lunes, 8 de noviembre de 2021

SON SUN

 

                               SON SUN

 

Respirou fundo, agora estava sozinho, teria que tomar todas as decisões, arcar com elas como tinha ensinado seu avô.

Mais que avô tinha sido seu pai, lhe havia ensinado a sobreviver, todas as coisas que sabia da vida.  O vazio era imenso, olhou em volta abaixo da grande superfície que era o lugar aonde viviam.  Só não sabia com certeza que era um dos únicos que restavam na face da terra.

Pelas histórias que lhe contava o avô, tudo tinha começado a muitos anos atrás, aliás contar dias, anos tinha terminado, portanto não sabia dizer sua idade.   Os dirigentes do mundo queriam poder, por isso viviam brigando entre si.

Ameaçavam sempre uns aos outros com suas armas atômicas. Mas quem acabou desencadeando tudo foi o universo.

O homem já estava habitando a lua.  Seu avô tinha feito parte do projeto de como colonizar aquela terra tão difícil.  Ele mais uma equipe de cientistas tinha analisado as amostras, encontrado um lugar com terra semelhante.  Estava num grande vale, uma parte deserta, outra não tanto.   Encontraram enquanto buscavam o lugar ideal, uma grande cova dentro de uma antiga cratera de vulcão, extinto a séculos.  Nele construíram um lugar abrigado de tudo, a luz era obtida do sol, criaram em seu interior uma autentica cidade aonde poderiam viver os novos habitantes da lua.  Quando o projeto foi aplicado na lua com sucesso, o ser humano como dizia ele, sempre tão superficial, fecharam o recinto, o desativaram.

Seus pais também eram científicos, foram um dos primeiros a serem destinados a Lua.   Ele, seu irmão ficaram sob a custodia de seu avô.  Viviam num internato, uma vida cheia de regras, sonhavam se reunirem com seus pais.

Um belo dia o avô apareceu no internato, mandou que reunissem todas suas roupas, livros.  Quando saíram da prisão, como dizia seu irmão, finalmente se sentaram no banco traseiro da 4X4 velha de seu avô, na frente sentava-se seu melhor amigo, científico como ele, Melton, este com sua cara de louco, com os cabelos brancos, sujos, os óculos cheios de adesivos, com sua habitual roupa de laboratório.

Quando seu avô entrou no carro, o outro lhe perguntou se ele tinha certeza do que estava fazendo.

Sem dúvida nenhuma não temos escapatória, ou é agora ou nunca mais.

Passaram por sua casa, colocaram um reboque no carro, se via que estava carregado, pelo peso.   Saíram da cidade, ligaram a rádio do carro.  O comentarista estava nervoso, dizia que até agora os grandes cientistas, a NASA, o governo não tinham solução nenhuma para o grande meteorito que se aproximava.

As pessoas faziam perguntas pelo telefone, etc.  O avô abaixou o volume, contou aos dois, o que estava acontecendo, desde um observatório na lua, tinham descoberto um imenso asteroide, do qual nunca tinham falado, que se dirigia a terra.  Portanto seria como um grande choque, não se sabia dizer qual o tamanho da catástrofe.

Seu avô, mantinha a chaves do local que tinha servido para pesquisar sobre a vida na lua.

Creio que lá estaremos a salvo, tem de tudo.  Vou muitas vezes até lá para me relaxar, continuar minhas pesquisas.

Entraram no deserto, a radio continuava sua confusa conversa, as pessoas procuravam fugir das grandes cidades, a maioria não sabia o que fazer.  O governo estava tentando controlar a situação nas ruas, mas se não encontrassem uma solução imediatamente, seria o caos.

Menos mal que saímos antes desse caos, com certeza isso se transformara numa grande confusão.

Levaram um dia para chegar até o local, estavam cansados.  Tudo o que viram primeiro foi uma cabana com cara de que caia aos pedaços.  Mas quando se aproximaram viram que parecia cair de uma hora a outra.

