SEVER - SEPARAR
Joseph, despertou com um mal humor
incrível, isso sempre acontecia depois de um tratamento contra um câncer, hoje
estava curado, mas conforme a posição que dormia, ou se estava cansado ao
despertar era o mesmo.
Esteve escrevendo até as três da manhã, um
artigo que sobre sua última viagem a Israel, quase foi expulso do pais. Sem querer começou a rir, pois se lembrou da
cara dos agentes que o tinham levado ao aeroporto.
O assunto não interessava a ninguém, isso
entre parênteses, nem ao governo de Israel, nem ao Vaticano, tinham encontrado
um pequeno cemitério, durante as escavações de um monte, para poder passar uma
estrada. Nele se encontrou três
sepulturas, uma tinha o nome de Jesus, outra José de Arimathea, a última de
Maria. Como estavam todas juntas, deu o
que falar, ele disfarçado de funcionário das escavações, conseguiu
fotografar. No momento que se descobriu
os nomes, é a data dos enterramentos, a coisa complicou, manteve sua fachada de
funcionário, até que ao final, resolveram mudar o rumo da estrada, dando uma volta
maior. Seriam necessários anos para
estudar o local. Foi quando descobriram que ele não era
funcionário, mas era tarde já tinha fotografado tudo. Só não descobriram aonde estava o cartão da
máquina fotográfica. Quando a
recolheram, estava vazia.
O fizeram ficar totalmente nu, diante de
todo mundo, só de tênis e meias.
Idiotas pensou, estava colada na sola do seu pé. Mal lhe deram tempo de recolher suas coisas
no apartamento que tinha alugado em Jerusalém.
O levaram direto ao aeroporto, inclusive nem precisou pagar a passagem.
Mas quando chegou a NYC, a coisa ficou
preta, pois começou a se sentir mal, foi para o hospital, aonde o câncer apesar
de ser mortal, estava começando. Achavam
que ele tinha estado exposto a material radioativo. Na camada superior do enterramento, tinham
descoberto bombas antigas da guerra do Yom Kippur, que começou em 6-10-1973 a
24-10-1973, uma das múltiplas guerras rápidas dessa região. O médico que o atendeu acreditou que podia
ter sido isso. Ele tinha fotos dessas bombas, todas
corroídas, por um vazamento de esgoto, numa camada superior. Soube depois que todos que tinham estado ali,
tinham problemas.
À semanas, que para se ocupar, que ele
olhava as fotos, analisando, ampliando algum detalhe. Ainda não se sabia o fecha exata dos
enterramentos, mas como sempre, se diriam que era de algum período antes ou
muito depois de Cristo.
O Vaticano não tinha feito nenhum
comunicado a respeito,
Estava embaixo do chuveiro, um lugar que as
vezes usava para pensar, ali parado com a água escorrendo pelo seu corpo.
Quando saiu seu celular não parava de
tocar, viu de quem era a chamada, a bendita secretaria do seu chefe. Mas se vestiu tranquilamente, seu uniforme
de campanha como chamava, uma calças jeans velha, bem como uma camiseta, como
era inverno, roupas que usavam os esportistas, uma malhas que protegiam o
corpo, colocou por cima uma camiseta de gola alta negra, tirou a jaqueta de
couro macio do cabide atrás da porta de entrada. Estava vestindo a mesma, procurando com os
olhos um cachecol que tinha deixado por ali.
O encontrou, era daqueles típicos usado pelos árabes e judeus.
Atendeu o celular dizendo que já estava
saindo de casa, logo na esquina entrou no Subway, em direção ao Jornal, desceu duas estações depois, comprou café
forte num Starbucks, grande, o café do Jornal era uma merda. O tomava forte, sem açúcar para despejar a
cabeça.
Subiu no elevador se deliciando do mesmo,
quando chegou na última planta, já tinha basicamente bebido tudo. A secretária do diretor, fez sinal que
teria que esperar uns 15 minutos, colocou os auriculares, ficou andando pela sala de espera, fazendo
anotações no seu celular, mas falando em árabe, sabia que as outras pessoas ali
não falavam essa língua.
Ele ao contrário, falava perfeitamente o
hebreu, árabe, alemão, Frances, além do inglês é claro.
Pontos que devia agora revisar no texto que
estava escrevendo.
Quando finalmente entrou, viu que junto com
o diretor estavam mais duas pessoas. Uma
entendeu imediatamente quem era, o Cardeal de NYC, já sabia por aonde iam os
tiros, mas de uma certa maneira, era uma pessoa razoável, pois o tinha salvado
de algumas intrigas claves para sua carreira.
Lhe indicaram que se sentasse. O cardeal perguntou como ia de saúde?
Bem, é os funcionários do Vaticano que
estavam nas escavações? Sobreviveram ou
morreram para esconder tudo do mundo.
Tu como sempre direto ao assunto,
verdade. Vou ser como tu, queremos que
o jornal não publique tua história.
Como?
Isso mesmo, pode fazer muita confusão nos
nossos religiosos, bem como a maioria dos católicos.
Imagino que sim, descobrir que viveram em
cima de uma mentira tão grande, Deus
nunca os perdoara, começou a rir, não podia parar.
Viemos discutir como podemos transformar
tua reportagem numa coisa amena.
Bueno, podemos discutir, ou melhor talvez
eu sequer publique, para não sofrer as maldições dos católicos.
Antes que me façam uma proposta, faço uma
contraproposta, quero uma entrevista com
o Monsenhor Julius Rivera. Se me deixam
falar com ele, perfeito.
O cardeal o ficou olhando, soltando em
seguida, por quê?
