BRUMA
Corria como um demônio, a bolsa jogada como se fosse uma mochila, era negra de nylon, como o resto de sua roupa. Finalmente encontrou o lugar que procurava. Entrou, se escondeu atrás da porta, esperou que sua respiração se normalizasse.
Esse movimento, lhe permitiu soprar outro dardo no pescoço do outro.
Fez o mesmo movimento. Saíram do local, ele esperou alguns segundos, nos quais guardou calmamente o tudo dentro do bolso, fechando o outro aonde estavam os dardos. Eram minúsculos, menores que um alfinete. Era feitos de uma madeira especial, tinham as pontas banhadas em veneno.
Quando saiu a rua, viu que os dois homens estavam encostados da parede, o segundo ainda resvalava, por uma demora em fazer efeito o veneno. Estariam imobilizado umas quantas horas. Chegou perto deles, tudo o que podiam ver eram seus olhos, negros como a noite.
Abriu o casaco de cada um, retirando o revólver, examinou as carteiras, era da polícia, deviam ganhar uma merda, para aceitarem a fazer serviço sujo, para o chefe do cartel de drogas deste lado da cidade.
Viu que todos os dois tinham, um envelope cheio de dinheiro. Resolveu deixar no lugar, a não ser que fossem protegidos pelos seus companheiros, o que ele iria descobrir.
Fez uma coisa que se chamava eliminar cabos soltos. Todos os dois, tinham visto a cor de seus cabelos, olhos. Abriu a mão de um, colocando a arma em suas mãos, virou para o outro que estava ao lado, apertou o gatilho. Depois fez o mesmo com o outro. Como se um tivesse matado o outro.
Agora o mais interessante seria ver, gravar. Será que o legista descobriria a diferença de segundos, para os tiros. Porque por si só, era estranho, ao mesmo tempo que fariam a pergunta, como puderam atirar um no outro, se um já estava morto. Colocou no bolso de um deles, o cartão do chefe da droga.
Se levantou, pegou a bolsa, subiu pela escada interna do edifício, até uma parte de onde poderia ver o que acontecia em seguida.
Quando a patrulha chegou, imediatamente acionou os detetives, além do médico legista.
Continuou observando, nenhum dos dois da patrulha, se acercaram das pessoas mortas.
Os detetives, chegaram examinaram a roupa a procura de documentos, deram com o envelope, discutiram se deveriam ficar com o dinheiro. Mas foram interrompidos pela médico legista. Cada um enfiou como que distraidamente os envelopes no bolso. Ele estava gravando tudo.
Nunca se sabia do dia de amanhã.
Viu que colocavam os mortos numa ambulância, a ordem para levarem os corpos para fazerem uma autopsia.
Viu que os detetives se afastavam, cada um inconscientemente, tocou o bolso, aonde estava o envelope que tinham embolsado.
No momento seguinte, se dirigiu a saída do edifício, observou se tinham câmeras de vigilância. Nada, essa zona da cidade era muito desprotegida, talvez por isso os bandidos estavam fazendo o que queriam.
Voltou ao interior do edifício, escudrinhou cada pedaço do teto, para verificar se ali tinham câmeras, se dirigiu para baixo da escada, abriu uma lateral da bolsa retirando roupa para trocar, manteve as calças negras, mas trocou a camiseta, por cima um blusão que usam os corredores ou pessoas que vão fazer exercícios. Revolveu manter a máscara que lhe cobria todo o rosto, somente deixando os olhos de fora. Esses ajudavam porque eram negros. Dois quarteirões depois, retirou a máscara num beco, seguindo seu caminho. Até aonde tinha escondido sua moto.
Foi tranquilamente para casa, entrou pelo beco, guardando a moto na garagem. O dia começava a despontar. Teria que descansar um pouco, pois mais tarde teria que ir trabalhar.
A casa era pequena, ficava entre dois edifícios um pouco mais altos, de cada lado tinham lojas, uma era frutaria, a outra um pequeno comercio de um indiano.
A distribuição da mesma era muito particular, na frente dois degraus davam para a porta de entrada, depois um salão que ocupava toda a parte da frente, um quarto, com banheiro, além da pequena cozinha que davam para os fundos. No quarto, com cuidado, afastou a cama, para não arranhar o chão, levantou uma tampa que não se percebia a simples vista, enfiou no buraco a bolsa com todo dinheiro dentro.
Ali havia mais duas, estava na verdade provocando uma guerra entre as distintas facções do crime, ora roubava um, ora outro, fazendo que desconfiassem um do outro.
O dinheiro para ele era o de menos. Estava usando os meios que a polícia não podia usar.
Colocou a tampa no lugar, levantou com muito cuidado a cama, a colocando exatamente no mesmo lugar.
Tirou toda roupa, a que tinha usado antes já estava ali no chão, com a que tinha chegado em casa também. Caminhou completamente nu, até a cozinha, colocando a roupa na máquina de lavar, num programa de lavar e secar. Ia fazer café, mas desistiu.
Foi sim tomar um bom banho, limpar bem a cara, para tirar qualquer vestígio de maquilagem.
Com o xampu, esfregou bem os cabelos, umas quantas vezes, até a tinta preta sair completamente deixando a mostra seus cabelos ruivos. Depois de acabar de tomar banho, retirou com muito cuidado as lentes de contacto negras, deixando seus olhos azuis aparecerem.
Nu completamente, se jogou na cama. Em seguida estava dormindo, sem remorsos nenhum.
Um dos grandes problemas, era que sempre tinham alguém da brigada de narcóticos, subornável. Na verdade, a culpa era dos governos, pagavam mal, para pessoas que estavam o dia inteiro arriscando suas vidas. Os dois que tinham se matado, eram um caso perdido, porque eram verdadeiramente maus elementos. Por isso não tinha tido dó, nem piedade.
Se os deixassem soltos, continuariam fazendo das suas.
Lhe tocava hoje o turno da tarde. Dormiu, até o meio dia, se levantou, escovou os dentes, colocou colírio nos olhos, passou rapidamente por baixo de um chuveiro com água fria, para acabar de despertar. Colocou um slip, foi para a cozinha, a cafeteira estava a ponto, foi só apertar o botão para que ela começasse a funcionar.
Sua lavadora, secava a roupa ao mesmo tempo. Já tinha terminado o programa. Retirou tudo da máquina, foi só dobrar, colocar no armário.
Se vestiu, colocando um terno já velho, o criticavam por isso, por ser solteiro, mas nunca gastar dinheiro em roupa caras. Eu sei como será meu dia, sempre acabo com uma calça rasgada ou suja. Se estivesse com uma roupa nova, não se jogaria no chão se fosse preciso, para se defender.
Alguns mesmo casados, com filhos, estavam sempre na última, desses ele desconfiava, pois deviam receber subornos para se manter assim.
Saiu pela porta da frente, logo em seguida, estavam as escadas do metro, duas estações depois, desceu, entrando na delegacia de polícia, que estava na volta da esquina.