Ledo engano, pois quando se observava de perto, era toda de concreto armado, imitando troços de madeira velha, atrás tinha uma grande porta metálica.  Os dois velhos, acionaram um sistema elétrico, a porta se abriu, entraram com o carro com tudo que traziam, num grande espaço, como um salão, estava vazio, estava cavado em plena roca. Tornaram a acionar o mando, a porta se fechou.  Imediatamente se fez luz, como num passe de mágica.

Nada como imaginavam aconteceu, a NASA, decidiu bombardear o asteroide, não imaginava a merda que fez, de uma parte salvaram a terra, mas não os habitantes, ou pelo menos a maioria deles.

A explosão liberou trilhões de partículas que foram penetrando na terra, mas foram ao mesmo tempo caindo em todo planeta.

As pessoas começaram a morrer, primeiro se tentou de tudo, todos os tipos de vacinas, mas cada vez mais esse vírus se mutava, quando conseguiam descobrir alguma coisa o vírus se modificava, como se fosse uma espécie humana.   Países inteiros, não sabiam que fazer.

Por sorte meu avô decidiu que ficaríamos mais tempo ali.

Na parte alta, era hermeticamente fechada, o mesmo com respeito a porta, esse grande salão desenvolvido para os que habitariam a lua se confraternizarem, virou nosso campo de batalha de brinquedos, fazíamos de tudo, patinávamos, jogávamos futebol, coisas de crianças.

Mas nos andares abaixo, tínhamos nossas obrigações.  Tudo funcionava como um relógio, o despertador nos chamava as 6 da manhã, tínhamos que tomar banho, numa água que levaríamos anos para saber que vinha do fundo da cratera, a mesma era filtrada, por isso tinha um cheiro inicial desagradável.  A água usada era reaproveitada mil vezes, sendo de novo purificada, para servir de regadio das plantas de Melton, ali tínhamos tudo que ele tinha explorado antes para alimentar as pessoas na lua.

Eu adorava os tipos de tomates que ele, plantava, replantava, mas era como se estivessem sempre em mutação.  Atualmente são enormes, como se fossem uma abobora, posso comer durante uma semana um.

Todos os tipos de raízes que ele tinha recolhido durante sua vida, em distintos lugares da terra, eu adorava escutar suas histórias.  Era preferíveis as do meu avô Cesar, que era louco por histórias da época romana.  Por sua culpa nos chamávamos Julius, meu irmão, a mim tinha tocado Darius da Grécia.

Enquanto funcionou, rádio, televisão, se ia vendo as notícias, mas creio que chegou um momento que não existia ninguém para fazer isso.  Aguentou um tempo, escutando noticias do exército, que só falavam no fechamento dos países, do pouco que sobrava de população.  Sem saber muito por que as vezes as notícias falavam de gente que sim sobrevivia, por alguma mutação em seu próprio organismo. 

Fomos sobrevivendo, mas claro chegou um momento também, que não havia nada, ele dedicava horas de seu dia para observar se alguma rádio ainda funcionava. 

Até que um dia deu um murro na mesa, dizendo que o bicho homem era um tremendo idiota, veja a situação que estamos.  Quatro pessoas sem futuro, ou será que teremos.

Claro chegou um momento que deixamos de contar os dias, apenas seguíamos o ritmo do sol, lua, que se via pelas câmeras de vigilância.    Quando muito, na primeira época, víamos chegar famílias até a cabana, partirem em seguida, ela enganava bem.

Mas depois isso terminou.

Era uma rotina monótona, eu trabalhava com Melton, nas plantas, comidas, aprendi a preparar uma quantidade impressionante de tubérculos, me deliciava com as árvores com frutos, ao mesmo tempo aprendi a como manter tudo isso funcionando.   Por ter sido preparado para a lua, nada ali funcionava com gasolina ou outro tipo de componente químico.  Tudo era gerado pela luz do sol.

A pior notícia, que tinha sido uma das últimas a que ele conseguiu escutar, era que o vírus tinha chegado à colônia da lua, matando todo mundo.

Julius que sonhava em reencontrar nossos pais, ficou tremendamente frustrado, a partir desse dia foi se fechado cada vez mais.  As vezes podia passar um ou dois dias, sem emitir nenhum som, como descobrir no seu diário, abria os olhos, mijava, cagava, tomava banho, se olhava no espelho, via que o tempo passava para ele, fazia suas obrigações, comer, dormir, cagar, seus últimos escritos era de desesperação.

