SCARFACE
Meu nome é Brian
Palmer, mais conhecido pelos amigos, parentes como o Scarface, pela imensa
cicatriz que vem da parte da coroinha da cabeça, até a mandíbula, do lado
direito do rosto, além de ser cego desse olho, que permanece costurado, pelos
médicos. Além de assustar as pessoas, com outro detalhe, do meu ombro direito
sai uma armação de metal, como os antigos lutadores medievais, que vai até meus
dedos, tudo isso do lado direito.
As crianças
quando me veem, primeiro gritam, assustada, algumas como os filhos de meu primo
Jasper, morriam de curiosidade, queriam experimentar sua armadura, como diziam
eles. O maior perguntava logo, se ele era guerreiro de que saga, por causa das
séries de televisão.
Sou coronel do exército
americano, a dois anos atrás voltei do Afeganistão dessa maneira, primeiro
pensaram que na verdade estava morto.
Vinha num carro desses militares, em uma caravana, para levar
medicamentos à base, por um acaso tinham vindo no mesmo avião em que eu voltava
de Washington, aonde tinha ido a uma reunião da cúpula do exército.
Fomos atacados de
muitos lados, o carro que ia, voou ao passar por cima de uma bomba.
Fui jogado a
metros de distância, tinha meu lado direito totalmente paralisado, mal podendo
me defender, primeiro fui dado como morto, até que um soldado viu que eu
tentava me levantar com o braço esquerdo.
Fui levado para a
base, de lá transferido de Helicóptero para o aeroporto, de lá para Alemanha.
Por não terem
tempo, grampearam toda a cicatriz, depois de limpar tudo. Ao juntarem de qualquer maneira as duas
partes, ela se cicatrizou como estava.
O mais importante
eram as operações que tinham que fazer, como por exemplo, salvarem o pulmão do
lado direito, tudo era no lado direito, talvez porque eu estivesse encostado na
porta.
Como estava
dopado todo o tempo, não tive consciência de nada. Me despertei depois de quase um mês, pois
tinha estado em coma. Segundo o médico
eu tinha morrido duas vezes na mesa de operação. Na
minha cabeça, era como se eu estivesse indo em direção a luz, mas que me
puxavam para trás. Tinha sim um ruido
infernal, bombas, tiros, muitos esse ruido me atordoava. Era como se tivessem presos na minha orelha,
mas claro, era minha memória auditiva que funcionava sem parar. Eu tentava me esconder, me encolher para que
nada me acertasse, mas tudo isso era fruto da minha imaginação.
Quando despertei,
que o médico falou comigo, eu imediatamente tomei consciência, lhe disse que
não queria tomar nada que me pudesse viciar.
Tinha visto vídeos recentemente de justamente isso, muitos soldados
viciados em drogas.
Quando tentei
levantar meu braço direito, vi que não podia.
Ele o levantou para mim. Estas usando um novo tipo de prótese, curamos
todo seu braço, mas ele perdeu o movimento. Esta malha, vai da tua mão até o ombro,
bem como depois te mostramos, está ligada a um chips na tua cabeça do lado
esquerdo, que coordena os movimentos.
Tuas pernas já
estão curadas. Mas por último, deixamos
a cicatriz, pois os médicos esperam recuperar teu olho. Por isso não mexemos em nada, não temos
médicos aqui especializados.
Me mostrou a
cicatriz, era horrível, como tinha juntado a carne, de qualquer maneira,
parecia uma coisa mal costurada.
Atravessava toda minha cara, desde a parte detrás da minha cabeça.
Quando estive
melhor, me transferiram para um hospital militar em San Francisco.
Meu primo Jasper
me veio visitar, trazia minha avó com ele.
Os dois basicamente fomos criados juntos.
Tínhamos a mesma
idade, nossas avós eram irmãs, gêmeas, dai sermos tão parecidos os dois, ele
também tinha dois irmãos maiores gêmeos.
Mas parecíamos crianças clonadas
como dizia minha avó Britanie. Quando
estávamos todos juntos, era uma gozada, brincávamos, de trocar nossa roupa,
para fazer confusão, pois quando nos chamávamos, para ir embora, as vezes
dentro do carro, se davam conta, tinham que voltar para trocar as crianças
novamente.
Eu me divertia,
os maiores não. Eu vivia com minha mãe,
que em paz descanse, na casa da minha avó.
Ela era viúva de um piloto da aeronáutica, que tinha sido abatido no
Iraque. Nunca o encontraram. Então como
ela dizia, era viúva de ninguém.
O jeito foi irmos
morar com a minha avó, para que ela pudesse trabalhar, morreu no 11N, estava
numa das torres, a primeira, segundo me lembrava. Agora era filho de pais desaparecidos.
Fui criado,
educado por minha avó, quando os outros diziam coitadinho, ela ficava uma fera,
pois dizia que disso nada, eu era um homem, que tinha que aguentar as coisas da
vida.
