PÉ NA TABUA
Estava
estacionado na frente do banco que seus companheiros iam assaltar, não tinha
tido opção, senão aceitar isso, sabiam que conduzia bem, precisavam de um
motorista que os tirasse dali o mais rápido possível, tinham tido sorte, ficou
prestando atenção pelo retrovisor.
Quando viu parar outro carro igual ao que estava, só que um ano mais
novo. De carro ele entendia, era sua
paixão. Desde que se entendia por gente,
olhava os carros anotava mentalmente a marca para depois saber o ano, o modelo.
Desde os 15
trabalhava numa oficina mecânica perto de sua casa em San Diego, se é que
poderia chamar de casa isso, um edifício velho, no qual havia que subir as
escadas, pois o elevador era velho, só funcionava no final do dia, quando as
pessoas voltavam do trabalho, manha do homem que tomava conta do edifício, ele
acreditava mesmo que era para ganhar uns trocados, pois quando alguém pedia,
lhe soltando algum dinheiro ligava o mesmo.
Viviam no último
andar, um apartamento de dois quartos, uma sala mínima, com uma cozinha destas
de armário. Um quarto era da sua mãe, outra de sua companheira de piso e
trabalho, as duas se prostituiam.
Sua mãe tinha
sido uma mulher bonita, se via pelos seus modos de família bem. A última vez que viu seu pai, saia algemado
de casa, para a prisão. Sua mãe nessa
época trabalhava de garçonete num bar em que as putas iam sempre entre um
cliente e outro.
Uma delas ficou
amiga de sua mãe, com o que ganhava era impossível, se manter, me manter. Isso sim exigia que fosse a escola, dizia que
sem estudar eu não chegaria a lugar nenhum.
Nos primeiros
anos, depois disso, eu era o melhor aluno da escola, por isso sofri todos os
tipos de bullying, mas inclusive quando me chamavam filho da puta, não me
incomodava, pois era uma verdade. Eu procurava encarar sempre a verdade.
Sabia
perfeitamente que era filho de um ladrão de pouca monta, com uma mulher que se
prostituia para me sustentar.
Estava fazendo um
módulo de mecânica, na escola, assim poderia arrumar emprego, justo no dia que
fiz 15 anos, consegui um, comecei limpando a oficina mecânica, logo estava
chafurdando nos carros, meu chefe era um bom sujeito, quando queria me
provocar, olhava um carro, dizia que esse motor era do ano tal, eu lhe provava
que não.
Foi ele quem me
ensinou a conduzir, tinha estado preso durante alguns anos, por ter sido
motorista de uns ladrões, o deixaram atirado, cumpriu pena, aprendeu na prisão
a cuidar de carro, primeiro trabalhou para os outros até conseguir um local
para montar sua oficina.
Atualmente ali,
50% dos empregados eram ex-presidiarios, tentando se regenerar, mas tinham dois
jovens que não tinham maneira, sempre metiam em confusão.
Sabiam que num
certo dia da semana, um banco, tinha mais dinheiro, pois era o dia que os
funcionários públicos aposentados, vinham retirar seu pagamento.
Eu ao contrário
necessitava de dinheiro, para mandar minha mãe, para uma clínica de
desintoxicação, porque sua over dose da última vez tinha sido horrível. Se não chego, bem como sua amiga Lili, estava
fudida literalmente. Conseguimos uma
ambulância, subiram reclamando a levaram para o hospital. Nos dois tivemos que ir de ônibus.
Dois dias depois
a tinha colocado para fora, tinha feito sexo com um enfermeiro, para roubar
medicamentos que estavam fechados na farmácia da urgência, o médico nos disse
na cara, se ela não se cuidasse morreria.
As duas clínicas
do governo já não a aceitavam, pois recaia nada mais ao sair. O jeito era uma particular.
Lili se drogava
as vezes, mas se controlava. Minha mãe,
tinha encontrado nisso a saída da merda de vida que levava.
Escutei tiros,
liguei o motor, era hora de nos colocar em marcha. Abriram a porta do carro,
dizendo, vamos embora, “pé na Tabua”, porra esses não eram meus amigos. Quando
olhei para trás eles se deram conta, me apontaram um revolver, dizendo, vire à
direita, pegue a interestadual. Foram
me dizendo como fazer. Um deles dizia,
o chefe não vai gostar disso.
Ele sabe para
aonde vamos, afinal o esconderijo é dele, o homem foi me orientando, eu o
olhava pelo retrovisor, me dei conta de que o conhecia, era meu pai.
Acho que de tanto
olhar, me reconheceu, só disse Jimmy, que fazes aqui.
Eu estava com os
dois que entraram antes de vocês.
Agora já não
existem, fizeram o serviços por nós, riu dizendo, ladrão que rouba ladrão tem
100 anos de perdão.
Chegamos aonde
ele me fez ir, era uma granja abandonada, caindo aos pedaços, numa posição
fantástica, se via a estrada.
Quando entraram,
retirei a chave do carro, só pensava aonde fui me meter, tenho que escapar
daqui. Não queria nada com ele, nem
sabia que estava fora da prisão.
Os dois começaram
a separar o dinheiro em três partes, notei logo uma coisa, claro todos queriam
assaltar esse banco, porque o dinheiro não era novo, nem devia estar marcado,
era já usado, para os aposentados, até nisso se saiam mal, dinheiro velho.
Nisso chegou o
chefe, o reconheci imediatamente, era um dos homens que controlavam os que
saiam da prisão. Entrou gritando, que
merda é essa, quem é esse garoto?
Por um acaso não
estavas no lugar combinado.
Tive que ficar
dando voltas, porque esse fedelho se meteu no lugar que eu queria.
Pois é ele estava
com outros dois, que fizeram o assalto por nós, só tivemos que mata-los, levar
o dinheiro.
Idiotas, isso é
pouco, com certeza havia mais, sei que o que chega é, soltou uma barbaridade de
dinheiro.
Agora o que vamos
fazer com esse garoto, se afastaram indo para o outro quarto, eu não tive
conversa, escutei meu próprio pai dizendo que não podiam deixar cabos soltos,
que daria um jeito em mim. Como já tinha
matado meus amigos, cheguei à conclusão que era esse o plano.
Vi as chaves do
outro carro em cima da mesa, peguei uma das bolsas com dinheiro, sai de
fininho. Pensei comigo mesmo “ladrão,
que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão” ao final disse filho da puta.
Entrei no carro
mais novo, para fazerem o outro funcionar, teriam que fazer uma ligação direta,
o que me dava um tempo de vantagem.
Me enfiei estrada
a fora, era meio estreita, além de perigosa, quando estavam quase me alcançado,
vi que meu pai, se colocava para fora, com o revolver, atirando, fui fazendo um
zig-zag, mas senti no braço, algo quente, mas não olhei, não podia desviar o
olho da estrada, de um lado tinha um precipício, além das curvas, o que
conduzia, tentou se colocar ao meu lado, lhe dei uma batida, eles caíram pelo
precipício.