Ele me ensinou a cuidar da maquinaria que fazia que tudo funcionasse ali, não me dei conta que fazia isso, para justamente poder partir, ninguém sabe para aonde.

Nesse meio tempo, Melton morreu, um dia o vi caído no chão, mas já não havia nada que fazer.

Até nisso tinham pensado, a pessoa era levada a uma sala que foi uma das últimas que meu avô nos levou.   Ali, existiam como umas capsulas, que tanto te mantinha vivo, como se cremava as pessoas.

Mostrou aos dois como funcionavam.   Em segundos Melton tinha deixado de existir, recolhi suas cinzas para colocar nas plantas como tinha me ensinado.

A partir dai meu Julius piorou, passava todo o tempo, agarrado a rádio, para fazer algum contato em qualquer parte da terra.

Sua última anotação, dizia que tinha encontrado sobreviventes no que restava de NYC, estava feliz, meu avô, tentou de todos os meios o convencer a ficar.  Esses sobreviventes, tem alguma coisa que não sabemos o que é.   Mas como ficamos aqui fechados, não sabemos se seremos capaz de sobreviver ao vírus.

Um dia me fez segui-lo, até um lugar na casa de maquinas que ele tinha descoberto, uma saída, que ia dar a quilômetros dali.

Tinha uma mochila preparada, tentei convence-lo, mas me disse que não podia mais, acabarei ficado louco aqui, se morro, pelo menos sei que fiz alguma coisa.

Queres vir comigo?

Minha gratidão, o fato de cuidar das plantas eram uma coisa que eu amava fazer, gostava de estar sozinho ali no imenso salão que era a incubação dessas plantas.  Não podia imaginar deixar meu avô que tinha nos salvado, estava muito velho.  Nem sabia mais sua idade, dependia de nós para tudo.   Agora usava uma cadeira de rodas, movida a luz solar, que tinha inventado.

Lhe desejei sorte, me fez afastar, ficar numa porta de vidro, pois o sistema era compartimentado, o vi colocar uma máscara como se usava antigamente para ir ao espaço, que limpava o ar.

A única coisa que ficou na minha cabeça, foi, porque os que viviam na Lua, não tinha feito isso.  Se sabia que as pessoas tinha se adaptado ao ar de lá, como?     Menor ideia.

No final só vi a sombra dele, desaparecendo.

Contei ao meu avô, pensei que ia ficar zangado, mas não, ele acabaria criando problemas, claro que ele sabia dessa saída, fui eu que construí isso daqui, que esperavas.

Agora me toca cuidar das máquinas.

Ele riu, eu inventei isso para se ocupar, elas se cuidam sozinhas, nunca precisaram de ninguém, no tempo que isso ficou vazio, elas seguiram funcionando, seguirão assim, a não ser que o sol se apague.

Quando ele se sentiu doente, me disse, creio que chegou a hora, de te hibernar, para saber se o futuro realmente vai existir.

Me fez vestir uma roupa especial, havia muitas ali penduradas no salão que me parecia sempre tétrico, pois ali tínhamos incinerado o Melton.

Me fez, entrar, me explicou como tudo funcionária, verás o tempo passar, terás noção de tudo, vou programar para daqui cinquenta anos, não perderas nada.

Me beijou, sabia que era seu preferido, pois me tinha adaptado até mais que o Melton, que vivia reclamando, que sentia falta de sentar-se frente ao mar,

Ele mesmo as vezes reclamava da comida, o que não daria para comer um bom pescado, ou marisco.

Quando entrei na capsula, ela foi se enchendo de um liquido, me cobriu completamente, sabia que estava protegido, pois tinha tubos, que faziam entrar ar limpo nos meu pulmões.

A partir desse momento, era como se tudo funcionasse em câmera lenta.  Se os dias antes eram monótonos ficou pior, então a maquina me injetava alguma coisa, que me fazia dormir, por semanas, as vezes meses.