Assuntos pessoais, eminência, assuntos
pessoais, nada mais.
Tinha descoberto depois de ver o Monsenhor
numa reunião em Jerusalém, que eram idênticos, queria saber se ele era seu
irmão gêmeo que tinha desaparecido.
Vou tentar, mas não prometo. Se levantou, estendeu a mão para os homens
que ali estavam beijarem, mas ele quando muito apertava a mão. Nem a de seu finado pai tinha beijado,
quanto mais de um cardeal, que não sabia aonde a tinha colocado antes. Tampouco se inclinou, olhando bem em seus
olhos, disse, se não consegues vou publicar de qualquer maneira.
Saiu da sala, foi para a sala geral dos
repórteres, com seu chefe nos calcanhares, como ele tinha ousado a fazer
chantagem com o Cardeal.
Da mesma maneira que ele faz chantagem
comigo, contigo, com todo mundo, não se esqueça que tenho podres suficiente dele,
bem armazenado.
Precisava falar com o filho de um dos
jornalista que trabalhava ali com ele.
Passou pela sua mesa, este se levantou, não
tinham se visto ainda, depois do seu problema, tinha ido ao hospital, mas ele
não queria receber visitas.
Filho da puta, fui te visitar, me disseram
que não querias receber visitas.
Meu caro, imagina o mal humor que tinha, a
não ser que viesses com uma garrafa do melhor whisky, aquela que bebe escondido,
aí talvez te recebia.
Preciso do celular do teu filho, preciso de
uma ajuda dele com um problema do computador, ele nisso é um dos melhores.
Olha lá em que vai meter meu filho?
Deixa de ser um pai pesado, o rapaz tem 25
anos, já sabe pensar por si só, podes ou não me dar o contato com ele.
Escreveu num papel, lhe passando o número.
Nem foi a mesa que sempre usava, na
biblioteca do jornal, simplesmente foi em rumo ao elevador. Tinha jogado um blefe com o Cardeal. Ainda não tinha nada escrito.
Tinha sim feito uma cópia das fotografias
todas, guardado as mesmas num cofre forte do seu banco, ali usava duas caixas das grandes, cheias de
documentos, depois que tinham entrado em sua casa, era o melhor a fazer.
Tudo que tinha sobre o Cardeal, estava bem
guardado.
Falou com Angel, marcou com ele, num dos
lugares que gostavam de comer.
Nunca poderia falar com o pai dele, já
dormi com teu filho, além de ter 25 anos, tem um bom piru, é fantástico na
cama. Tampouco podia dizer que no dia
que tinha ido visita-lo, estava lá com ele.
Adorava o rapaz, embora tivesse quase 50
anos, nunca tinha tido um relacionamento como esse, os dois respeitavam o
espaço um do outro. Mas antes de tudo
eram amigos, ele o tinha incentivado a seguir o que gostava, o pai queria que
fosse jornalista, mas ele era um apaixonado pela informática. Lhe sugeriu que fizesse as duas coisas, pois
o futuro do jornalismo estava na informática.
Como ele dizia, o FAKE, um dia tomaria
conta do jornalismo, nunca mais iriam saber o que era verdade ou não no
mundo. Como ele brincando dizia, No News, Fake News .
Enquanto esperava, se lembrou da historia
do seu irmão, só ficou sabendo dela, quanto tinha uns 12 anos, tudo por causa de um mal entendido. Estavam os dois no berçário do hospital, um
bebê que estava ao lado deles, morreu, a enfermeira sem querer colocou seu
irmão nesse berço, de noite seu irmão desapareceu.
Nunca encontraram quem tinha feito isso.
Seus pais eram judeus, mas nunca iam a
sinagoga, tampouco faziam qualquer festa judia, nem visitavam parentes
próximos. Moveram céus e terras, mas
nunca encontraram seu irmão.
A mãe da criança morta, tinha também
morrido no parto, portanto nada a ligava a ninguém, não tinha documentos.
Quando ele viu o Monsenhor Julius, em
Jerusalém, teve que ficar quieto, eram idênticos, abaixou mais seu boné, caso ele lhe olhasse, poderia destruir
o trabalho que estava fazendo.
Tinha pagado um bom preço, para estar no
lugar do homem que tinha substituído, para participar das escavações.
Quando Angel chegou, viu que estava
mergulhado no fundo de sua cabeça. Sentado no final do restaurante, assim
podiam ver quem entrava ou saia, eles mesmo podia escapar pelos fundos.
Se beijaram no rosto, Angel pediu um café,
ele já estava tomando um, que por acaso estava frio.
Como estas, te vejo estupendamente, creio
que podíamos comemorar, com uma noitada especial.
Deixas de ser sem vergonha garoto, ficou
rindo olhando seus olhos, quando querias apareça.
Bom preciso de um grande favor teu. Preciso que descubra tudo sobre Monsenhor
Julius Rivera. De aonde saiu esse homem,
se é seu nome verdadeiro, como sempre, até o cheiro do peido que dá.
Meu pai me disse que hoje tinham uma
reunião com o Cardeal, eu lhe soltei que com certeza tinha relação sobre tua
estadia em Jerusalém.
Lembra-se comentei contigo no hospital, é
um assunto delicado. Não creio, que o
jornal queira publicar, mas pensava ir por fora, uma vez tu me disseste que
deveria ter uma pagina na internet, com todos os artigos que nunca foram
publicados, ou por pressão do governo, ou mesmo de alguma agencia ora o FBI ou
CIA.
Estou pensando seriamente nisso, como agora
poderia ter morrido, tudo isso está guardado numa caixa forte no banco. Te deixarei de herança, assim publicas tu.
