lunes, 25 de enero de 2021

GET AROUND - DAR A VOLTA POR CIMA

 

                                                        GET AROUND

                                             DAR A VOLTA POR CIMA

 

Estava furioso, mas não sem razão, as coisas no último mês, tinham saído do seu controle, tudo tinha ido para a casa do caralho, como ele dizia.

Voltava de uma viagem ao Canadá, aonde tinha ido atender um cliente, era arquiteto, decorador, tudo que fizesse falta, apesar de viver em Londres era americano, já vivia e trabalhava no Reino Unido, para mais de dez anos.   Os mesmo dez anos que vivia junto com um jornalista que tinha conhecido nada mais ao chegar, durante seu primeiro trabalho.  Afinal ele o tinha lançado no mercado por causa de uma reportagem.

Era o querido dos novos ricos, que compravam mansões velhas para restaurar, queriam era aparentar, ele era experto em saber restaurar essas casas as transformando no mais moderno possível, além de aproveitar os moveis antigos, misturando com os modernos, os mais caros do mercado.   Sempre que induzia um cliente a comprar alguma coisa, recebia claro dinheiro por fora.

Tinha ido justamente finalizar um trabalho.   Um inglês que tinha emigrado para o Canadá, com uma mão na frente, outra atrás, tinha comprado uma mansão, mas ao ver um trabalho seu, o contratou.    Fez o projeto, foi ao Canadá várias vezes, separou todos os moveis antigos da casa, os mandou restaurar, os transformando em algo moderno, visitou as lojas de lá para saber negociar as compras.   Todo mundo o conhecia das revistas de decoração que chegavam lá.

Foi relativamente fácil, tinha agora contrato para mais duas.  Mas claro nunca nada é cem por cento perfeito.

Mal desembarcou, o levaram a parte, dizendo que seu namorado Boris Smith, tinha um problema que por conviverem tinha que fazer uns testes.  Não se preocupe com a sua bagagem, nesse momento um agente a está recolhendo a levará para sua casa.

Pelo visto Boris estava infectado com algum vírus, não sabiam, se tinha ido para Bielorrússia com o vírus ou se tinha contraído lá.   O levaram para o hospital, viu de passagem, Boris como numa bolha, um quarto especial, para pacientes com vírus estranhos.   Seu fotografo também o tem, mas em grau menor.  O senhor Boris está em coma induzido.

O fizeram fazer todos os tipos de exames, ao final o levaram para uma sala, aonde estavam dois médicos, ainda com humor brincou, um me dará uma boa notícia, o outro vai me ferrar, é isso?

Realmente pode ser isso, o senhor não tem o menor indício do vírus, portanto contraiu lá, mas passo a palavra ao meu companheiro um oncologo.

Nos exames, descobrimos que o senhor tem um tumor no pulmão, o quanto antes opere será melhor, pois é um dos tipos raros, teremos que extirpar metade de seu pulmão, além de quimioterapia, radio, o que faça falta.

Ele entrou nessa roda viva, lhe operaram em seguida, cancelou os contratos que tinha, explicando a razão.   O médico lhe disse o senhor é jovem, forte, esportista, o que era uma meia verdade, as pessoas o olhavam para seu físico, pensavam que passava o dia inteiro em algum ginásio fazendo fitness.    Odiava fazer exercícios, o tinha pela sua juventude trabalhando duro para chegar ao final do mês.

Como Boris estava em coma, resolveu que se operaria ali mesmo.   Antes da operação ficou sabendo da verdade, que já desconfiava.   O pobre fotografo, era sua primeira experiencia numa reportagem desse calado.   Mas claro Boris o tinha escolhido porque era jovem, bonito, além de fazer seu tipo.   Filho da puta pensou, desde que tinha começado com uma conversa de terem uma relação aberta, já desconfiava, mesmo antes, sabia que nas viagens que fazia, sempre pintava uma certa aventura.