Foi cumprimentando com a mão as pessoas que conhecia. Isso, conhecia, mas não eram seus amigos.
Quando chegou no primeiro andar, aonde estavam os escritórios dos inspetores, se dirigiu a sua sala. Na porta uma placa, Bert Wilson, inspetor. Olhou em volta, porque a sala estava vazia. Passou uma secretária, lhe perguntou aonde estavam todos.
Ah, alguns estão pelas ruas tentando saber algo desse mascarado, que droga suas vítimas.
Mas o que aconteceu?
Ela lhe contou o que sabia dos dois detetives, que tinham se matado um ao outro. Não havia rastro de mais ninguém.
Perguntou quem estava levando o caso?
Peter, com seu ajudante.
Peter era um policial preguiçoso, nunca fazia o trabalho direito, seu ajudante era um jovem que à primeira vista parecia esperto, mas quando analisado, queria agradar demais, concordava com tudo que o Peter dissesse.
Entrou na sua sala, pois tinha que acabar o relatório de um caso que tinha resolvido, um assassinato, estiveram semanas trabalhando nele, para no final descobrirem quem o assassino era justamente o irmão da vítima.
Sentiu que alguém o olhava, quando levantou a cabeça, lá estava seu chefe, um velho companheiro de muitos anos.
Tu como sempre fazendo perfeitamente tudo, teus relatórios são os mais completos possíveis.
Já sabes o que aconteceu?
Falou dos dois detetives de narcóticos, que foram encontrados num beco, com tiros, como se um tivesse matado ao outro. Mas na autopsia, isso seria impossível, pois o que atirou por último já estava morto. Tudo que encontramos foi um cartão de visitas de um dos maiores traficantes.
Se tivesses chegado mais cedo, teria deixado o caso em tuas mãos, mas como só estavas para o final do dia, deixei nas mãos do Peter. Levantou a mãos para o céu,
Ele tampouco queria o caso, continuaria trabalhando a parte, pois queria ver até aonde chegava isso tudo.
Como não quer nada, perguntou ao James, seu chefe, se acreditava que os dois estavam em nomina do traficante.
Não sei, mas claro desconfio, os dois nunca foram de fiar. A única coisa que lamento, é que um deles estava casado, sem filhos, o outro era solteiro. Creio que a viúva ficará alegre, pois esses dois sempre andavam de putas, se jactavam disso com os outros companheiros. Disse ao Peter para descobrir em que puteiro se metiam, pois daí pode sair algo.
Ele sabia que o puteiro, pertencia ao traficante, que ele tinha deixado o cartão no bolso de um deles. Todas as putas eram do país de Leste, antiga Rússia, a maioria tinha sido enganada. O sistema de proteção tampouco funcionava, pois tinha mandado uma documentação, nada fora feito. Esteve analisando as contas do chefe desse departamento, tinha descoberto altas somas de dinheiro que eram depositadas e retiradas imediatamente. Tinha isso guardado.
Foi direto ao assunto com o James, que continuava encostado na porta de sua sala, como esperando alguma sugestão. Porque não fazemos uma redada combinada com o departamento que cuida disso.
Sabes que assim não funciona James, alguém sempre dá um grito de alerta, quando chegamos não encontramos viva alma no lugar. Teria que ser algo, como por exemplo, desconfiar que ali funciona venda de drogas. E mais, trazer todas para a delegacia, só então avisar o serviço de estrangeiros, que creio que tem alguém que acoberta isso. Evidentemente não ia dizer que sabia quem era.
Eu gosto como pensas Bert, pois sempre tem lógica. Creio que temos que fazer de surpresa, sem que nossos policiais saibam realmente aonde vão. Porque creio que aqui também temos ovos podres. Os dois tinham uma lista de detetives, policiais de quem desconfiavam, mas ainda sem provas.
Tens 10 minutos para reunir um grupo de 15 policiais, sem dizer aonde vamos. Nesse momento sabiam que o chefe de polícia estava fazendo uma advertência aos policiais que entrariam de plantão, até o dia seguinte. Simplesmente, não dizemos nada, tu escolhes a dedos os que queres levar, ok.
Vestiu novamente seu casaco velho, ao lado do James que tinha bom gosto para se vestir, ele parecia um mendigo. Entraram na sala, antes que o chefe de polícia terminasse a ordem do dia.
James foi dizendo que era uma emergência, segredo de estado, do mais alto departamento.
Bert escolheu a dedo, os policiais que mais ou menos confiavam. No pátio, disse que seu carro iria a frente. James num outro que ele indicou, pois suspeitava de dois que estavam ali.
Proibido o uso de celulares, até finalizar o trabalho. Todos deviam depositar seu celular numa bolsa que estava no carro do Chefe. Os policiais não gostaram muito, deveriam usar colete ante balas como proteção.
Ele fez um caminho inverso, para não desconfiaram aonde iam. Apesar de ser de tarde, o puteiro estava em funcionamento. Deu ordem que a metade dos carros ficassem na porta traseira com ele. James entraria pela porta da frente.
Depois de todos posicionados, deu ordem ao pessoal para se protegerem, pararam de tal maneira, fazendo um leque nessa saída de emergência.
Quando James entrou, foi uma debandada geral. Ali estava todo o grupo, junto com o chefe, contabilizando o resultado da noite anterior.
Saíram todos disparados, o chefe com a bolsa cheia de dinheiro. Quando deram com a barreira do Bert, abriram tiro. Ele queria o chefe vivo, deu ordem para não atirarem a matar.
Ele antes de posicionar, abriu o bagageiro, recolhendo dali um rifle, era uma longa história, o amor dele pelos rifles. Olhou pela mira, soltou a primeira bala, atingindo o chefe no ombro direito, viu que este passava sua arma para o lado esquerdo, soltando a bolsa de dinheiro no chão. Rodou sobre si mesmo, deitando no chão, para alcançar uma posição ideal. O chefe percebeu, atirou, mas ele já tinha mudado de posição, mas não sem antes atirar, lhe atingindo no outro ombro. Deu ordem para dispararem aos pneus dos carros da banda. Estava totalmente desprotegido, quando viu sair por último, um dos detetives de uma outra delegacia, este fez pontaria para atingi-lo na cabeça, tornou a rodar no chão, disparando ao mesmo tempo. Quem levou um tiro entre os olhos foi o outro. Estavam acuados.
Prenderam todos, uma ambulância estava a caminho, para atender os feridos, o chefe mesmo ferido estava com algemas. Deveria tê-lo matado, mas queria saber quem mais estava em sua nomina.
As mulheres estavam todas num quarto, os clientes em outro. Alguns eram figurões da política local.
Um deles soltava o famoso “sabe quem sou” ao James?
Sim, mas melhor ficar quieto, porque podemos chamar os jornalista para quando saíres daqui.
Foram os dois ao escritório, buscaram em todos os lugares, até que ele encontrou num cofre embaixo da mesa, todos os passaportes das mulheres. Todas eram estrangeiras.