Ficaram conversando sobre isso, claro posso
montar o site para ti. Mas o faria de
uma maneira que nunca iriam encontrar de aonde saia as publicações.
Rindo soltou, podemos trabalhar em tua
casa, assim ficamos mais resguardados, mas claro antes teríamos que passar um
rastreador para saber se não tens escutas.
Preparar o apartamento.
Acho melhor o seguinte, tenho no último
andar do edifício, um pequeno studio, ninguém sabe que é meu, o comprei de uma
senhora que precisava de dinheiro urgente, mas continua como se fosse dela.
Perfeito, até podemos montar uma antena
para captar tudo em volta, faríamos a publicação do teu site aos quatro ventos.
Acho boa a ideia, estou meio farto do
jornal, não quiseram pagar a conta do hospital, dizendo que eu ia por
fora. Por fora agora irei eu.
Quando terminaram de almoçar, se
despediram, ele saiu pela porta detrás, não queria ser visto juntos.
De noite Angel apareceu, com um pen
drive. Vamos olhar, tem tudo que eu
consegui.
Monsenhor era natural de Monterrey,
California, filho de dois emigrantes mexicanos, o pai morreu de um câncer
complicado, levou anos enfermo. Quando o
pai morreu, entrou para um mosteiro, daí foi subindo, dizem que é super
inteligente. A mãe é viva, continua
vivendo na mesma casa. Ele foi para
Roma fazer um curso, ficou por lá, já serviu a dois papas, ao último serve como
carmelengo, dizem que será nomeado em breve Cardeal.
Ele se ocupa de todos os assuntos delicados
do papa, controla tudo na cúria.
Depois de olhar tudo, inclusive coincidia a
data de nascimento, os dois tinham nascido no mesmo dia, segundo um registro
tinha nascido em casa.
Imprimiu cópia disto, na época os pais
viviam na mesma cidade que seus pais.
Foram dar uma olhada no apartamento, é
perfeito, soltou o Angel, podias emprestar para que eu pudesse montar meu local
de trabalho, pois outro dia meu pai quase entrou na garagem que uso.
Estendeu as chaves, todo teu, rindo o
beijou.
O Sexo entre eles era estupendo, se
completavam, apesar da diferença de idade, a coisa ia bem, ele estava tomando
todo o cuidado com o Joseph, para não tocar nenhuma das cicatrizes que tinha da
operação.
Amanhã mesmo de noite começo a trazer tudo.
Pode ser que eu tenha que ir de
viagem. Nessa noite comprou por internet
um bilhete para Roma, mas usando um dos seus documentos falsos, quando ia fazer
algo diferente sempre usava um dos seus alias.
Justo no dia seguinte, quando estava no
Aeroporto, o Cardeal lhe chamou, para dizer que dentro de dois dias poderia
entrevistar-se com o Carmelengo.
Agradeceu, não vai se arrepender.
Quando chegou a Roma, buscou um hotel
pequeno, limpo, barato pela zona do Trastévere, um B&B – Trastévere House, ficou num térreo, apesar de mais barulhento,
tinha duas saídas, uma pela entrada, outra logo atrás do quarto, saindo pela
cozinha.
Saiu vagabundeando pela cidade, mas no
fundo, se dirigiu ao Vaticano, mais parecia um turista, com sua pequena câmera
fotográfica, pendurada lateralmente ao corpo.
Na mochila levava blocos para escrever, uma vez que lhe roubaram esse
bloco, devem ter-se se rasgado segundo ele, tinha feito um curso de
taquigrafia, tinha uma maneira toda própria de escrever.
Se encostou numa coluna, por aonde passavam
os carros que saiam do Vaticano, ficou escutando a conversa dos guardas. Tinha em seu poder conseguido por Angel, um
mapa do interior do Vaticano.
Depois de comer numa Tratoria, muito bem
por sinal, estava cheia de pessoal que trabalhava na Cúria, nada de muito
importante, até que chegaram duas mulheres, estavam nervosas, uma delas falava
justamente de Julius Rivera, tinham levado uma bronca dele. Imagina, me pediu para localizar o
jornalista que estava nas escavações, disfarçado, mas nem seu Jornal, tampouco em sua casa,
como que desapareceu no ar. Me pediu
informações a respeito desse homem, mas claro só existem artigos que escreve
para os jornais. Todos polêmicos com
certeza. Me pediu alguma informação
intima do mesmo, mas não existe fotos claras sobre ele.
A única coisa curiosa, é que nasceu no
mesmo dia que o Carmelengo.
A mim sempre me tratou como seu eu fosse
uma inútil, bom nos duas sabemos que essa historia da caridade, todas essas
coisas da igreja não passam de balelas.
É grosseiro, duro, só tem um ponto em seu favor, não é hipócrita. Defende o Santo Padre, como se fosse um
guerreiro Ninja.
Tinha gravado a conversa das duas, no
celular. Para colocar em algum texto,
Quando saíram, foi atrás, para ver por
aonde entravam, por uma porta lateral, de uma rua pouco movimentada. Não pode se aproximar muito, porque justo
ali, estava um homem com um aspecto lamentável. Mal elas entraram, se endireitou todo, saiu
andando normalmente.
Filho
da puta, passou pelo mesmo, como não quer nada, passou por ele, esbarrou, lhe
roubando o celular.
Quando conseguiu entrar viu que tudo estava
escrito em russo, bem como as conversas
que tinha com alguém. Um espião russo
que vigiava os funcionários, interessante isso.
Dois dias depois se celular avisou da
entrevista, fazia muito frio, se abrigou bem, não levava nada nos bolso, a não
ser um bloco para escrever, um porta minas de grafite, assim sabia que poderia
usar. No porta minas, a ponta superior,
era na verdade um micro que gravava tudo, inclusive se a pessoa entrevistada
falava por celular, guardava o número.