Por isso, sempre se protegeu, usando camisinha, o outro reclamava, mas não abria mão, depois de ter visto na sua juventude a quantidade de gente morrer de AIDS, não fazia concessões. 

Boris dizia que a sensação não era a mesma, queria sentir seu imenso aparelho dentro dele, vibrando.   Sempre era exagerado em tudo.

O rapaz contou que os tinham separado, tinha colocado Boris dentro de um containers de transportar produtos, ele em outro.   Morri de medo, mas fiquei quieto, não sabia direito o que tínhamos ido fazer, tampouco de que ia a reportagem.   Fazia apenas um mês que estava no jornal.   Como ele era famosos, pensei que lançaria minha carreira.

Quando esteve a sós com o rapaz, perguntou se tinha acontecido algum relacionamento sexual com Boris.   

Tentar ele tentou, mas não sou gay, inclusive me ameaçou que seria minha última reportagem, creio que afinal foi ele quem criou essa confusão toda.

Ficou com pena do rapaz, com um ódio mortal do Boris.

Estava já na última seção de quimioterapia, totalmente calvo, tinha perdido todo seu cabelo, que diziam que era um dos seus charmes, largos, loiro, que casavam muito bem com a estampa que projetava.

No meio do corredor, se encontrou com o agente com quem tinha falado todo esse tempo, vinha lhe dar a notícia que Boris, tinha falecido, sem voltar do coma.  Se ele queria ir vê-lo, disse que não, acabo de sair de uma seção de quimioterapia, melhor não, lhe deu o nome do advogado do Boris, ele com certeza providenciara tudo.   Não tempo cabeça para isso, nem me sinto bem.

Quando entrou no seu quarto no hospital, levou um susto, ali estava parado, um homem alto como ele, de costa, com um roupão do hospital, com a cabeça coberta, quando este se voltou, viu que o mesmo chorava.  Foi até ele o abraçou, sinto muito pelo Boris, era um grande amigo meu.  Ficaram os dois ali abraçados, um com a cabeça no ombro do outro.

Era seu antigo fotografo, não fui nessa viagem, porque me descobriram um câncer, muito complicado, pois me atingia em dois lugares, acabo de fazer a segunda operação.

Esse filho da puta, levou esse garoto, com certeza para ter uma aventura, me desculpa falar assim, mas eu tive uma aventura com ele quando começamos a trabalhar junto.  Nas viagens ele queria sempre aproveitar.   Dizia que em casa, contigo, tudo era normal, que te amava, mas ele queria sexo duro.    Se metia em muitas confusões, lhe disse que um dia acabaria mal.

Sinto muito, mas acredito que necessitavas saber.

Soltou, um americano, arquiteto, decorador, com uma excelente aparência, para aparecer em sociedade, mas por detrás era um filho da puta de muito cuidado.  Se sentaram os dois, ele comentou a história da camisinha, nunca confiei nele totalmente, por isso me negava a viver na mesma casa, queria ter a minha, caso acontecesse algo.  Mas era ele quem não saia da minha.

No último dia antes de viajar, começou com uma conversa estranha, mas eu estava mais preocupado com meu projeto, nem lhe escutei.

A única coisa boa, foi que no meio dessa confusão descobrir que tinha esse câncer, mas adiante seria impossível me curar.

Ficaram de se ver, lhe caia bem, estavam os dois carecas, mas eram atraentes.

Quando saiu do hospital, foi a cerimônia que o advogado dele tinha montado, mas se negou a falar nada.   Vens a leitura do testamento?

Por que faço parte dele?

Sim uma parte sim.

Foi para sua casa, retirou todas as roupas do Boris de lá, deu para um mendigo que vivia ali na esquina.  Não queria nada dele mais por lá.

O pior veio na semana seguinte, as pessoas sabiam o que tinha acontecido com o Boris, portanto assimilava que como ele tinha estado tanto tempo no hospital, era que tinha a mesma coisa.

Telefonava para os conhecidos, todos tinham desculpas para não se encontrarem, na verdade eram mais amigos do Boris que dele.