Levaram computadores, dois portáteis, o dinheiro que ali estava, colocaram numa bolsa de prova, pela janela, mostrou ao James, dois policiais, empurrando a bolsa de dinheiro, para baixo de um dos carros. Já sabem que temos mais dois para sortear.
Só então chamaram emigração, quem veio foi justamente o funcionário que ele desconfiava.
Avisou ao James, depois do curativo, leve o chefe para a delegacia, por mais que alegue que necessita de um hospital, as balas não ficaram dentro, atirei de proposito assim.
As mulheres irão contra a vontade de emigração, para a delegacia, assim entregaremos os passaportes das mesmas. O funcionário, não poderá então apreender as mesmas, pois tem documentos.
O homem estava furioso, porque não conseguia que obedecessem suas ordens, queria ter o poder sobre as mulheres.
Bert voltou ao escritório, tirou de dentro do seu casaco, um papel que dizia que o funcionário estava ligado ao chefe da banda, entregou ao James, que lhe deu ordem de prisão.
A coisa estava amarrada.
O chefe da banda alegou que necessitava ir para um hospital, mas o enfermeiro da ambulância disse que não, pois a bala tinha saído pelo outro lado, não tinha atingido nenhum órgão vital.
Quando viu que o seu contato em emigração, também estava preso, ficou furioso.
Uma das mulheres que falava razoavelmente o inglês, disse aonde guardavam as drogas, que nenhum policial tinha encontrado ainda. Ela sinalizou com a cabeça aonde estava, sem dizer nenhuma palavra.
Uma das paredes era falsa, ao ser empurrada, dava para um esconderijo. Ali estavam as drogas preparadas para vender já em papelotes, ou em pequenos envelopes de plástico.
James pediu um carro blindado, além de um grupo da Swat para acompanhar o mesmo. Porque se fossem da polícia, podia desaparecer uma parte das provas.
Mal chegaram na delegacia, lá estava um advogado dos do grupo. Alguém tinha passado um celular para o chefe. Já veriam quem.
Mas não o deixaram se acercar de nenhum deles.
As mulheres foram levadas para uma sala especial. James foi distribuindo o passaporte deles, verificando se ainda tinham tempo de permanência no país. Somente duas não tinha, a que tinha dado a dica do local das drogas, uma outra que não tinha aberto a boca, essa não tinha passaporte. Ou seja, era a que controlava as outras.
Foi separada das mesmas, pediu seu advogado, não era estrangeira, era americana.
Tinham pedido a emigração dois tradutores para conversarem com as mulheres, se possível libera-las.
A que tinha o passaporte vencido, falava inglês, logo explicou por que estava ali. Pediu que fizessem contato com a embaixada de seu país, estava de infiltrada para descobrir quem do país controlava isso.
Quando chegou um emissário da embaixada, explicou o que ela fazia ali. Trazia um visto de mais tempo num outro passaporte, com seu nome original. Era do serviço secreto de seu país. Ela pediu licença para ir ao banheiro, quando voltou tinha a cara lavada da maquilagem, tinha até uma cara bonita.
Soltou tudo que podia, algumas coisas era para seu país. Fez sua declaração, dizendo que o funcionário de emigração recebia dinheiro para ficar quieto, quando viu as fotos dos dois que tinham morrido no dia anterior, disse que frequentavam o local, eram amigos da outra, que na verdade era uma testa de ferro, dona do local.
Quando tiveram uma pausa, para comer, Bert e James, riam, nos adiantamos ao Peter, que com certeza teria aceitado qualquer informação.
Bert, deverias pegar esse rapaz que está com o Peter, para ensina-lo a trabalhar.
Sabes muito bem que gosto de trabalhar sozinho.
Estavam os dois conversando, quando entrou o Peter acompanhado do rapaz, furioso, pois tinham estragado sua investigação.
Bom, o que descobriste até agora?
Bom falei com a mulher do que era casado. Não sabia de nada. Estavam tramitando o divórcio, agora esperara, para receber pensão de viúva.
Tem certeza que não sabe de nada?
Peter ficou em dúvida.
Bert virou-se para o rapaz novo, lhe perguntou olhando nos olhos. Tu que pensas a respeito?
Ficou completamente vermelho, engasgou, mas James disse podes dar tua opinião.
Não acreditei em nada que não soubesse do que ele fazia. A casa se via que não podiam manter com o salário que ganhamos. Tinha muita coisa cara.
Muito bem, vais tu sozinho, para traze-la para a delegacia, invente alguma desculpa.
Sim senhor, ainda olhou ao Peter que estava de cara feia.
James, muito tranquilo. Peter não se preocupe, lhe conseguirei uma delegacia, em que não aconteça nada, para que possas trabalhar como fazes, andando como uma tartaruga.
Podemos acabar de comer?
Perdão senhor, me retiro.
Menos mal, estava farto desse sujeito, trabalha mal, deixa sempre ao que está ao seu mando os relatórios, sequer os lê. Um preguiçoso, o duro será conseguir um lugar para transferi-lo.
Voltaram rapidamente, havia uma novidade, uma das garotas, disse ao tradutor que tinha sido a última a chegar, com ela uma leva de 12 garotas, todas menor de idade, que a madame tinha trancada numa casa nas aforas da cidade.
A pressionaram ao máximo, porque se essa garotas morressem ela seria condenada a perpetua.
Então os levou até lá. As mesmas estavam trancadas num quarto no porão da casa, sem luz, vestidas somente com as calcinhas, tudo que tinham era um saco para dormir.
Quando acenderam a luz pelo lado de fora, todas taparam o rosto. A madame, disse que não sabia aonde estavam os passaportes. O da embaixada, disse que todas eram de seu país, eles lhes dariam um novo passaporte, bilhetes de avião para voltar. Uma delas disse que sabia por uma amiga, que viriam numa próxima viagem, pela data no dia seguinte. Viriam de barco, isso tinha sido seu último contato.
Madame acabou soltando tudo, dizendo quem era o traficante, que desta vez elas viriam num container de um barco que sairia essa noite de um dos portos da Polônia. Pelo nome do navio, sabia que estaria em Gdansk, é que no container tinha um adesivo de um pássaro.
Conseguiram não só deter o embarque, como pegar o traficante. As garotas estavam também somente com uma calcinha, um saco para dormir. O que deixou pasmo, a todos foi que o traficante tinha somente 25 anos, com boa aparência.
Era assim que enganava as garotas. Tinha nacionalidade americana, seria extraditado.
Quando foi para casa, se sentia exausto, passou por uma pizzaria, comprou alguma coisa para comer, tomou um bom banho, comeu, sentou-se no salão para ver se saia algo na televisão.
Ficou contente, porque tinham sido tão rápidos que não se falava muito no assunto.
Tanto ele como o James, tinha avisado ao pessoal que não deixassem entrar nenhum advogado.
Foi despertado uma hora depois, pois o policial de plantão, disse que estavam lá vários advogados, bem como um fiscal, querendo libertar os presos.
O que lhe pareceu estranho, foi comentando com James isso, um fiscal?
