LOIRA
BURRA - DUMB BLONDE
As aparências
sempre enganam. Minha mãe ou minha tia,
era uma clássica pessoa que rotulavam de loira burra, nada mais longe da
verdade.
Era uma mulher
especial, falava cinco idiomas, era formada em filologia. Na Universidade se graduou Cum Laude, mas os
rapazes se aproximavam dela pelo rotulo, se davam muito mal. Quando contava as histórias dessa época,
riamos muito. Os tontos levavam um
susto, pois era capaz de debater com eles uma jogada que o fulano achava
genial, apontando todos seus defeitos. As vezes os provocava, deixando
completamente bêbados, se levantava ia embora, se fazia sexo, quando o sujeito
virava para o lado para dormir, ia embora.
Apesar de poder
dar aulas em qualquer lugar, inclusive na universidade, preferiu aceitar um
emprego de assessora, numa enorme empresa de publicidade.
Evidentemente
explorava conscientemente sua presença, sabia que quando entrava numa sala se
fazia silêncio, se aproveitava disso, para se sentar numa mesa de discussões,
enganar as pessoas que pensavam que a estavam levando para o seu lado. Nada mais longe da verdade, pois quando
percebiam, estavam fazendo o que ela queria.
Nunca bebia,
fingia que o fazia, mas tinha verdadeiro horror a bebida, tinha crescido numa
família de alcoólatras. Quando minha
mãe verdadeira pediu socorro, foi até a cidade aonde tinha nascido, nunca mais
retornado. Encontrou minha mãe nas
últimas, gorda, feia, tinha sido uma garota linda. Nem sabia quem era meu pai, pois trabalhava
numa lanchonete de beira de estrada.
Podia ser qualquer um. Minha
tia me encontrou, num berço, todo sujo, mijado, cagado, chorando. Me apaixonei por ela no ato. Enterrou minha mãe, me adotou, como
parente mais próxima. Se transformou
numa mãe perfeita, para ninguém botar defeito.
Vivia em Los
Angeles, num grande apartamento, bem decorado, embora nunca recebesse ninguém
em casa, dizia que ali era seu canto, que não gostava de gente xeretando sua
vida.
Se chamava Jeannete
Müller, ou Jean Müller, como a conheciam, era uma mulher de armas a tomar. Era tão franca, direta com o clientes, que muitos
ao falarem com ela por telefone, pensavam que Jean, era um homem.
Mas um em
especial, era louco por ela. Se
transformou em seu marido, depois de anos a cortejando. Era um grande fabricante de armas, na época
que a conheceu, estava casado, tinha um filho.
Tentou algo com ela que saiu mal.
Pois como todos ao se sentar na mesa para atende-lo, lhe disse na cara
que não tinha certeza de querer um homem como ele, como cliente.
Ela quando
falava, olhava na cara da pessoa, fixamente, até a pessoa desviar o olhar. Dizia ele depois que foi nesse momento que se
apaixonou por ela.
Ele tanto fez,
que o aceitou como seu cliente. Cada
vez que ele vinha a Los Angeles, marcava com antecedência, um almoço com
ela. Ficava maravilhado com seu
comportamento, entravam num restaurante chic, ela parava na porta, olhava todos
que estavam ali, que ficavam de boca aberta, pois sua aparência era
impecável. Nada de um vestido
escandaloso, tudo muito simples, mas sua altura, seu corpo, o corte do vestido
eram impecável. Tinha a anos descoberto
uma costureira, a qual ela mostrava um vestido das grandes marcas, a senhora
fazia igual para ela.
Na mesa, era como
se toda a vida tivesse comido nos melhores restaurantes, mas tudo isso aprendeu
observando. O que esse homem Marc Smith,
sem querer depois virou meu pai, me tratava melhor que seu próprio filho. Dizia que eu não era a típica criança burra,
chata, conversava com ele a sério.
Ele amava
conversar com ela, pois olhava diretamente nos seus olhos, era como se os
outros do restaurante, não existissem.
