Eram três amigas de toda a vida, tinham se conhecido no
jardim de infância, sempre tinham compartido tudo. Principalmente o que queriam de suas vidas,
seus sonhos, coisas típicas da idade.
Mas no resto eram diferentes. Billie era a mais bonita, um rosto perfeito,
cabelos maravilhosos, alta, a mais atlética das três, mas com uma vida
complicada desde infância.
Sarah, era bonita, simpática, atrativa, já se levantava como
dizia a mãe, preparada para uma festa, mas isso tudo para ir ao instituto.
Jessica era a que usava óculos, desengonçada, cabelos sempre
encrespados, mal vestida, não tinha gosto nenhum para escolher roupa, tinha
saído a sua mãe.
A história gira mais em torno a Billie. Vivia com seu pai, sua avó, sua mãe tinha
desaparecido no mapa, nada sabia por aonde andava. Tinha sido o grande problema da vida de
Billie desde criança. Seus pais eram companheiros no instituto. O sonho de sua mãe, que era lindíssima, era
ser Miss Estados Unidos. Era miss da
cidade, é do estado. Nas vésperas de
partir para o concurso final, resolveu que tinha que perder a virgindade a
qualquer preço. Seu pai, também era
virgem, acreditava que tinha que chegar ao casamento assim. Ela ao contrário não sonhava em casar-se,
queria ser atriz, ser famosa, sair da merda daquela cidade. Ele era o mais alto da escola, o mais bonito,
atlético, capitão da equipe de basquete, de futebol americano. As
garotas ficavam loucas por ele, pois além de tudo era muito educado. Ele
passava, elas suspiravam por ele, mas só tinha os olhos para Beth, que conhecia
desde garoto. Ela voltou no meio do
concurso, estava gravida. Alias a
expulsaram do mesmo, pois começaram os vômitos, todos os problemas de uma
gravidez. Voltou para casa furiosa,
seus sonhos tinha ido a merda.
Se casaram, não entendiam tinham usado camisinha. Ele reconheceu que esta estava a tanto tempo
na sua carteira que devia estar velha, tinha visto vazar por baixo, mas não se
preocupou.
Para ela começava a desgraça, uma gravidez extremamente
complicada, ir viver com os sogros, que não gostavam dela. Sua
avô tinha visto seu sonho do filho ir a universidade, frustrado, tudo por culpa
desta tonta.
Seu pai teve que ir trabalhar na loja de ferragens do seu
avô, desde casa sua avô fazia a parte de contabilidade. Nos finais de semana trabalhava com eles,
pois era o dia de mais movimento.
Richard, viu seus sonhos irem por água abaixo, mas não
reclamou, todos seus companheiros foram a universidade, ele ficou para
trás. Continuava jogando basquete no
time da cidade, era bom nisso. Mas suas
possibilidades de irem em frente eram nulas.
Billie quando nasceu, era uma boneca de tão bonita, sua mãe, primeiro a rejeitou, mas depois
encontrou um brinquedo. Vivia fazendo roupas cheias de fitas, tudo sempre cor
de rosa.
Marie sua avó dizia que quando fosse maior teria horror a
essa cor, nisso não ia errar.
Seu avô ao contrário, desde o momento que estava em casa, ela
era sua. Sempre se lembraria dele, pelo seu cheiro a cigarros, sua loção de
barba, o contato daquela pele dura.
Sua mãe quando ela ficou maior, a metia em todos os concursos
de crianças bonitas, ela sempre ganhava.
Odiava isso, mas sua mãe a convencia.
Seu sonho, era que ela realizasse os seus que tinha sido
frustrados. Desde que ela entrava em
casa, até a hora de ir dormir, sua mãe estava martelando na sua cabeça a mesma
coisa. Não lhe estava permitido jogar com suas
amigas, sentar-se no chão, subir em arvores, todas as brincadeiras que as
outras faziam. Era o brinquedo de sua
mãe, até suas bonecas se vestiam iguais a ela.
Ela odiava bonecas, adoraria jogar bola com os meninos.
A única que a defendia era sua avó que reclamava que não a
deixava ser uma criança normal.
Mas quando chegava na escola, colocava seu uniforme de
ginastica, não havia quem conseguisse que tirasse, só colocava o vestido na
hora que sua mãe, vinha toda maquilada, com um vestido feito por ela mesma,
justo que não deixava imaginação de homem nenhum tranquila.
Billie, ao contrário morria de vergonha. Mas ao mesmo tempo aguentava, pois seu pai a
convencia, afinal era a única saída do dia, que fazia sua mãe. Na verdade, estava todo santo o dia assim,
maquilada, vestida como se fosse ir a uma festa.
Comia pouquíssimo, pois dizia que a comida da velha, como
chamava sua avó, a faria engordar, perder sua cintura.
Quando tinha 12 anos, estava farta, estavam estudando na
escola as partes femininas, numa classe de orientação sexual. Quando se falou em útero, ela se virou para as amigas, dizendo,
tirem-me do útero de minha mãe, não aguento mais.
Sarah, riu, dizendo, vamos trocar de mães, pois a minha só me
compra roupas feias, a da Jessica é pior.
Foi da escola direta a loja aonde sabia que a estas horas, só estaria
seu pai. Falou com ele, não queria
participar de nenhum concurso. Seu pai
sempre tinha falado com ela, como se fosse uma pessoa adulta, não a tratava
como sua mãe, como uma boneca. Não
aguento mais pai, quero jogar bola, basquete o que me dê vontade, ela não
permite, me enfiou nessas aulas de ballet que odeio. Essas roupas que ela faz, morro de vergonha
de usar. Todo mundo ri de mim, menos
minhas amigas. Um dia vou explodir.
Ah, filha, isso me temo que vai realmente acontecer. Um dia eu também vou explodir, estou cansado
de tudo isso, pior, cansado de que está noite tenho dor de cabeça, hoje me doí
o estomago, nunca fazemos nada. Aquele quarto com tantas cortinas de babados,
colchas cor de rosa, tudo isso me dá ânsia de vomito. As vezes prefiro dormir no sofá da sala, para
não me encherem o saco.
Billie, tomou uma resolução, enquanto voltava para casa, na
caminhonete ao lado de seu pai, ali ia tranquila, pois sabia que sua mãe, não
entrava nela, com seu perfume fedorento.
Depois do almoço, sua mãe, começou com a historia de uma
roupa nova para o concurso. Ela disse
que estava com dor de cabeça, que tinha que estudar para uma prova.
Pegou o vestido novo, que sua mãe insistia que ela
provasse. Se olhou no espelho, parecia
uma puta. Sua mãe, saiu para comprar
alguma coisa para colocar no vestido, o retirou, pegou a tesoura, picotou o
vestido inteiro, tirou todas as roupas do armário, fez o mesmo, abriu as
gavetas do seu quarto, picotou todas as calcinhas, as meias, fitas de cabelo, tudo
que fosse cor de rosa, virou confete.
Sapatos para combinar, não sobrou nada de sua raiva. Depois se colocou na frente de um espelho,
com a tesoura cortou todo seu cabelo, quase pegado ao couro cabeludo. Tudo mal cortado. Quando sua mãe chegou, estava tranquilamente
deitada na cama, estudando.
Esta teve um ataque, telefonou ao seu pai, gritando que tinha
acontecido uma desgraça, totalmente histérica.
Quando ele chegou acompanhado de Marie.
Ele ficou de boca aberta, Marie desatou a rir. Billie continuava estudando como se não fosse
com ela.
Seu pai tentou acalma-la. Mas sua mãe, não queria entender de
maneira nenhuma, que naquela casa, nem sua filha a respeitava.
Vou dormir hoje na casa de meus pais.
No dia seguinte tinha desaparecido. Limpou as economias de toda vida de seus
pais, desapareceu no mapa.
Ela foi a escola com a roupa de fazer ginastica, as amigas
não a reconheceram, ela parecia um garoto.
Riram com ela até não poder mais.
Nessa noite, houve uma reunião familiar. Sua avó dizia ao filho, ela fez o que deveria
ter feito a tanto tempo. Ir embora. Não
era feliz aqui mesmo.
Dois dias depois, aconteceu outra tragédia, seu pai saiu para
buscar uma encomenda numa companhia de petróleo, sua avó tinha sido encarregada
de levar o dinheiro do dia anterior ao banco, saiu pela porta detrás pois tinha
deixado o carro ali. Justo nesse
momento, pela porta da frente entravam dois sujeitos para roubar. Seu avô, resolveu se defender, pois não
passavam de dois garotos. Um deles lhe
deu um tiro direto ao coração.
Sua avó quando escutou o tiro, entrou de novo, pegando no
escritório um revolver, atirou em um dos garotos, o outro conseguiu escapar.
Quando a polícia chegou, tinha dois mortos para sua
contabilidade, numa cidade que nunca acontecia nada. Encontraram sua avó sentada no chão, com a
cabeça de seu avô nos seus braços, tentando limpar o sangue que tinha na
camisa. O outro não lhe interessava nem
saber quem era. Quando meu pai entrou,
se lembrou do dinheiro que estava no carro.
Lhe deu a ordem para ir ao banco depositar, antes de fechasse.
A partir desse dia, ela passou a trabalhar na loja, com um
macacão, justo igual ao de seu pai.
Ia mais cedo para casa.
O enterro foi uma coisa normal, nada demais, uma cerimônia simples, nada
de reunião familiar em casa. Ela
simplesmente avisou os pais de seu marido, que viviam em San Francisco, do que
tinha acontecido. Lá eles tinham uma
loja igual, com o outro filho.
Sequer vieram ao enterro.
Tudo tão, mas tão simples, que ninguém falou muito no assunto.