Deve estar em nomina do traficante ou da madame. Como não sabiam quem era, entraram pela porta detrás da delegacia. Buscaram pelo nome que tinha se anunciado o fiscal, lá estava anotado seu nome. Martin Fuentes.
O fizeram entrar primeiro, foi reclamando primeiro que tinham feito a redada sem ordem judicial.
James foi direto, para que o senhor tivesse oportunidade de avisar ao mesmo?
Como pode sugerir isso?
Porque seu nome consta dos documentos apreendidos, lhe passou uma cópia de todo dinheiro que ele tinha recebido. Avisaremos ao juiz do tribunal ao que o senhor está destinado, para saber o que ele quer fazer.
Este começou a reclamar, a tentar fazer papel de boa pessoa.
Nesse interim Bert, já estava falando com o Juiz, esse disse que ia para lá, que não o deixassem sair, pois ultimamente sempre que um do bando do traficante tinha sido julgado, o mesmo dizia que não tinha prova nenhuma para apresentar em contra.
Hoje o calabouço está cheio. Foi até a sala de entrada, aonde estavam os advogados, anunciou que o Fiscal, estava preso, se alguém queria representa-lo. Infelizmente estamos ainda em ação, portanto ninguém tem acesso aos prisioneiros. Todos saíram de fininho, com medo da situação ficar pior.
Reuniram numa sala o Juiz, o Fiscal. James também participava, com todos os documentos que tinha das transferências de dinheiro para o fiscal.
O Juiz, era um senhor, conhecido pela dureza de suas penas. Escutou tudo sem mover um musculo da cara, já nem tanto o Fiscal.
Bom seu caso será levado ao conselho de ética, ao mesmo tempo infelizmente autorizarei que permaneça retenido.
Depois a sós com o James, comentou, já tinha mandado vigiar ao Fiscal, porque nos três últimos julgamentos, sequer tinha apresentado nenhuma prova contra os do bando. Tinha achado muito estranho. Fui obrigado a mandar soltar os mesmos. Viu a lista de prisioneiros, sinalizou os que tinham sido.
Menos mal, agora serei mão dura com eles.
Por um acaso eles tinham conseguido deter basicamente o bando inteiro. Além da madame que era uma testa de ferro do traficante. Tudo se somaria no processo.
Voltar para casa, para dormir, nem pensar. James não tinha permitido que nenhum policial ou inspetor se aproximasse do grupo.
Mas antes chamou aos dois policiais, o recado era que queria felicita-los pela participação. Quando se sentaram, mostrou seu celular, com a foto dos dois empurrando a bolsa com dinheiro para baixo do carro.
Podem me explicar isso?
Um olhou para o outro, já com a intenção de se acusarem mutuamente.
Mandou um policial que estava na porta, ir até os carros dos mesmo, para verificar. Pediu as chaves, relutaram em entregar. Afinal ao olharem a cara do James, concordaram. Um soltou que tinham dividido em três. Mas não queriam soltar o nome do terceiro.
Era justamente um dos que tinham embolsado os envelopes, dos dois policiais mortos.
Mais um para dentro da sala. Este tentou jogar a culpa nos outros.
Bert não podia desvelar o do envelope. Mandaram revisar a mesa do mesmo, o infeliz, tinha guardado numa gaveta fechada a chave o envelope, que tinha o nome de um dos mortos.
James comento com Bert, parece que hoje fazemos uma limpa na delegacia.
Isso era um plano dos dois, desde que chegaram a meses atrás. Alias esse era o motivo que tinham sido destinado a esta delegacia.
Quando iam sair para comer, chegou o comissário chefe, junto com o Prefeito, a cara dos dois foi ótima, quando leram a lista dos prisioneiros, aonde incluíam o Fiscal. Quando perguntaram por que, a resposta foi que falassem com Juiz.
Esse voltava nesse momento, estiveram com sua secretária, um ajudante, um policial lotado no foram examinando a sala inteira do Fiscal. Encontraram uma série de papeis, estava ligado também com o outro bando. Estava furioso, o mesmo era um vendido.
Nem o Comissário, ou o Prefeito, comentaram nada.
Estavam mais do que respaldados com o Juiz.
O Comissário, somente disse, que estava contente quando tinham sido nomeados para a delegacia. O que era uma mentira, isso sabiam os dois, pois ele tinha sido o único contra.
Quando o dia acabou, estavam mortos de cansados.
Bert voltou para casa, exausto, mas seus sentidos não lhe enganavam. Parou na esquina, na saída do metro, viu um carro estranho, parado justo diante de sua casa. Alertou a polícia, que chegou rapidamente com dois carros, cada um em sentido contrário do outro.
Levaram os dois homens que estavam dentro, firmemente armados, faziam parte do grupo, foram levados diretamente para a delegacia.
Ele entrou em casa, examinando cada detalhe, o alarme estava posto, tanto na porta da frente, como na traseira.
Avisou a delegacia, que queria falar pessoalmente com esses dois, que ficassem completamente incomunicáveis, separados um do outro.
O policial de guarda comentou, terei que fazer uma movimentação no calabouço, pois está cheio.
Então é melhor que os deixe separados em duas salas de interrogatório, descansarei um pouco e irei até aí. Aproveitou avisou ao James, que disse que sua mulher tinha avisado a polícia pois também tinha um carro na porta. Quando a polícia foi chegando desapareceram.
Melhor é mandares tua mulher, as crianças, para a casa de tua sogra, imediatamente.
Disse que ia tomar um banho, descansar umas horas, voltaria a delegacia.
Ok, vou leva-los para a casa de minha sogra, mas deixarei um carro de guarda. Somos alvos dessa gente.
Estava realmente exausto, não tinham imaginado a dimensão de tudo isso. Enquanto tomava banho, ficou pensando na reação do Comissário, estava na verdade contrariado com tudo que tinha acontecido, a dúvida se era porque não tinha sido avisado, para dar ele entrevistas, afinal era um cargo político. Ou seria alguma outra coisa?
Se jogou na cama, dormiu profundamente durante duas horas, tinha colocado o despertador.
Se levantou, lavou a cara com água fria, vestiu roupa limpa. Desta vez colocou uma calças jeans, uma camiseta negra, um casaco de couro novo que ainda não tinha usado. Chamou um taxi, pois estava cansado para ir de metro, que a estas horas da noite demoravam muito.
Chegou rindo a delegacia, pois todos do turno da noite faziam questão de lhe apertar a mão. Um inclusive lhe disse, que finalmente os responsáveis estavam colocando moral na mesma.
Quando entrou na primeira sala de interrogatório, ao ver quem estava ali, imediatamente se deu conta de quem era. Um antigo companheiro seu do exército. Como era possível que tivesse caído tão baixo.
Ele mesmo antes de ir para a guerra, já era policial, entrou diretamente para o corpo de polícia do exército, aonde tinha trabalhado de investigador. Depois de meses de formação.
Quando foi destinado a frente, tinha sido chamado por um general, que lhe explicou, qual a sua função na frente. Estavam desaparecendo armas, que eram passadas aos inimigos. As provas eram poucas, embora apontassem a um comandante, que tinha fortes ligações com Washington.