Estava preparado, chegou pontualmente na
hora combinada, o foram levando por mil escadarias, bem como corredores. Foi memorizando tudo. O mandaram se sentar, o deixaram esperando
pelo menos meia hora, mas não reclamou, foi prestando atenção em todas as
conversas, a maioria tentava falar com
o Carmelengo para uma entrevista com o papa.
Finalmente o chamaram, um sacerdote com uma
cara de azedo, perguntou o que queria saber do Camerlengo, disse que era um
assunto a pedido do Cardeal de NYC.
Amigo particular do Carmelengo.
Mal entrou, este estava sentado de costa,
lendo um papel.
Quando se virou, ficou de boca aberta, era
como se olhar num espelho. Levou uns
minutos para reagir, lhe deu todo tempo do mundo.
Quem é o senhor?
Uma larga história, quando vi o senhor em Israel, pensei, se
parece tanto comigo, que deve ser o irmão gêmeo que tive, que roubaram do berçário
do hospital.
Não nasci num hospital.
Pediu licença o levou com ele até um
espelho que estava ali. Era cópia exata
um do outro.
Contou o que sabia, que seu irmão tinha
sido trocado de berço, que o bebê que estava ali, tinha morrido, que o
roubaram. A mulher que tinha parido o
nato morto não tinha documentos, mas era mexicana. Nunca descobriram quem era o homem que
estava com ela, tampouco se ele levou a criança.
Hoje temos um exemplo ecumênico, tu um
católico, eu um judeu, ateu.
Julius estava com a boca aberta. Eu passei a vida inteira perguntado aos meus
pais, se não era adotado, a partir de que era diferente deles. Nunca responderam.
Apertou um botão, dizendo que não atenderia
mais ninguém hoje.
Me fale de ti, da tua infância, de teus
pais?
Os dois te procuraram a vida inteira, ele
já morreu, mas ela vive em Carmel, eu vivo em NYC. Sou o jornalista que descobriram no meio
das escavações, foi lá que notei nossa semelhança. Mas quando voltei, me detectaram um câncer,
talvez devido a terra em cima do enterramento.
Que terra,
o que continha?
Contou o que sabia, que as pessoas que
trabalhavam lá, todas tiveram problemas.
Perguntou se Julius estava disposto a fazer
um teste de ADN, para terem certeza. Eu
honestamente adoraria ter esse irmão desaparecido, não me importa nada tua
religião, não gosto de nenhuma delas, apesar de respeitar.
Ele chamou pelo interfone uma monja que
veio em seguida. Ela levou um susto em
ver os dois juntos, a senhora conseguiria saber aonde posso fazer uma prova de
ADN, sem que nada seja divulgado.
Claro aqui mesmo no hospital do Vaticano
fazem. Esperem, chamou um número, instantes
depois apareceu um médico. Para quem é o
teste de ADN, mas quando viu os dois entendeu.
Tirou sangue dos dois, monsenhor, seria
interessante, que este senhor ficasse aqui, hoje, pois nada deve sair daqui.
O outro o arrastou, para comer numa sala a
parte, trouxeram um carrinho, com comida servida por monjas, todas de hábito
negro. Todas olhavam os dois juntos, sorriam.
Falou com a mesma de antes, disse para me
arrumar um quarto ao lado do seu, se via que não o queria deixar. Falaram dos estudos, contou quer era formado
em filologia, além de jornalismo.
E tu?
Me formei em Direito Canônico, aqui mesmo
em Roma.
Não queres que eu vá embora por quê? Tens
medo de que eu faça alguma revelação, só estou interessado em descobrir
o meu irmão roubado.
Não, quero conversar contigo, o que
escreveste a respeito do que descobriste em Israel?
Nada, porque em seguida fui operado, tive
que fazer quimioterapia, bem como radioterapia, só agora estou curado. O Cardeal de NYC, fez chantagem comigo, o
idiota não sabe que eu tenho todos seus trapos sujos muito bem guardado. Como me chantageou, eu fiz o mesmo, dizendo
que só não publicava nada, se me conseguisse uma entrevista contigo.
Te vi por lá, me escondi bem pois era
impressionante nossa semelhança, acredito mesmo na possibilidade de sermos
irmão. Isso é totalmente pessoal, não
penso em publicar nada a respeito, porque tem minha mãe, bem como a tua. São pessoas de idade, podem se sentir mal,
nunca faria nada contra minha mãe, uma mulher doce que sofreu muito na vida,
buscando o seu filho roubado. Além de
ter perdido como eu toda a fé nas religiões.
Realmente eres ateu?
Sim, respeito a todos mas sou ateu.
Quem é ateu, a porta se abriu, entrando o
Papa, estou a horas te chamando, preciso de ti, mas teu telefone ninguém
atende, dizem que estas resolvendo um problema particular, quando viu os dois
juntos, ficou com a boca aberta.
Não sabia que tinhas um irmão Julius?
Bom isso estamos tentando descobrir, o
apresentou, Joseph Cohen, o jornalista de Israel.
Ah, que interessante, então eres tu o ateu?
Sim senhor, sou ateu, mas respeito quem
seja religioso, mas não as religiões que foram corrompidas pelo homem.
Já escreveste o artigo sobre isso?
Julius se adiantou, Santidade, todos que
trabalharam na escavações, contraíram câncer, pelo material radioativo que existia
nas camadas superiores do que encontraram,
inclusive Joseph, que acaba de fazer uma operação, bem como um
tratamento forte, por isso não escreveu nada.