Acelerei o
máximo, pois tinha que escapar de qualquer jeito. O para-brisa, bem como a o vidro traseiro
estavam marcados pelos tiros, vi que uma bala tinha passado de raspão no meu
braço, sangrava, mas pouco. Nada mais
entrar num bairro a entrada da cidade, procurei um beco para deixar o carro. Quando
fui pegar a bolsa, vi que tinha outra, mais dinheiro trocado, além de joias,
deviam ter assaltado uma joalheria antes.
Isso sim não podia levar, retirei só o dinheiro, ia limpar o carro,
quando me dei conta que ainda levava as luvas postas.
Sem problemas, em
momento algum tinha tirado as luvas, vi uns trapos, limpei só o sangue que
tinha caído do meu braço, fiz uma bandagem com um outro troço de trapo,
aguentaria até chegar em casa, já tinha dinheiro para internar minha mãe.
Tomei um ônibus,
para não chamar atenção, me sentei no último banco, antes de subir ao mesmo
tinha jogado fora o gorro, bem como as luvas que tinha usado.
Subi correndo até
o apartamento, fiquei parado na porta, no sofá cama que dormia, estava minha
mãe, ainda com a seringa no braço, mas já começava a ficar fria, não sentia o
pulso, isso não tem jeito, Entrei
correndo no banho, me lavei, troquei de roupa, por uma limpa, que eu mesmo
tinha lavado, uma calças jeans normais.
Peguei os documentos de minha emancipação, o dono da garagem a tinha
convencido, pois eu precisava de uma carta de motorista para conduzir para
ele. Agradeci mentalmente a ele. Escutei ruído nas escadas, era a Lili que subia
com algum cliente matutino, algum velho com certeza, pois reclamava. Ainda a escutei dizendo, tivesse dado o que
te disse ao homem do elevador.
Abri a janela,
sai para a escada de incêndio, fui descendo rapidamente, sai atrás do edifício,
cheio de latas de lixo.
Dali foi um pulo
pegar um ônibus para o centro da cidade.
Mas desci antes. Tinha que parar
um momento para decidir o que fazer.
Podia pegar um
ônibus de larga distância, ou sair pelo aeroporto, o aeroporto tinham câmeras
de vídeo, a estação de ônibus não, o jeito foi chegar a mesma, pegar um bilhete
para o próximo que saísse em qualquer direção, vi no placar, Dallas. Pois é para lá que eu vou.
Meu blusão estava
meio manchado, no braço pelo sangue, mas também tinha manchas de graxa, por isso
passaria. Tinha sim um buraco da puta
bala de meu pai. Mais uma vez pensei,
filho da puta.
Resolvi comprar
algo de comida, no ônibus tinha um cartaz que dizia que era proibido comer
dentro, comprei um coca cola, um sanduiche grande. Fiquei com o olho atento ao ônibus que estava
estacionado, bem como no noticiário,
falavam do assalto, acreditamos que o pai matou seu próprio filho, toda
uma tragédia, realmente um dos rapazes se parecia com ele, mas era mais velho
alguns meses, tinha saído de um reformatório, tinha mais ou menos o mesmo
corpo, depois falavam do acidente de carro, claro no carro tinham as duas
outras maletas do roubo. Ele tinha trocado, colocado tudo na sua
mochila, que estava como se estivesse roupa dentro, mas só levava a que vestia.
Já compraria algo.
Um carro de um
homem do campo, vinha atrás, tinha comentado do carro que ia a frente, dos
tiros, como o outro carro tinha atirado este penhasco abaixo. No noticiário, continuava, o pai matou o
filho, mas depois acabou morrendo, se não fosse pouco a mãe do mesmo tinha
morrido de over dose horas antes. Enfim
toda uma tragédia.
Se via o dono da
mecânica, que tinha ido reconhecer o cadáveres dos empregados, nunca pensei que
esse menino fosse se meter nisso. Como
era menor, não mencionavam seu nome.
Isso ficaria nas
notícias locais, viu que o motorista abria a porta do ônibus, acabou de comer o
sanduiche no adem, foi se sentar num dos últimos bancos, sabia que daria mais
saltos, mas era o melhor.
Só relaxou quando
saíram na autovia em direção Sacramento, depois com certeza viria Santa Fé,
mais tarde Dallas, pararia em várias cidades.
Os problemas de
sua mãe tinham começado, quando um dia desesperada, chamou sua mãe, eram de
Chicago, quando está perguntou quem era, num fio de voz, disse sua filha. A outra respondeu secamente, não tenho filha,
só um filho. Minha filha morreu no dia
que saiu de casa, por favor, não chame mais, estou jogando Bridge.
Foi quando lhe
contou que era de uma família bem de Chicago, tinha conhecido meu pai numa discoteca,
nem sabia de aonde ele tinha saído. No
meu registro só constava o nome dela, pois o dele era de um ladrão, isso ela
fez para me proteger. O adorava, mesmo
sabendo o que ele era, se derrubou a primeira vez quando ele foi preso, mas
nunca o foi visitar na prisão, tinha que trabalhar. Tentou de todos os meios sobreviver como
garçonete, mas não tinha como aguentar isso.
Claro o meio mais fácil foi a prostituição.
Agora estou livre
pensou, pois até eu mesmo morri, quando foram fazer o assalto, tinham lhe
avisado para não levar documentos, assim seria melhor. Talvez por isso o tinham confundido.
Pelo menos estou
morto, quando o tinham mencionado, tinha falado seu nome com o sobrenome do
pai, o que ele não tinha em seus documentos.
Por enquanto estava
a salvo disso tudo.
Quando chegou a
Dallas, com o corpo rebentado de cansado, passou numa loja, comprou, uma calças
jeans, camisetas negras, bem como uma jaqueta de jeans negra também, cuecas,
meias, entrou num hotel desses que ficam ao lado da estação de ônibus, pegou um
quarto daqueles que não trocam a roupa de cama a anos, se jogou dormiu, umas
horas, depois abriu a mochila, viu quanto tinha de dinheiro, era bastante,
tomou um banho, embaixo do chuveiro que tinha uma aguas meio suja, se lavou
direito com esses sabonetes minúsculos que tem nos hotéis, pensou se dou no pé
em direção a Chicago, ninguém sabe que minha mãe é de lá. Quando muito a vão enterrar como indigente.
Entrou numa
agência de viagens, perguntou quanto custava um bilhete para Chicago, agradeceu,
bom isso não é nenhuma fortuna, a mulher lhe deu os horários.
Antes fez uma
coisa, parou para pensar, se vou de avião, verão o dinheiro, o único jeito que
tenho, é abrir uma conta num banco.
Foi o que fez,
perguntou antes se podia transferir esse dinheiro para Chicago, o homem olhou
para ele pois era uma boa quantidade de dinheiro, explicou, acabo de receber
como herança.
Esperou que lhe
fizessem um cartão de crédito, o ativassem.
Agora era tentar,
afinal seu nome não constava em nada, Jimmy Hayden, nada mais simples.