Isso eu tinha uns
14 anos, era um aluno exemplar. Nessa
época coloquei na cabeça que tinha que ser militar. Não houve maneira, mas claro com os
antepassados que tinha, fui para academia militar para estudar.
Jasper ao
contrário, era investigador da polícia.
Era o melhor da polícia de NYC, tinha muitas medalhas, foi sendo
promovido.
Quando os dois me
vieram visitar, a enfermeira antes, por causa da idade de minha avó, avisou,
não se assustem com sua cara, pois isso afeta dos visitantes. A senhora se coloque do lado esquerdo da
cama, por aonde ele possa a ver.
A coitada,
nervosa, se colocou ao lado direito, então a primeira coisa que viu, foi o que
não deveria, tiveram que colocar uma cadeira imediatamente para ela se
sentar. Ficou ali segurando minha mão, cheia
de malha de metal. Nessa época ainda
não sentia nada da mão, levaria meses, ou melhor um ano para sentir os
dedos. Pedi ao meu primo, que a
colocasse do outro lado, pois não podia vê-la direito.
Pareceu se
relaxar. Ficou segurando minha mão, a
levava ao seu rosto, como quando contou o de minha mãe, a beijava muito. Para mim ela estava como sempre, com seus
cabelos brancos perfeitamente arrumados num coque.
Jasper se sentou
ao lado dela, tinha que falar devagar, pois a cicatriz repuxava minha cara, fazendo
com que a cicatriz ficasse mais feia, além de ter uma certa dificuldade para
falar.
Disse a ele que
não sabia quando sairia dali, teria que ir antes para um outro hospital para
fazer fisioterapia, para aprender a usar meu braço, a cara ficaria por último. Os médicos não sabiam ainda do meu olho,
vinham olhavam, tornavam a costurar as pálpebras novamente.
Eu rindo disse,
como não posso ver a cara deles, só sei que balançam a cabeça, mas nunca dizem
nada.
Como tens tem
alimentado, me perguntou ela, isso para ela sempre era importante, na sua
cabeça eu sempre estava magro, mas claro tinha crescido muito rápido, na
família todos éramos altos, mas meu pai tinha 1,90 de altura, nas fotos que
existiam dele, eu parecia um boneco nas suas mãos. Na
verdade não me lembro dele, mesmo com as poucas fotos, para mim ele nunca
existiu. Minha mãe, era alta também
para uma mulher, elegante, sempre arrumada, cheirando bem, eu adorava quando
ela chegava em casa, a primeira coisa que fazia era se jogar numa poltrona,
jogar para o alto, seus sapatos, pedido pelo amor de deus uns chinelos.
Eu ia correndo
buscar. Na, verdade, os deixava de uma
maneira, para logo correr por eles, me jogar nos braços dela. Me dizia, me solta os cabelos, usava um
coque como da minha avô, rindo me dizia meu filho é esperto. Como sabia aonde ela ia se jogar, deixava
ali, a caixa de grampos de cabelos, bem como uma escova, pois em seguida, pedia
me dando beijos, se eu podia escovar os mesmo, era largos, loiros, eu amava
fazer isso, era como prestar um serviço, pago com beijos. Minha avó entrava com uma bandeja de
martinis, para as duas.
Minha mãe dizia
para ela, devíamos ter um móvel bar, para não vires com isso da cozinha, ela
mesma o comprou, horas antes dela chegar, colocava a garrafa de martini num
balde com gelo, para ficar como ela gostava, muito gelado. No dia que morreu, eu fiz igual, já tinha
aprendido a preparar o martini como ela gostava. Minha avó, estava sentada no sofá, com o telefone
do lado, esperando alguma notícia. Mas
não tivemos nenhuma, o pai do Jasper, também tinha morrido no mesmo
atentado. A ele se pode enterrar, minha
mãe não. Ela estava justamente no andar
que tinha se chocado o primeiro avião.
Nunca se
encontrou nada.
Eu alimentava
esperança, imaginando que no momento, ela devia estar em outro lugar, como por
exemplo ter ido comprar café, ou fazer algum serviço externo.
Nas claro tudo
era fruto da minha imaginação. Apesar da
minha idade, passei a me sentar com minha avó no final do dia, para tomar
martini. Substitui a mesma falando como
tinha sido o dia. Foi justamente num final de tarde, que disse que tinha
conseguido me inscrever na escola para ser militar. Ela chorou muito, me perguntou se eu não
tinha outras opções, ou sonhos, já perdemos muita gente nessa família.
Os dois ficaram
ali, uma semana, depois chegou à família do Jasper, iriam de férias a praia.
Ela queria ficar,
mas eu disse que não iria em seguida para o outro hospital. Pedi ao Jasper que cuidasse dela. Sua avó agora vivia com a minha, as duas
estavam viúvas, se faziam companhia.
Levei quase um
ano e meio, para sair do hospital, aonde além de fisioterapia, fazia terapia
com um psicólogo, principalmente por causa dos ruídos. Se uma bandeja de metal caia no chão, eu
tinha ataques de pânico, o que me dava certa vergonha.