O que pensas em fazer, perguntou,
sentando-se num cadeirão que estava ali, fazendo sinal que se sentassem.
Ainda não sei Santidade, porque tenho, que
analisar profundamente tudo. Não
sabemos da datação de carbono, ou pelo menos não foi divulgado. O que sim coloca por terra terem encontrado
José de Arimathea, bem como Maria, que não sabemos qual é. No mesmo lugar, isso
contraria tudo que se conta, que Maria, Maria Madalena, os filhos de Jesus, bem
como José de Arimathea, tenham chegado a França. Ou se isso tudo também é lenda.
Infelizmente todas as histórias da bíblia,
bem como de todas as religiões, foram manipuladas através dos séculos, pelo
homem, ao seu prazer. Isso um dia terá
que acabar, pois no mundo moderno, já não passariam hoje de Fakes.
Fakes, murmurou o papa, é uma verdade.
Mas não creio que publique nada nos
jornais, talvez escreva um romance histórico, ou qualquer outra merda.
Julius pigarreou, como dizendo que a
palavra merda era algo errado para se falar.
Ele como sempre, uau, não sabia que o Santo
Padre não cagava, uma das coisas que
deviam perder, o tal do politicamente correto. O mundo muda a passos gigantes, nada dura
muito tempo. O mundo real, vai a um
ritmo louco, vocês estão fechado dentro de quatro murros, tentando que uma
coisa que aconteceu, se é que aconteceu, a séculos atrás. Hoje um jovem perguntaria, tens provas, foi
filmado pelo celular, existe algum vídeo a respeito. Não, é a resposta certa, portanto já não
funciona mais. A outra pergunta seria,
pois os padres agitariam a bíblia, os
jovens vão perguntar se esta na internet, no Youtube, se não está, não existe
para eles.
O papa só balançava a cabeça, grandes
argumentos tens, concordo com o senhor, estamos completamente defasados. Os velhos da Cúria, morrem de medo
disso, da internet, da rapidez de tudo. Não entende, não sabem usar os novos
meios de comunicação, estamos cada vez mais para trás. Mas é duro lidar com eles, a não ser que
fossem eliminados.
Santo Padre, soltou Julius, isso é uma
blasfêmia.
Concordo com o senhor, blasfêmia, pecado,
céu, inferno, umbral, todas essas coisas passaram de moda, o diabo hoje seriam
os governantes do mundo inteiro, pois provocam as guerras, quem morre é um
coitado, bucha de canhão.
Eu sou franco, não acredito em nenhum
político, já entrevistei muitos, todos com uma falsa personalidade, ou mesmo
uma máscara para enganar os eleitores.
De noite Julius, o chamou para fumar um
cigarro, nenhum dos dois fumava, achou estranho, mas o seguiu a varanda. Aqui tudo se escuta, tudo se sabe, além de
ser motivo para fofocas. Sem lhe dar
tempo sequer para responder começou a falar da sua infância, sem querer agora
entendi algumas coisas, minha mãe nunca se aproximava muito de mim, a não ser
que meu pai estivesse por perto. Mas ele estando em casa, me tinha todo o tempo
com ele. Nunca entendi no que
trabalhava, mas era algo estranho, pois em casa não se falava no assunto. Quando ele morreu, a primeira coisa que ela
fez foi me enfiar num seminário, para pagar os pecados dele, segundo
dizia. Em seguida foi morar com uma
irmã, nunca me visitou, passei as férias, aniversários, natal, ano novo, a ver
navios, nunca esperava ninguém, quando me ofereceram para estudar aqui,
aceitei, para ficar longe.
Mas o pior é que já vi que não me deixaram
sair daqui, para ir confronta-la, tirou do bolso um papel, a irmã me entregou
no corredor. Somos realmente irmãos,
mas além de ter a cabeça confusa, precisando sair daqui. Mas veja bem, sou carmelengo, sei de todos
os segredos daqui tu eres jornalistas, que tens a igreja presa ao que
sabes. Nessas alturas o papa já deve
ter dito que não devo sair.
Já encontrarei um jeito, vamos fazer o
seguinte invés de dormir aqui, vou para meu hotel, amanhã venho com tudo resolvido,
esteja pronto bem cedo, pronto também para mudar de vida.
Julius o acompanhou até a porta de saída,
lhe disse baixinho, amanhã, entregarei aqui um pacote, terás roupas como a
minha e documento, vista e saia rapidamente, estarei esperando na esquina mais
abaixo.
Sabia que estava sendo seguido, mas fez
como se nada, a estas alturas, já deviam saber aonde estava hospedado. Chegou ao hotel, tomou um bom banho, não
perdeu muito tempo pensando no que fazer, afinal era um homem de ação. Estudou
a melhor maneira, Comprou dois bilhetes
de avião, a primeira compra, fez em seu
nome secreto, um voo Roma/Miami, esperou um pouco, para ver que o mesmo
aparecia em seu celular. Depois do
fundo de sua maleta, tirou do forro, outro passaporte, com outro nome, comprou
outro bilhete na mesma, Roma /Miami, esperou chegar, separou roupas para
Julius, se preocupou com tudo, inclusive incluiu seu melhor tênis. Colocou dentro de uma bolsa grande, separou
outra para ele no dia seguinte. Mas não
ficou no hotel, saiu pelas traseiras, através da cozinha, viu ao longe um carro
parado em frente ao hotel.
Tranquilamente foi em direção ao Vaticano, se registrou em outro hotel,
com seu nome falso, se jogou vestido na cama.