Entrou numa loja,
comprou outro par de roupas, agora umas duas camisas com pequenas estampas,
como usavam os jovens da sua idade, pagou com o cartão de crédito, funcionava.
Levava só uma
pequena quantidade de dinheiro para pagar o voo, bem como para os primeiros
momentos.
Entrou numa cabelereiro,
cortou os cabelos, mandou clarear um pouco, como usavam os jovens, as pontas do
cabelos crespos descoloridos, assim ficava diferente. O homem ainda fez uma gozação, devia raspar
esse bigodinho, mas fez que não escutava.
Lhe fazia mais
homem pensava.
Foi para o
aeroporto, entrou num banheiro, se lavou outra vez, depois comprou o bilhete,
perguntando a que horas chegaria lá.
Isso lhe daria tempo de procurar algum lugar para ficar.
Sentou-se ao lado
de outros jovens que iam de passeio, falavam do pequeno hotel de estudantes que
iam se hospedar, como quem não quer nada, perguntou aonde era. Lhe deram a
direção.
No avião não eram
lugares marcados, se sentou no último assento, assim podia ver quem
entrava. Ele na verdade estava bem
livre, só tinha a mochila com algo de roupa.
Saiu antes do
aeroporto, fez uma extravagância, tomou um taxi, chegou muito antes dos estudantes. Se registrou, pagou para dois dias, realmente
não era caro, mais barato que a merda que tinha usado em Dallas. Mas era um quarto franciscano, uma mesa de
estudos, uma estante, um armário que era aberto, com alguns cabides, um quarto
de banho pequeno, o chuveiro, a pia, o cagador como ele dizia, mas as toalhas
eram limpas. Desceu de novo foi a um
pequeno mercado perto, comprou pasta de dentes, sabonete, escova de dentes, um
champô, tudo que necessitava nesse momento.
Viu uma promoção de cuecas, vinham três num pacote. Quando saiu viu um
pequeno jornal com anúncios, iria olhar para ver se encontrava algum
apartamento pequeno.
Estava comendo na
lanchonete do restaurante, quando escutou um empregado dizendo que tinham
quartos de larga duração, no edifício ao lado, se cobrava por mês, a maioria
dos hospedes, eram estudantes, ou divorciados que esperavam encontrar uma nova
casa.
Se informou com o
homem, ficaria os dias que tinha pagado de um lado, depois passaria para o
outro. Primeiro era encontrar um
emprego.
Buscou emprego no
pequeno jornal. Viu um anúncio que lhe
interessou, precisa-se de chofer, jovem para trabalhar conduzindo pequenos
veículos de entrega, quando viu o nome da empresa, riu. Era seu próprio
sobrenome. Empresas Hayden.
No dia seguinte
se apresentou, quem lhe atendeu, estava com muita pressa, perguntou se ele
conhecia a cidade, disse honestamente que não, perguntou se o veículo não tinha
gps.
Claro que sim.
Então é pão
comido. Daqui algum tempo saberei me
mover pela cidade como um peixe no mar.
Deu seu endereço,
mas não disse que era um hotel.
O olhou seu
sobrenome, eres parente do chefão.
Nunca o vi mais
gordo, venho do interior do Texas, aonde vivi os últimos anos.
Bom, vamos te
contratar por um período de um mês, aqui os veículos, tem cronómetros para o
tempo de entrega.
Venha, vamos a
plataforma, montam a lista de uma maneira de como seguir um cordão, é só seguir
o roteiro, colocas o primeiro no gps, fazes a entrega, assim por diante.
Ah, antes, foram
ao armazém, lhe deram uma camiseta que deveria usar, bem como uma placa de
identificação.
Lá foi ele feliz
da vida, o que iria ganhar, daria para pagar um quarto, mas arrumaria um jeito
de não gastar muito dinheiro.
Voltou antes do
tempo, o que seria seu chefe disse, muito bem garoto, te dá tempo de fazer mais
um roteiro, lhe deu um tique, vá até a lanchonete, coma algo, volte aqui, isso
consta como duplo no salário.
Comeu
rapidamente, a comida não tinha gosto de nada, preferia a que ele fazia em
casa. Foi ao banheiro, deu uma bela mijada, lavou a cara, se apresentou ao
chefe.
Muito bem, vejo
que es rápido. Aqui o pessoal se
contenta com uma rota por dia, ou tem outro emprego, mas se fazes duas ganhas o
dobro. Vamos ver como te sais nos dias
seguintes, assim podemos fazer isso oficial.
O sujeito lhe caia bem.
Fez a seguinte,
que era mais longe, mas ele não perdia tempo.
Voltou o chefe ainda estava fazendo anotações. Soltou para quem não conhece a cidade, vais
bem.
E difícil manter
o pessoal, dizem que é um trabalho chato.
Logo conseguiu se
orientar sem o gps, bem como conversando, descobriu que uma grande parte vivia
ali perto, sempre havia uma casa que alugava quartos com banheiro, no sótão da
mesma, encontrou uma na casa de uma senhora muito simpática, que tinha
inclusive uma entrada meio separada.
Podia entrar, sair sem incomodar.
Só tinha que
deixar a roupa de cama, bem como sua roupa numa trouxa ao pés da porta que ela
se encarregaria de lavar, passar.
Era um
achado. Fez a mesma pergunta sobre seu
sobrenome, lhe respondeu o mesmo, acreditava que existia mais gente com esse
sobrenome, era só uma coincidência. Era
o primeiro a chegar, voltava antes dos outros, não pedia cupom como em seu
quarto tinha uma pequena geladeira, preparava sanduiches, ou se tinha muita
fome comia em algum lugar durante o trajeto, com os dois trajetos por dia,
quando chegou ao fim do mês, tinha o salário dobrado. Pagou tranquilamente o aluguel da
senhora. Sujava muito pouca roupa, pois
usava a camiseta da firma quase o dia inteiro.
No final de seis meses
estava tranquilo, foi chamado a direção, se espantou, encontrou o chefe com um
homem muito alto, mas se prestava atenção se parecia com a sua mãe. Fez um verdadeiro interrogatório, de aonde
era, seu sobrenome. Foi franco, tinha
vivido no sul muitos anos, quase sua vida inteira. Sua família era de lá, era uma meia verdade,
pois seu pai sim era de San Diego.
Bom disse o
homem, preciso de alguém que me conduza o carro, quando me movo pela cidade, ou
se minha mãe precisa se mover. Aviso,
tem um mal gênio congênito, se ela não te dirigir a palavra, fiquei
quieto. Tens um traje completo, de preferência
negro, só fale com ela o necessário. A
mim quando me levar, eu aproveito os trajetos entre as fabricas, para
trabalhar, falarei pouco, não suporto ser interrompido.
Amanhã te espero,
lhe deu o endereço, chegue sempre antes, vá a entrada de serviço te
identifiques, te darão o café da manhã.
Almoçaras quando
eu for almoçar.
Tens a tarde
livre, lhe disse o valor do seu salário, era o triplo que ganhava atualmente.