Por isso é difícil alcança-lo, está casado com a filha de um senador republicano, o que dificulta mais ainda. Por isso, ande com pés de plomo.
Foi o que fez, começou só observando, quem eram, os que acompanhavam o comandante, seu braço direito, os homens que estavam sempre juntos. De noite, se colocava numa posição que podia ver o armazém de armas. Viu que o comandante não aparecia, mas que seus homens sim. De longe acompanhou a entrega. Registrando a cara de cada um, descobriu que o comandante ia disfarçado de um simples soldado.
Fotografou tudo, guardou.
Um dia quando fazia vigilância no armazém de armas, foi surpreendido por um dos árabes que se encarregavam da tradução para um coronel da companhia.
Já observei que fazemos o mesmo, ele vende armas aos nossos inimigos, provocando que exterminem aldeias inteiras que vivem em paz.
Já o denunciei com fotos, mas não aconteceu nada.
Não se preocupe, sua denúncia surgiu efeito. Só precisamos saber aonde vão com antecedência. Dois dias depois, viu como o comandante maltratava um de seus soldados, o olhar de ódio do mesmo. Foi se aproximando do mesmo, até descobrir que o maltratava porque não fazia parte de seus negócios. Lhe disse que tudo que precisava saber, era com antecedência aonde iriam entregar a próxima remessa de armas.
Dias depois, este o avisou que seria para um grupo dissidentes curdos. Numa aldeia que há tempos estava abandonada. Se juntou com esse mais o tradutor, que trouxe mais dois homens, chegaram horas antes. Na aldeia se via o efeito dos últimos combates. Viu armas americanas, misturadas com outras antigas. Ele como experto, tinha sido treinado para franco atirador, foi escolhendo pelo menos duas armas do árabes mortos por ali.
Se escondeu em cima de uma casa junto com o outro soldado. Do outro lado da praça, estavam os árabes.
Sabia que se matasse o comandante, seria a melhor opção, pois se o prendesse, com certeza seria solto sem mais detalhes.
Ficaram de tocaia, o combinado seria que só atirariam depois que ele efetuasse o primeiro tiro.
Chegaram o primeiro grupo, eram uns cinco homens curdos, num jipe velho, fez um sinal aos árabes que deviam se ocupar destes.
Em seguida chegou o comandante, com cinco de seus homens num caminhão pequeno, militar.
Teve tempo de pensar, como ele podia sair de aonde estavam com um caminhão por pequeno que fosse sem chamar atenção. Teria que verificar isso também.
Quando estavam negociando, ele fez pontaria, atirou, foi então que se deu conta que a arma tinha um problema, como que lançava a bala em curva. Porque atingiu na cabeça justamente o braço direito do comandante que estava ao seu lado. Não teria tempo de experimentar a outra, calculou rapidamente por instinto a arma, mudou ligeiramente de posição, quando o comandante assomou a cabeça no meio do tiroteio, o acertou bem no meio da cabeça, mas antes que caísse, conseguiu colocar outra bala diretamente na fronte.
O soldado que estava ao seu lado, lhe fez um sinal de positivo. Em seguida viram que os curdos fugiam rapidamente.
Pela rádio, comunicou que escutava ao longe um tiroteio, que iria se aproximar para verificar.
15 minutos depois, deu as coordenadas, dizendo que tinham atacado um grupo que levava armas em um caminhão. Bastou isso para chegarem todos os altos mandos.
Quando verificaram que o comandante estava vestido como um simples soldado, tentaram abafar o caso. Todos tinham desconfianças, agora comprovadas. Tinha sido a melhor solução. Ficou um tempo, trabalhando com esse soldado, para descobrir, que autorizava as saídas dos caminhões, que tinha ligação com o comandante.
Monitorizavam agora o armazém, com um sistema de vigilância, que o comando insistia em ter.
Os roubos pararam, mas um dia analisando os vídeos de vigilância, notou que paravam de funcionar, durante um determinado tempo. Sinal que alguém fazia roubos outra vez.
Foi fácil, porque pegaram o manipulador do sistema. Este denunciou todos os outros, eram o resto do grupo do comandante.
Quando tudo ficou tranquilo, indicou o soldado que o acompanhavam sempre, para uma promoção, já que voltaria a América.
Agora o tinha ali na sua frente.
Se dirigiu a ele pelo nome, este o olhou fixamente, ficando surpreso em saber quem era.
Lhe disse que se decepcionava em saber que tinha passado para o outro lado. O que foi que te aconteceu?
Necessidade, simplesmente isso. Quando dei baixa do exército, tinha sido ferido, mas a atenção que recebi foi mínima. Me ignoraram totalmente. Passei maus momentos, quando consegui me recuperar, não consegui emprego. Este é o primeiro, me contrataram ontem para fazer vigilância numa casa. Nem sabia de quem era. Tudo o que tinha que fazer, era avisar a um número de telefone, quando uma pessoa entrasse na casa.
Mas sabes quem te encomendou isso?
Menor ideia, quem sabe era o imbecil que estava comigo, lhe disse que não estacionasse ali, mas ignorou o que lhe disse. Por isso estou metido nessa enrascada.
Bert rindo disse, tu sempre metido em confusões. Aonde estas morando?
Num abrigo para ex-soldados. Lá vivem contratando gente para trabalhos de segurança.
Antes de sair, lhe comentou um fato que tinha sabido depois que tinha voltado, o filha da puta do comandante tinha sido enterrado com honras, condecorado, por sugestão de seu sogro.
Ou seja, tudo sempre estava sujo desde cima.
Quando passou para a segunda sala, o sujeito era torpe, quis jogar toda a culpa em cima do outro. Disse que seu chefe tinha ordenado que fosse buscar um ex-soldado, no abrigo, que tinha contratado para fazer vigilância na casa de um polícia.
O sujeito logo foi querendo me ensinar a trabalhar, logo a mim. Tínhamos ordens de simplesmente avisar ao chefe, nada mais. Mas este idiota começou a discutir, que estávamos mal estacionados, que nos descobririam, quase lhe dou um tiro.
Só quero saber quem é o chefe para que trabalhas?
Não posso falar, pois seria homem morto.
Mandou que o policial que estava ali, lhe levantasse a manga da camisa, os idiotas sempre tinham tatuado a sigla do grupo que pertenciam. Este era do bando contrário a estes que tinham prendido.
Com certeza quer ter certeza dos meus passos, para saber se vou por eles.
Quando James chegou, conversou sobre o ex-companheiro, que não era má pessoa, mas sim um dos muitos desesperados, que davam baixa no exército, não tinham preparação para nenhum trabalho. Aceitou no meio do desespero. Contou por alto, o que tinham feito no Iraque, os resultados.
Pois é, imagina, que mal acabei de deixar minha mulher na casa de minha sogra, quem me chamou, adivinha?
O comissário, queria saber se tínhamos encontrado alguma foto no puteiro. Tens razão, o sujeito foi tão sem tato, que a coisa esta preta para o lado dele.