Tampouco apareceu nenhum contrato, ou pessoa o procurando, quando falou com os clientes que tinha atrasado o trabalho, tiraram o corpo fora, como se ele tivesse um vírus também.

Sentou-se no seu pequeno salão, pensou, creio que está na hora de voltar para casa.   Tinha um pequeno apartamento no Soho, que um amigo alugava a anos para turistas.  Lhe disse que estava voltando, que mandasse pintar o mesmo, já veria o que fazer quando chegasse.

Avisou seu caseiro, que deixaria o apartamento, antes iria contratar uma empresa para mandar suas coisas para NYC.   Nesses anos, tinha encontrado muitas peças interessante, faziam parte da sala que atendia os clientes.

Foi a leitura do testamento, ficou surpreso, deixava tudo para ele, o apartamento, que ele pensava que era alugado, bem como dinheiro.  Não tinha ninguém mais na leitura, para uma pessoa que tinha milhões de amigos, só ele era o que recebia algo.   Mas nenhuma carta, nada.

Nem pensou muito, mandou que o advogado vende-se a casa, com tudo que estava dentro, afinal se tinha nesses anos todos, ido umas 10 vezes lá era muito, comentou isso como Advogado, era ele que sempre estava na minha casa.

Foi com o advogado transferir o dinheiro para sua conta, bem como este mandou preparar uma procuração para vender a casa.

Depois que a transportadora embalou tudo, levando para dois containers, nunca tinha pensado que tinha tanta coisa.  Se a venda da casa fosse boa, poderia comprar um apartamento melhor para ele.

Se sentiu um filho da puta, pensando nisso, mas fazer o que, tinha que recomeçar sua vida.

Ficou uns dias num hotel, antes de ir embora o advogado lhe chamou, pois tinha vendido a casa, muito bem vendida afinal.  Os novos donos o queria contratar, mas disse que tinha compromissos em NYC, que não podia aceitar.

Depois do dinheiro no banco, combinou de com o gerente, como fazia para transferir.  Antes de ir embora, direto para NYC, foi ao Luxemburgo, muitos clientes lhe pagavam por lá, tinha uma bela soma, dinheiro ganho pelo seu trabalho.   Poderei escolher agora os clientes.

Passou por Paris, para ir ao Marche de Saint-Quen, aonde comprava muito, passou uns dias visitando todos os antiquários, que conhecia, separando peças, tinha uma ideia na cabeça, iria colocar em execução.   Quando via algum casal de namorados procurando algo, se lembrava do Boris, sentia em sua boca, um sorriso amargo.  Tinham feito muito isso, andarem por ali, procurando coisas.     Mesmo assim, visitou uns quantos com esculturas que adorava, bem como máscaras africanas.   Comprou muita coisa, contratou uma empresa que sempre fazia isso para ele, mas quando escutaram falar em NYC, riram, deixaste de explorar os ingleses.   O homem tinha muito senso de humor, era um português, que tinha emigrado para lá jovem.   Vais enganar em outra freguesia.   Nesse dia foi almoçar com esse homem, lhe caia bem, tinha quase 65 anos, não pensava em se aposentar, meus filhos, foram a universidade, cada um tem sua vida, ninguém vai levar isso em frente, meus empregados, precisam de mim.

Quando o último se aposentar, vou pensar no assunto.  Se despediram, se depois vieres, me procure, lhe deu seu número particular.

Finalmente foi para NYC, seu velho apartamento lhe pareceu uma merda, era realmente mais para turista.   Imediatamente começou a procurar o que tinha ideia na cabeça.  Falou com imobiliárias, a zona que queira, Madison Ave, Park Ave, Lexington Ave, mas acabou achando mesmo na 2and Ave.    Uma bela loja, que já tinha sido de antiguidades, além de um apartamento em cima.  Comprou o apartamento, a loja alugou do mesmo proprietário, com a possibilidade de comprar mais à frente.   Contratou gente, seu amigo que alugava o apartamento para ele, conhecia muita gente, lhe indicou um grupo de poloneses, que faziam trabalho de restauro.   Foi ver dois trabalhos deles, conversou com o chefe, se trabalhas bem, depois os contratarei para outros trabalhos com clientes.   Mas aviso, sou exigente demais.