O chefe não tinha
gostado da ideia, ninguém fica muito tempo atendendo a família, a velha é
grosseira. Ele outro tanto, mas tem
que se mover entre as fábricas. Eu que
queria te colocar de meu ajudante, meus planos se foram ao caralho. Não sei quem falou de ti para ele, alguém
que não gosta de ti. Espero que
aguentes.
Perguntou somente
aonde podia comprar um traje, este lhe indicou uma loja.
Foi, olhou todos
os trajes, rapidamente escolheu um ele mesmo, negro, com camisa negra, gravata
negra. Foi a um barbeiro, mandou corta
os cabelos bem rente a cabeça. Assim poupava tempo de ficar se penteando. Parou para comprar uns sapatos confortáveis
que combinassem com sua roupa. Tinha se
esquecido se domingo teria dia livre.
No dia seguinte
chegou na hora que ele tinha dito, era uma mansão de fazer gosto, imagino minha
mãe abandonar tudo isso, por amor. Por
isso acabou como acabou.
Cumprimentou a
todos, se apresentou simplesmente como Jimmy.
Um homem, ele
descobriria depois que era o mordomo, lhe levou aonde estava o carro.
Primeiro ligou o
motor, viu que tinha gasolina, foi orientado que antes de deixar o carro, o
mesmo devia ter o tanque cheio, terás que fazer isso no armazém. O olhava com cara de pena, seu roteiro hoje,
será levar o senhor, voltar, para levar a senhora a missa, esperar, para depois
leva-la para o chá com as amigas. Hoje
ela almoça com o filho na cidade. A
deixaras no hotel aonde costumam fazer isso, iras buscar o filho. Volta, espera
que terminem de comer, a trazes de volta, se o senhor quiser alguma coisa te
avisa.
Só não me
disseram nada com respeito ao final de semana?
Aqui só irás
trabalhar de segunda a sexta-feira, sábado, domingos, a senhora não sai, o
senhor sai com seu carro esporte.
Parou o carro na
porta da casa, colocou a direção no gps, sabia que se ele tinha pressa tinha
que fazer o caminho mais curto, caso contrário o mais largo.
Ele saiu, abriu a
porta para o chefe, que não lhe respondeu, estava de mal humor. Só lhe disse fábrica rápido. Seguiu o roteiro mais curto, se movendo bem
no transito. O escutou falando por
celular com alguém sobre aplicação, de compra e venda de ações, ficou nervoso
com o que lhe diziam por telefone, soltou uns quantos palavrões, quantos
milhões perdemos nessa merda.
O deixou na porta
que lhe indicou, voltou para a mansão, mal chegou entrou a senhora no carro, a
porta foi aberta pelo mordomo. Colocou a
direção da Igreja que ela iria, se via que estava de mal humor, quase soltou
uma gargalhada, pois sua mãe quando ficava irritada, fazia a mesma coisa.
Tinha vontade de
dizer, olá minha avó, como vai.
Mas fez
exatamente o que lhe tinham mandado fazer, sem fazer nenhum comentário, só
tinha dito bom dia, que ela não respondeu.
Chegou a igreja
abriu a porta, estendeu a mão para a ajudar a descer, isso pareceu
surpreende-la. Vou demorar somente o
necessário, porque se o padre faz uma sermão grande, o mandarei a merda. Não esperava a ver falando assim.
Mas nem um
sorriso emitiu.
Fez exercício,
não podia correr, mas sim andar de um lado para o outro.
Voltou uma hora
depois, nesse tempo ainda ficou uns 15 minutos falando com outra mulher.
A trouxe consigo,
deu uma direção. Vou levar minha irmã
em casa.
Viu que a mulher
o olhava com curiosidade, mas não fez comentários.
Vivia num
edifício de apartamentos modernos.
Não falaram nada
durante o trajeto inteiro, quando chegaram, desceu para abrir a porta, está
agradeceu.
Mas achou
estranho, se estava falando antes, não escutou nenhuma palavra.
Disse o nome do hotel,
fez o que o mordomo tinha falado, desceu abriu a porta, espero que descesse,
depois foi buscar o filho.
No caminho o
filho não parava de falar com alguém, para ir aplicando em duas companhia,
compre tudo que seja necessário.
Enquanto esperava
que comesse, comeu em pé num bar quase em frente do restaurante, algo rápido
pois podia sair a qualquer momento.
Mal os viu despontar no alto da escada, lá estava ele com o carro
esperando, com a porta aberta para a senhora.
Fez o mesmo para ele.
O tio como um
garoto obediente, foi relatando tudo que tinha feito durante o dia, bem como
que ações tinha comprado. Ele
memorizou. Quando o dispensaram, o mordomo veio falar com
ele, perguntou se tinha alguma coisa extra para o final de semana.
Nada, qualquer
coisa te chamo pelo celular, venha de taxi, aqui pagarei o que tenha que pagar.
Perguntava, pois
o carro tem um ruído estranho, gostaria de dar uma olhada no mesmo.
Normalmente o
senhor manda o carro para a fábrica.
O senhor me
desculpe, mas esse carro já deve ter passado pela mão de muita gente, pode ser
isso, poderia vir amanha de manhã, para dar uma olhada?
Desde que não te
acerques a casa tudo bem.
Foi embora rindo,
tomou um ônibus, tinha visto na garagem ferramentas, como sabia que o banco
ainda estava aberto, se informou, pois tinha transferido seu dinheiro, se ele
fosse aplicar dinheiro, se o banco fazia isso, ou teria que procurar uma
empresa.
Temos um
departamento, chamou por interfone uma pessoa, este lhe perguntou o que queria
fazer. Queria experimentar investir em
algo. Comprar ações de tal empresa,
disse um valor, achas que consigo comprar.
A partir desse
dia, passou a olhar os jornais, até entender perfeitamente a jerga disso tudo.
De manhã seu tio
mandou vender as que tinha comprado, quanto tinha ganho no negócio, quando o
deixou na porta da fábrica, lhe disse que esperasse pois tinha uma reunião
rápida.
Ele aproveitou,
ligou para o rapaz do banco, disse venda essas, compre essas outras, quanto
ganhei, tinha dobrado seu dinheiro.
Bom coloque de volta o dinheiro inicial na minha conta, compre dessas
outras, com o lucro.
Tens cabeça
garoto.
O levou a empresa
de transporte aonde tinha uma outra reunião, no caminho o escutou falar com
alguém da administração da empresa, que precisava mover capital. Vou vender, 5 por cento de ações da
transportadora. Quando o deixou, avisou
seu agente do banco, disse o que ia acontecer, compre essas ações, se perguntam
o nome diga, usou o sobrenome de seu pai. A partir de agora, cada vez que vendam
ações dessas empresas me fale, eu compro.
No carro muito
mais tarde, o levando para casa, pensou consigo mesmo, esse trabalha pouco a
não ser que faça alguma outra coisa.
Mal guardou o
carro na garagem, seu tio comentou com ele, o ruído do carro desapareceu.
Sim, eu o revisei
no sábado, pois me incomodava.
O levaste à
oficina da empresa?