Um dia ele deixou de aparecer ali, para me olhar, entendi que tinha morrido.

Fechei os olhos, pedi que me deixassem dormir, um boa temporada.

Um dia despertei, acredito, como segui sendo alimentado, tinha crescido, a capsula ficou pequena para mim, se abriu automaticamente, me expulsando.

Falava comigo.  Tivemos que fazer isso antes do tempo, para que pudesses sobreviver.  A mesma me falava como nunca tinha ouvido, entendi que a própria máquina que comandava tudo, tinha evoluído por si mesma.

Me livrei daquela roupa, já parecia estar podre, tinha uma camada de pele morta que cobria o meu corpo, tomar um banho, foi uma maravilha, só não entendi por que não tinha cabelos.

A maquina me respondeu.  Demorei para me dar conta, porque ela fazia isso, tive que me relembrar do momento que entrava, meu avô tinha implantado um chips na minha cabeça que dizia que seria minha proteção.

Se quiseres tirar pode tirar, mas seguiremos convivendo contigo.

Tinha fome, ri muito quando cheguei aonde estavam as plantas, aquilo agora era como uma floresta, as plantas tinha crescido, invadido o espaço central, era impressionante.

Tudo tinha um tamanho imenso, as aboboras, daria para alimentar uma dezenas de pessoas, as frutas igual. A laranja, tinha que segurar com as duas mãos.  Ah meus queridos tomates, eram imensos, mas não tinha perdido seu sabor.

A maquina me explicou, que toda a água reciclada da capsula, inclusive tudo que saia do meu corpo era automaticamente levado a plantação, tudo é gerado por ti.

As flores como que se inclinavam para mim.

Tinha que usar as roupas do meu avô, pois as minhas eram pequenas demais.

Perguntei a máquina se meu irmão tinha retornado.

Me mostrou um resumo dos vídeos de quando muito, algum grupo de nômades, passando pela estrada, achei meio estranho, pedi que fizesse um zoo, para ver essas pessoas.

Tinham mutado também, talvez para sobreviver ao vírus.  Eram menores, mais corpulentas, tinha mais pelos pelo corpo, musculosas, feias, era como se fossem uma mutação dos gorilas.

Fiquei com isso na cabeça.   Meu avô dizia que erámos a evolução dos macacos, talvez, fossem uma outra raça nascendo.

Mais tempo depois, outro vídeo, era como o mesmo grupo anterior, mas mais altos, como se tivessem evolucionados.  Vi que um homem os comandava, na hora pensei que fosse meu irmão, mas pelo zoom, não podia reconhece-lo.

Num lapso de tempo que pensei que era ele, imaginei, está tentando nos localizar, mas passava pela estrada, sem parar.

Agora os ciclos eram diferentes, se chovia, o fazia durante semanas, em seguida se via que brotavam coisas, uma semana depois o calor era insuportável, tudo se queimava, comecei a medir as horas. Tinha mudado também.

A máquina me avisou que as explosão solares, queriam indicar que essa estrela que nos iluminava ia se apagar.

Agora entendi o que meu irmão por ser mais velho dizia, a solidão, minhas conversas era com a máquina.  Já não tinha noção que era dia ou noite, pois os ciclos mutavam constantemente.

Na estrada já não passava ninguém, nem animais, o que antes era deserto, foi ficando cada vez pior.  Fora o calor devia ser insuportável.  Por duas vezes o sistema de ar tinha deixado de funcionar, fui avisado de que em breve teríamos um colapso.

O que vai passar quando isso acontecer?

Não tenho menor ideia, pois como ficaremos sem abastecimento de energia, deixaremos de funcionar.

As frutas agora apodreciam rapidamente.

Eu poderia sair, mas tinha medo, era uma coisa crônica, o que tinha acontecido com meu irmão, deixava o rádio transistor ligado continuamente.  Mas estava sempre mudo.

As noites agora eram imensas, o dia curtíssimo, com isso o frio aumentava, mas de repente, como se o sol explodisse aos poucos, quando havia sol, fazia um calor impressionante.