No dia seguinte ela, subiu a camionete com Billie, foram a um
grande supermercado que havia na estrada na entrada da cidade. Deu o carrinho para sua neta, querida, compre
roupa para ti, tudo como queira. Claro o
carrinho, só tinha camisetas, tênis, um uniforme para jogar basquete, calcinhas
normais, mas nada cor de rosa, comprou tudo na seção de meninos. Sua avó não disse nada, pois estava fazendo a
mesma coisa. Depois foram as duas ao barbeiro,
cortaram o cabelo. Sua avó disse, quero
os cabelos como da minha neta. Aproveite
corte o seu bem pequeno pois está mal cortado.
Saíram dali idênticas.
Isso sim foi comentário, a garota que um dia andava de cor de
rosa, agora parecia um garoto.
Tudo lhe estava permitido, ia jogar com os garotos, os que
lhe enchiam o saco lhes dava um bom murro. Subia em todas as árvores, corria
atrás das amigas, só não as acompanhava nas brincadeiras com bonecas. Ia aos jogos que lhe estavam proibida antes,
com seu pai, estavam sempre os dois juntos.
Nos finais de semana, agora ajudava na loja, ninguém se
atrevia a nenhuma piada, pois conheciam a língua de sua avó, que podia soltar
prontamente um filha da puta, como dizer graças a deus.
Um dia conversando com o pai, soltou, finalmente sou feliz,
sei que o senhor gostava da mamãe, mas ela era infeliz aqui, nos fazia infeliz
com ela.
Agora posso enfim sonhar que sou na verdade um garoto, nunca
quis ser uma menina.
Seu pai ficou impressionado com isso. Resolveu leva-la a um
médico, mas em Sacramento, que era uma cidade maior. Este lhe recomendou um psicólogo infantil.
Este a entendeu perfeitamente, todas as análises davam igual,
se sentia um homem preso num corpo de mulher.
Conversou com seu pai. O pior
será quando comece a sentir o sistema feminino, as regras, o peito a
crescer. Teremos que pensar nisso
tudo. Aconselho que o senhor fale com
sua esposa.
Impossível, desapareceu no mapa.
O psicólogo sorriu tristemente, entendo, o mesmo se passou
comigo. Um casamento errado, sempre é
assim.
Agora ia a cada quinze dias conversar com o psicólogo, este
tinha se informado bem a respeito, para poder orientar aos dois. Ao mesmo tempo que sempre tinha tempo para
conversar com Rick, como chamava seu pai, os dois se entendiam.
Sua avó, ao contrário lhe deu toda força. Suas duas amigas, lhe apoiaram, fizeram as
três um juramento, que nunca iam criticar qualquer coisa que fizesse.
Já no instituto, as três andavam sempre juntas, ela
apresentava as amigas aos seus companheiros de equipe, jogava com os
garotos. As amigas tinham namorados por
causa dela, mas o mais bonito, o capitão, era louco por ela. Cada vez que tentava se aproximar para a
convidar para sair. Ela lhe cortava,
dizendo, prefiro estar com minhas amigas.
Uma vez, tentou beija-la, lhe deu um murro quebrando o
tabique do nariz. Isso o deixou mais
apaixonado.
Nunca lhe dava importância.
Quando chegou a época da cerimônia de graduação, seu pai foi chamado por
um advogado. Seu tio que levava a loja
dos avôs em San Francisco, tinha morrido de Aids, então ele era o herdeiro de
tudo.
Fizeram uma reunião os três.
Sua avô comentou que um chinês estava interessado na loja, era na
verdade o principal fornecedor deles.
Ela teria que seguir um tratamento, se realmente queria se transformar
em homem. Faculdade etc. Tu poderias finalmente ir a universidade,
realizar teus sonhos.
Seu pai todo tempo que estava livre estava escrevendo. Uma vez deixou um dos cadernos que usava,
abandonado. Billie, sentou-se, começou a
ler. Ficou impressionada, ele falava da
solidão, do medo de nunca ser entendido.
Da atração que sentia pelo psicólogo, enfim falava que tinha errado se
escondendo no armário, atrás de uma mulher belíssima, que não tinha sabido
satisfazer.
Ficou impressionada com isso, quando depois de um partido,
voltavam os dois na caminhonete, mandou que ele parasse na beira da estrada,
falou francamente com ele. Perguntou se
era por isso que algumas tardes ele desaparecia.
Pai, já estamos numa época que não precisas mais te
esconder. Eu não me escondo, porque tu,
minha avó, me apoiam. Um dia serei um
garoto, serei feliz. Quero que o senhor
também seja.
Isso o levou a decidir o que dizia sua mãe. Embora achasse que já não tinha idade para ir
a faculdade, pelo menos poderia fazer um curso de escritura, nem que fosse para
satisfazer seu ego.
Herdavam também a casa dos avôs, não teriam problema. Foram até San Francisco, para ver a
casa. Era velha, mas numa zona muito
boa. Tinham inclusive uma parque em
frente. Mas claro precisava de
reformas. Depois foram ver a loja, que
continuava funcionando. Conversaram com o gerente.
Esse era um homem divertido, disse que na verdade seu tio mal
aparecia na loja, eu a levo a anos.
Quando os velhos morreram, passei a leva-la em definitivo. Mas creio que será um prazer continuar
trabalhando com os senhores.
Minha avó foi direta, eu levarei a contabilidade como sempre
fiz, me dará tempo de fazer outras coisas, tu, faças o que querias, estudar ou
esse curso que vives falando.
Conversaram com o homem que precisavam reformar a casa. Ele disse não se preocupe, vamos lá me dizem
o que querem fazer, em seguida eu arrumo gente que faça.
O homem apesar de estar desde garoto nos Estados Unidos,
tinha coisas de seu pais de origem, México, meu nome é Godofredo Ortega, mas
pode me chamar como queiram, teu tio me chamava de Ortega, isso me basta.
Atrás da casa, havia uma casinha de ferramentas, meu pai
perguntou se não podia ser ampliada, para ele poder ter um lugar para ler,
escrever.
Ortega o que fez, foi arrumar uma equipe de homens que
conhecia, a maioria imigrantes, ele mesmo cuidou de tudo. Quando ficou tudo pronto, foram embora. O mais interessante, foi que sua avó
resolveu não levar nada da casa velha, a não ser as fotos que sempre estiveram
no salão. Billie, só tinha uma maleta, nada
demais. Seu pai, livros que colocou em
caixas, seus cadernos de escritura.
Pouca roupa.
Chamaram uma associação beneficente, lhes entregaram o resto
da casa. A própria venderam ao chinês
que comprou a loja. Assim estavam livre
de tudo.
Ortega que os esperava, ficou preocupado, pois não havia
lugar para dormirem nas primeiras noites, pois não tinham chegado as camas,
colchões, eletrodomésticos nada como tinham prometido.
O jeito foi irem para um hotel, perto da loja. Nessa noite saíram para comer com o Ortega,
esse vivia nos fundos da loja. Vivo aí,
desde que teus avôs, me deram trabalho.
Nunca me casei, na verdade fui o primeiro homem de teu tio. Depois me abandonou por alguém, caiu na vida
como eu digo. Mas sempre fomos
amigos. Espero que isso não seja um
problema.
Minha avó que estava ao seu lado, colocou a mão em cima da
sua, nem pense nisso, então eres parte de nossa família. Porque não vens morar conosco. Na casa há lugar para todos.
Ele ficou olhando para ela.
Na verdade, pensei que me deixariam alguma coisa, pelos anos que
trabalhei na loja. Depois pensei que o
louco do teu tio, ia reconhecer, que afinal sem mim a loja tinha ido ao brejo,
pois a ele nada disso lhe interessava.
Tampouco pensou em mim, agora vem a senhora, me faz essa proposta sem
sequer me conhecer.
Homem, viver no fundo de uma loja tantos anos, essa solidão,
não está bem. Nossa família o senhor vê
somos nós três. Porque não compartir,
estamos os três começando uma vida nova, venha recomece a tua também. Depois mais tarde conversando, perguntou ao
filho, o que achas de damos uma porcentagem no negócio para ele. Se vais estudar, precisaras de tempo livre,
nada mais justo. Já lhe exploraram
muitos anos. Acho que lhe é de
direito. Daqui alguns nós não poderei
ajudar muito, você precisa de alguém em quem confiar.
Rick concordou, no dia seguinte, pegaram o Ortega de calças
curtas, com a proposta, ele ria, chorava ao mesmo tempo. Dizia vamos nos dar bem.
Oficializaram nos papeis tudo isso. Assim, não era só conversa de palavras ao
vento.
Ele era uma ótima companhia, na casa nova, sempre havia
partidas de poker, com Marie que adorava jogar.
Billie, começou as consultas com os médicos, dizia ao pai,
que primeiro tinha que encontrar um que sentisse confiança. Até que entrou numa clínica, viu outros
garotos da sua idade ali. Só havia um homem mais velho, o resto todos eram da
sua idade.
Sentou-se ao lado de um garoto, que estava com seu pai.
Começaram a conversar, ela se sentia homem, ele se sentia mulher. Rick, se relaxou, começo a conversar com o
pai do mesmo.
Ufa, foi a resposta do outro, pela primeira vez, não fico
extremamente nervoso, pois na consulta que íamos, eram sempre muitos adultos.
Minha ex-mulher não suportou nada disso, nos divorciamos,
consegui a guarda do meu filho, pois o entendo, já é difícil ser quem somos,
pior é quando não nos aceitam.