Não senhor, olhei
eu mesmo, cada pessoa tem uma maneira de conduzir um carro, por isso, fica o
com esses ruídos.
Não esperava
nenhum elogio, mas escutou, “não espere que eu te pague mais por isso”. Abriu a porta do carro, apareceu o mordomo,
retirou a gravata, entregou tudo ao mesmo, pegou a chave de um descapotável
Ferrari que estava ali, entrou no carro, desapareceu.
Ele como tinha o
dia livre, foi a uma biblioteca, examinar tudo a respeito da família, os
negócios que tinham, em momento algum mencionavam sua mãe, apenas o filho.
Tornou a aplicar
dinheiro no que tinha escutado nesse dia.
Ao final de um mês tinha ganho suficiente para comprar uma moto de
segunda mão, que ele mesmo arrumou, nos momentos que estavam no armazém.
O seu antigo
chefe veio falar com ele. Veio me
agradecer ter-te indicado, eres como ele gosta, o que não entendi, foi que eu
não te recomendei, mas vou descobrir quem foi.
Ao cabo de seis
meses tinha dobrado o capital investido,
Um dia pela
manhã, discutia com alguém, o dinheiro que entrou da venda da ações foi como
tapar o buraco de um dente, terei que fazer o mesmo com a fábrica, coloque
cinco por cento a venda.
Ele o comprou
imediatamente. No dia seguinte pela primeira vez escutou o
nome da pessoa a quem dava essas ordens.
O mais interessante foi que usou inteiro, “Gilbert Hosken”, quem será
que está comprando nossas ações, pois as compra firme, ou seja, compra
tudo. Não quero ter a surpresa de amanhã
ou depois ter que discutir com uma pessoa sobre como dirijo minha empresa.
Depois ouviu ele
falando com alguém da empresa, relativo a entregas, que havia insinuações que o
chefe dos transportes, tinha um relacionamento com outro empregado.
Assim que pode
avisou o mesmo.
Ah finalmente sei
que está fazendo isso, mas ele não me conhece.
Essa víbora do departamento pessoal, não perde por esperar.
No dia seguinte,
escutou que o Tio, reclamava, porque estava tão difícil contratar gente. Quando
acabou de falar, pela primeira vez nesse tempo todo, lhe perguntou se o tinham
contratado fácil.
Fui bem atendido,
o chefe de pessoal, dizem, não sou eu que digo nada disso, reclamam que ele
discrimina os negros, os asiáticos, ou gais, que só quer gente branca no
departamento de entrega. Mas quando
fazemos entregas, temos clientes dessas etnias todas. Não entendo por que, será que acha que um
negro, ou um asiático, um gay, conduzem mal, o pior se isso sai nos jornais mancha
o nome da empresa.
Obrigado Jimmy.
Avisou ao chefe
dos transporte do que tinha falado.
Mal falou com
ele, este foi chamado para falar com o patrão.
Confirmou o que ele tinha dito, que discriminava as pessoas, o senhor
imagina que espalhou um boato que vivo com um rapaz da empresa. Ora esse tipo de comentário pode destruir
uma vida.
No dia seguinte o
chefe de recursos humanos foi despedido.
Sabia que tinha
conseguido um amigo para toda vida.
Procurou ser o
mais discreto possível, numa das vezes, escutou falar de uma empresa que
competia com eles, que tinha colocado no mercado ações pois precisava de
dinheiro, dizia ao tal Gilbert que comprasse o máximo, assim com o tempo podiam
assimilar a mesma. Justo em seguida
desceu do carro, ele aproveitou falou com o Herman do banco que comprasse essas
ações imediatamente, que comprasse o total.
Procurou se
informar da outra empresa, fazia o mesmo tipo de transporte que eles, mas
precisava se modernizar. Era dirigido
por uma família, também, rival deles. Só
que transportavam todos os tipos de produtos de outras empresas.
Estudou a empresa
a fundo, sua mãe ficaria orgulhosa, sempre tinha sido um aluno brilhante, só
não tinha podido ir à universidade. No
final de semana convidou o chefe de transporte que estava de folga para comer.
Perguntou da
outra empresa, o que ele achava. Estão meio enforcados, mas com algo de
dinheiro, eles poderiam ir em frente.
Ficou pensando
muito no assunto, a do seu tio tinha valorizado bastante, se vendesse tudo que
tinha, teria dinheiro para investir na outra.
Descobriu com quem tinha que falar.
Alugou um carro
esportivo no final de semana, foi a casa do rival, se apresentou. Não confunda, antes de mais nada não sou
parente de Ary Hayden, mas quero lhe propor um negócio, estive estudando sua
empresa, inclusive com uma pessoa que entende do assunto, eu mesmo já trabalhei
nisso. Tenho dinheiro, posso investir
na sua empresa, mas quero poder ter voz ativa na sua modernização, bem como
trazer uma pessoa para cuidar dessa área.
Se isso os interessa podemos conversar.
Eres muito jovem?
Mas não sou
tonto, começou analisar tudo que sabia da empresa.
Quando falou que
tinha inclusive contratado o chefe de pessoal da outra empresa, soltou, grande
besteira, fui eu que o fiz despedir. O
que ira fazer, será jogar um funcionário contra o outro para ter poder.
O homem ficou
olhando para ele.
Seguiu, a tua
frota é maior, mas não tem gps, tampouco tem horários interessantes, se tivesse
horários compatíveis, se poderia contratar estudantes que tem parte de dia
livre, para fazer entregas. Um dinheiro
extra sempre vem bem a estudantes que vivem de uma bolsa de estudos, precisam
completar para seguir em frente.
Depois de meia
hora argumentando, viu o homem sorrir.
Podemos fazer negócio,
vejo que não eres tonto.
No seu último dia
de serviço, escutou o Ary irritado, falando com o tal Gilbert, quem foi que
colocou essas ações nossas a preço tão baixos, a estão vendendo picado, como se
fosse uma necessidade da nossa empresa fazer dinheiro. Compraste as ações de Andrew Norton?
Como que já não
estão no mercado? Que merda é essa,
descubra o que esta acontecendo, ou te mando para a casa do caralho.
Nesse dia, levou
sua avó, para fazer umas compras, ela foi extremamente mal educada, com um
homem que vinha trazer suas compras.
No carro a
caminho de sua casa, soltou, me tinham dito que a senhora era uma mal educada,
mas não imaginava que era tanto, por isso imagino que seu filho é um trouxa, pois
não o deixa decidir sua vida, todos de sua família devem ser infelizes.
Como se atreve,
quem eres tu para falar assim?
Simplesmente teu
neto, parou o carro no meio do caminho, creio que a senhora devia andar mais,
para gastar suas energias, a retirou do carro, foi embora, o deixou na garagem,
avisou o mordomo, procure a senhora no meio do caminho, eu me demito. Se fosse tu, mandava essa velha tomar no cu.
Passou na central
pediu as contas, chamou o chefe de transporte, lhe perguntou confias em mim?
Sim, amanhã,
dirás que estás doente, vá a uma entrevista no departamento pessoal da empresa
rival. Te espero lá.