Fazia o mesmo comigo, nos sentávamos para comer, me perguntava pelo meu
dia, como tinha ido na escola, tudo isso olhando para mim. Se eu mentisse ela sabia de imediato. Eu como ela, era o melhor aluno da escola.
Ele se divorciou,
antes de ter qualquer coisa com ela.
Num almoço, colocou na frente dela, um anel com um diamante enorme. Ficou surpreso, pois ela não fez nenhum
movimento para pegar o mesmo.
Que quer dizer
com isso, apontou para a caixa, que era de um grande joalheiro?
Quero me casar
contigo. Estou esperando a muito tempo
dizer isso, que te amo.
Os olhos dela
sorriam segundo ele contava, não sabia se estava zombando de mim, ou queria me
sacanear.
Achas que com
isso me compras. Não sou uma mulher bibelô,
para casar contigo, ela não gostava de homens jovens. Precisas meditar muito no que vais ter ao teu
lado. Não irei a nenhuma festa, para ser
exibida como a tua loira burra, tampouco, deixarei de trabalhar. Minha vida independência é muito importante
para mim. Não quero estar envolvida com
os teus negócios, nem que me uses para os mesmos.
Posso te ajudar
como faço, mas disso nunca passaremos. Teremos
um contrato de casamento, em que se morres, herdo dinheiro, mas não teu
negócio. Consulte com seu advogado, com
o travesseiro, depois voltamos a falar, seguiu comendo, conversando como se
nada tivesse acontecido.
De noite, me contou
tudo, isso sempre fazia, apesar de ser um garoto, a escutava atentamente,
quando não entendia alguma coisa, lhe perguntava.
Só perguntei se
gostava dele?
Sim, é um homem
atraente, agradável, não fala asneiras na minha frente, tampouco piadas
indesejadas, sabe que não sou uma decoração.
Dias depois
marcou outro almoço, a levou a ver a mansão que iria comprar para viverem
juntos.
Ela olhou cada
detalhe da mesma, disse para ele, nunca falamos, mas acredito que tenha
investigado, tenho um filho, alias meu sobrinho, mas é meu filho adotivo. Não abro mão de cria-lo, portanto ele faz
parte do pacote. A mansão está bem, mas
tem que estar no meu nome, nada de se nos divorciamos, volta a ser tua. Quero um contrato com um fideicomisso por se
acontece alguma coisa.
Tudo registrado
em cartório. A tua fábrica, que fique
para teu filho, um detalhe a mais, quando eu diga NÃO, nunca insista. Ele concordou com tudo, que ela seguisse
trabalhando, do contrato, do fideicomisso, quando trouxe os papeis, ela lhe deu
um beijo no rosto, agora espere que meu advogado também vai estudar tudo.
Nesse dia ele
tentou algo com ela. Ela colocou suas
mãos, de manicura perfeitas, no seu peito, se já esperaste até agora podes
aguentar mais um pouco.
Só quando o
advogado devolveu os papeis, com uma serie de restrições, que estavam em letra
pequena, ela devolveu o mesmo para ele.
Arrume isso, depois nos falamos.
Fomos passar uma
férias numa casa de praia que ela alugava.
Um dia ele apareceu enquanto estávamos na praia. Estava furioso, não tinha se dado conta do
que o advogado tinha feito. Lhe pediu
perdão ali na praia na frente de todos.
Tirou um outro
anel, muito simples, disse que tinha sido da sua mãe. Eres a mulher da minha vida. Tudo será como queiras.
Finalmente se
casaram, numa cerimônia, simples, com duas testemunhas, eu na frente, ele
gostava como eu me comportava com ele.
Nos mudamos para
a mansão, eu adorei a casa ao primeiro momento.
Ele abriu uma conta para ela, para as despesas, que ela podia contratar
quantas pessoas quisesse. Mas tudo o
que fez, foi contratar um casal de mexicanos que conhecia, ela para cozinhar,
ele para administrar tudo.