Sei quem é o senhor, me mostraram muitas vezes trabalhos que saíram em revista, queriam igual.   Venha comigo, telefonou a uma pessoa, o levou para ver o apartamento, era um projeto dele, para uns ingleses.   O apartamento era exatamente igual ao seu projeto, pediu licença a dona examinou tudo, anotou em um livrinho que levava, depois falou do o Paul Kina, veja, encontrei esses dois defeitos, isso eu nunca admito.

Ele riu, fiquei esperando isso, coisas que os que nos contratam não querem gastar dinheiro.

Foi com ele ao local, ali mesmo começaram a trabalhar, ia anotando tudo que queria, era muito trabalho, desde tirar duas paredes do apartamento, bem como raspar todo chão de madeira, substituir tabuas do assoalho, por outras iguais.

Na loja, mandou limpar tudo, deixar um espaço totalmente diáfano, só não iriam retirar nenhuma coluna. 

O advogado, bem como ele resolveriam todo os papeis de licença.   Quando tiveram visto bom, começaram a obra.  Eram todos parentes, pois se pareciam muito uns com os outros.

Na segunda vez que foi, pois Paul queria que visse algo que tinha descoberto, uma escada que dava a um porão, que não aparecia no projeto, quando conseguiram abrir a porta, encontraram um cadáver ali.

A polícia apareceu, Paul ainda tinha dito que era melhor ficar quieto.  Isso atrasaria a Obra.

Olha, Paul, nem sei quem é, mas merece nosso respeito.  Depois que a polícia levou tudo, puderam quase quinze dias depois limpar tudo.  Por sorte não tinha cheiro.

O policial voltou umas duas vezes, ficaram na dúvida, a escada que levava ao porão vinha do apartamento de cima, também dava para a loja.    O proprietário, nem sabia da existência, tinha herdado do seu tio o local, bem como o apartamento.   Era um homem complicado, quando meu pai morreu, me meteu num internato, que só sai para ir à universidade.

Era casado com uma mulher linda, quando voltei aqui, segundo ele ela tinha morrido, não tinham filhos, portanto pode ser ela.   O mistério levaria muito tempo para resolver.

O melhor agora era que tinha um porão para guardar as mercadorias.

Apressou o Paul, pois em breve estaria chegando os containers de Londres, bem como os de Paris.

Ele lhe perguntou se não ia precisar de uma pessoa para trabalhar com ele, tinha um filho, que não vivia com ele, mas que estudava artes. Quem sabe.

Quando viu o rapaz, era uma cópia do Paul, mais jovem.  Riu, pensou, mas prefiro o pai.

Soltou isso na cara do Paul.  Esse riu, eu também escolheria o senhor.  Mas uma aventura entre nós estragaria o negócio.

Quando o container de Londres chegou, um deles era os moveis de seu apartamento, com os homens do Paul, foi colocando tudo no lugar.  Algumas vezes dava uma ordem, mas não lhe entendiam.   Paul resolveu tudo, vou trazer um rapaz que trabalha comigo em outro projeto, quando viu o rapaz, ficou de boca aberta.  Era um homem espetacular.

Se entenderam ao primeiro momento, Joseph Grain, contou que tinha estudado dois anos de arquitetura em Lodz, mas que por necessidade tinha emigrado.

Ele lhe dizia como queria os quadros, ele explicava aos homens, um deles tinha tentado colocar de cabeça para baixo um quadro.   Joseph soltou que ele tinha um bom gosto incrível.

Pois é Joseph, aprendi trabalhando, não queres trabalhar para mim, se esses homens vão trabalhar nos meus projetos, eu vou precisar de alguém que entenda o que quero, possa explicar melhor.

Falo com o Paul, sei uma maneira de falar com ele.