Trouxeram para o interrogatório de novo cafetina, mas esta não dizia nada. Resolveram perguntar para a polícia que estava infiltrada. Esta perguntou se tinham examinado bem as paredes da sala aonde a outra controlava tudo. Sei que não tinham vídeos nos quartos, porque examinei tudo.
Voltaram ao local, tinham trocado a guarda do mesmo, seguiam tendo dois policiais na frente, dois no fundos. Entraram, o lugar sem as luzes acessas, mais parecia uma casa do terror. Algumas paredes tinham luzes fluorescentes, o que dava um toque surrealista ao local. Foram até a sala que tinha falado a policial. Tudo estava revirado pela polícia técnica. Ela tinha mencionado parede. Foram batendo nas mesmas, uma delas tinha ruído de oca por dentro, foram apertando, nada. Viram que na parte de baixo da mesa, dois botões, um vermelho outro negro. Apertaram primeiro o negro, nada, o vermelho, a parede se moveu. Atrás toda uma aparelhagem de vídeo, arquivos de fotografias. Inclusive uma caixa com uma classificação diferente. Probabilidades marcava a mesma, ali estavam políticos, pessoa do mundo financeiro, policiais, um envelope marcado com um lápis fluorescente, “PROTEÇÃO”, fotos do comissário, com garotas que poderiam ser suas netas, atrás de cada foto, a idade da garotas, todas loiras, claro do país de leste. Aí estava, o porquê da curiosidade. Mas nenhuma do Prefeito ou Governador. James guardou o envelope no bolso interno do casaco, chamaram a polícia técnica. Quando chegaram, os dois saíram, foram até um bar para conversar. Sentaram-se numa mesa de fundos, teriam que analisar as medidas a tomar. Como o cargo do outro era político, inclusive o Comissário estava já aposentado. James telefonou para o Prefeito, perguntando se podia atende-lo. Quando chegaram a sua casa, entenderam por que não havia nada contra ele, vivia com um advogado. Se falava, mas ninguém ventilava que era Gay.
Lhe mostraram as fotos, antes deram como eles mesmo tinham usado, luvas de látex. Não sabiam o que havia de impressões digitais nas fotos.
Incrível, sempre me deram como um homem distinto dos demais. Tudo que sei é que se acaba de divorciar. Creio que devemos chama-lo, me tem sido fiel todo esse tempo. Não gostaria de provocar um escândalo maior do que já temos, com tantos policiais envolvidos.
Quando este chegou, viu os dois, já sabia o que ia acontecer. Colocou as luvas, olhou as fotos, deu um sorriso triste, nunca tive filhos, minha mulher não queria. Sempre gostei de garotas jovens, mas não sabia da idade delas. Tentaram me chantagear a meses, creio que estavam esperando uma oportunidade para me encostar na parede com isso.
Antes mesmo que o Prefeito dissesse alguma coisa. Creio que o melhor é me afastar do cargo, diretamente. Se quiserem publicar tudo isso, não passara nada, pois estou aposentado. Irei para fora algum tempo. Até se esquecerem de mim.
Seu olhar era triste, completou dizendo que tinha aceitado o cargo, inclusive nomeado James para essa delegacia, pois sabia que era um homem sério. Os dois trabalharam rápido, honestamente nesse caso.
Só necessitamos das fotos, para saber quem as manuseou, se há impressões digitais, depois nos livraremos delas.
Agradeço, mas não, isso deve servir de exemplo aos próximos comissários, nunca estamos acima do bem ou do mal. Assumo minha culpa.
James, devias ser o próximo comissário. Pediu licença ao Prefeito, tínhamos pensado em transformar essa delegacia numa coisa maior, inclusive tínhamos estudado, um novo local para a mesma, juntando duas em uma. Com maior número de policiais, inspetores, um novo sistema informático. Gostaria de passar todos os planos que estudei com o senhor, para o James e Bert, pois creio que os dois merecem dirigir isso que imaginamos.
Claro, tens todo o tempo necessário para passar isso para eles. Não divulgaremos sua decisão de retirada, até acabar, só então ventilaremos todo o resto.
Saíram com o comissário. Parecia que tinha uma pedra enorme nos ombros. A tristeza estampada em sua cara era impressionante. Não acredito que devemos esperar muito tempo para meu afastamento, pois os advogados desta chusma, sabem de tudo isso com certeza, melhor será passar tudo para vocês. Tenho tudo escrito, planos, creio inclusive que vocês poderão melhorar tudo isso. Venham comigo.
Foram até a central, se fecharam em seu gabinete, retirou tudo das gavetas, foi passando para eles, tinham todos os planos em um disco duro externo, aqui vocês tem todos os planos, as ideias que vinhamos discutindo. Tudo aconteceu muito rápido. Sei que os dois juntos têm essa vantagem, serem rápidos, saberem tomar decisões que alcance os objetivos.
Encontrem um lugar para trabalhar tudo isso a parte. Vou recomendar que vocês trabalhem em dupla de Comissário, porque um só, se pode ceder a tentações, se tornar prepotente.
Guardaram tudo num cofre, que ele confiou o código. Pegou no telefone, perguntou se o Prefeito agora podia ir até lá discutir uma ideia que tinha lhe passado pela cabeça.
Este chegou pensando que queria fazer alguma manobra para continuar no cargo, ficou surpreso com a ideia. Argumentou que o cargo só existia um, mas que poderia ter um subcomissário, isso sem problemas.
Mesmo diante dos dois, o comissário foi claro, quando escolhi os dois, sabia que eram perfeito para isso. Creio que estará bem acompanhado. James poderá ser o Comissário a ligação com o político, Bert o homem de ação nessa super delegacia. Reviram os planos, se tratava de um quarteirão inteiro, uma antiga fábrica que tinha pertencido a uma empresa falida, que tinha pagado as dívidas com a prefeitura com o local. No centro havia um vazio, que bem poderia ser um pátio para os carros. Sobrava uma lateral, que tinha sido apartamentos pequenos. Estiveram alugados um tempo, estão todos vazios. Bom podem ser apartamentos para policiais solteiros, ou mesmo fazermos quartos para um grupo de emergência.
Quando ficaram livres, necessitavam respirar, num truck, compraram café, croissant, foram se sentar num parque em frente, todo que queriam falar, não o queriam fazer num lugar fechado.
Que te parece tudo isso? Perguntou James.
Bom, primeiro, que ele nos tenha indicado, uma ova, pois foi o único que foi contra o nome da gente. Está tentando limpar o que fez, pelo menos está tentando endireitar a merda toda.
O plano de fazer das duas delegacias dos bairros mais conflitivos em uma muito grande, tem sentido. Como o prefeito está meio encurralado com tudo isso, podemos fazer uma coisa.
O que?