Quando tinha
alguma reunião, contratava a mesma empresa de sempre para fazer um coquetel, ou
um jantar. Nada de grandes exageros, comida
simples, mas bem apresentada. No final
do mês, Manoel o administrador, apresentava um relatório ao patrão, que ria,
dizia que estaria mais rico, se tivesse feito isso com a esposa anterior.
Seguiu mantendo
sua costureira de sempre. Quando ele
teve um convite para um jantar na Casa Branca, pensou que ela iria comprar uma
roupa estravagante, ela ao contrário, sabia que a primeira dama, era uma mulher
conservadora, se apresentou recatada.
Estiveram as duas conversando um longo tempo, sobre mil assuntos. Se tornaram amigas.
Ele ficava como
um bobo, a vendo conversar com pessoas influentes, sempre tinha conversa, se
informava de tudo, se era um coquetel, sussurrava a algum garçom que lhe
trouxesse um copo de água, nada de bebida.
Quando algum
homem tentava se passar com ela, o olhava nos olhos, dizendo, não creia que
tens chance, não eres metade do homem que é meu marido. Além de que, cheiras mal, não adianta usar um
perfume caro, quando estas podre por dentro.
Alguns ficavam
furiosos, iam falar com Marc, ele soltava uma gargalhada, quem mandou te meter
aonde e com quem não devia.
Em casa só havia
duas festas por ano. Uma era no Dia de
Ação de Graças, outra quando no meu aniversário, mas tudo em família. As que Marc pedia para ela organizar, eram
outra coisa, misturava as pessoas, que representava, com as do negócio dele.
Mas sempre de bom gosto, impecável.
Uma vez que
voltavam a casa Branca ele, lhe comprou um presente em Paris, num grande
joalheiro, ela abriu a caixa, riu, é bonito, mas não combina comigo, guardou no
cofre, prefiro não usar joias.
A empresa que ela
trabalhava, foi engolida por outra maior, foi quando decidiu, que trabalharia
desde casa, com alguns clientes que lhe eram fiéis.
Agora passava
mais tempo em casa. Um dia parada na
varanda, chamou o Manuel, quem está cuidando do jardim, está horrível. Ele lhe apresentou um homem, seu parente.
Sinto muito
Manuel, acho bem que cuide de tua família, mas não quero esse homem mais aqui.
Agora me levava a
escola todos os dias. Íamos conversando
em algumas das línguas que me ensinava.
Um dia, mal desci do carro, ali estava um furgão velho caindo aos
pedaços, era meu único amigo da escola, estava a pouco tempo nos Estados
Unidos, com ele falava em alemão.
Ela riu, quando
nos viu falando. Olhou como ele se
despedia de seu pai.
Foi fazer umas
compras, depois ao passar num lugar aonde ficavam mexicanos, ou emigrantes de
algum outro lugar, viu o pai do meu amigo, com um cartaz se oferecendo de
Jardineiro.
Deu a volta com o
carro, se dirigiu a ele em alemão, os outros todos se ofereceram, mas ela disse
que pegasse seu furgão que a seguisse.
Ele quando viu a
mansão, ficou de boca aberta. Ela o
tempo todo falando com ele em alemão, disse como queria o jardim. Agora trabalho em casa, por isso da janela
da biblioteca, vejo o jardim, explicou o que queria.
Meu pai quando o viu, ficou com ciúmes, pois
era um homem mais jovem. Mas ficou
abismado com a educação do mesmo.
As vezes ele ia
nos buscar na escola.
Minha tia, não se
incomodava que Hans viesse fazer o lanche comigo, depois estudar.
Eu lhe ensinava a
falar direito o inglês. Me contou um dia
que sua mãe tinha morrido, depois eles emigraram para América.
Manoel não gostou
muito, pediu as contas como uma maneira de pressionar minha tia, ela odiava
isso. Lhe pagou tudo que devia, ficamos
um tempo sem cozinheira, mas ela se apanhava.
Sua amiga a
antiga primeira-dama, lhe indicou um francês, que estava sem emprego, Pierre,
ele, Hans pai e filho, ficaram morando nos fundos da mansão, em cima da
garagem.