Receberam formulários para preencher, antes da consulta, trocaram
número de celulares, embora tivessem descoberto que viviam muito próximos um do
outro. Inclusive comentou, vi os homens
trabalhando na reforma. Aqui é uma coisa
complicada, mas estes homens trabalhavam firmes. Pedi para falar com o encarregado, me disse
para falar com um tal de Ortega.
Sim esse é meu sócio na loja que temos, claro se precisas de
reforma te ajudamos.
Já tinham conhecidos novos para conversarem. O garoto, marcou com Billie de se
encontrarem para que lhe mostrasse a cidade.
A consulta foi bem, tinham passado por um psicólogo, lhe
entregaram todo o processo que Billie já vinha fazendo a anos. Depois
com o médico a coisa foi hiper bem, fizeram um calendário, de
procedimentos. Ele mesmo era um,
transgénero, era uma pessoa aberta, contou para a Billie, como tinha sido seu
processo. Bom começaremos com a terapia
com Testosterona, deves ter um lugar, para ir anotando todas as reações que te
provoca. Seja mau humor, ou qualquer
coisa que te preocupe. Terás a princípio
que vir todas as semanas para isso.
Examinou seus seios, não tinham se desenvolvido, seria fácil de tirar quando
chegasse o momento.
Quando iam sair, lhes apertou a mão, já chutamos a primeira
bola, agora é acompanhar todo o processo tranquilamente. Fico contente que teu pai te apoie, pois eu
fiz tudo sem apoio, confesso que é mais complicado.
Billie estava eufórica, conversou com as amigas. Cada uma esperava o começo das aulas, já te
decidiste o que vais fazer?
Sim, vou fazer engenharia mecânica.
Não podia ser de outra maneira, disseram as duas, pois nos
dois últimos anos, Billie tinha passado as férias trabalhando numa oficina
mecânica, destrinchando carro como dizia, para poder entende-los.
Em casa quem consertava tudo era ela.
Bom, agora como passaremos a te chamar, Billie ou Bill?
Calma, falta muito ainda, estou no princípio dos procedimentos,
terei todas as semanas aplicações de testosterona, psicólogo, exames médicos,
mas isso tiro de letra.
Já estavam bem instalados, Rick, tinha encontrado um curso de
escritura na universidade, como queria, tinha já assistido uma aula. Billie, ia começar as suas na
universidade. Seu pai lhe comprou um
carro. Escolhido por ela é claro, um
velho jeep que estava fuçando as entranhas como dizia. Assim se poderia mover
mais rapidamente da universidade, a clínica médica.
Ortega fez uma brincadeira
com seu pai, se ele não pensava em se desfazer de sua velha caminhoneta.
Nem pensar Ortega, a tenho desde os 16 anos, foi presente do
meu pai. Billie, vive remexendo o motor,
diz que melhor impossível. Para que
trocar.
No primeiro dia de aula, Billie, chegou atrasada 10 minutos,
primeiro por ser difícil estacionar, segundo porque não sabia aonde era a
classe.
Quando entrou o professor lhe olhou feio, lhe indicou os
fundos da classe se sentou, ficou quieta examinando tudo. Escutou atentamente, fazendo anotação de tudo
que ele falava, motores de combustão.
Era um assunto que lhe interessava muito, tinha lido a respeito, de
vários autores, enquanto seu pai comprava romances, ela comprava livros sobre
motores, então sabia do assunto, a primeira pergunta caiu nela, ele frisou
porque tinha chegado atrasada. Claro
era o que tinha falado no começo da aula, se surpreendeu, porque ela imaginou o
que ele tinha falado nos primeiros dez minutos, tinha feito uma anotação a
margem do caderno. Imagino que falou
isso. Não deu outra coisa. Respondeu a pergunta tranquilamente.
Se você chegou atrasada, como sabe do assunto?
Quando me matriculei especialmente nessa matéria, estudei a
fundo tudo que existe de publicações, inclusive o livro escrito pelo
senhor. Portanto imaginei por aonde
tinha começado.
A resposta esta certa, mas se eu mudasse de conceito, imagina
que estivesse falando ao contrário, fez uma outra pergunta, que tinha dito que
futuramente se centrariam nesse tema mais profundamente.
Ela respondeu à pergunta, embora discorde do senhor em certo
ponto, porque imaginemos que um motor das característica que o senhor mencione,
estivesse em pleno espaço, a situação seria outra. A partir do texto fiz uma
experiencia não muito fácil, destruí um motor inteiro para construir outro,
fica um problema sério pois se está no espaço, existiria uma propulsão
defeituosa. Isso poderia estragar toda a
experiência.
Vou ter que aceitar que serás a melhor aluna que vou ter esse
ano, nos falamos para a aula seguinte.
Deixou um exercício para a fazerem depois, mas à medida que ele escrevia
o problema, ela avançava já a resposta, acompanhando tudo o que ele fazia.
Escutou uma voz ao seu lado que era conhecida.
Besteira fazer esse exercício, porque ela já resolveu.
O professor foi até aonde estava sentada, olhou todos os
cálculos que ela tinha feito, escreveu em cima. Nota dez. Tens certeza de que queres fazer essa aula, vais
estar sempre adiantada aos outros.
Não professor, tenho coisas para aprender com o senhor.
Ele se afastou, ela olhou justo para o companheiro que estava
sentado ao seu lado, não tinha prestado atenção nele.
Era seu velho conhecido da escola, o que sempre estava atrás
dela, dizendo-se apaixonado.
Contínuas brilhante garota.
Sempre admirei tua cabeça. Adorei
encontrar alguma cara conhecida, quando entraste, pensei, aí vem minha heroína.
Nunca imaginei que te interessasse mecânica?
Pois sim, embora tenhas me frustrado em algumas coisas.
Que coisas?
No ano que passaste a fazer práticas na oficina mecânica, eu
tinha chamado, me disseram para passar, quando te vi pendurada em cima de um
motor de caminhão, pensei, aqui ninguém vai me dar atenção, pois todos estavam
de boca aberta, o que fazia aquela mulher linda, em cima de um motor. Te viraste, levantando uma peça defeituosa,
como quem levanta o Oscar. Tinhas
encontrado o defeito em menos de um minuto segundo um companheiro teu. Eles estavam examinando o caminhão a dois
dias.
Soube nesse momento que ali não tinha chance nenhuma, além de
ser um perdedor nato. Me apaixonei por
ti, levei cano. Cada vez que disputava
uma bola jogando Basquete, a tiravas da minha mão sem sequer olhar na minha
cara. A lista é imensa, venha vamos tomar um café, assim me contas as novidades
das tuas amigas.
Desta vez aceitou, não conhecia ninguém.
Contou que tinha vindo com seu pai, sua avô, que estavam
todos bem, que Sarah estava fazendo universidade em Oxford, Jessica estava no MIT, dizem que fui modesta,
porque poderia ter escolhido qualquer coisa, mas escolhi fazer engenharia
mecânica. Meus sonhos são outros.
Mas tu, não imaginava essa ideia. Estava sempre jogando, pensei que ias te
transformar em um jogador da NBA.
Nunca pensei nisso, usava o basquete para me relaxar, muitos
problemas em casa, precisava de algo que me fizesse centrar, como conseguir
passar uma bola por ti, fazer uma canastra na tua frente, para me olhares.
Antes que siga por esse caminho, tens que saber de uma
coisa. Estou em processo de resignação
de sexo. Sempre me senti um homem,
venho fazendo terapia a anos, a semanas comecei os tratamentos com
testosterona. Portanto não vá por aí,
daqui um tempo serei um homem, a não ser que queiras ser meu escravo sexual.
Aceito, digo sem pensar.
Ela ficou olhando para ele.
Como podes dizer isso’
Olha, me apaixonei por ti, no dia que rompeste com o útero de
tua mãe, apareceste na escola com os cabelos mal cortados, de calças jeans pela
primeira vez, camiseta, tênis, soube nesse instante que te amava. Uma garota que rompe com tudo o que tem, que
os outros acham bonito, para ser ela mesma. Me serviu de exemplo, um dia te
conto minha história, saberás por quê.
Enquanto todo mundo dizia que eras uma lesbiana, eu sabia que
não era. Era outra coisa mais
profunda. Agora me contas isso, só posso
aplaudir, contínuas rompendo moldes.
Creio que podemos ser amigos.
Nunca nos apresentaram, tampouco apesar de jogarmos juntos,
nos falamos pelo nome.
James Hunter, a teus pés, desbravadora do mundo. O teu eu já sei, foi a primeira coisa que
procurei saber.
Assistiram outra aula, de cálculo de estruturas
mecânicas. Enquanto todo mundo fazia com
computador, ou calculadora, ela fazia na ponta do lápis. É mais rápido que o próprio professor.
Isso ela sempre tinha tido que manejar, os professores não
gostam que os alunos saibam mais do que eles.
Atrasou-se de propósito para que a solução final dissesse um outro
aluno.
James lhe perguntou baixinho, mas tu foste mais rápida, por
que ficaste quieta?
Ninguém gosta de competir com mulheres, no meu caso por
enquanto, segundo os professores não gostam que saibas mais do que eles. Eu fiz esse exercício mil vezes, até
conseguir raciocinar com precisão.
Tens que me ensinar a fazer ou melhor pensar assim.
Saiam da aula com camaradagem. Ela lhe perguntou aonde estava vivendo?
Numa pensão em que as baratas te dizem bom dia, boa noite,
perguntam que sanduiches traz para comeres. Essas coisas.
Venha comigo.
Ele quando viu o Jeep, ficou como louco.
Ainda estou mexendo no motor, para fazer com que renda mais,
pensei em trocar umas peças, tenho que procurar um ferro velho, para ver se
encontro peças, para substituir.
Adoraria, mexer nesse jeep contigo. Estava sério, creio que
posso aprender muito de ti.