Paul ria, encontraste um substituto para mim.   Sim é uma pessoa que pode ser o elo entre nós nesse trabalho, pois nem sempre posso estar em todos os lugares.  Cuidado, não corra atrás dele, espere para ter alguma coisa.

Quando a obra ficou toda pronta, justo dois dias depois chegaram os containers de Paris, Joseph o ajudava a guardar, separar tudo no porão, separando o que iria imediatamente para a loja, tinha feito uma espécie de escritório que encaixava no resto.

Montou a loja como se fosse uma casa, tinha moveis suficiente para isso, nada de parecer uma loja que quinquilharia, mas sim de projetos, decoração.  Fez a inauguração convidando antigos clientes, amigos, além de amigos de amigos.  Fez um contato com uma revista de decoração a mesma em saia em Londres, logo fizeram uma reportagem com a loja, bem como seu apartamento.

Sentou-se com Joseph, lhe disse, sinto falar isso, mas tens que te vestir melhor, vou te ensinar, pois vamos viver de aparências.   Outra sugestão, é que voltes a estudar aqui, eu te ajudo, assim podes discutir projetos comigo, uma coisa que sempre é bom duas cabeças pensando.

Em breve saíram dois projetos, um era uma casa de praia em Los Hamptons, um milionário a tinha comprado para sua nova esposa.    Foi ver a casa numa manhã com Paul e Joseph, discutiram examinando tudo, a escadaria, estava mal, todos os quartos precisavam de reforma, os banheiros nem se fala, imaginaram uma cozinha moderna no lugar.

Teriam que contratar uma secretária para quando se ausentassem.   Na volta quando pararam para um café.  Paul disse, rapaz tenho que tirar o chapéu par ti, estas transformando o Joseph em tudo que ele sonhou. 

Riu dizendo, creio que ganhei um filho, não um amante, para isso prefiro você.

Um dia saíram os dois para jantar, Paul apareceu bem vestido, mas de maneira simples, contou que tinha se divorciado nada, mas ao chegar a América, sua mulher o largou por um americano rico, era muito bonita, me levou o garoto com ela.  Não vou dizer que não tive aventuras, algumas, mas com homens poucas, mas desde que te vi, não te tiro da minha cabeça. 

Ele também contou o que tinha acontecido com ele, de uma maneira ele me ajudou, mas foi um bom filho da puta.   Contou a história da camisinha, tinha visto tanta merda na vida, que nunca me atrevi a fazer de outra maneira.  Ele descobri depois gostava de sexo duro, isso eu não lhe dava.

Acabaram essa noite os dois na cama, foi o que ele tinha imaginado, gostava da sensação de estar com outro homem, não com uma pessoa frágil.   De manhã, como era um domingo, ainda disse ao Paul, não vais te fazer agora, eu bebi muito ontem, não sei de nada.

Venha aqui seu sem vergonha, tinham explorado seus corpos até a exaustão, mas sem penetrações.  Sem querer quando viu, Paul buscava camisinhas, porra ele vai me penetrar pensou, mas foi ao contrário a colocou nele, o deixou lhe penetrar, era impressionante o que sentia.   Depois com uma voz rouca disse um dia desses tens que me deixar fazer o mesmo.

Passaram o dia juntos, Paul lhe comentou que tinha uma casa que lhe tinham chamado para olhar, em que a dona queria se desfazer de todos os moveis de sua sogra, alguns podem ser restaurados.

Rindo disse, terias que encontrar um pessoal, que seja bom, eu posso ensinar, montarmos uma oficina de restauro, inclusive para os próximos clientes.   O trabalho foi em crescendo, Paul não queria viver com ele, mas passava os finais de semana na sua casa.

Os dois se davam extremamente bem, mas Paul tinha medo de que os outros empregados falassem alguma coisa.   Mas um dia, acabou soltando, não posso mais viver sem estar perto de ti, estou sempre contigo na minha cabeça outro dia distraído chamei um dos rapazes com teu nome, ficou rindo, até me dar conta foi tarde, todos já sabem.    Embora achem que dei o golpe contigo.