Um dia estávamos
no jardim do hospital, eu com um enfermeiro que me ensinava a mover-me com um
olho só, quando uma ambulância, deu a saída, houve um estampido do tubo de descarga,
joguei o enfermeiro no chão, pensando que era um tiro, fiquei em cima dele,
querendo proteger.
Quando fiquei
calmo, riu, dizendo, se querias me montar, era só pedir, abaixava as calças
rapidamente.
Ele o tempo todo
cuidava de mim, talvez por isso não tinha horror a minha cara, tinha se
acostumado, as vezes vinha ao meu quarto de madrugada, fazíamos sexo.
O que me
incomodava, era que se fazia carinho, só do lado bom.
O dia que
reclamei disso, acabou confessando que lhe dava um certo horror, tocar nessa
parte.
Pois era aí, que
eu queria um carinho.
Só sai do
hospital, para ir a NYC, para o enterro de minha avó. Quando Jasper me avisou, tomei um avião,
evidentemente todos olhavam para mim no aeroporto, ele foi me buscar no
aeroporto. Me abraçou muito, sabia o
quanto amava minha avó.
O féretro estava
na igreja que ela frequentava, me fez entrar por uma lateral, para não ter que
aguentar as velhas amigas dela, sabia que todas me fariam perguntas, me sentei
ao lado de sua família. Porquê da minha
a única pessoa que restava estava dentro da caixa.
Mas na saída
claro, tive que aguentar, os olhares de pena, o filho mais velho do Jasper,
ficou segurando minha mão, de gladiador como ele dizia.
Mas as putas
velhas queriam era olhar a minha cara, fingi que não me incomodava. Usava agora um parche em cima do olho
morto. Já sabia que não havia solução,
quando fizesse a cirurgia estética, me colocariam um olho de vidro. Usava minha cabeça de uma maneira que podia
ver tudo como se tivesse dois olhos.
Dentro de meses
sairia do hospital definitivamente, já tinha movimento suficiente, bem como
tinha aprendido a usar meu braço biônico, isso era o Jasper que dizia. Um dia de gozação, me disse ao ouvido, bater
punheta com essa mão deve ser fantástico.
Eu lhe respondi rindo, coloque o teu para fora que faço para ti. Quando erámos garotos, fazíamos isso, um
masturbava o outro.
A única que nunca
se aproximava muito era sua mulher, dizia que não podia se controlar me
olhando, lhe dava medo.
Fomos os dois a
leitura do testamento, minha avó me deixava sua casa, bem como seu velho carro,
uma boa soma no banco. Não me
preocupava, se não quisesse seguir no exército, teria uma boa aposentadoria.
Voltei para
Washington, estive falando horrores de minha avó para o psicólogo, de uma certa
maneira ela tinha sido como uma mãe para mim.
Agora eu corria
pelos jardins do hospital, para me manter em forma, conseguia mover o braço
como se fosse normal, já não ficava pendurado.
Resolvi me
aposentar, me chamariam em breve para fazer a cirurgia plástica. Segundo o médico, não ia melhorar muito,
tinha feito um escâner perfeito da minha cabeça, ficaria eternamente com essa
cicatriz, mas um pouco menor.
Eu sabia que
tinha um corpo bonito, tinha 1,90, ombros largos, pernas largas, gostava de
correr. Quando cheguei a NYC, com minha pequena bagagem, meu uniforme, roupas
normais não tinha nenhuma. Pedi ao Jasper,
precisava de roupas para meu dia a dia, bem como roupas para correr, tinha
deixado no hospital a que tinha usado, pois estava velha e fedia muito.
Ele riu a bessa,
me indicou ao abrir o porta malas, duas maletas, roupas que minha mulher
separou para ti, tínhamos o mesmo corpo.
As de esporte,
estão novas, pois sempre digo que vou começar a correr, mas nunca o faço, já
basta o que corro atrás dos bandidos.
Não acreditei muito, mas concordei.
Ele de uma certa
maneira me protegia. Sabia que se
entrássemos num shopping, a quantidade de gente se afastando, os olhares tudo
isso, era incomodo.
Queria que eu
ficasse na sua casa, era uns dois quarteirões da casa da minha avó, mas lhe
pedi desculpas, pois queria ficar sozinho.
Estava acostumado a isso.
Dentro de dois
meses voltaria a Washington para a cirurgia definitiva da cara, bem como
colocar o olho de cristal.
Só pedi que me
ajudasse numa coisa, eu tinha pesadelos, os quartos da casa, davam para as
casas vizinhas, o único que não, pois ficava numa esquina, era o que minha avó
usava como biblioteca, bem como aonde nos sentávamos sempre para o martini.
Assim se eu
gritasse de noite, não assustava os vizinhos.
Era um bairro de Staten Island, residencial, com casas antigas, mas
todas muito bem conservada.