Quando chegaram em casa, o apresentou a sua avó. James foi companheiro na escola aonde
vivíamos. Disputei muitas bolas nos
jogos com ele.
Senhora ela está mentindo.
Me tirava todas as bolas, justo quando ia fazer algum ponto, sempre foi
melhor do que eu jogando.
Essa é minha neta.
Agora estamos estudando a mesma coisa, mas já vi que vai numa
dianteira muito mais avançada do que podia esperar.
Bom, o caso que ele está vivendo numa espelunca, podíamos
ceder aquele quarto do sótão, para ele, o que a senhora acha?
Por mim, estupendo, assim tens companhia para estudar.
Venha vou te mostrar o sótão. Ele subiu imaginando um lugar cheio de
tralhas, estava vazio, só tinha uma cama, uma mesa de estudos.
Caramba, imaginei ao contrário. Que estava cheio de tralhas como o da casa
dos meus pais. Eu usava as tralhas para
fazer um fortim para que não me encontrassem.
Estaria estupendo viver aqui, mas achas que teu pai vai
consentir. Depois preciso encontrar um
trabalho pela tarde, pois minha bolsa de estudos não dá para muito.
Isso falamos depois.
Vamos falar com a baratas, para saber se permitem que saias de lá.
Ele foi perguntando como funcionavam as injeções de
testosterona, se doíam muito, como funcionavam.
Ela lhe foi explicando mais ou menos o processo. O duro e que as vezes meu pai tem curso
justo no dia que me escalam para tomar os medicamentos, ou tenho que falar com
o psicólogo. Nos dias do medicamento, tenho que ficar um tempo depois por la,
esperando passar os efeitos mais imediatos.
Nesse dia não devo conduzir.
Não seja por isso, posso te acompanhar.
Porque estas aceitando tudo com normalidade.
Gostar de ti, sempre gostei.
Mas quando me disseste não, entendi que havia alguma coisa que eu não
sabia. Podia até ser que tivesses algum
romance com alguma das tuas amigas, ou fosse alguma coisa completamente
diferente. Um dos meus companheiros, um
dia disse que tinhas alma de homem.
Agora vejo que tinha razão.
Nesse dia fiquei furioso com ele, se os outros não nos separam tinha
metido a mão nele. Se é isso que sentes,
tenho que respeitar, não me toca outra coisa.
Serei teu amigo, já me contento com isso.
Sempre tive companheiros, nunca tive amigos. Primeiro porque erámos de outra cidade, depois
em casa sempre faltava tudo. Trabalhei
muito tempo fazendo entregas para o supermercado, depois das aulas. No último ano, trabalhei direto na oficina
mecânica que me aceitaram. Estudava como
um louco para poder ganhar uma bolsa de estudos. Queria seguir em frente, não ser um nômade
como meu pai. Ficamos na cidade, porque
minha mãe já estava muito doente, não queria mais ir de um lugar para
outro. Meus três irmãos, nesse momento
cada um está num lugar diferente. Dois
seguiram a vida com meu pai. Eu sou o
último, a primeira coisa que fiz, foi ir estudar. Minha irmã mais velha do que eu, um belo dia
conheceu um tipo, tinha 17 anos, desapareceu.
Depois morreu minha mãe, fiquei sozinho, para acabar o último ano. Dormia nos fundos da oficina, mas ia as aulas
todos os dias. Quando pedi a bolsa de
estudos, me disseram que tocava a ti, mas que não tinhas pedido. O que foi um
milagre, sempre estiveste presente na minha vida.
Essa foi minha vida.
Me admirava da tua coragem, enfrentavas todos aqueles companheiros, não
existia uma equipe feminina, mas enfrentaste o técnico, ele se desesperava, uma
mulher na sua equipe, até que viu que eras melhor que os outros. Com os cabelos curtos, sempre enganavas, ele
te chamava de Bill, as escondidas, jogava na cara da gente que não tínhamos
vergonha de ter uma companheira melhor.
Os outros as vezes te odiavam, mas aprenderam a te respeitar. Na minha frente diziam, que não estava
permitido falar mal de ti, porque eu perdia a paciência muito fácil.
Realmente era uma pensão horrível. Ele só tinha um saco velho militar, com suas
coisas.
Quando chegaram em casa, todo estavam esperando para jantar. Ele viu que ninguém rezava, o fez sozinho,
sem cobrar dos outros.
Seu pai lhe fez milhões de perguntas. Ele educadamente respondeu a todas.
Agora só preciso arrumar um emprego para ter um dinheiro além
do da bolsa de estudos, Billie viu a espelunca que estava. Isso aqui me parece um palácio.
Ortega lhe perguntou seus horários livres?
Depois das aulas estou livre, estudarei de noite. Posso
trabalhar inclusive sábados e domingos se fizer falta.
Quem soltou a solução foi sua avó. Ele poderia levar os livros, preparar
referencias de mercadorias, ajudar a descarregar caminhões, pois o vejo forte
para isso.
Obrigado, a senhora está sendo gentil demais. Eu nunca renego nenhum trabalho. Trabalho a muitos anos, para sustentar minha
mãe. Quando ela morreu, fiquei morando
nos fundos da oficina que trabalhava.
Não era tão boa como aonde Billie fazia seus trabalhos. Mas se fosse ficar lá, viveria na sombra dela. É boa demais.
Nem se atreva a ficar contanto papos sobre mim James, de dou
uns cascudos que veras.
Seu pai ficou olhando os dois, soltou de repente, já sei quem
eres. Um dia Billie veio me contar que
um companheiro da equipe de basquete a tinha convidado para sair, tipo
namorados, que ela o tinha mandado as favas.
Esse eras tu.
Ele riu, pronto meus segredos todos amanhã estarão nos
jornais. Sim era eu. Não me arrependo em nenhum momento. Como hoje ela me contou o que está fazendo,
a admiro suficiente para respeitar suas vontades.
Admitido na família, aqui não precisas pagar nada, terás
comida, cama grátis, iras ajudar o Ortega todos os dias pela tarde. Ele é nosso sócio na loja.
Ortega ria, sabes que cada vez que me a presentas alguém eu
fico rindo como um bobo, porque sou teu sócio.
Fazes questão disso.
Ora Ortega, mantiveste a loja, como poderias a ter esvaziado
completamente, nos deixando arruinados.
Mas ao contrário, tudo seguiu igual.
Não reconheceram teus méritos, por isso agora faço questão disso. Aliás queria que pensasses numa coisa. Porque não montamos um serviço de assistência
aos clientes com os homens que arrumas sempre para as obras, os melhores
poderíamos ter diretamente ligados a loja.
Assim quando vem alguém comprar podemos oferecer o serviço técnico. Faríamos um cartaz falando sobre isso.
O cartaz posso fazer, soltou o James, sempre fiz para os
lugares aonde trabalhava.
Estude isso Ortega, já tens um novo ajudante de como
organizar isso.
A cara do Ortega era curiosa. Sabes quantas vezes falei isso para o teu
tio? Nunca me escutou, eu dizia que
perdíamos uma chance de ganhar dinheiro.
Mas isso não era com ele. Queria
estar na farra.
Bom agora somos outros teus sócios, vamos tocar isso para
frente.
Minha mãe, está ficando cansada para se locomover todos os
dias a loja, passe esse trabalho para o James.
Pai, ele se ofereceu para ir me buscar nos dias que o senhor
não pode, lá na clínica. Seria coisa
rápida, lhe aviso, vai me buscar, me traz para casa.
Só te aconselho uma coisa filho. Não coloque música no Jeep, nem fale nada,
ela vem com um humor de cachorro. É
capaz de morder todo mundo.
Eu aguento, já levei muita porrada na vida seu Rick, sou
capaz de aguentar muita coisa.
Agora iam as aulas juntos, de noite se sentavam no sótão
estudando, até a hora do sono bater.
O que ele não tinha entendido da aula, ela lhe
explicava. Debatiam as ideias até
ficarem com sono.
Algum comentários na faculdade, se estavam namorando, ou coisa
similar. Ele descartou rápido as
perguntas, dizendo que eram grandes amigos de infância.
Os professores estavam contentes com os dois. Nos sábados, saiam procurando peças para
montar um motor que tinha realizado em classe.
Usavam a garagem que ficava embaixo da casa para isso.
O jeep, agora parecia um carro zero quilômetros, já não fazia
o ruído de antes.
A primeira vez que ele foi busca-la, entendeu o que
passava. Estava sentido dores, tinha
tido uma reação não esperada a injeção.
Quando ele chegou estava deitada num dos quartos da clínica. Ele ficou ali quieto até ela melhorar. Depois a ajudou a subir no jeep.
Na vez seguinte, que tinha psicólogo, comentou com ele o
encontro dos dois. Imagina, eu pensava
naquela época que os garotos se contentavam me chamar lesbiana. Ele vem se declara para mim. Evidentemente tirei o corpo fora. Agora, estudamos juntos, ontem veio me buscar
na clínica. Diz que me aceita. Não sei o que pensar. Embora seja no momento o único amigo que
tenho. Estudamos juntos conversamos.
Gostas dele para viver a vida inteira com ele?
Nem pensar. Quero ser um homem. Como sempre sonhei.
Bom nesse caso, não vejo problemas de convivência.
Dias depois notou o crescimento do seu clitóris, anotou no
caderno isso, viu que seu bigode começava a surgir do nada. Uma leve penugem perto das orelhas.
Dias depois levantou com dor de garganta, antes de ir à
universidade, James a levou a clínica. O médico a examinou, disse que era
efeitos colaterais do tratamento. Ainda
brincou que dentro de um tempo teria bigodes tão grandes como os
mariachis. Seu corpo todo estava se
transformando.
