.

Venderam a casa de Newton, compraram a que usavam em Fire Island, quando se aposentaram foram viver lá.

No verão, estava sempre com os amigos que acabaram fazendo ao longo desse tempo. Os dois diziam conseguimos montar um trabalho limpo.

 

  

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

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