Fui cada vez mais, ficando na parte baixa do local, me colocava diante da câmera de vídeo para ver algum movimento.   Um dia me olhando no espelho, vi que tinha uma barba imensa branca, os poucos fios de cabelos rebeldes que tinham voltado a nascer também.  Quando olhava via meu avô me olhando.

A comida agora ficava podre antes do tempo por causa do calor dentro do bunker, não podia fazer nada, pois se abrisse a porta seria pior, o calor que entraria seria infernal, seguido do gelo, ou era frio extremo, ou calor.  Nunca havia meio termo.  Chover nem pensar.

Quando o gelo derretia, parecia que ia brotar algo, mas o calor em seguida era insuportável.

Agora as noites, o frio era uma constante, cheguei a medir, dois metros de altura da neve, em breve eram três. Me preocupava o peso em cima da cúpula, claro chegaria o momento que isso seria insuportável.

A máquina como me consolando, creio que o ciclo deste planeta esta chegando ao final, o homem fez tantas barbáries, que sem querer destruiu tudo.

Chegou um momento, que sentia como que as maquinas rangendo, como se estivessem fazendo um último esforço para se manterem.

O melhor seria encurtar tudo.  Programei a máquina para me queimar. Me disse que era impossível, não o podiam fazer.

Quando a noite agora, eram de semanas, ou meses, não sabia dizer, o que foi restando da máquina me dizia que estava em mutação, que estavam se alimentando do brilho da neve, mas que tinha que diminuir tudo.   Passava os dias agora no escuro, meus olhos foram se acostumando, um dia levei um susto, por ao passar diante de um espelho, brilhavam como de um animal. Pois conseguia ver na escuridão.   A máquina disse que era meu chips, que fazia com que meu corpo fosse se readaptando as novas circunstâncias.  Pelo meu corpo agora nasciam pelos largos, como se fossem para me proteger do frio.

Com o frio, só algumas espécies geravam frutos.  Os comia, por obrigação.

As maquinas pouco a pouco recuperaram algo, dizia que meu sangue estava mudando, pela adaptação que estava sofrendo.   Já não era o sangue quente de antes, mas sim azulado, frio.

Em breve poderás sair, sobreviver a todo esse frio, sem problemas.

Começou-se a detectar movimentos sísmicos, como se o vulcão aonde estava o bunker voltasse a funcionar, na última capa do mesmo, notei rachaduras.

Creio que em breve terás que sair, pois vai haver um choque, entre a capa subterrânea e tudo que está aqui, o bunker explodira.

Como vou fazer sem você?

Terás que sobreviver.  Fui guardando coisas na porta de saída, quando notei que a mesma tinha sofrido problemas, de um lado o calor interno, de outro o frio extremo, fora.

A única maneira de sair, era por aonde meu irmão tinha escapado.

Me preparei, a máquina me avisou, creio que chegou a hora, foi bom conviver contigo.

Falava devagar, como se algo a impedisse de seguir.  Chegou o momento, munido de lanternas, embora pudesse ver na escuridão, segui pelo corredor, que ou me levaria a morte, ou a vida.

Quando estava chegando à saída, vi um vulto no chão, agora o ar era do exterior.

Quando iluminei direito, reconheci as roupas, a mochila do meu irmão.  Tinha morrido ali, ao respirar o ar, meu avô tinha razão, não tínhamos defesas para o vírus.

Sair, levei um tempo em me adaptar a escuridão de fora, bem como ao ar, que me parecia mais pesado. Fui me afastando, não podia dizer quanto tinha caminhado, quando senti a terra tremer.

Só vi o bunker subir, para depois se assentar de novo, as lavas que saiam da terra, rapidamente eram esfriadas, durou muito tempo, talvez dias.  Encontrei um abrigo, fiquei esperando o tempo passar.

Como se a explosão tivesse feito alto, quando voltei, para minha surpresa, as árvores, renasciam outra vez, como se seu organismo tivesse sido reprogramado, ou se adaptado ao mundo exterior, logo tinha ali uma floresta para viver até o final dos meus dias.

Foi quando notou luzes diferentes no céu, as estas alturas naves espaciais, sabia que não o podia localizar porque seu sangue agora era frio.