Anotava, mas os outros também. Um dia estava falando com o James de um
exercício que estavam fazendo, quando notou que sua voz mudava de tom. Ficava mais rouca, aveludada, mais masculina.
James ainda brincou, pois tinha percebido sua própria
reação. Se me falas com esse tom no
ouvido, te deixarei me penetrar com suavidade.
Ela lhe deu um tapa na cabeça. Só pensas nisso?
Na verdade, não. Tenho
pensado que enfocamos errado o propulsor do motor, creio que devíamos
experimentar outro tipo de material.
Por curiosidade insistiu.
Nunca pensas em sexo?
Sim, como todo ser humano, principalmente na nossa
idade. Mas sempre me contive com relação
as mulheres. Vou ser honesto, sempre
tive medo dos relacionamentos, via a vida dos meus pais. Eles não encaixavam. Ele não podia estar quieto em nenhum lugar,
tinha que estar sempre em movimento. Ela
acabou se cansando, usou como desculpas que eu, minha irmã precisávamos ir à
escola. Disse que depois o
seguiria. Mas nunca mais moveu um dedo
para procura-lo. Nunca mais soubemos
dele, nem dos meus irmãos. Depois
escutava meus colegas falando dos pais, escutava os famosos choque de
gerações. Bom histórias que não nos
falta, como mal exemplo. Sou jovem,
tenho um outro problema, nunca pensei em ter filhos.
Uma vez na escola, já no último ano, numas entrevistas que
nos faziam, me perguntaram meus objetivos.
Eu respondi que era estudar, até finalmente me sentir realizado com o
que fazia. Meus companheiros de equipe,
sempre saiam de festas, me convidavam, mas sempre tinha desculpas. Não encaixava no modo de vida deles, eram superficiais,
com mamãe, papai soltando a pasta, vida fácil.
Eu não tinha isso, tampouco invejava.
Pois sempre gostei de trabalhar, me sentia útil. A única lastima que tenho, foi de não ter
percebido que minha irmã, era totalmente oposta a mim. Não gostava de estudar, queria boa
vida. Seus companheiros de escola, eram
sempre maus elementos. Não adiantava
falar, me dizia que era mais velha do que eu, tinha mais experiência. Mas creio que não.
Você foi a única pessoa que me atraiu. Hoje fico pensando, que talvez te seguia como
exemplo, as vezes te via como um homem.
Muitas vezes me perguntei se tu fosses homem, se ia me interessar por
ti. A resposta hoje seria sim. Creio que estou é precisando falar com um
psicólogo.
Na próxima vez que eu for, marco hora para ti. Ok.
Justo nessa noite por ter pensado tanto no assunto. Em seus sonhos, a viu como homem, se
desnudando, ele admirando seu sexo. Sua voz por detrás dele gemendo de prazer,
que teve um orgasmo. Acordou assustado.
Ficou andando pelo quarto, pensando nisso.
Quando foi falar com o psicólogo, contou o sonho. Nunca me senti atraído por nenhum
companheiro. Isso que tinham corpos
bonitos, mas quando abriam a boca, só se escutava asneiras. O mesmo pensava quando escutava uma mulher
de voz estridente, ficava imaginando a mesma na cama com o marido. Como ele podia suportar escutar aquela voz.
O sexo nunca esteve muito presente em meus pensamentos, pois
minha necessidade real era sair de aonde estava, conseguir entrar para a universidade. Poder estudar. Tive a sorte de encontrar a Billie, que me
ajudou a encontrar um lugar para viver, aliás mais claramente, uma família,
como eu nunca tive.
Contou todas as coisas que se lembrava da juventude deles,
nunca tinha pensado nada de mal a respeito dela. Seus amigos ficavam furiosos porque ela
roubava a bola na cara deles, sem prestar atenção quem eram. Eu admirava sua maneira de se comportar. Ficava furioso quando diziam que era
lesbiana. Pensava comigo mesmo, se ela
é, isso é parte de sua vida.
Quando me contou o tratamento, fiquei surpreso, mas logo
entendi uma série de coisas, agora as coisas se encaixavam. De brincadeira lhe disse que a deixaria me
penetrar para usar seu novo piru. Mas
no fundo era verdade, agora tenho consciência disso, se escuto sua voz como
esta agora, meio rouca, falando no meu ouvido, sou capaz de deixar que faça
comigo o que quiser.
Nunca te sentiste atraído por nenhum outro homem?
Como comentei, creio que a cabeça das pessoas, influi muito
na possível atração que sinta, numa equipe de basquete, as vezes fica
difícil. Principalmente se são
jovens. Não pelos companheiros nunca
senti atração nenhuma. Outro dia, pela
primeira vez me interessei por alguém, um professor. Sua cabeça é brilhante em termos de
física. Mas depois ao escutar um
comentário que fez com relação a uma professora, fiquei decepcionado. Tem um físico bonito, mas tirando a
inteligência, quando fala as coisas, tudo toma um cariz vulgar.
Mas a verdade, é que sou virgem, nunca tive experiencias
sexuais. Tampouco sobrava tempo. Me
masturbava é claro, mas nunca usei imagens, revistas, vídeos, essas
coisas. Estava sempre interessado em
explorar meu próprio corpo.
Descobri meus pontos sensíveis sozinho. Uma vez escutei uma garota comentando, ela
fazia sexo com o capitão do time de futebol americano. Um tipo imenso, mas ao comentar com a amiga
dizia que acabaria casando com ele, porque sua família tinha um bom patrimônio,
que seria político ou coisa que o valha.
Mas que na cama, ele só estava interessado em seu próprio prazer, nunca
tinha se preocupado com o dela. Para
meu prazer prefiro me explorar com meus dedos, ganho mais.
Marcaram de seguir conversando.
Quando ele saiu, agradeceu a ela ter conseguido marcar a
entrevista.
Estou me sentindo melhor, creio que coloquei para fora muitas
coisas, agora começo a ver com claridade uns certos detalhes que passei por
alto, ao só me preocupar em estudar.
Um dia ao sair de classe, notou que ela ria. Perdi alguma coisa, para estares rindo?
Sim, tem alguém interessado em ti. Quando respondia a pergunta do professor, te
olhava com adoração.
Quem?
Aquele aluno moreno, outro dia na lanchonete, vinha com a bandeja,
em nossa direção, mas deve ter pensado bem, voltou atrás. Tu não viste por que estavas de costa.
Se me interesso por ele, ficaras com ciúmes?
Não tenho por que ficar com ciúmes, é a tua vida. Só não quero perder essa amizade entre nós
dois, isso sim me faria mal.
Na semana seguinte, ela foi ao médico de manhã muito cedo,
teria uma revisão, com muitos exames para fazer.
Ele foi sozinho a universidade. Estava sentado no claustro da universidade
pensando, olhando para o celular se tinha algum recado dela. Quando o rapaz se aproximou.
Hoje não estas com tua namorada?
Não tenho namorada, Billie é minha melhor amiga, nada mais.
Ah, sentando-se ao seu lado, soltou, então tenho
esperanças.
Começaram a conversar, disse que tinha inveja, pois os
companheiros que lhe tocavam para fazer projetos tudo sempre recaia para
ele. Alguns não fazem o mínimo esforço
para compartilharem. Pior que acabas
fazendo, eles ganhando nota a tuas custas.
Não gosto muito disso.
Tenho até inveja do projeto de vocês, quando apresentam
alguma coisa, se vê de debateram muito, estudaram as razões etc.
Podemos sair uma noite dessas para tomar umas cervejas.
James foi claro, não bebo, nem socialmente, perdão, mas tenho
falta de tempo, ou estou trabalhando, ou estudando.
O outro colocou mão em cima da sua, não tens que pedir
perdão, eu entendo.
Ficou com vontade de lhe dar um beijo, ali mesmo, se sentia
atraído agora pelo rapaz.
Merda soltou.
O outro se assustou, que foi que eu disse errado.
Ele acostumado a verbalizar com a Billie, disse que sentia
vontade de lhe dar um beijo, que agora não poderia se levantar da mesa, pois
estava excitado.
O rapaz riu, pois gostaria das duas coisas. queres vir ao meu apartamento?
Gostaria, mas pode ser que tenha que sair correndo, pois
tenho que ir buscar a Billie no médico.
Estavam nas preliminares, quando está lhe mandou uma mensagem
que iria demorar mais uma hora. Que já lhe avisava.
Teve sua primeira relação sexual com um homem. Gostava do
cheiro do corpo do outro, seu toque, seus beijos. Mas teria que descobrir até que ponto isso
era importante para ele.
Quando foi buscar a Billie não lhe contou nada, pois estava
com um humor horroroso, reclamou que ele tinha se atrasado. De maus modos perguntou pelas aulas. Ele foi falando o temário, ela o mandou
calar a boca, pois sua voz estava lhe dando dor de cabeça.
Ficou quieto até chegarem em casa, sem dizer nada ela desceu
do jeep, subiu, se fechou em seu quarto.
Um daqueles dias comentou sua avó. Esse processo é doloroso. Está deixando de ter a menstruação, se sente
confusa, irritada, devem doer os peitos, uma serie de reações aos medicamentos.
Não a viu até o dia seguinte. De noite foi dormir com seu novo amigo.
Quando ela o encontrou estava com ele, lhe apresentou, Peter,
um novo amigo.
Ela sorriu, eu não te disse. Está apaixonado por ti. Depois ele comentou que tinham dormido
juntos, que se sentia bem.
A mesma conversa teve com o psicólogo. Este sorria, pois tinha atendido a Billie
antes, esta tinha comentado o assunto.
Lhe perguntou se tinha ciúmes.