Não sabia o que
ia fazer com o carro da minha avó, lhe comentei isso, já que nunca tinha
gostado de conduzir, com um olho só, não sabia ainda o que fazer.
O carro a muito
tempo não está aí, tive que tirar da tua avó, era um perigo conduzindo. Depois
como fazia tudo andando, não vejo por quê.
Eu fiquei rindo,
sua avó tinha morrido um meses antes da minha, as duas só saiam de casa, para
irem jogar bridge com suas amigas.
Depois de uns quantos martinis a mais, imaginava o perigo nas ruas
tranquilas.
A despensa como a
geladeira, estava cheia, quis lhe pagar, mas não aceitou, eu ia contratar a
mesma senhora que vinha fazer comidas para minha avó, as deixava todas prontas,
era só esquentar no micro ondas. Agora
quem vem é a filha dela, pois tens que aceitar que ela já estava velha.
Nessa noite,
talvez por me sentir em casa novamente, dormir como os anjos. Me levantei, coloquei uma roupa para correr,
fazia calor, coloquei uma camiseta sem manga.
Sai correndo, mas claro, me esqueci completamente dos vizinhos, as
senhoras nessa hora saiam com as crianças para levar a escola. No primeiro quarteirão em direção a beira do
rio, aonde tem uma pista, só escutei gritos das crianças, das mulheres, que
levavam um susto ao me ver, uma inclusive chamou a polícia que me
alcançou. Um policial, pediu desculpas,
mas acabas de assustar todo mundo, com esse braço, com a sua cara.
Eu sabia, pedi
desculpa mas tinha esquecido disso. Mas continuei saindo uns dois dias mais,
até que resolvi, sair de madrugada, me levantava as cinco, me preparava, tomava
um café, saia, depois o fazia no final do dia.
Um detalhe,
quando fui olhar as roupas que me tinha trazido o Jasper, metade ainda estava
com a etiqueta.
Lhe disse que não
precisava me proteger, não queria ofender, mas eu tinha que enfrentar a
realidade.
Quando saia pela
tarde, passava em frente a casa de um amigo de escola, perguntei a ele pelo
Jasper, me contou que agora era um milionário, trabalhava na bolsa de valores,
era casado com uma milionária também. Um
dia os vi, cada um chegava com um carro do último tipo, mas vi que não gostaram
muito de ter que me encarar. Deixei de
procurar.
Agora saia cada
vez mais cedo, pois, o era a hora que estava mais frescos, do lado do braço com
a armadura, não podia colocar a malha, pois se desfiavam, então cortava a
manga.
Me vesti como
todos os dias, tomei um café bem forte como gostava, a essas horas a ruas
estavam vazias, assim não incomodava ninguém, me cruzava quando muito com alguns
que saiam para correr a essa hora. Para
ir em direção a pista ao longo do rio, tinha que passar em frente da casa dos
antipáticos como eu dizia.
Estava quase
chegando, quando escutei tiros, me escondi instantaneamente, vi que duas
pessoas saiam com os carros, quando venci meu terror, vi que as casas vizinhas
acendiam as luzes, mas ninguém saia fora.
Me aproximei, já com o celular na mão chamando o Jasper, vi o nosso
conhecido estendido no chão da garagem aberta.
Jasper atendeu
sonolento, lhe contei o que tinha visto, dois homens saíram, com os carros, os
vi de longe, nosso conhecido está estendido no chão da garagem com um tiro na
cabeça, fui falando com ele, enquanto ele se vestia, olhei pela janela do
salão, o mesmo parecia ter acontecido com a mulher, lhe disse que me sentava
nos degraus da casa, esperando por ele.
Mas claro antes
chegaram os policiais, que me queriam colocar uma algema, tinham me feito
deitar no chão. Quando ele chegou, se
apresentou, disse que podiam me soltar, pois eu tinha dado o alarme. Contei tudo para ele, bem como para o
inspetor da polícia local, falei dos carros fantásticos que tinha, saíram os
dois da garagem, um virou à direita outro a esquerda, talvez para
despistar. Eu tinha boa memória, disse o
tipo de carro, eram desses feitos especialmente para as pessoas, bem como a
matricula.
O inspetor, me
disse olhando diretamente na cara, já sei quem es, li o resume quando te
denunciaram por assustar as crianças dos vizinhos, quando deviam ter render
homenagens.
Filhos das puta,
sempre com medo de tudo.
Agradeci o
comentário, eu entendo, não sou uma figura agradável de ver, além de estar
também como eles, me acostumando outra vez a viver no meio de gente pseudo normal.
Ele adorou o
pseudo normal, estendeu a mão Jorge Patrick, antes que me pergunte, sou filho
de um português com uma irlandesa.
Examinaram a casa
toda, eu disse que passava ali todas as manhãs, por essa hora, mas que nunca
tinha visto nenhum movimento na casa.
Os dois tinham
olhado tudo, disseram que a casa estava toda revirada.
Eu perguntei se
podia seguir com a minha rotina. Estava
já uma hora atrasado, qualquer coisa eu estaria em seguida em casa.