Ficou de boca
aberta.
Eu confio, bem
como preciso de ti.
Pode deixar,
amanhã não virei trabalhar, te vejo lá.
De fato, no dia
seguinte, foi, Jimmy o esperava, com uma roupa mais relaxada. Contou todos seus
planos, vamos colocar cartazes nas universidades, inclusive vamos contratar
mulheres que precisem de trabalhar.
Vamos mostrar a esses como é trabalhar duro.
Seis meses depois
tinham tirado uma boa parcela de clientes do seu tio. Tinham melhorado a frota, colocando gps, ele
se divertia pela tarde, melhorando os carros, disse ao seu companheiro de
batalha, os carros devem ficar a maior parte do tempo com um só motorista.
Logo tinham umas
10 condutoras, disse ao Henry, na rota dessas mulheres, coloque as entregas que
sejam para senhoras que vivem em casa, comece a descobrir quem são os nossos
clientes, no final do ano, mandou preparar um pequeno presente, tinham feito
uma lista de clientes mais tradicionais, os que sempre pediam que eles fizessem
o transporte, nome endereço, idade, quem fazia melhor isso era as condutoras
mulheres.
O Andrew, numa
reunião disse, me sacaste do buraco, agora temos uma empresa em expansão, mas
quero que venhas comigo a uma reunião em NYC.
Nos hospedaremos
num bom hotel de luxo, para manter aparências.
Te enganas, nos
hospedaremos num hotel normal, nada de gastos com aparências, não podemos
enganar os clientes.
Andrew, riu,
dizendo aonde andaste todo esse tempo duende mágico.
Seu tio tinha
readmitido o do departamento pessoal, não achava que se devia contratar
mulheres.
Andrew no voo
comentou, é uma empresa que querem que além do transporte de suas mercadorias,
junto vá um técnico para montar.
Era uma empresa
importante. Disseram o que queriam.
Andrew falou, nos
interessa, os apresento meu sócio, Jimmy Hayden, logo lhe perguntaram se era
parente do Ary. Só se for da parte
negra da família. Trabalhei sim para
eles, aonde aprendi o que não se deve fazer.
Entendo, gosto da
sua proposta, mas o importante, vou direto ao problema, fez uma lista.
Vocês darão um
treinamento ao nosso pessoal, como se montam os aparelhos?
Pagaram uma parte
do salário, porque vejam bem, não sabemos quanto tempo se gasta montando um
aparelho que vocês vendem. Depois se as
caixas são realmente revisadas, se vão com todos os componentes perfeitos.
Gostaria agora
mesmo de experimentar montar um aparelho desse.
Um senhor que
estava sentado na cabeceira da mesa sorria.
Gostei.
Chamou uma
secretária, diga a um montador que esteja no edifício que venha aqui.
O homem chegou
com uma bolsa presa na cintura, uma macacão com o emblema da empresa, colocou
uma caixa em cima da mesa.
Ele se levantou,
não deixou o homem abrir, ele mesmo o fez, leu as instruções, pegou um lápis
que estava na mesa, foi rabiscando algumas coisas, pegou as ferramentas, montou
rapidamente a peça.
Me desculpe,
primeiro o livreto de montagem, é confuso, mostrou o que tinha visto, depois,
esse aparelho, dentro em breve vai ter problemas, mostrou aonde no motor. Isso seria uma venda enganosa, sujaria nosso
nome, creio que tanto eu como meu sócio declinamos sua oferta.
A cara do velho
era ótima, veio até ele, me mostre a peça que o senhor diz.
Veja a discrição
dela na caixa é que é fabricada de aço, mas isso é alumínio, da pior qualidade,
eu trabalhei com motores desde jovem, sei quando uma peça vai dar problemas.
O velho espumava,
quem está produzindo essas peças do motor.
Um dos diretores
disse, justamente a fábrica de Ary Hayden.
Ele foi até o
Andrew, quando os senhores tiverem esse problema resolvido, podemos voltar a
conversar, tenho ideias para colocar em prática.
Mal chegaram em Chicago,
mandou comprar 10 aparelhos, sem papel nenhum, perguntou quem queria tentar
montar os aparelhos.
10 de ofereceram
inclusive 3 mulheres, elas foram as mais rápidas, isso que não havia
instruções, disse ao Henry, agora que faça ao inverso, desmontem, foram as mais
rápidas também.
Quero saber que
compra esse tipo de aparelho, se existe outros similares no mercado,
Mandou a que
tinha sido mais rápida, montar outra vez, colocar para funcionar, que anotasse
todos os defeitos que lhe aparecessem.
Andrew dizia, que
cabeças tem, um privilégio trabalhar contigo.
Eu desconfio que
fizeram a mesma proposta ao Ary, ele jogou a coisa para nosso lado, sabe que as
peças estão mal feita, vi entregarem muitas quando estava lá, a maioria
volta. Mas o motor é ele que fabrica,
não sei a desculpa que dá para a devolução, talvez seja essa da montagem.
Se pedimos para
um engenheiro mecânico analisar esse motor, poderemos negociar um tratamento
privilegiado.
Dois dias depois
se falava nos jornais, que a fábrica do Ary, perdia o contrato de fabricação
dos motores. Que os valores de suas
ações abaixavam horrores.
Desta vez, eles
não foram a NYC, veio o velho em pessoa, primeiro lhe agradeceu. Agora entendemos por que de tantas
devoluções, eles alegavam que as pessoas não sabiam montar.
Mandou chamar a
funcionária que tinha montado mais rápido, pediu que ela montasse, o fez
rapidamente, não vou enganar o senhor, esta jovem foi a que montou mais
rápido. Agora quero a análise que mandei
que fizesse.
Eu acompanhei o funcionamento
todo esse tempo, depois da primeiras cinco horas, o rendimento do motor
falha. Talvez seja aí o problema,
conversei como engenheiro que o senhor mandou analisar o motor. Ele concorda,
tudo é material de segunda.
Antes de colocar
de novo esse aparelho a venda, acho que o senhor devia mover uma ação por
fraude contra o fabricante. Pois o vem enganando a muito tempo, lucrando preparando
um motor de segunda, para um produto que o senhores vende como de primeira.
A cara do velho
era ótima.
Quer trabalhar
para mim?
Agradeço a
oferta, mas de momento não. Comece o
senhor primeiro, colocando na rua tanto diretores que não fazem nada,
investigue que foi o diretor, responsável por esse produto, ele também deve
estar ganhando dinheiro com isso.
A cara do velho
era espetacular, é meu genro, um incompetente.
Aí está. Não se pode vender um
produto, que está mal elaborado.
Quando compramos
um produto similar chinês, sabemos que ele é barato, pois seu material é mais
barato. Mas o engenheiro mecânico que
contratamos para analisar o motor, comparou, o produto chinês é melhor que o
fabricado aqui, pesa um pouco mais, mas é melhor, além do preço que tem.