Agora ficava sempre por lá, saiam iam jantar fora, ao cinema, coisas que os dois gostavam.

Sempre examinavam casas antigas que tinham moveis para vender.

Os amigos de Paris, lhe avisaram que tinham muitas coisas novas para ele.  Deixou a loja com o Joseph e a garota, aproveitaram a época do Natal e ano novo, foram para Paris os dois, Paul estava chateado pois queria passar pelo menos uma festa com o filho, mas a sua ex-mulher sempre atrapalhava.

Assim se distraiu, foi divertido andarem por Paris, jantaram nos lugares de James gostava, ao negociar com os fornecedores, ele ajudava.  Buscava defeitos nas peças para torna-las mais baratas alegando que teriam que mandar restaurar.

De lá foram numa visita rápida a Lodz aonde ainda vivia a mãe dele, não sabia como apresentar o James, mas nem fez falta.  A senhora era gente boa, Paul tentava convence-la de ir viver nos Estados Unidos, ela se negava.

Ainda visitaram vários antiquários, o problema era o transporte, falou com seu amigo português, ele mandaria buscar tudo, de Paris mandaria para NYC, tinha jantado juntos uma noite, se deu bem com o Paul.

Vários anos se passaram, a empresa ia bem, Paul mantinha a sua, o único problema que tinham era o filho dele, que não aceitava muito bem o relacionamento dos dois, quando vinha de férias Paul ficava em sua antiga casa com o filho, se viam no trabalho nada mais.  Mas como tudo, era possível aguentar.

Foram chamados por um proprietário, que tinha um imóvel, no princípio do Harlem, muito procurado por gente que já não podia pagar os aluguéis do Soho ou do Village.

Era um prédio estreito, de três andares, os dois de baixo estava vazios, mas no último vivia uma senhora, que não podia mais sequer descer as escadas.   O edifício tinha uma historia macabra, pois o inquilino do primeiro andar, tinha ficado morto meses no apartamento, ninguém tinha sentido sua falta, quando a polícia por causa do mal cheiro veio abrir com os bombeiros o encontrou morto.      Segundo a autopsia, tinha morrido de um enfarto cerebral.

Quando visitaram o edifício, os apartamentos eram excelentes, tinha sido uma casa única, que tinha sido dividida em apartamentos, tinha na parte traseira, um bom espaço, hoje abandonado.

Quando falaram com a inquilina do terceiro andar, ficaram com pena, pois a mesma, usava um andador, não tinha como descer os três andares, conversando lhe perguntou por que não ia viver numa residência, a partir que não tinha ninguém.

Não posso pagar tudo sozinha, minha aposentadoria é pequena.  

Falou com o proprietário, se o senhor paga uma parte da residência, ela sairá, lucraras mais com um apartamento reformado, com um aluguel mais alto do que ela paga.   Diga que lhe pagas o mesmo que ela de aluguel aqui, assim ficaras livre.

Depois antes de se mudar, disse que enquanto o vizinho debaixo era vivo, ela escutava através da torre da lareira, as vezes ruídos estranhos.

O proprietário quando trouxe a planta, aparecia um porão, mas demoraram para encontrar a porta, estava atrás de uma estante, acharam estranho, quando finalmente conseguiram abrir a porta, o cheiro era forte, impediu os homens de descerem.   Chamou imediatamente seu conhecido da polícia.   

Este chegou lançando uma brincadeira, só me chamas para isso, para uma cerveja, um jantar a luz de velas, nunca.     Paul, ficou com ciúmes, ele riu, não dando muita importância.

Quando os bombeiro chegaram, encontraram embaixo, cinco cadáveres de garotos, de várias idades.  Estavam presos na parede com correntes, isso atrasou a obra, vários meses.