Fiz a minha
corrida, desta vez cruzando com mais pessoas, claro quando voltei, era a hora
que as crianças iam a escola. Não me
importei, os gritos eram menores. Uma
senhora me parou, era professora da escola, me perguntou se eu podia ir a mesma
assim a crianças me via de perto, eu contaria o que tinha me acontecido, será
melhor para o senhor, bem como para elas, sabe como essas mulheres que não
trabalham são frescas. tudo as assustam.
Menos os preços das roupas que compram para irem simplesmente ao
supermercado.
Era uma verdade,
quando ia ao supermercado, as mulheres pareciam que estavam num desfile.
Quando Jasper
soube do que andava fazendo, se matou de rir.
A mulher que ele tinha contratado para ir fazer a comida, no dia que me
viu desmaiou. Eu disse que não precisava
mais ir, comecei a ver programas de televisão na cozinha, bem como encontrei o
livro de receitas de minha avó, marquei as páginas que me interessavam, assim
eu mesmo me ocupava fazendo a comida.
Nessa tarde o
inspetor Jorge apareceu, justo quando estava fazendo um bolo, receita antiga da
minha avó. Me soltou sem mais nem
menos que quando muito sabia fritar um ovo.
Acabou ficando
para jantar, antes enquanto tomávamos martini, eu disse que era a bebida da
casa, preparei como fazia para minha mãe, ficamos conversando, ele me perguntou
o que eu sabia do casal. Lhe disse que
ele, era conhecido da escola, quando fui cumprimenta-lo, a mulher me olhou
horrorizada, nunca mais parei nem para dizer bom dia. Tudo que sei que tinham esses carros
fantásticos, como ganham a vida, ou se tem dinheiro, ou inimigos, não tenho
menor ideia. Contei sem vergonha nenhuma
meu instinto, quando ouvi os tiros, que tinha me escondido, fiquei tremendo um
tempo até me controlar, foi quando vi os carros saindo.
Que da porta da
garagem tinha visto que o homem tinha um tiro na cabeça, por isso nem entrei,
depois olhei pela janela, a vi caída num charco de sangue no meio do salão.
Perguntei se eles
tinham algum cofre, se guardavam dinheiro em casa, o que seria um chamariz.
Isso não sabemos,
sabemos sim que ela trabalhavam com diamantes, vem de uma família de judeus
ricos da cidade.
Depois ficamos
conversando, enquanto jantávamos. Me
elogiou outra vez pela comida, quando foi embora, me olhou de frente me
perguntou se podia voltar outro dia.
Lhe perguntei
diretamente por quê?
Quero te conhecer
melhor, foi a resposta.
Tive que rir,
atualmente meu único amigo era o Jasper, mas claro isso desde a infância.
Lhe disse que se
viesse, não estranhasse se não estava, que dentro de dias iria a Washington
para me operar. Sem mais nem porque,
passou a mão afetuosamente na minha parte com a cicatriz. Ok, quando tenha tempo, virei aqui, agora
estamos atrás de quem fez isso aos teus vizinhos.
Dois dias depois
me chamaram, chamei um Uber, logo de manhã, fui para Washington, fui direto
para o hospital, fizeram como sempre todos os exames de rotina.
Só não podiam me
colocar no scanner pois meu braço ficava preso no teto.
A operação deve
ter durado horas, quando sai, tinha a cabeça toda enfaixada, parecia uma
múmia. Agora havia de esperar, dias depois tiraram a
parte enfaixada, o médico disse para quem esperava problemas, não havia
nenhum. A cicatriz agora era como uma
linha, pode ser com o tempo, fique parecendo uma arruga. No dia anterior tinha aberto uma parte, me
colocado a prótese do olho. Quando me
vi, finalmente uma semana depois, estava com melhor aparência. O olho de cristal, ficava bem preso, não era
necessário tirar de noite, nada disso, tampouco ele se moveria. Seria como um olho estático.
Telefonei ao
Jasper, riu muito dizendo, que fizeste com o inspetor Jorge, não para de
perguntar por ti.
Nada lhe
respondi, lhe ofereci um jantar.
O estás prendendo
pela barriga, um bom começo. Tenho dias
livres vou te buscar no aeroporto.
Ainda tinha
manchas na cara, mas a aparência era melhor.
No avião, vim pensando o que poderia fazer, pois, precisava me ocupar, fui
escrevendo o que era necessária ter dois olhos, para trabalhar.
Jasper, me
abraçou, dizendo apesar das manchas, tens uma cara fantástica.
As crianças estão
loucas para te verem. Fomos falando do
caso, não era seu, mas Jorge o tinha consultado várias vezes, sobre a vida dos
dois em Manhattan, tinha descoberto, que ele tinha feito algumas merdas, muitos
clientes estavam arruinados por causa dele.
Inclusive algum capo da Máfia, para quem ele lavava dinheiro.