Claro é o único amigo que tenho, se o outro me rouba esse
amigo estou ferrada. Mas claro é um
direito dele. Tem sua necessidade de
alguém. Eu imagino que daqui um tempo
também terei.
Ele ao conversar, contou a experiencia. Creio que cheguei
tarde ao mercado do sexo. Claro que
Peter tem mais experiencia do que tenho.
Mas creio que me sai bem. Gosto
de seu contato. Mas lhe avisei que a
amizade da Billie é muito importante para mim. Ele entendeu.
Terei que lidar com isso, das necessidades dela, das minhas,
das do Peter. Creio que será complicado,
pois estarei no meio do fogo cruzado.
Peter o convidou para sair com alguns amigos dele. Voltou decepcionado.
Quando Billie perguntou por quê?
Quando está com os amigos, não sei por que pensam que sendo
gays, as conversas têm que ser tontas.
Quem dorme com quem, tamanho do piru, coisas do gênero. Isso me é irritante. Acabei bancando o idiota, me levantei para ir
ao banheiro, desapareci. Ele me chamou
várias vezes, mas não respondi.
Acho que as pessoas têm essa tendência. Ninguém quer conversar serias. Outro dia na consulta aconteceu o mesmo. Um rapaz que se está transformando em mulher,
sua preocupação era se o futuro namorado que espera ter, se tiver o piru grande
como vai ser. Na hora não entendi. Devo ter ficado de boca aberta pensando, pois
riu dizendo, vais pedir um piru de quantos centímetros. Juro não sabia o que responder.
Ou sou imatura demais, ou como nunca me preocupei com o
assunto, me verei falando do mesmo.
Isso foi conversa dos dois com o psicólogo. Creio que é natural isso, as garotas quando
se encontram também comentam essas coisas, pode ser uma coisa de idade. As mulheres solteiras, também fazem esse
tipo de comentário, imaginem os homens, que contam entre si todas as relações
que têm, para se ufanar. Creio
realmente que tudo isso começa nessa idade. Pode ser que te sintas deslocado,
por isso.
Mesmo comigo, chegaste aqui, disseste que tinha dormido com
Peter, que ele tinha mais experiencia que tu, mas não entraste em
detalhes. Alguns clientes, são capazes
de quererem contar todos os detalhes, lhes dá morbo.
Creio que comigo, é por uma falta de hábito, estive sempre
preocupado com me sair bem, para conseguir uma bolsa de estudos.
Quanto a Billie, ele recomendou que ela fosse a uma reunião
em grupos de transexual, pois tinham todos os mesmos problemas, escutasse, se
quisesse falar. Lhe comentou que tinha
um grupo que ele dirigia, lhe deu o endereço.
Quando ela comentou com o James, lhe perguntou se não se
incomodava em ir com ela, nem que fosse só a primeira vez.
Ok, vou contigo.
Chegaram justo quando começava a reunião, ela se sentou na roda, ele
mais atrás, mas o psicólogo, o chamou para a roda. Avisou o James, não está em fase nenhuma,
pois está contente com o que tem.
Ele ficou ali escutando cada pessoa, as dúvidas, as vezes de
um, esclarecia as dos outros que estavam ali.
Como seria a operação, se depois preocupava todo mundo. Por mais que os médicos explicassem, eram
muitas informações, estás já surgiam quando a pessoa estava já no
processo.
Ele explicou que dependia de cada um, conhecia casos de
pessoas que já estavam operadas a tempos, mas que não tinham tido nenhuma
relação, estavam aproveitando o momento da liberação, se conhecendo, para saber
quem finalmente eram.
Um deles perguntou se alguém se arrependia?
Claro que sim, por isso o processo é lento, mas mesmo assim,
isso é possível de acontecer.
Tu por exemplo estás no processo final. De que tem medo?
De muitas coisas, nunca falei nada disso a minha família. Levei esperando essa oportunidade a muito
tempo. Não creio que eles aceitassem,
pois, são ultra religiosos. Creio que
tudo isso iria contra suas crenças.
No final, Billie falou, disse que em vista do que tinha
escutado, ela era agraciada, pois sua família sabia desde o princípio. Que seu pai, sua avô, a apoiavam desde o princípio,
meu amigo, sabe, por isso me acompanha.
Quando o psicólogo perguntou ao James o que lhe tinha parecido
a reunião a resposta foi sincera. É
tudo muito complicado, pois não só os problemas pessoais, incluem o futuro
problema de aceitação. Talvez o medo de
frustração, a pergunta no fundo é vai funcionar?
Porque não ficam, agora, tenho um grupo de pessoas que já
fizeram a transição, escutaram coisas boas outras nem tanto.
Ao parecer, eram pessoas já mais maduras. Uma
das mulheres, que começou primeiro, disse que seu filho, mesmo depois de dois
anos de ter-se transformado em mulher, não aceitava. Mas acreditava que tudo era devido as frustrações
de sua mãe, que sentia ter sido usada por ele, durante anos.
Quando chegou a vez de um homem lindo que estava ali, este
comentou que tinha sido promovido no exército. Mas creio mesmo que fizeram isso, para me
colocar num escritório, para que os outros não tenham tanto contato
comigo. O que estou fazendo agora, é me
preparar, para voltar a universidade.
Tenho que encontrar alguma outra profissão em que possa sobreviver como
estou agora.
James, estava louco, pois não conseguia tirar os olhos do
outro. Se sentia atraído pela sua
beleza, a maneira clara como falava. O
psicólogo tinha se esquecido de dizer que o James acompanhava sua amiga, que
não estava no processo.
Quando ia falar isso, James, se virou para o outro rapaz, lhe
perguntou, te sentes agora mais atraído por homens ou por mulheres?
Isso as vezes me confunde.
Estou te vendo me olhar, imediatamente me senti atraído por ti, mas
nunca tive nenhuma relação com ninguém.
Estive após a operação, lambendo minhas feridas, tentando ser aceito
pela minha família que é imensa. Alguns
aceitaram bem, outros nem tanto.
Na última reunião de família, as perguntas dos mais jovens
era como me deviam chamar agora, eu não mudei meu nome porque tanto pode ser
masculino como feminino. Mas sinto que
eles tem mais problemas do que eu, para encararem com normalidade.
Um único irmão que me apoiou desde o princípio é gay, talvez
por isso me aceitou, me acompanhou na operação.
Com ele posso me abrir, mas com os outros não. Funciona como, não te pergunto, tu não me
explicas.
O que era mais velho do grupo, disse que tinha demorado
demais tomar a decisão, ao mesmo tempo estive tanto tempo escondido num armário
escuro. Que todo o processo o fiz, só para mim.
Ninguém me acompanhou, mas quando tudo terminou, que voltei a trabalhar,
a princípio foi um escândalo, alguns pensavam que fazia isso para
provocar. Que só me vestia de mulher, se
não fosse competente no que trabalho, basicamente teria perdido meu emprego.
A princípio queriam que eu ensinasse alguém a trabalhar, mas
me neguei, agora tudo funciona mais ou menos 80%, alguns ainda me olha de
esquerda. As mulheres quando me veem
entrar no banheiro feminino, são as que menos me aceitam.
Se sentiam melhor com esse grupo mais maduro. Billie, comentou todas suas dúvidas,
esclareceu que não podia, nem queria se preocupar com o depois, pois queria ter
a cabeça totalmente voltada para isso.
Disso ao psicólogo que se sentia melhor nesse grupo, apesar
de ser a única que não tinha ainda feito todo o processo. Mas era mais maduros. Havia ansiedade, mas no outro grupo a
ansiedade era impressionante, lhe deixava nervosa.
Venham quando queriam.
Se encontraram na saída com o rapaz bonito. Começaram a conversar, foram tomar um café,
este riu quando James disse que se sentia atraído por ele, que tinha saído do
armário a pouco tempo, mas tinha curiosidade.
Eu trabalho num bar gay, tomo conta do local, ajudo na barra,
por que não aparecem?
Os dois riram, nunca fomos a um lugar desses, somos virgens
nessa história.
Mas ficaram de ir, Billie, comentou que levaria seu pai, além
do tio Ortega.
Mas vai levar teu pai por quê?
Ele saiu do armário depois que viemos para cá, até então se
dedicou ao negócio de família, a me cria, coisas do gênero.
No sábado foram todos, nenhum dos dois queria ir, mas
acabaram aceitando.
Eles, olharam tudo de boca aberta. Rusty, como se chamava o rapaz do grupo, veio
falar com eles, o melhor lugar é perto de aonde eu fico, na barra, junto ao
caixa, ali, vocês podem observar tudo, dançar.
Ortega a princípio estava meio incomodo, disse ao Rick que
vinha antes a esses lugares com seu tio.
Que depois ele começou a tomar drogas, queria fazer sexo com todos.
Rick olhou tudo, examinou, virou-se para o Ortega, disse que
se tivesse que escolher, ficaria com ele.
São muitos jovens para mim, os que regulam com minha idade,
querem estar com esses jovens como se fossem recuperar a juventude. Eu ao contrário sei que minha juventude,
ficou para trás, que mesmo que queira recuperar não será possível.
Estavam os dois bebendo tranquilamente, quando o Rusty que
estava basicamente ao lado deles, mas dentro do balcão, perguntou se os dois
tinham uma relação. Fazem um belo par.
Disse que concordava com o Rick, pois era isso mesmo. Ele mesmo tinha pensando muito a respeito,
quando comecei a me transformar, as pessoas me olhavam diferente, eu não
encaixava em nenhum tipo. Trabalhei de
tudo que foi possível, para ter dinheiro para virar um homem. Até em obras trabalhei. Por isso fiquei com
esse físico. Mas tive que aquentar
todos os tipos de maldades, brincadeiras de mau gosto. A maioria pensava que eu era um
lesbiana. Mas realmente me sentia um
homem. Mas não pensei que depois me
sentiria atraído por outro homem. Mas
não sei se é pelo ambiente fica mais difícil.