Agora ia junto
com meu amigo a escola, já pensando o que íamos fazer quando fossemos a universidade,
os dois podíamos disputar bolsas de estudo.
Mas tudo foi a
merda, quando o filho do Marc veio passar as férias conosco, o tipo era
complicado, um pouco maior que nós dois, ficava provocando brigas, para depois
se fazer de vítima.
Quando viu que não
caiamos na sua conversa, um dia nos foi buscar na praia, no velho carro do
Hans, achamos estranho porque o Hans nunca emprestava seu carro para ninguém.
No dia anterior
Junior, tinha ido a fábrica com o pai.
Voltou contado o que ia fazer quando a fábrica fosse dele, uma série de
lorotas, sem pé nem cabeça. Faltava
pouco para estar em casa, quando parou num posto de gasolina, dizendo que ia
mijar, abaixou do carro, atirou uma cápsula dentro ,
fechou a porta a chave. A cápsula
soltava uma fumaça estranha, bem como um cheiro horrível, disse ao Hans, que
enfiasse a cabeça num buraco que tinha na parte da frente do carro, ele tirou o
tapete assim fez, eu passei para trás, sabia que a porta traseira nunca fechava
direito, já estava muito tonto, mas tive força para meter o pé na mesma, isso
provocou um ruído, como se tivesse cortando o carro no meio.
Corri para ajudar
o Hans a sair, gritava, chamem a ambulância, o puto Junior o vi entrando num
taxi.
Quando chegou a
polícia, encontrou a cápsula, a velho furgão estava partido no meio. Eles não sabiam o que era isso, lhes dei o
celular de minha mãe, fomos os dois para o hospital.
Ela apareceu com
Marc, lhe contamos o que tinha passado.
Esse se colocou furioso, mandou a polícia atrás do filho. Ele roubou uma coisa experimental na
fábrica, não sabemos ainda o efeito.
Quando a polícia
chegou para prendê-lo, ele tinha um revolver na mão, atirou, atingindo um
policial, outro atirou nele. Ao
trazerem o mesmo para o hospital, o médico avisou que tinha perdido muito
sangue, já que Marc era seu pai, seria o mais normal fazerem uma transfusão de
sangue. Ai a porca torceu o rabo, o mesmo
não era compatível. Numa prova de ADN
rápida, se descobriu que não era filho dele.
A mãe, apareceu
como uma louca, quando soube, disse que era verdade, quando me casei contigo,
já estava gravida de outro.
A confusão foi
imensa, Marc, quase tem um enfarte.
Eu fui me
recuperando, mas Hans não, ele tinha um problema congênito de pulmões, quando
tudo parecia estar bem, morreu de noite dormindo.
Hans pai ficou
arrasado, depois do enterro, falou com Jean, que não podia seguir trabalhando
ali, pois, cada vez que me visse se lembraria do filho.
Jean, tomou uma
decisão séria, o que estamos fazendo nessa merda de mansão, aí descobrimos que
detestava o lugar, falou seriamente com Marc, iriamos viver no seu apartamento
que estava fechado. Marc como um
cachorro perdido concordou. Fez tudo
como ela queria, vendeu a fábrica, apesar que a mesma estava a gerações na família
dele.
Pelo menos viveu
os dois últimos anos de sua vida ao lado da mulher que amava com loucura.
O pseudo filho
foi acusado de assassinato imprudente, indo para a prisão.
Pierre, foi
conosco, a vida era mais agradável, mas volta e meia tinha pesadelos, tentando
sair do furgão. Acabei num psicólogo.
Marc se sentia
culpado, agora imaginava as muitas famílias que tinham problemas por culpa de
suas armas.
Em vez de entrar
na faculdade, apesar das minhas notas, resolvi, me distanciar, com um dinheiro
que minha mãe me deu, fui para a Alemanha, a terra dos meus avôs os Müller, foi
uma surpresa agradável. Me dediquei a
estudar a língua. Fui ficando, arrumei
um emprego, que me permitia me manter, não queria o dinheiro do Marc.