Almocei na casa
do Jasper, com toda a família, seu filho mais velho como sempre se colocou ao
meu lado. Os outros ainda mantinham distância,
este me fez uma série de perguntas, mas nada tontas. Se podia mover o olho, como funcionava, etc.
Era muito
esperto, inteligente.
Depois fui para
casa. No dia seguinte retornei a rotina
de ir correr como sempre fazia. Tinha me
acostumado ao horário, resolvi mantê-lo, assim o único que fazia, era ir dormir
mais cedo, pois me levantava as cinco.
Não tinha o
hábito de ver televisão, por isso estava na cozinha, mas só para ver programas
de cozinha.
Resolvi fazer um
curso, assim me preparava melhor, descobri isso, que gostava de cozinhar, tinha
facilidade, pelo menos me ocupava.
As crianças
quando me viam agora prestavam atenção, vendo que tinha o outro olho.
Quando Jorge
apareceu com o caso, estavam com o mesmo parado, pois não tinha encontrado
contas substanciais nos bancos, nada, cofres na casa. Não entendiam por que tinham entrado na casa.
Segundo sabia a
casa tinha sido inteiramente reformada, para transforma-la numa casa moderna,
vocês olharam nas tomadas, as casas modernas têm justamente aí os cofres, é
fácil de olhar. Fui até lá com ele, pedi
ao policial que dirigia seu carro, que tentasse puxar a tomada para fora, não
deu outra, encontramos pelo menos 8 cofres pequenos, todos cheios de saquinhos
de diamantes.
Era uma coisa
logica, se sua mulher trabalhava com diamantes, nada mais normal, em vez de ter
contas nos bancos que pudessem ser embargadas pela justiça, trocavam por
diamantes, já que esse era seu trabalho, também fácil de ser transportado.
Examinamos as
maletas todas, uma realmente pesa mais que o norma, me mostrou, examinei
direito, claro tinha duas placas de metal, para impedir que se visse se tinha
dinheiro ou joias.
Tudo muito
pensado. Mandaste avaliar os quadros modernos
desta casas.
Jorge disse que
não.
Pois só esse
indiquei um, se for um original de Georgia O’Keeffe, deve valer milhões, numa
outra parede da sala, isso eu tinha visto pela janela, existia um imenso do
Jackson Pollock, no escritório tinha um do Jean-Michel Basquiat. Só esses três valem uma fortuna, isso se
forem originais. Busque saber se eles
não tinha nenhum espaço em algum armazém.
Jorge se matava
de rir, devia te contratar para trabalhar na polícia. Quando foi me deixar em casa, perguntou o que
ia ter de jantar?
O que gostarias
de comer?
Ficou me olhando
sério, prefiro deixar ao teu gosto, mas isso me olhando de cima a baixo.
Fiz uma receita
nova que estava aprendendo nas aulas.
Ele apareceu mais
relaxado, de calças jeans, camiseta, sapatos sem meias.
O esperava com um
martini.
Comentou que
outro dia, tinha se reunido com os da polícia num bar, tinha pedido um, riram
de mim, dizem que isso é coisa de gente fina.
Pois eu aprendi a
tomar com minha avó, minha mãe, era um ritual todos os dias, nunca fomos ricos.
Depois de jantar,
caiu um temporal impressionante, lhe perguntei se ficava para dormir.
Posso te arrumar
algum quarto da casa.
Riu, prefiro a
tua cama, foi sensacional, ele não se incomodava com o meu braço pesado nada do
gênero, passamos horas nos explorando.
Estou apaixonado
por ti, desde que te conheci, mas não sabia se tinhas alguém.
De manhã como era
domingo, perguntou se eu ia a missa?
Jamais, deixei de
acreditar em qualquer coisa, depois da morte de minha mãe.
Me disse que ia
olhar quanto cobravam os consultores da polícia, pois pelo que tinham
encontrado, ele resolvia o caso.
Nada disso, falta
tu descobrires aonde foram parar aqueles dois carros, valem uma verdadeira
fortuna, foram feitos por encomenda, mostrei na internet um anuncio dos mesmos.
Devem ter trocado
de cores, placas etc.
O Fabricante,
soltou na cara dele, se nem me pagaram os malditos carros, me passou ações de
empresas, que agora não valem nada.
Acabou se
tornando um suspeito. Acabou confessando
que tinha mandado dois homens recuperar os mesmo, que os tinha vendido em
seguida, com outra placa.
Caso resolvido.
Quando Jasper
soube disso, me trouxe uma série de casos sem resolver. Me sentei com os processos, cadernetas de
anotações dos detetives, comecei a ler, alguns era impossível, ler o que
escreviam. Eram casos que estavam
parados, porque não encontravam suspeito.
Um tinha
descartado a noiva do sujeito, porque segundo uma anotação do detetive, tinha
cara de anjo, tinha chorado muito a morte dele.
Esse foi fácil
demais, pois quando a abordaram outra vez, estava ameaçando o novo namorado,
com uma arma, a mesma que tinha matado o anterior.