Mas podia os observar a eles.   Um grupo se dirigiu ao bunker, examinaram tudo que tinha sobrado.   Foi então que notou que eram soldados americanos.  Pensou em se aproximar, mas viu que eram como pessoas normais.

Serei um macaco de feira, essa é a realidade, alguém eu sobreviveu fora. Ficaram dias ali, logo notou que chegavam novas naves, para reabilitar o bunker. Uma noite ele entrou no bunker, rapidamente a maquina começou a falar com ele, são metade humanos, metade vindos de outros planetas, sabem que você existiu.  Querem te caçar, para fazer experimentos. Cuidado.

Voltou a profundidade da floresta que tinha nascido.  Se manteve ali escondido, foi o que ele tinha pensado, prefiro a morte a servir de cobaia.

Era como se a própria floresta o protegesse.   Quando talvez provocado pela máquina, que lhe tinha dito que faria algo, começaram de novo os terremotos, desta vez notou que a explosão se dava justamente aonde estavam as máquinas, ela se suicidou pensou.

Viu que rastreadores, avançavam em sua direção, não teve dúvida, se enterrou na neve, foi interessante escutar a voz humana falando, esperou avançarem, atacou o último. Ficou literalmente surpreso, eram metade maquinas. Tinha destruído seu circuito, mas viu que tinha gravado sua cara.

Se embrenhou para o outro lado, nessa noite, entrou no bunker, a parte anterior, aonde antigamente estava a expansão da plantas, agora era como um lugar para o exército.

Um homem gritava, é totalmente humano, estamos tentado reviver a máquina que o mantinha vivo, assim poderemos o caçar.

Partiu em rumo contrário ao que estavam.  Não sabiam que ele podia ver durante a noite, na parte mais clara dela, mergulhava na neve, ficava escondido.

Mas já não havia nada que comer, até que encontrou outra floresta, outra sobrevivente.  Se abrigou ali, comeu, pode beber água.

Retirou, apesar de doer muito, o chip que estava tão entranhado em sua cabeça que parecia ter raízes. O atirou numa fonte termal, por esse motivo não o encontraria.

Passou um tempo com febres, enquanto cicatrizava a ferida.

Seu chip devia seguir funcionando, pois logo apareceram naves por ali, a batida seria larga, ele foi se aprofundando cada vez mais.

Um dia estava em cima de uma árvore, quando viu um homem, estava dentro de um traje especial, que o fazia mover-se.  Parecia seu pai.  Queria gritar seu nome, mas se deu conta que não se lembrava.

Desta vez o localizaram, sentiu que as balas que atiravam na verdade eram dardos, quando caiu do alto da árvore a neve amorteceu sua queda.

O levaram até o Bunker. Começaram o interrogatório, foi exaustivo, falou do avô, do Melton, de seu irmão Julius, mas não tinha ideia de tempo, passei anos dentro de uma máquina. Sim me comunicava com ela, através de um chips.

Ela se negou a ser reativada, provocou a última explosão que destruiu todos os dados que poderia estar aqui.

Nos somos uma missão, do que restou na lua, na terra já não existe mais nada, ficas o vem conosco.

Era uma decisão crucial.

Fico, não sei quanto tempo tenho de vida.

Lhe mostraram um scanner que tinha feito dele, a maquina transformou parte de teu corpo, como o nosso, teu coração hoje é uma máquina.  Viveras muitos anos,

Acabou pensando em ir com eles.  Mas algo lhe fazia desconfiar, na véspera se afastou para entrar numa nave.   Ali estavam os resto da máquina, o seu centro.

Imediatamente as portas se fecharam, nos querem destruir, sentiu que a nave se elevava sem fazer ruído nenhum, não preciso do chips para me comunicar contigo, aos poucos fomos transformando teu corpo em máquina pensando na tua sobrevivência. O que queres fazer.

Que nos elevamos no espaço, explodir.

Foi o que aconteceu, ninguém depois saberia explicar, como a nave podia ter explodido.

Foi um fim glorioso para ele. Sabia que seria examinado mil vezes, dessecado, como um animal, sua amiga a máquina o tinha salvado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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