Eram as cinco da manhã, chegou a porta que tinham combinado, entregou a
um guarda a bolsa, passou dinheiro para a mão dele, disse, é importante que o
Camerlengo receba isso imediatamente, sou seu irmão. O homem avisou ao outro que tinha que fazer
uma entrega. Tinha lhe molhado a mão
como se dizia, muito bem. Eram as cinco
e meia, quando Julius apareceu, estava totalmente diferente, saiu
tranquilamente, ele estava esperando sentado num taxi, quando ele entrou, disse
que os levassem ao aeroporto o mais rápido possível.
Quando chegaram, já estavam chamando para o
embarque do voo para Miami. Passaram
rapidamente, separado por umas quantas pessoas, primeiro passou Julius, ele
ficou para trás para observar qualquer coisa.
Dentro do avião em classe turística,
pediram para se sentar juntos, eram irmãos, as pessoas quando olhavam
sorriam. Foram no último assento, já no
rabo do avião.
Chegaram de noite em Miami. Foram
a um outro balcão compraram um voo para San Francisco, chegaram já de
madrugada, mas conseguiram alugar um carro, na estrada pararam para tomar um
café, comer algumas coisas, os dois gostavam do mesmo, torradas, ovos fritos,
café forte sem açúcar.
Só então perguntou ao Julius como se
sentia.
Bom primeiro não conseguia dormir, o papa
deve estar se sentindo traído, mas preciso saber quem sou, se minha fé é
verdadeira.
Isso já conversaremos muito, meu irmão, se
deram um largo abraço, só queria avisar sua mãe, quando fossem a sua casa. Primeiro iriam a Monterrey, para que ele
falasse com sua suposta mãe.
Quando chegaram ela estava se levantando,
levou um susto em ver os dois juntos, sua irmã teve que ajudá-la a se sentar.
Vejo que não preciso falar muito. Contou tudo que sabia, eu nunca quis ter
filhos, para que não passassem o que tinha passado, ser uma clandestina nesse
pais. Conheci teu pai, justamente numa
travessia, ele era um coyote, passava as pessoas de um lado para o outro,
ganhava muito dinheiro com isso, além de roubar essas pessoas. Eu vinha com minha irmã, ele nos trouxe para
sua casa, pois não tínhamos ninguém, nem lá, nem cá.
Se casou comigo, mas eu tinha um aborto
atrás do outro espontâneos, ele queria um filho de qualquer jeito. Abusou
de uma garota que trazia de lá, a manteve em cativeiro até chegar a hora do
parto, ia ser em casa mesmo, mas na ultima hora complicou, a levou a uma
urgência, ficou espreitando, só percebeu
que tinha tirado uma criança errada, quando começaram a te procurar. Ai já era tarde, estava apaixonado por
ti. Eu ao contrário, morria de medo,
não era sequer filho dele. Me ameaçava cada vez que ia atravessar gente,
se eu falasse alguma coisa, me mataria.
Por isso te odiava, sem saber eras meu carcereiro. Minha irmã tinha se casado, ameaçava inclusive
a ela e aos seus filhos. Quando morreu
foi um alívio, por isso te meti no seminário, queria me livrar de qualquer
vínculo contigo.
Na verdade, tinha bastado a cara de horror
quando viu os dois juntos para saber o que mais ou menos tinha acontecido.
Foram se sentar numa praia para Julius
digerir tudo isso. Agora entendo como
me tratava, no fundo tinha medo.
Se levantou, a praia que tinham parado era
imensa, estava deserta, tirou toda a roupa, se jogou na água, eu lhe disse,
estas louco essa água esta fria.
Precisava me limpar de tudo que estava sentindo. Dali foram para Carmel, aonde vivia sua
mãe, sabia que essa hora devia estar fazendo comida. A chamou por celular, disse que estava
chegando, se podia levar um amigo para comer.
Quando entraram os dois na cozinha,
desmaiou, a levantaram a levando para o sofá, ele chamou imediatamente seu
médico.
Mas ela já estava se recuperando, foi só um
desmaio.
Se agarrou ao Julius, o beijava, o olhava,
juntava os dois um ao lado do outro.
Perguntou como o encontraste.
Uma larga historia mãe, sentiram
cheiro de comida queimada, correram para a cozinha, mas já era tarde.
Tomamos um banho, saímos para comer, mais
fácil. O médico de família apareceu,
quando os viu junto, riu, quanto tempo te procuramos meu filho, sempre me senti
culpado por terem te roubado, mas naquela época tínhamos muito trabalho no
hospital.
Foi almoçar com eles, ele era amigo de
família, Julius mostrou o certificado de ADN, para o médico, agora teremos que colocar teu nome verdadeiro. Prefiro ficar com o meu mesmo, Julius, o
sobrenome sim podemos trocar. Aliás
prefiro, para sair dessa larga mentira.
Viram nas notícias do telejornal, que o
Carmelengo, tinha desaparecido, mas as fontes do Vaticano não soltavam nenhuma
informação. Eles compraram um celular
desses descartáveis, carregaram ele ligou diretamente ao papa, avisou que
estaria fora um bom tempo, resolvendo assuntos pessoais. O mesmo soltou, sabia que eu não ia
permitir que saísse daqui, não é?
Pela primeira vez o tratou de senhor, nada
de santidade, desconfiei, mas precisava saber da verdade. Agora já sei que sou um judeu, terei que me
encontrar primeiro, depois resolvo o resto.
A mãe quando realmente entendeu que ele era
um Carmelengo, que trabalhava para o Papa, riu, não tem importância meu filho,
eu só quero desfrutar de ti algum tempo, não me importo que sejas católico, eu
sou ateia, piorei com isso depois que desapareceste.