Quando viu, tinha
arrumado uma fonte de ingressos nova.
Ele agora fazia
uma coisa, se sentava com os detetives, depois de ler o que tinham escrito,
falavam de tudo que se lembravam do caso.
Assim era mais fácil resolver.
Quando Jorge lhe
perguntou como fazia, ele respondeu tranquilamente, que esse era seu
trabalho. Eu aprendi a falar árabe,
farsi, todas as línguas de aonde estávamos.
Mas ao mesmo
tempo, usávamos um interprete, claro esse nunca nos traduzia a 100% o que
queria se saber. Eu fazia as perguntas,
pelo movimento ou comportamento do suspeito, ou mesmo do informante, sabia
quando estavam mentindo, foi um largo aprendizado.
Jorge não gostou,
quando o Jasper conseguiu me contratar, para observar os interrogatórios, mesmo
analisar processos que estavam abertos.
Eu saia todos os
dias de casa, pela manhã mantinha o meu ritmo de corridas, queria participar de
uma maratona que ia acontecer na cidade.
Depois tomava um
banho frio, agora usava umas camisas com mangas mais largas, que mandei fazer
para o inverno, assim podia me mover melhor como braço.
A cicatriz
existia, mas era uma fina marca na minha cabeça, até o maxilar. O olho claro não se movia, mas já não metia
tanto medo, raspava minha cabeça todos os dias, pois com cabelos ela aparecia
mais.
Colocava um
traje, tinha comprado alguns, numa loja de um amigo do Jorge, ele mandava
arrumar a manga do braço direito.
Tinha com um
saleta só para mim. Agora eram os
próprios detetives, que quando estavam empacados, me traziam os papeis para
analisarmos juntos.
A maioria dos
casos conseguíamos resolver, ou num interrogatório, eu ficava do outro lado do
espelho, dava dicas, tipo, agora pergunte isso, para provocar quem estava sendo
interrogado.
Sabia quando
mentiam, que as histórias não tinham fundamento.
Jorge tinha medo,
que eu conseguisse um novo namorado, na cidade, mas eu voltava todos os dias
para casa sozinho.
Ele acabou indo
morar comigo. Além da boa amizade que
tinha com ele, Jasper nos finais de semana se juntava, para uma cerveja, ver um
partido.
Um dia seu filho,
me chamou a parte, me falou de um professor que tinha um comportamento estranho
segundo ele, com alguns alunos.
Fui procurar pelo
sujeito, era um pédofilo que era procurado em Los Angeles.
Disse ao Jasper,
já tens um futuro sucessor na saga policial da família, pois tinha sido ele que
tinha levantado a lebre.
Claro que os anos
foram passando, as vezes tinha dificuldade para manejar meu braço, fiz exames
radicais, para saber por que, a princípio trocaram o chip do mesmo, mas era
alguma coisa mais. Me doía mais,
pesava.
Depois de
consultar vários médicos, a noticia ao final, eram desagradáveis, teria que
amputar meu braço, a altura do ombro, pois estavam surgindo tumores, ao largo
da malha.
Tinha duas
opções, conversei com o Jorge primeiro. Seus argumentos foram firmes, seja o que for,
te quero vivo.
Quando comentei
com o Jasper, foi a mesma coisa, te falta um olho, nem por isso, tua cabeça
deixou de funcionar, quantos casos resolvemos pela simples observação tua.
Teria que ser num
hospital em Washington, fui para lá com os dois amigos de alma. Desta vez
Jasper queria estar presente, já basta que faças tudo sozinho.
Era uma maneira
pelo que percebi de se afastar um pouco, seu casamento desmoronava, não sabia o
que fazer. Nos dois conversávamos muito
com ele.
Sua mulher soltou
um dia, que seu problema estava aí, estar todos seus momentos livres com nos
dois, se não estávamos indo para a cama os três.
A operação correu
bem, o horror que eu tinha, era que continuava sentido o braço, as vezes
tentava pegar alguma coisa com o braço direito, tinha me acostumado a dar a
ordem a minha cabeça para isso, mas claro ele não estava mais lá.
Depois de toda
cicatrização, me colocaram um braço artificial, que agora usavam para alguns
retornados, não era nada novo, mas funcionava como o anterior. Ainda fiquei quase um mês por lá aprendendo a
maneja-lo.
Agora minha mão
inclusive parecia a mão de um robot de última geração, só não podia sentir.
Mas segui em
frente, não ia dar o braço a torcer nunca, isso não encaixava comigo.
Agora Jasper
morava conosco, tinha um quarto só para ele.
Arrumamos outro em cima, quando nos finais de semana tocava os garotos
ficarem lá.
O seu filho como
sempre, um dia, muito sério pediu para falar comigo.
Tinha escutado
sua mãe falar que ele fazia sexo com os dois.