Estou procurando emprego, para deixar de estar aqui. Se souberem de algo me digam. Faço a contabilidade daqui, as compras, uma
série de coisas.
Ortega lhe deu um cartão da loja, disse que passasse por lá
para conversar.
Rusty, riu, ok, irei, mas vocês dois, deviam experimentar
estarem juntos.
Rick olhou Ortega nos olhos, ele bem vestido, era muito
bonito, moreno, atrativo. Agora já não
usava a barba de quando o tinha conhecido, estava mais cuidado. Ficaram ali, um
ao lado do outro, os mais jovens não paravam de dançar. Nunca tinham se divertido tanto, Rusty da
barra comentou, hoje me interessei por esse garoto, mas me contou que não tem
experiencia, eu por princípio tento não machucar ninguém. São jovens, olha como se diverte os dois.
Ele foi apaixonado pela minha filha, contou que a atração que
sentia, era porque ela parecia um menino.
Os dois sempre viveram para estudar.
Agora dá gosto ver os dois estudando, criando coisas juntos. Estão trabalhando num motor para alta
competição, dá gosto de ver. Adoram
mecânica.
Estavam ele, Ortega, olhando para o Rusty, quando se viraram,
estavam frente a frente um do outro, daí para um beijo, foi só um passo.
Quando chamaram os meninos para irem embora, pois Rick ficava
preocupado com sua mãe, sozinha em casa.
Os dois estava super suados. Se
despediram do Rusty, todos lhe beijando, o Ortega disse que passasse pela loja.
Quando chegaram em casa, cada um foi para seu quarto, Rick,
resolveu tomar um copo de leite, quando chegou a cozinha, encontrou o Ortega
sentado na mesa, com os cotovelos apoiado a mesma, com a cara apoiada nas mãos.
Em que estas pensando?
Em ti, em como eres diferente do teu tio. Claro nos dois somos mais ou menos da mesma
idade, imagine, eu fui trabalhar na loja, para o teu avô. Ele logo que me viu, me atraiu, nossa
diferença de idade era grande, mas isso não impediu que eu me apaixonasse por
ele. Mas me colocou todos os cornos
possíveis. Me deixou plantado, vivendo
ali nos fundos da loja, cuidado de tudo para ele. Quando descobriu que estava fudido, voltou
para que eu cuidasse dele. Mas era
tarde nos dois sentidos. Não sentia mais
nada por ele, tampouco durou tanto assim para que lhe cuidasse.
Mas desde que estou aqui, me sinto em família, vocês me
tratam bem, mas desde que te vi, fiquei com medo de me apaixonar.
Rick sentou-se na frente dele, pegou sua mão. Eu também, mas falavas tanto no meu tio, que
guardei distância. Eu quero mais é
estudar Ortega, gosto de escrever, se quiseres um dia te mostro meu trabalho.
Ia adorar Rick. Sempre
gostei de ler. Tiro da biblioteca muitos
livros para ter o que ler de noite na cama.
Estavam os dois de mãos dadas, mas a mesa os impedia de mais
coisas. Quando se levantaram, estavam os
dois excitados, Rick perguntou, no teu quarto ou no meu. Foram abraçados para o quarto do Rick.
Meses depois, nas vésperas da operação as amigas Sarah,
Jessica, avisaram que vinham passar um final de semana. Billie
nem reconheceu a Jessica, estava completamente diferente, se vestia bem, os
cabelos bem penteados, Sarah ao contrário mais relaxada, não tinha deixado seu
glamour, mas estava como ela dizia trabalhando sua cabeça para mudar, deixar de
ser tão superficial.
Jessica, comentou, como estava em fase de práticas, lhe
aconselharam mudar sua aparência, pois como estava antes, não ia conseguir
nada.
Estiveram as três conversando até tarde, Ortega tinha
oferecido seu quarto para elas, já que basicamente dormia no de Rick. Mas elas tinham se surpreendido com encontrar
o James, não contaste que ele estava vivendo aqui.
Pois se revelou um grande amigo, me acompanha nos dias que
tenho que tomar injeções, compartimos trabalhos na faculdade, saímos para
dançar, para me relaxar, nunca sai com ninguém, faz questão de vir comigo para
casa.
Sarah brincou dizendo que isso era história de amor velho. Mas o que mais me surpreendeu foi saber do
teu pai.
Minha avô esta super feliz, pois gosta muito do Ortega. Esse leva hoje diretamente os negócios, os
dois o fizeram sócio.
Nessa noite saíram todos para irem ao bar do Rusty, esse
abraçou a todos, ficou encantado com a Sarah.
Ela também. Peter falou com Billie, resolveram lhe
avisar. Mas ela não se importou.
No final da noite, estava super feliz, tinham desaparecido
durante um tempo, voltaram rindo.
Lastima que vou embora, senão ia ter uma relação com o
Rusty. É como fazer sexo com uma pessoa
que sabe literalmente como te dar prazer.
Ortega na hora de saírem, voltou a dizer ao Rusty que ainda
estava lhe esperando para uma entrevista de trabalho.
As três ficaram até tarde conversando, no domingo saíram para
passear somente as três. Ortega ainda
brincou com o James, tens que te juntar com a turma dos velhos.
Ortega, não sabes o que estas falando, eu me sinto muito
melhor com vocês, que com o grupo de gente jovem. Com os de mais idade, posso conversar, sem
estar preocupado em escutar conversas que me enchem o saco. Sei que é próprio da idade, mas como amadureci
na porrada, me parece tudo superficial.
Não tenho tempo para isso.
Na reunião seguinte que foram com os que já estavam no
estágio depois da operação, aonde se sentiam melhor. Notou um rapaz que como ele se sentava mais
afastado. Viu que era uma mistura de
chinês ou japonês com alguém mulato ou negro.
Tinha a pele azeitonada, cabelos negros escorridos, uns olhos negros
impressionantes.
Estava acompanhando um amigo que tinha feito a operação. Era a primeira vez, estava justo sentada ao
lado de Billie. Todos estavam voltados
para a Billie, lhe davam coragem para a operação. Justo esta, lhe dizia que finalmente quando
se tinha olhado no espelho, nua de corpo inteiro, pela primeira vez me senti
livre. Se virou, disse que seu amigo
Jacques, era quem tinha acompanhado tudo, imagina, minhas primeiras dúvidas
contei a ele, quando vivíamos num orfanato.
Nunca me quiseram adotar porque me vestia como uma menina, ele por ser
uma mistura de raça. Mas isso nos
fortaleceu a amizade. Escolhi o nome de
Corine, agora estou mudando meus documentos, que como sempre é complicado. Depois da reunião os apresentou ao Jacques.
De perto era mais interessante. James, estava de boca aberta, quando escutou
sua voz. Era impressionante. Uma voz profunda, ao mesmo tempo forte.
Foram tomar um café os quatros. Na conversa os dois contaram que sua amizade
vinha desde criança. Sempre fomos
diferente dos demais. Quando saímos do
orfanato, arrumamos empregos, estudando de noite alguma coisa que nos colocasse
para frente. Jacques dizia que podíamos
fazer de tudo menos prostituirmos.
Nunca me considerei um travesti, mas me sentia uma
mulher. Ele com seu tipo exótico, o
corpo que tem pelos trabalhos pesados que teve que aceitar para sobreviver,
atrai muita gente. Mas tampouco nunca
tivemos tempo para ficar indo a festas, coisas assim. Ele me ajudou com o dinheiro que tinha
economizado. Agora tirou férias para
cuidar de mim no pós operatório.
Jacques perguntou ao James, se ia se operar também?
Não, sou como tu, só acompanho a Billie, somo amigos desde a
escola. Me apaixonei por ela quando a
vi vestida de menino. Não entendia muito
bem por que, agora sim.
Nós vamos esse final de semana para relaxar a praia, querem
vir. Para ti será bom Billie, para se relaxar antes da operação, pois na nossa
cabeça surgem milhões de dúvidas, angústias, coisas assim.
James não escondeu que tinha ficado interessado no Jacques,
trocaram número de celular. O melhor foi quando contaram o que estavam
estudando, o trabalho particular que faziam, Jacques contou que trabalhava
justamente com isso, construir motores especiais, para carros de corrida.
Não queres ir até a nossa garagem, para ver o que estamos
fazendo?
Os apresentaram a Beth, que agora tinha uma senhora mexicana
ajudando em casa. Mandou preparar um
lanche para eles.
Tua avó, é impressionante.
Sim me dá todo apoio, espera que eu realize meu sonho.
Num dado momento em que faziam uma experiência com o motor,
James ia pedir uma chave para apertar um parafuso, quem lhe estendeu foi o Jacques,
o contato foi prolongado.
Ficaram se olhando, Jacques se debruçou junto com ele,
roçando seu braço no do James, esse não sabia aonde se colocar, se concentrou.
No final, Jacques disse que estavam construindo um motor
super interessante, que se quisessem poderia trazer um engenheiro de fórmula um
para ver, podia ser interessante. Ele
está construindo um carro muito especial.
Mas o motor não funciona direito.
Quando num momento ficaram os dois sozinhos, lhe perguntou se
queriam tomar uma cerveja de noite com ele.
Claro que sim, aproveitaram para se dar um beijo. A vontade era se agarrarem mesmo ali.
Contou a Billie o que tinha acontecido. Creio que foi uma atração mútua.
Que vida tiveram esses dois, abandonados, criaram um vínculo
familiar entre eles. Isso é muito bonito.