Uma lista, entrevista com todos os policiais que iriam trabalhar lá. Escolher pessoalmente os dois chefes dos policiais de ruas, os detetives, separando bem as funções. Treinar à nossa maneira os mesmo. Eu tinha uma equipe excelente no exército, por isso funcionava. Poderia dar uma olhada, para ver se algum se incorporou à polícia depois da baixa. Tenho uma lista em casa, poderei checar. Necessitamos também um homem que seja experto em informática, para pesquisar cada um. Necessitamos de gente ficha limpa. Colocar homens, mulheres de confiança em posições que nos ajude a administrar.
Bert, como eres assim, apesar dos anos que levamos juntos, confias em mim.
James, desconfio até de mim mesmo, mas claro sempre trabalhamos bem juntos, creio que podemos seguir. Ficaram rindo da pergunta e resposta.
Bert tinha sido primeiro policia de rua, depois já inspetor, dividia o mesmo carro que James, só que quando entrou para o exército, James tinha sido promovido a Inspetor chefe. Depois se reencontraram.
Sabes o militar que estava vigiando minha casa, foi meu braço direito durante o período que estive na guerra. Era muito bom no que fazia. Gostaria de recupera-lo. Ver se posso colocar o mesmo para trabalhar conosco. O que achas?
Isso é contigo, podemos ir nos movendo na sombra, enquanto o Prefeito não nos oficializa no cargo. De qualquer maneira, não penso ser comissário desse que ficam fazendo política. Todos sonham com um cargo no governo, o que não é meu caso.
Voltaram para a delegacia, Bert mandou que levassem o militar que estava na sala de interrogatório a sua sala.
Quando este entrou, se levantou, para admiração de todos, o abraçou, lhe chamando alto de Sargento Blasco. O próprio se espantou, estava numa merda de fazer gosto, seu antigo chefe o tratava como se nada tivesse acontecido.
Fechou a porta, fazendo que sentasse.
Foi direto ao assunto, perguntou se ele gostaria de trabalhar outra vez com ele. Posso conseguir que tu tendo sido polícia do exército, possa ser admitido como polícia civil. O que te parece?
A cara do outro era de surpresa total. Acabava de tirar o pé do lodo.
Claro que sim, fiz minha inscrição a meses atrás, se olhares na minha carteira, verás o número. E tudo que aconteceu ontem? Como fica?
Para todos efeitos, tu estavas trabalhando de infiltrado para mim.
Bom se podes fazer isso por mim, uma vez me salvaste lá quando o Comandante me mandou a merda, porque não queria participar nas suas tramoias. Agora me salvas outra vez, da merda que estava.
De qualquer maneira, tenho que saber se deste baixa por alguma outra razão, terei que pedir sua ficha militar.
Já te disse, fui ferido num combate, me trouxeram para cá, quando me recuperei estava fora.
Muito bem, será que conseguirias descobrir, quem mais do grupo se incorporou a Polícia local?
Sei que a fantástica Sargento Murray, sim. Ah o cabo Clover também, mas o resto creio que cada um voltou para sua cidade, ou ainda estão por lá.
Bom com esses dois me apanho, eram ótimos no que faziam.
Apontou uma mesa menor que estava na sala, use esse computador para isso, já estas trabalhando, vamos arrumar um lugar para que possas ficar.
Mas não tenho dinheiro para pagar nada, meu pagamento quando muito dá para as medicinas que ainda tomo, para comer, não ter que pedir dinheiro na rua, como muitos.
Não se preocupe, deixe comigo.
Foi até a sala do James, comentando o que tinha feito. Vamos dizer que ele estava de infiltrado, conheço muita gente que volta da guerra, se perde, este está tentando sobreviver.
Falou da Sargento Murray, vais ficar de queixo caído com essa mulher, é uma profissional fantástica. Foi meu braço esquerdo, além de minhas pernas por lá. Tem um sistema de organização perfeito. Já o Cabo Clover, é duro na queda, tem dois metros de altura, negro como a noite, fala espanhol, francês e árabe. Para nós serão duas fichas ótimas. O Blasco está tentando descobrir aonde estão. Para que a coisa não saia do meu mando, podias pedir a ficha dele para a Polícia Militar. Assim será mais fácil colocá-lo.
Foi até a entrada, pediu os documentos do Blasco, dizendo que era um polícia militar que estava encoberto, para descobrir quem estava vendendo drogas aos militares.
Caramba, foi tudo que disseram.
Acrescentou, ele trabalhou comigo no exército, me salvou a vida muitas vezes. Tinha sido ao contrário, mas valia funcionar.
Voltou a sua sala, este estava rindo no telefone fixo. Estou falando com a Sargento Murray, espera disse, fale com ele diretamente.
Aonde andas mulher de Deus. Não sei nada de ti a muito tempo?
Pois estou num departamento da Metropolitana, servindo de secretária de um idiota, não me deixam fazer nada. Estou pensando em pedir demissão, estou a ponto de estourar.
Nada disso, anote uma direção, lhe deu o endereço do restaurante aonde acostumava comer, as nove, eu e Blasco estaremos lá.
Em seguida Blasco tinha na outra linha o Clover, que estava servindo de polícia de rua, num bairro de ricos da cidade. Imaginou que seria por seu porte. Marcou a mesma coisa.
Avisou ao James, que já tinha encontrado as pessoas que iam ajuda-los a mudar tudo.
Foi uma noite fantástica, comeram, beberam se lembrando dos tempos duros do exército, principalmente como tinham sobrevivido.
Todos os dois estavam fartos do trabalho que estavam fazendo. Ele tinha avisado ao Blasco que não falasse nada de sua situação, pois James estava resolvendo tudo.
Quando voltaram, parou com ele na frente de um pequeno hotel, não muito longe da delegacia, entraram, ele conhecia o dono, era um hotel desses antigos familiar. Lhe deviam favores, lhes disse que seu amigo, tinha acabado de ser destinado a delegacia, como ainda não tinha uma casa, se podiam hospeda-lo.
Claro que sim, tenho um quarto no último andar, com uma pequena saleta, banheiro incluído.
Disse o preço, não era caro. Disse ao Blasco que subisse para ver o quarto, enquanto isso pagou um mês adiantado. Quero fazer uma surpresa ao meu amigo.
Quando desceu sorridente, apenas disse está tudo resolvido, pagaras com teu primeiro salário.
Então vou buscar meu saco do exército, volto para cá. Obrigado amigo, por me transformar em gente outra vez.
Nada disso, te quero ver trabalhando duro.
Amanhã, esteja as 9 horas na delegacia, vá direto a minha sala.
Mas me deixaram entrar?
Lhe contou que tinha dito a todos que era um policial militar, que estava infiltrado. Assim vão te respeitar, ninguém necessita saber do resto.
Quando chegou em casa, estava morto de cansado, mas satisfeito, tanto que quando caiu na cama dormiu profundamente.
Duas semanas depois de tudo oficializado, um dia pela manhã, tudo parou, uma bela mulher, com uma roupa atraente, cabelos negros soltos, saltos altíssimos, óculos escuro, entrava na delegacia, perguntou aonde estava o vestiário das mulheres. Entrou fechou a porta, todos os homens não paravam de falar, quem era essa.