Fui honesto para
ele, algo se rompeu entre teus pais, mas nada disso é verdade, teu pai continua
sendo meu melhor amigo, desde nossa infância. Ele fica esperando os dias que pode estar com
vocês, os ama. Mesmo que ele fosse
realmente gay, não mudaria nada.
Falei longamente
com ele a respeito, agora já tinha 16 anos, pensavam entrar para a academia de
polícia, mas sua mãe era contra. Queria
que ele fosse a universidade.
Eu lhe disse,
porque realmente não fazes uma, algo que gostes, sempre te vi analisando os
fatos, as pessoas muito bem, pense em fazer psicologia.
Tem mais, eres
meu preferido, eu pagarei tua universidade.
Talvez seja interessante ires fazer longe daqui. Para nunca sofreres pressão para decidir tua
vida, lembre-se ela é só tua.
Eu tinha um bom
dinheiro guardado, não só da herança de minha avó, que ficou sendo aplicada,
bem como do que ganhava como consultor.
Falei sério com o
Jasper, deixe teu filho escolher o que ele queira fazer, eu pagarei sua
universidade, tu te guardes para pagar a dos outros.
Tempos depois,
trouxe seu irmão menor, para falar comigo, estava trabalhando em casa, estava
sem camisa, agora tudo que se via, era um braço mecânico, como uma máquina de
fábrica.
Me sentei
conversando com os dois, agora sua mãe via que com ele não funcionava, falava
com o pequeno.
Jasper estava
saindo, com uma colega, lhe disse para apresentar aos seus filhos, quando
viessem num final de semana, para fazermos um churrasco, assim essa história
que estamos os três fazendo sexo, morre.
Me olhou, sorriu,
soltou, bem que eu queria.
Nada disso, por
enquanto pense nos teus filhos.
Um ano depois
Jorge morreu, num assalto idiota, uns garotos, entraram numa licoreira para roubar,
tomaram reféns, quando a polícia apareceu, começaram a atirar como loucos.
Uma bala o
atingiu na cabeça, morreu no ato.
Fiquei arrasado, Jasper
não saiu do meu lado, nem seus garotos que tinham aprendido a apreciar o
Jorge. Sua família era de Boston,
extremamente católica, um irmão veio buscar o corpo, pediu que eu não fosse ao enterro,
porque, ia fazer mal aos seus pais.
Acabei
concordando, sabia que eles não falavam com Jorge por isso, bem como ele tinha
saído de lá para poder viver sua vida.
Para quem não
tinha visto enterrar seu pai, tampouco sua mãe, pensei nisso, para mim ele
seguia vivo em alguma parte.
Fui com Jasper
olhar a universidade aonde seu filho queria estudar, depois ele voltaria com
sua mãe, esta tinha se casado outra vez.
Os meninos
passavam mais tempo lá em casa que na sua nova casa.
Jasper vendeu a
casa que tinha sido de sua mãe, colocou numa aplicação num banco, para os
meninos poderem ir a Universidade.
Na volta, votamos
os dois, paramos para dormir num motel.
Eu todas as noites tinha que retirar o braço para dormir, ele me ajudou,
pois queria saber como era. Quando
ficares velho, alguém terá que fazer isso por ti. Quando vimos estávamos na cama.
Me disse que
sempre tinha me amado, quando voltaste, eu queria fazer carinho no teu rosto,
mas não ficava bem, estava casado, tinha filhos. Agora o primeiro sai do ninho, ele me
perguntou depois da morte do Jorge, se eu gostava de ti, fui honesto com ele,
que sim.
Não sei por que,
meus pesadelos voltaram, eu voltava a gritar durante a noite. O psicólogo
achava porque sentia falta do meu braço. Depois de analisar muito, cheguei à conclusão
que era verdade. Mas ter Jasper
agarrado comigo, me tranquilizava.
Quando os dois
menores voaram para fora do ninho, ficamos os dois, ele se aposentou da
polícia, estava farto. No verão alugávamos uma cabana perto de Cape Code,
os garotos estavam espalhados pelos Estados Unidos, cada um montando sua
família.
Só o mais velho, tinha
ido para San Francisco. Quando fomos
visita-lo ele vivia com um rapaz descendente de japoneses. Jasper a princípio não aceitou muito. Mas falei com ele, ele te aceitou, porque não
podes aceita-lo.
Com ele
passávamos largas temporadas, o clima me incomodava menos que o de NYC, a
solução foi vender tudo que tinha, comprar uma casa na praia, o único problema,
eu não podia entrar no mar, mas adorava pescar com o Jasper.
Ele sempre tinha
sido minha família. Então agora era o
melhor, já tinha netos.
Seus filhos
passavam ação de graças conosco na praia, depois se dividiam entre sua mãe, e
as famílias das mulheres. Conosco
ficava sempre seu filho mais velho.
Agora ele, com
seu companheiro, querem adotar. Nos dois
incentivamos.
Mas o que gosto
mesmo, é de no final do dia me sentar na varanda da casa, ficar olhando o mar,
pois é uma das poucas maneiras que posso desfrutar.
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