Paul enquanto isso estava fazendo uma obra em Long Island, um edifício, antigo, que foi esvaziado por dentro.   Um dia verificando a obra, uma viga imensa caiu sobre ele, lhe fraturando a coluna cervical, bem como a cabeça, teve uma morte instantânea.

James ficou totalmente comocionado, mas o filho chegou, levou o pai com ele, sequer lhe permitindo participar do enterro.

Quem resolveu tudo, foi o policial Guiseppe Lord, mas conhecido como Lord, pois tinha além de uma bela estampa, se vestia muito bem.

Podemos ir ao cemitério, de longe assiste a cerimônia, sei que estas chateado, mas é a melhor maneira de evitar uma encrenca.  

Joseph como era amigo da família foi, depois lhe contou que o medo do filho era que tivesse que dividir herança com ele.    Como não lhe interessava o trabalho do pai, fechou a empresa.

Ele montou uma sociedade como Joseph, ele se encarregaria agora dos homens, é do trabalho, mas só recontrataram os melhores, pois muitos eram parentes do Paul, viviam do conto.

Quando a obra dos três apartamentos ficou pronta, o proprietário que tinha outros imóveis, viu que valia a pena o restauro.  O contratou para mais dois outros.   Abriu um mercado novo para ele e o Joseph, que agora era socio com ele.

Agora, pelo menos uma vez por semana, ou fim de semana, almoçava ou jantava com o Lord, esse era divertido.   Dizia que depois do que aguentava, se ficasse de mal humor, era pior, tinha sido do exército, Polícia Militar, portanto quando saiu, foi fácil arrumar emprego.  Um dia lhe contou que o grande amor de sua vida, tinha conhecido no exército.   O tinha encontrado bêbado, era muito jovem, não queria estar ali, assim que pode deu baixa, mas tinha sérios problemas de neurose de guerra.  Ataques de raiva, ou se metia nas drogas, foi duro de contornar a situação, acabou morrendo por overdose.

Escapava, mas voltava como um cachorro sem dono, passei a ter horror, ser totalmente contra as guerras.  Eu no meu posto, estava bem protegido, vi muita merda depois trabalhando de policial.   Como quando nos conhecemos, descobrir que por ciúmes o marido trancava a mulher no porão, esse agora, era um pédofilo, creio que os garotos estavam vivos quando ele morreu, pois morreram de fome e sede.      As vezes meu trabalho me deixa enojado.

Um dia depois de muito tempo, finalmente resolveram experimentar fazer sexo, amizade já tinham, viu que ele realmente gostava de estar junto com ele.   Foi uma experiencia fantástica.

Anos depois Lord se aposentou do seu trabalho, realizou seu sonho, numa das casas que ele reformou, montou um pequeno restaurante, com muito carinho.   The Lord, era o nome, pequeno, para poucas pessoas, com a cozinha a vista, trabalhava junto com um ajudante indiano, faziam um tipo de comida diferente.

James fez todo o projeto, não era um lugar barato, mas logo a crítica aplaudia a comida fusion que faziam, saiam nos jornais e revistas,  todos diziam para ampliar, mas nem pensar dizia ele, já é difícil organizar tudo,  era uma espécie de comida de mercado.   A carta estava sempre mudando, assim como ele dizia, nunca ficaria enjoado de fazer as comidas.

James levava as vezes os clientes para comer, se era uma cliente, levava pela tarde, para um lanche.   Não abriam aos domingos, era o dia deles.  Ficavam juntos, conversando, fazendo sexo.  Tinham a vida que queria, todos os dois tinham dado a volta por cima em muitos problemas, mas tinha sobrevivido.

As vezes James era convidado por clientes, para um fim de semana em Fire Island, mas agradecia, não era o que gostava de fazer.

Domingo era uma coisa relaxada.   Levantavam tarde depois de uma seção matutina de sexo, tomavam um bom café da manhã, normalmente Lord, trazia comida do restaurante para não terem nenhum trabalho.  Iam ao cinema, jantar fora, com o Joseph e a garota que era sua namorada que trabalhava na loja.  Como uma família.

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

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