Quando ele
morreu, voltei para seu enterro, minha mãe cuidou dele até o final, diria
depois que tinha sido o único homem que tinha amado.
Apesar de saber
que tinha deixado dinheiro para mim, deixei uma procuração com minha tia, que
usasse esse dinheiro, para as ONGs, que cuidavam dos com problemas com as
guerras.
Segui no meu
emprego em Berlin, até acabar o curso que fazia.
Quando voltei,
ela me abraçou, não sabes como sinto tua falta. Ela queria cada vez mais uma
vida simples.
Eu voltei a
universidade para fazer um curso de literatura e escrita, foi divertido, um dia
encontrei o Hans, estava a mesma coisa, conversamos muito, coloquei para fora,
que amava seu filho, ele a mim, éramos dois adolescentes descobrindo o mundo,
os sonhos que tínhamos, como seria nossa vida.
Ele ficou me olhando
primeiro, depois me abraçou muito forte, me disse baixinho, senti muito sua
falta, estava tão acostumado a ver os dois juntos, nunca fizeste a diferença de
patrão, filho de empregado.
Como poderia
Hans, ele era meu melhor amigo. O levei
para ver minha tia, vivíamos agora numa casa nas encostas de Hollywood, grande,
confortável, mas nada exagerado.
Passou a nos
visitar sempre, agora era eu que cada vez que o via, pensava no meu amigo, como
estaria agora.
Nunca mais fui
capaz de amar ou ter amizade com ninguém como tinha por ele.
Passei a dar
aulas numa escola, perto de nossa casa, dizia a minha mãe, que tinha razão a
maioria nunca fazia ou queria estudar.
Mas sempre tinha algum que se salvava, os incentivava.
Um dia ao sair da
escola, me topei com o Junior que já tinha cumprido sua pena. Estava mais forte, cheio de tatuagens, me
avisou, agora vou por ti.
Avisei a polícia,
mas não tive que fazer muito, ele estava metido com um grupo que comandava
drogas nos bairros de Los Angeles, morreu numa briga de bandas.
De pobre menino
rico, virou um bandido. Me lembrava as
conversas com Marc, que sempre falava que se sentia culpado ter-se separado do
filho. Mas que este tinha um gênio
complicado, era como a mãe, chantagista, manipulador.
No fundo não
tinha os genes do Marc, pelo menos isso ele se livrava das culpas.
Me surgiu uma
oportunidade para dar classe numa escola americana na américa do sul, aceitei
sem pensar, queria de qualquer maneira estar longe dali.
Só voltei anos
depois para o enterro de minha mãe.
Erámos umas poucas pessoas, nada de grandes cerimonias como ela odiava.
Apesar de ter
distribuído a herança do Marc, me tocou a parte que ela tinha ganhado,
trabalhando toda sua vida. Vivia no
Rio de Janeiro, dando aulas na Escola Americana de lá, embora estivesse farto,
pois seus alunos eram garotos ricos.
Vendi tudo,
voltei para lá. Era como estar no meio
de uma grande confusão, as vezes me sentia aturdido, com tudo que acontecia por
lá, mas levava uma vida simples, num pequeno apartamento em Copacabana, não
precisava de muito para viver. Livros,
uns chopinhos com os conhecidos, nada mais.
Assim vou levando
a vida, dou aulas a garotada numa escola na favela, me sinto bem.
De ter saído da
merda, que era a vida com minha mãe verdadeira, ao luxo, descobri que nem
sempre o dinheiro faz a gente feliz.
Volta e meia
sonho com o Hans, desperto sorrindo, me sentindo nesse pequeno momento, jovem
outra vez. Outras sonho que estamos
dentro do furgão, que toda minha preocupação é salva-lo, me dou conta que o
amava como um louco.
Essa juventude
ficou parada no tempo, nunca pude recupera-la, tampouco suplantar essas
lembranças.
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