No dia seguinte,
saia uma entrevista do velho, nos jornais, bem como na televisão, pedia
desculpas de estar todo esse tempo vendendo como de primeira um produto, que
era de segunda, que estava movendo uma ação para a empresa que fabricava o
motor. Que o diretor responsável da área
tinha sido demitido.
No mesmo
noticiário, se via Ary saindo com toda sua pompa do seu escritório, dizendo que
não era verdade, que responderiam quando a ação estivesse no tribunal.
Perderam a ação,
as ações da fábrica, ficaram a preço de banana.
Um dia convidou o
Gilbert Hosken para almoçar. O levou ao
mesmo restaurante que ia o Ary, sabia que este o tinha despedido.
Lá estavam ele
além da velha. Passou por eles, disse
bom dia tio Ary, bom dia avó megera.
Sentou-se com
Gilbert, perguntou se queria trabalhar para ele.
Ele sinalizou o
Ary, ele fez que todas as portas da cidade se fechassem para mim.
Não se preocupe,
quando as janelas fecham, se abrem as janelas, mas quando se acham dignos de
saírem só pela porta, morrem.
Quando ia saindo,
o Ary, lhe perguntou por que me chamas de tio.
Porque sou filho
de tua irmã mais velha, que ela diz para todo mundo que morreu, é verdade,
morreu sim de uma overdose, por ter sido repudiada pela sua mãe, quando mais a
necessitava, mas falou isso tudo em voz alta, todos em volta escutavam. As megeras são sempre assim, ela inclusive
te tem agarrado pelos ovos, te controla, por isso eres o idiota que eres.
Nunca te deste
conta que fabricava um motor, que ela mandou fabricar com material mais barato,
pelas tuas costas, agora deve estar te acusando de ser o culpado, mas olhe a
cara dela.
Como sabes disso?
Porque contratei
o mesmo engenheiro que fez o motor, a ordem veio dela, de mudar o material,
para ganhar mais dinheiro. Eres um mero
fantoche nas mãos dela. Boa tarde megera, espero que essa sobremesa, seja
amarga para a senhora.
Foi embora, o que
não sabia era que numa das mesas ao lado, estavam dois jornalistas
econômicos. No dia seguinte, saia nos
jornais, o que tinha acontecido na fábrica.
Ordem da matriarca de ganhar dinheiro a toda custa, que tinha um neto,
de sua filha mais velha, que dizia estar morta.
Foi um escândalo
total, a fábrica teve que fechar, pois os outros que encomendavam material
cancelaram tudo.
Ary, pediu para falar
com ele, estava menos pomposo, veio ele mesmo conduzindo seu carro, quando
entrou na sua sala de trabalho, ficou pasmo, era de uma simplicidade total.
Pensei realmente
que minha irmã tinha morrido, pois eu estudava interno num colégio de elite que
ela me mandou. Sofri o pão que o diabo
amassou. Sempre me disse como devia
agir, a única coisa que eu fazia bem era comprar e vender ações.
Isso é verdade,
eu aprendi conduzindo teu carro, prestava atenção nas conversas, comecei a
fazer o que tu fazias.
Se queres uma
opinião minha, fazes isso bem, devias montar uma empresa como Gilbert Hosken, ele
é bom nisso, é meu empregado agora, mas merece mais. Peça desculpas a ele, saia da empresa dela,
das asas negras que tem. A deixe se
afundar sozinha, pois o merece. Se não
fazes isso, vais afundar com ela, serás eternamente o idiota que sempre foste,
com essa pompa como se tivesse o rei na barriga.
Em casa a coisa
esta feia, o mordomo a mandou tomar no cu, quando gritou com ele, a cozinheira
foi embora, disse que estava farta dessa jararaca.
Ninguém a chama
para nada, está como uma fera enjaulada.
Minha mãe quando
estava desesperada, telefonou para ela, para pedir ajuda, disse que não tinha
nenhuma filha, não quis escutar que tinha um neto. Minha mãe para sobreviver teve que se
prostituir. Mesmo assim viu que eu
tinha cabeça, mas eu trabalhava duro, entre estudar, consertar carros aprendi
muita coisa. Quando se meteu nas
drogas, a salvei duas vezes da morte, na terceira, cheguei tarde, tive que
deixar que fosse enterrada na indigência, porque não tinha dinheiro. Aqui trabalhei duro, ganhei o meu dinheiro,
mas jurei uma coisa, acabar com essa megera da tua mãe. Por isso, se sou você, caia fora, porque os
ratos já estão abandonando o navio, olhe quantos motoristas temos de tua
empresa, porque são maltratados por esse homem que recontrataste.
Não fui eu, foi
ela, ele sempre foi o leva e traz dela.
Não mandas na
própria empresa que pensas que é tua?
Não, o capital é
dela, as ações, eu compro e vendo com o dinheiro do fideicomisso que meu pai me
deixou. Ele morreu amargado por causa
dela.
Ele pegou um
envelope, entregou ao Ary, tenho uma cópia disso, leia, depois mostre para ela. Foi tua tia que me deu a maioria das
informações, depois um detetive encontrou o resto.
Veja quem é a tua
mãe. Alias não eres filho do pai que
tinhas, mas sim de um amante dela.
A cara do Ary
estava desencaixada. Venha, leia no
caminho, vou contigo te ajudar a enfrentar essa bruxa.
A boca do Ary,
sentado ao seu lado no carro, não fechava.
Então isso que conta da sua família tão importante de NYC, é tudo
mentira.
Sim, gastei
dinheiro, mas descobri quem era ela. Tanta pose, no final, começou como sua
filha acabou, era uma prostituta.
Quando entraram
na casa um empregado disse que estava na biblioteca. Entraram os dois.
O que faz esse
bastardo aqui?
Mãe bastardo sou
eu, pois nem filho do homem que amei como meu pai, sou.
Tome isso, saíra
amanhã, nos principais jornais da cidade.
Ela começou lendo em pé, aparecia seu nome verdadeiro primeiro.
Depois foi se
sentando.
Quando acabou,
Jimmy disse, a senhora começou como uma puta, a sua filha acabou como uma,
embora minha mãe não suportou ter que fazer isso, porque sua família se negou a
ajuda-la, ela reconhecia que tinha errado, seguir esse homem, porque o amava,
mas veja bem, sempre me amou, me incentivou a ir para frente usar minha inteligência,
a senhora ao contrário, sempre foi puta, segue sendo uma puta, mas daquelas
maquiavélicas.
Adeus, antes puxou
um livro, pelo menos se fosse inteligente teria lido algum livro, esses são todos
de imitação, vale tanta merda como a senhora que é uma fachada. Adeus bruxa.
Ela tirou um
revolver da gaveta apontava para suas costas, quando Ary levantou seu braço, o
tiro fez despenhar um lustres desses de Veneza, ela correu para o lustre, meu
status, vai pro caralho, nem meu lustre tenho.
Jimmy disse ao
Ary, eu a internava como louca, assim podes salvar a empresa.
Foi embora.
No dia seguinte
lia isso nos jornais, que a senhora Hayden tinha sido internada, por um certo
desequilíbrio mental. Seu filho assume
as empresas.