Eles teriam que comprar roupas, o mais
interessante, eram os movimentos, faziam tudo igual, escolhiam as mesmas
camisas, como se essa igualdade tivesse gerado isso, que seus instintos de
irmãos aflorassem
O médico disse que tinha um lugar especial
que ninguém sabia que era seu, perto de San Francisco, na praia, podia ficar lá
até colocarem tudo em dia.
Falou com Angel, esse primeiro soltou que
estava morrendo de saudade, queria saber aonde estava, perguntou se estava se
cuidando, entraram na tua casa outra
vez, levaram um susto, pois instalei um sistema, no mesmo instante se acederam
as luzes, foram filmados, as portas se fechara, eu quando montei esse sistema,
pensei num daqueles filmes de terror.
Só conseguiram sair, porque deram um tiro na fechadura, mas a polícia
estava do outro lado, atingiram um policial na perna. O ruído despertou todos os vizinhos. Depois te mando a gravação, sei que não tinhas nada lá. Estavam furiosos, tontos com o barulho,
estridente que coloquei. Se negam a
falar quem são. Apareceu um advogado,
mas continuam presos por terem ferido um policial.
Melhor que não sabias aonde estou, a busca
terminou, eu encontrei meu irmão, também sinto tua falta, logo nos vemos.
Com quem falavas, perguntou Julius.
Resolveu ser franco, com um rapaz, com quem
mantenho um romance, é muito mais jovem do que eu, mas nos entendemos muito
bem, além de ser uma pessoa super inteligente.
Contou o que tinha acontecido, viu que
tinha chegado o vídeo. Achavam que tinha sido homens a mando do Cardeal. Pois no Vaticano não contratamos gente assim.
Telefonou para a polícia, agradeceu o chefe
da polícia, disse, eles não iam encontrar nada lá, pois tenho tudo em bancos
diferentes. Creio que quem esta atrás
de tudo isso, é o Cardeal de NYC, solte
só isso na frente desses homens, diga que o Cardeal, não se responsabiliza por
terem atirado num policial, veja como reagem.
Quando tornou a chamar outra vez, o chefe
disse que tinha soltado a língua, tinha sido o mesmo.
Chegou a hora de contra atacar, ele iria a
NYC, que Julius ficasse com a mãe.
Depois ele voltaria. A primeira
coisa que fez ao chegar a NYC, foi ir ao banco, retirar um envelope, fazer
fotos ali mesmo, guardar de novo o envelope.
Quando chegou foi direto ao andar de cima,
aonde o Angel estava trabalhando, se abraçaram, além de muitos beijos. Acabaram na cama. Sentia fome de estar com ele.
Depois mostrou as fotos para o Angel, era o
Cardeal, com garotos. Tinha copiado o
número do celular do papa, particular,
mandou as fotos para ele, bem como para o Cardeal, dizendo que agora
queria ver como se saia, tenho muito mais, ou renúncias, ou soltarei tudo pelo
jornal.
Mas sabia que o outro iria tentar ganhar
tempo, escreveu um artigo, que Angel colocou na internet, borrando a cara dos
jovens. O título era, assim se comporta
o Cardeal de NYC, as custas dos paroquianos.
Ninguém assinava o artigo.
Só souberam que o Cardeal tinha embarcado
num avião especial do Vaticano que o tinha vindo recolher. As notícias depois era que renunciava ao
seu cargo, viveria em retiro espiritual.
A igreja não muda nada. Foi ao banco, com Angel, escolheram fotos
piores que as anteriores, a melhor era o Cardeal dando o rabo para um negro
imenso, em termos de sadomasoquismo.
Tudo foi publicado, mandou para o papa
dizendo que se o cardeal não fosse julgado, ele tinha piores, além claro da
matéria de Jerusalém. Ou o Cardeal era
julgado pela justiça comum ou faria isso.
Meu carmelengo quando volta?
Tudo que respondeu, foi, não tenho a menor
ideia.
Tomou um avião com Angel, foram os dois
para lá, no dia antes, tinha perguntado para ele, se queria oficializar a
relação dos dois. Ele rindo na cama,
disse que sim, eres o homem da minha vida, não vou te deixar.
Primeiro marcaram um jantar no restaurante
de sempre com o pai dele. Ele quando
chegou os viu juntos, desconfiava que vocês
dois eram os causadores desse escândalo todo.
Em que meteste meu filho?
O que queremos conversar com o senhor não
tem nada a ver com isso. Queríamos que o senhor soubesse de primeira mão, vamos
assumir nosso relacionamento. Nos
amamos.
A cara do velho, era ótima. Além de toda essa confusão isso. Ficou olhando para os dois, olhou direto para
o filho, dizendo, sabes com quem estas te metendo.
Claro que sei, trabalho com ele a anos.
Então quando me pediste o número do celular
de meu filho, era como um aviso?
Sim.
Espero que sejam felizes, cuide bem do meu
filho, senão vou atrás de ti.
Contou ao amigo o encontro com o irmão, o
Vaticano tem mais um problema, um carmelengo que é judeu. Mas será ele que tem que resolver tudo.
No dia seguinte de manhã tomaram um avião
para San Francisco, de lá para aonde estava sua mãe, bem como Julius.
Apresentou Angel para a mãe, dizendo, a
senhora sempre soube que eu era gay, esse garoto é a primeira pessoa que amo
verdadeiramente. Ela o abraçou, dizendo
seja bem vindo nessa família, que cresce mais.
Julius o recebeu de braços abertos, contou do
Cardeal, do contato com o Papa, copiei o número do seu celular.
Ele foi claro, não quer que ninguém saiba
que eres judeu.