Foi se encontrar com Jacques, mas nem chegaram a beber,
procuraram um lugar aonde podiam estar só os dois. Não posso te levar para casa porque Corine
está lá. Dorme muito mal depois da
operação, o apartamento é pequeno.
Vou perguntar ao Rick se te posso levar para casa. Afinal nunca levei ninguém, a casa é dele,
tenho que pedir licença. Rick junto com
Ortega estavam vendo um jogo de basquete, os dois gostavam muito, quando eles
chegaram. Ficaram vendo com eles o jogo
de mãos dadas como eles estavam. Depois
subiram. Jacques disse, que lugar ideal
tens.
Aproveitou a dizer ao James, que não queria ter com ele uma
relação de dormir, no dia seguinte desaparecer.
Estou querendo te conhecer.
Entre eles a coisa fluiu, James com seu corpo super branco,
ao encostar nu no corpo moreno do Jacques, alucinou. Fizeram sexo se explorando, cada um
procurando no outro seu ponto de prazer.
Isso nunca tinha acontecido com o James.
A partir desse dia nunca mais se largaram, ele trouxe o
engenheiro para ver o motor deles, lhes interessou, conversaram sobre todas as
possibilidades.
Billie, estava mais involucrada agora em sua operação, já que
a data se aproximava, embora tivesse que ter visto bom do psicólogo.
Deixou nas mãos do James a decisão de vender ou não o projeto
dos dois, depois de muitas conversas as vezes varavam a noite a respeito.
Decidiram vender, pois assim pagava sua operação, já tinha
outras ideias na cabeça sobre motores.
Nas reuniões, agora tinha se juntado um rapaz de uns 28 anos,
que tinha vindo de NYC, eram moreno, com uma cara, resultado da mistura de
raças. Dario, no primeiro dia de reunião
contou que seguia com as reuniões com psicólogos, porque depois de sua operação
tinha surgido muitas coisas. Desde
menina, se sentia um homem, no meio de um bando de irmãos, todos homens, a princípio
pensei que o motivo era esse, mas me sentia como eles, para mim brincar de
bonecas, era chato. Queria outra vida.
Fui para a Universidade, conheci uma garota, logo estávamos
vivendo juntas. Mas não me satisfazia,
eu queria ser homem. Como estudava
literatura, comecei a fazer um curso de escritura criativa. Foi quando comecei o processo, coloquei tudo
no papel, fazia como um diário anotando todas minhas reações, não no a nível
corporal, mas a nível psicológico, minhas transformações, como começava a ver o
mundo.
A garota com quem eu vivia, a princípio não gostou. Mas acabou aceitando, sempre dizia que eu era
muito másculo para ser mulher.
Um dos meus professores, leu o meu texto, mandou para uma
editora, que comprou a ideia, revi todo o texto, com o dinheiro que me pagaram,
fiz a operação, mas queria que eu continuasse com um seguinte livro.
Nessa época fiz amizades, num grupo como este, éramos cinco
amigos, com transformações todas de homens.
Me permitiram escrever sobre eles, pois cada um tinha um ponto de vista
diferente de como iam as coisas. Mas
sobre cada um, antes lhes dei um borrador, sobre o assunto.
O pior nesse momento, que já era um homem, a garota, me
rejeitou, fiquei completamente perdido.
Estava confuso emocionalmente, sabia que isso acontecia.
Me pediram de uma revista, que eu entrevistasse um jogador de
basquete, negro. Eu sempre tinha tido
uma certa aversão aos negros.
Ele quando soube que era um transexual, ficou parado me
olhando. Mas a entrevista foi ótima,
trocamos número de celular.
Na surdina começou a me chamar, para conversar, falávamos
muito, um dia se abriu comigo, se sentia atraído por homens, mas no esporte
isso era complicado, tinha feito universidade, com bolsa de estudos de esporte.
Um dia sem querer, quando vimos estávamos fazendo sexo.
Em minha cabeça foi uma coisa impressionante, os homens nunca
tinham me interessado, de repente estava fazendo sexo com outro, quando tinha
me proposto ser homem para fazer sexo com mulheres.
Ele era um pouco mais velho do que eu. Não deixávamos de nos ver, para todos eu era
seu amigo. Mas quando estava comigo, as
conversas poderiam durar horas, me contou de todas suas paixões, tinha uma de
adolescência, que tinha ficado mal resolvida.
Porque claro era precisava se dedicar ao esporte para sair em
frente.
Mas o pior que meu grupo de amigos justo na véspera do
lançamento do livro que escrevia sobre eles, descobriram que eu agora homem,
fazia sexo com outro homem.
Não entendiam, foi um largo debate nas reuniões com o
psicólogo, esse disse que isso era possível.
Nos colocou no grupo uma serie de exemplos.
Meu melhor amigo do grupo, tinha se transformado em homem,
por causa de sua garota, descobriu que ela o traia com outra mulher foi uma
pancada na sua cabeça, se suicidou.
Tudo isso virou uma bela confusão na minha cabeça.
Um amigo do meu namorado, descobriu, comentou com os outros
jogadores, ele com medo como sempre me abandonou.
Por isso resolvi me afastar, para escrever justamente sobre
isso, o fato de ter passado minha vida inteira querendo ser homem, quando
consigo, me interesso por outro homem.
Dario ficou amigo de Billie, tinham papos larguíssimos.
Me dizia de brincadeira, que um dia faria sexo com James,
pois ele tinha uma bunda que o atraia.
Mas respeitava os dois.
Quando Jacques foi trabalhar, porque precisava de dinheiro
para uma escuderia de formula 1 na Inglaterra, James se sentiu abandonado.
Mas justamente ocorreu a operação de Billie, se revezavam
todos para estar com ela no hospital, inclusive suas amigas vieram para lhe dar
apoio.
Quando voltou para casa, um dia sua avó lhe pediu que o
queria ver nu. Billie, que resolveu não
mudar de nome, riu da curiosidade de sua avó.
Mas satisfez seu desejo, depois ficaram as duas horas
conversando. Sua avó lhe disse ao
final, que esperava que ela encontrasse um companheiro.
O apoio de seu pai, bem como de Ortega, agora num
relacionamento completo, pois tinham se casado. Seu pai ia pela segunda edição de dois livros
que tinha escrito, estava feliz, sempre tinha um sorriso na cara.
Com James tinham começado um outro projeto, um motor ligado a
propulsão de energia alternativa.
As conversas com Dario, lhe eram estimulante, continuava indo
as reuniões.
Um dia se enrolou com Dario, ele disse que não podia dar
certo, mas quis experimentar.
Quando contou ao James, ele ficou furioso, como ela podia
criar sempre problemas para ela mesma, as vezes se confundia, a seguia tratando
como mulher.
Ele com o dinheiro que tinha resolveu, ir morar num pequeno
apartamento, pois lhe confundia muito tudo isso.
Voltava agora a sentir a paixão que tinha de adolescente.
Um dia foram a praia, pois seguiam trabalhando juntos, quando
Billie tirou a roupa pela primeira vez na frente dele, mostrando seu novo
corpo, ele ficou como louco.
No meio da tarde, falaram sério sobre eles, ele foi franco,
me sinto confuso, estou indo ao psicólogo, pois me sinto terrivelmente atraído,
agora representas realmente o que eu via quando me apaixonei por ti. Agora eres o homem que eu queria.
Nesse tarde, depois de terem discutido, ele dizendo que era o
final do curso, que tinha algumas propostas, que talvez fosse melhor se
separarem.
Billie foi a seu apartamento, ficou impressionado, como era
bem arrumado, simples, mas tudo no seu devido lugar.
Estava ali, segurando uma cerveja não mão, quando James
passou por perto.
O segurou, puxou para sim, o beijando delicadamente na boca,
dali foi um pulo para a cama, James ria, quando Billie falou na sua orelha com
voz rouca. Com perdi tempo estavas
sempre ao meu lado.
Era a primeira vez que Billie penetrava outro homem, para ele
foi uma realização de um sonho, sem querer para os dois a coisa foi bem.
Se despertaram abraçados um ao outro.
Nesse dia Billie, pediu uma consulta extra com o
psicólogo. Tinha medo de que fosse uma
coisa passageira, perder o único amigo mais próximo que tinha.
Nunca saberás, se não vais em frente, ele te queria como um
homem, eres a realização do sonho dele.
Sem querer do meu também, comentou que quando Dario, falou da
bunda do James, tinha passado a observar, que lhe excitava muito o ver desnudo,
que na cama os dois eram iguais.
Quando contou ao seu pai, esse ria, levaste tempo, esse rapaz
te ama com loucura desde sempre, tu nunca percebeste, mas o querias também.
Nessa época sua avó morreu, mais uma vez James estava ao seu
lado para tudo.
Voltou a viver na parte de cima da casa, os dois agora
dormiam juntos, cada dia descobriam uma maneira nova de fazer sexo.
Levam nisso anos, agora os dois são engenheiros mecânicos, suas
máquinas são um sucesso.
As amigas quando descobriram se mataram de rir, as duas de
brincadeira, diziam que queriam fazer sexo com os dois ao mesmo tempo.
Mas Bill, agora tinha mudado seus documentos, deixou de ser
Billie, para ser Bill, não podia pensar diferente, se sentia um homem em seu
potencial.
Quando Jacques voltou, por um tempo, foi procurar o James,
mas viu que tinha perdido o amor de sua vida, mas respeitava os dois.
Iam agora a uma terapia de apoio os dois juntos, conversavam
entre si, a união dos dois era fantástica.
Um dia quiça adotassem um garoto, ou garota que quisesse ser
transexual, para ajudar.