Gilbert esperava
no seu escritório, ele riu, veio dizer adeus?
Ele me disse o
que lhe disseste, mas não quero de maneira nenhuma voltar a trabalhar para ele.
Pode ser que
tenha um negócio que possa interessar.
Chamou o engenheiro.
Ary o tinha
visitado logo cedo, o recebeu aonde sempre tinha vivido, no sótão, ficou
espantado, vives aqui?
Sim, para mim é
um palácio, em comparação com o lugar em que fui criado. Aqui tenho paz no final do dia.
Bom Ary me propôs
ficar com a fábrica, reformular tudo, acredito se te coloco dirigindo a mesma
junto como engenheiro, podemos voltar a emergir, mudaremos o nome da fábrica,
diremos que tem nova direção, o engenheiro recontrata os funcionários que creia
que sejam bons, eu irei pessoalmente negociar os contratos com cada dos
clientes.
Mas deixaras está
empresa?
Nem pensar,
Andrew é um homem de bem, a levantamos, seguiremos em frente. Temos que melhorar bastante, para que
possamos fazer agora as entregas de Amazon, por toda a cidade.
O nome da fábrica
era agora Amanda Hayden, o nome de sua mãe.
O aspecto soturno que tinha, acabou mando pintar tudo de branco, por
mais que sujasse, sempre teria um aspecto limpo.
O engenheiro
junto com a empregada que sabia de tudo da máquina, pois era condutora de
caminhões, para pagar seus estudos de engenharia mecânica. Reestudaram o motor completamente, para
apresenta-lo ao inventor do mesmo. O
velho quando o viu entrar, seguido do engenheiro, de sua assistente. Riu, imagino que vieste aceitar minha
proposta de trabalhar comigo.
Um dia o senhor
me perguntou se eu era parente dos Hayden, lhe disse que podia, minha mãe como
o senhor sabe, foi expulsa da família por seguir o homem que amava. Agora a fábrica leva o seu nome, não posso
permitir que nada manche isso.
Gostaríamos de apresentar um novo motor para seu produto.
Então o coloque
para funcionar.
Já está
funcionando, os dois apontou aos engenheiros, o desenvolveram de tal maneira
que não tem ruído como o anterior.
Ele se levantou
veio escutar de perto, caramba é verdade, ele fez um sinal, apresentou o Gilbert,
que trouxe o resto do aparelho. O velho
sorria, quando começamos a fabricar essa maravilha.
Primeiro, pelo
que contabilizamos, o senhor teve a devolução de 200 peças, devolveu o dinheiro
para as pessoas, nos sabemos quem são, mandaremos de novo com nosso serviço, de
montagem, a cada uma dela, isso será a publicidade do novo aparelho. Filmaremos, como uma reportagem, o que
achas?
Te ofereço a
presidência da empresa, serei teu empregado meu filho. Apertou a mão do Jimmy, o abraçando, quando
te vi falando a primeira vez, pensei esse era o filho que queria ter.
Negócio fechado.
Já temos os
duzentos motores prontos para entregar.
Acione seu departamento de publicidade.
Anos depois,
quando tinha já quase quarenta anos, almoçava todas as semanas com seu tio, agora
só trabalhava com compra e venda de ações como gostava. Ele com Andreu, tinha absorvido a empresa de
entrega, a do seu tio, era a que se especializava em fazer entregas, com a
montagem de aparelhos, contratava estudantes para isso.
Prestavam esse
serviço também a outras empresas que precisavam de técnicos de montagem, mas
sempre se negou a expandir fora de Chicago.
Quando a senhora
que lhe alugava o quarto morreu, comprou sua casa, a reformou, continuou
vivendo lá, usando o mesmo quarto que era lugar de paz.
Ary seguiu seu
exemplo vendeu a mansão, foi viver num bom apartamento, uma vez por semana
agora iam almoçar juntos, ria muito, pois o restaurante seleto que ia, Jimmy
dizia que a comida era pouca para seu estomago. No verão faziam o que ele gostava,
sentar-se no cais, comerem sanduiches olhando o lago, conversando sobre ações.
Ary levou anos
para reconquistar Gilbert que tinha sido seu namorado, mas consegui depois de
um bom tempo, agora vivam juntos.
Bom Jimmy, um dia
disse ao Andrew, que estava cansado de ser virgem aos vinte cinco anos, queria
ser algo, mas nunca confiava suficiente em ninguém para isso.
Se surpreendeu
quando esse lhe disse, podemos tentar.
Não Andrew não
ias querer viver na minha casa, gosta de luxo, eu de um lugar que seja
tranquilo no final da noite, tu de sociedade, de gente para jogar conversa
fora, eu prefiro, ficar tranquilo.
A maioria dos
dias comia com Henry seu antigo chefe que agora era seu braço direito, se davam
bem, quando o levou para conhecer sua casa, ele adorou, eu vim aqui uma vez te
procurando, a senhora abriu a porta, era uma casa de uma velha, a transformaste,
tudo ali era simples. Não tinha nada de
luxo.
Sabe quando te
vi, fazendo os dois turnos, pensei, esse rapaz é esperto, não é como os outros
que aparecem em seguida reclamam que é muito trabalho, um dia te segui para ver
como o fazias. Eras respeitoso com as
pessoas ao fazer a entrega, bom dia, até logo, que tenha um dia maravilhoso
pela frente, boa tarde, sempre foste cordial com as pessoas.
Quando reclamavam
de algo, anotavas, depois me passava.
Sei que a maioria, jogava esse papel fora.
Depois passei a
te respeitar, quando assumiste a outra empresa, conseguindo trabalho para o
pessoal jovem que precisa de dinheiro para a universidade, os doutrinava para
fazerem um bom trabalho, sempre foste justo.
Podia ter colocado teu tio num buraco enorme, mas o ajudaste a descobrir
quem lhe saboteava na verdade.
Fizeste justiça,
mais que uma vingança. Sabias que
realmente na época eu tinha um romance, mas me ajudaste a superar o que ia mal.
Te espero a um
largo tempo, quando queiras posso ser teu.
Começaram
namorando, se conhecendo fora da empresa, indo ao cinema, como um par de
namorados, até que Henry veio viver com ele.
A casa era perfeita para os dois, não escondiam nada de ninguém. Andrew ficou com um pouco de ciúmes, mas
quando conheceu sua casa, foi claro, seria para mim difícil viver aqui.
Anos depois era
reconhecido como benfeitor de jovens com dificuldades para se manter na
universidade, lhes dando emprego. Recebeu
um prêmio, que compartiu com o Henry, meu grande amigo que entendeu minha ideia.
Tinham muitos
anos pela frente de trabalho, de uma certa maneira, essa ajuda, ele pensava que
era em parte para pagar o dinheiro que tinha roubado num momento de
desespero. Tanto fez que conseguiu
encontrar aonde sua mãe estava enterrada, traze-la para Chicago, para ser
enterrada aonde merecia.
No hay comentarios:
Publicar un comentario