Chegas tarde meu irmão, mandei ontem uma
carta para ele, pedindo meu afastamento definitivo da igreja, fiz muita coisa
que não sinto orgulho, por ela, vejo que não valia a pena, já resolvemos o
problema do meu nome, volto a ser Julius Cohen,
por enquanto ficarei aqui com nossa mãe.
Tenho que desfrutar o que não tive na minha infância, juventude e
maturidade.
Sabia que ali acabariam sendo descobertos,
o jeito foi mudar de lugar, alugaram uma casa na praia em nome de Julius Cohen,
que para todos efeitos ninguém conhecia.
Estiveram ali discutindo os três como fazer com que tudo parasse.
Angel, tinha criado um sistema, que podiam
ver a notícias do mundo inteiro, para analisar, não se falava mais no caso de
Jerusalém, era como se pelo bem da
humanidade, tudo estivesse na sombra. Conseguiu entrar no sistema de Jerusalém, a analise do carbono 14 tinha sido manipulada,
o jeito foi procurar saber quem tinha feito a mesma, copiar as duas cópias da
mesma, a original, a datação era correta, era da época real, a de Maria, anos
depois, o por último era de José de Arimathea.
Escreveu uma reportagem, mandou para todos os jornais do pais, ninguém
ousou publicar. O jeito foi a publicação
na internet, o Vaticano dizia que era uma Fake, mas as provas estava ali, todo
mundo começou a discutir sobre o assunto.
Angel era excelente no que fazia, entraram
no computador particular do papa, ele confundiu Joseph com Julius, era como se
tivesse falando por Skype, não sabia que estava sendo gravado, perguntou quando
voltava, que tinha que convencer seu irmão de parar, pois a Igreja cambaleava. Ele começou a argumentar, porque pensas
assim. Talvez ao contrário, agora que
possuímos o verdadeiro corpo de Cristo, pudéssemos dar uma volta a situação.
Já pensamos nisso, mas como explicar uma
ascensão da Virgem que nunca existiu, ou mesmo toda a polemica em volta
disso, conforme ele argumentava, o papa
parou de repente, não eres Julius, ele nunca ousaria discutir o que estou
falando, eres Joseph.
A linha foi cortada antes que mandasse
verificar de aonde vinha.
Depuraram toda a entrevista, no tocando a
Julius. Foi publicada via internet, para
todo o mundo, o papa reconhecia que o corpo era de Cristo, bem como de Maria,
que nunca tinha existido uma ascensão. Os
cardeais queriam a cabeça do Papa, pediam sua renuncia por não saber lidar com o
que estava acontecendo. Mas quando eram
entrevistados, deixavam a coisa pior do que antes.
Mudaram outra vez de lugar, indo para um
praia deserta no Oregon, a casa estava situada de tal maneira, que veriam a
chegada de qualquer pessoa.
Quando toda a poeira assentou, pois agora
os jornais publicavam notícias a respeito, a igreja reconhecia tudo isso, que muitas coisas tinha sido manipuladas com
os anos.
A juventude, como ele dizia, tinha
acreditado, pois tinha saído na internet, mas na verdade não lhe interessava,
pois nunca tinha acreditado nesse conto de fadas que era a bíblia, tampouco
acreditavam agora, nas igrejas, só sobravam os sacerdotes velhos, pois não tinham para aonde ir. O papa já não tinha voz no mundo, os
cardeais menos ainda, eram um mero símbolo do passado que ninguém mais
respeitavam.
Ninguém sabia como, os documentos dos
arquivos da Igreja começaram a aparecer em muitos jornais, o apoio aos nazistas
católicos, o rabo preso com todos os governos ditatoriais, máfia, dinheiro, tudo
que tinha sido ventilado antes, mas que as provas nunca tinha aparecido.
Se poderia dizer que agora só faltava
acontecer a apocalipse, mas nada aconteceu, o mundo seguiu girando como se nada
acontecesse, o dia e a noite era imutáveis, dentro em breve as igrejas estavam vazias, na verdade os jovens tinham
hoje como seus deuses a internet, os fake, as falsas noticias aconteciam em
segundo, minutos depois já eram historia passada, tudo era rápido.
Eles ao contrário, tinha aprendido a
conviver entre eles, velaram quando sua mãe morreu, a enterraram numa caixão de
pinho, envolvida num sudário. Fizeram o
enterro, junto a uma árvore num monte, que estava por cima de um promontório na
praia aonde viviam. Rezaram os
dois o Kadish por ela.
Nem sequer cogitavam voltar a civilização,
na vila mais próxima, depois de um tempo, todo mundo levava uma vida simples
para sobreviver. O mundo estava
assolado de vírus, se dizia que manipulados pelo homem.
Eles sobreviveram a tudo isso, depois de
quinze anos a população do mundo tinha sido reduzida a 40%, os valores tinham
mudado, as religiões que achavam que o que tinha acontecido com a católica não
os atingiria, se lascaram, pois os seus fiéis, já não se modernizaram, tampouco
se preocupara com os enfermos vitimas dos vírus, foram abandonando esse
historia que precisamos de deuses.
Julius se casou com uma mulher da vila, um
pouco mais jovem do que ele, mas nunca quiseram filhos, o mundo era muito
inseguro segundo ela. Joseph e Angel, podia
se dizer que tiveram uma vida simples, mas completa.
Anos depois quando se atreviam a falar numa
nova guerra mundial, os países tinham um problema, não encontravam jovens
dispostos a serem bucha de canhão, então passou a ser uma guerra de políticos. Cada político que provocava uma confusão, em
seguida desaparecia do poder.
Joseph dizia que finalmente os
problemáticos políticos, agora se matavam entre si.