Saiu um tempo depois vestida de uniforme, botas, cabelos recolhidos no coque baixo, uma beleza mesmo de uniforme. Se dirigiu ao escritório de Bert. Nesse momento, um homem, negro de dois metros de altura, entrava apressado, pois tinha perdido a hora, perguntou pelo escritório de Bert.
Os comentários eram como estar num ninho de abelhas. Já sabiam que Bert era o vice-comissário, mas que estaria ao mando da delegacia.
O velho chefe de polícia ia começar a falar, quando os quatro entraram na sala, junto com o Comissário James.
Pediu licença para interromper, vocês todos já sabem da novidade, o Inspetor Bert assume a delegacia no cargo de Vice-Comissário. Fomos encarregados pelo Prefeito, de transformar essa delegacia, num modelo. O Inspetor Bert tem toda a liberdade de agora em diante. A delegacia é sua.
Bert deu um passo a frente, bom a maioria já me conhece, salvo alguns novos. Quero apresentar para vocês uns amigos com quem já trabalhei, quando era Polícia Militar, não me estou referindo a um quartel, mas sim na guerra. O Sargento Blasco que vocês já conhecem, lhes apresento agora a Sargento Murray, que vai cuidar da disciplina, além de ser a superiora dos dois chefes de polícia, o do turno da manhã, mais o da noite. Não se fiem em sua aparência, pois engana. Por último o recém promovido a Sargento, Clover, um grande militar, não só no tamanho, mas também em trabalho, foi um grande inspetor ao meu lado. Quando tiverem qualquer problema, de línguas, falem com ele, principalmente porque as vezes não entendemos os emigrantes árabes, pois isso é com ele mesmo.
A partir de hoje, olhou o relógio, disse as horas, tudo aqui dentro muda. Sei que tem muitas pessoas que não gostam de mudanças. Mas é justamente isso que necessitamos, mudanças.
Todas as pessoas que não estiverem à vontade, podem pedir transferências a outras delegacias, sem problema nenhum. O mais grave, se acabaram os subornos, quem for pego com subornos ou mesmo visto em qualquer deslize, aviso que a disciplina será férrea.
Um detalhe muito importante, aos inspetores, aos policiais em geral, todos tem que estar em forma, para isso nos foi cedido o estádio do colégio, a dois quarteirões daqui que está infestado de drogados, tráfico de drogas pela madrugada. Hoje mesmo o corpo de bombeiros junto com os que estejam livres, vamos fazer uma limpeza geral. Devem estar perguntando para que precisamos de um estádio. Bom isso é um recado para os que estão gordos, se alimentam mal, não conseguem caçar os bandidos. Esta semana se unirá a equipe, vários policiais que serão ao mesmo tempo treinadores. Quem não quiser fazer nada disso, terá que se contentar com serviços internos, até encontrar um lugar para serem transferidos. O que será um tanto difícil, já que todas delegacias têm o mesmo problema, gordos, sedentários que preferem o trabalho interno. Amanhã, esta sala entrara em reformas, será um centro logístico, com o melhor em computação, vamos experimentar um sistema novo, como prêmio por nosso desempenho. Porque queremos ser os melhores.
Um detalhe, que creio que os inspetores vão gostar muito, depois de muito discutir com o senhor prefeito, consegui que visse que se trabalhamos de terno e gravata, quando entramos em qualquer lugar, somos logos sinalizados como sendo inspetores da polícia. Todos poderão trabalhar a vontade, isto sim, limpos, asseados, com bom físico.
Haverá muitas mais novidades, que vocês com o tempo irão seguindo. Virou para o chefe da brigada, um senhor já de cabelos brancos, lhe faltavam seis meses para se aposentar, lhe pediu que viesse a sua sala.
Os que não tem nada disposto, devem trocar de roupa, acompanhar o Sargento Clover, vamos ajudar a desalojar, os drogados, que devem ser encaminhados a algum centro de reciclagem, os vendedores de drogas, temos aqui celas disponíveis. Todos que estiverem em possessão de drogas, no próprio local devem ser fotografados com elas, o Sargento Clover mostraram o que vamos fazer a partir de hoje.
Podem acompanha-lo, eu irei em seguida com a Sargento Murray e o nosso querido chefe de polícia.
Este estava muito nervoso.
Acalme-se Joel, lhe apresentou formalmente Murray, este senhor está aqui, basicamente desde o início desta delegacia. Portanto, é uma joia de muito cuidado.
Joel, não estou desprezando sua lealdade, nem seu trabalho, você foi o primeiro que falou comigo dos corruptos, dos policiais que não serviam. Portanto foste um dos causadores de toda essa mudança. Necessitamos de ti, para ensinar a Murray todos os pontos fracos de nossa jurisdição. Quero que depois junto com ela, comeces a entrevistar novos policiais, sejam vindos da academia, ou de outras delegacias. Creio que muita gente sabendo da nossa mudança, vai querer vir para cá. Oxalá, não me engane.
Tu continuas no teu cargo como sempre, apenas tens que te reportar a ela diretamente, algum problema?
Ele riu, você não conheceu minha finada mulher, era um comandante a toda regra, tudo tinha que estar perfeito. Me trazia num cortado direto, tanto que hoje faço em casa exatamente o que ela dizia. Depois, desculpe o que vou dizer, seguir ordens dessa senhora, será o mais sensato.
Temos um problema Joel, o que faremos com os dois últimos inspetores que já não tem idade, estão obesos, o que fazemos com eles.
Ele levantou os ombros, eu venho avisando aos dois, que ainda lhes falta tempo de trabalho para a aposentadoria, devem estar se borrando nas calças. Acho que é melhor que o senhor fale com eles.
Joel, não me chame de senhor, continuo sendo Bert ok.
Ele foi até a porta, chamou os dois, que estavam conversando nervosos num canto da sala.
Ser então chamado a sala do novo chefe, isso então era a morte certa.
Joel e Murray, saíram para se juntar ao grupo que estava no estádio.
Bert fez os dois entrarem, tinham todos os dois uma bela barriga. Os ternos lhes caia mal, os dois teriam quanto muito a idade de seu pai, se soubesse por aonde andava.
Foi direto ao assunto. Quero saber primeiro se vocês como os mais antigos, querem continuar aqui.
Sim, mas acreditamos que não conseguiremos acompanhar os novos. Um deles Joseph, olha essa pança, bem que Joel sempre nos cobrou, mas agora perder tudo isso será difícil.
Nada de desanimo, ao contrário, esta semana todos terão que fazer exames médicos, uma pessoa vai orientar vocês. O que quero realmente saber é se querem continuar.
Claro que queremos, o que íamos fazer em casa sozinhos.
Bom, isso me agrada, porque tenho um projeto, em que vocês encaixam perfeitamente. Lembram-se que comentei a pouco sobre um novo sistema. Vocês, são perfeitos para ele.
Sabem usar celulares não?
Sim nos apanhamos, por quê?
Isso assim que tiver tudo montado vocês receberam treinamento, um novo encargo, que será relativamente fácil de levar.
Agora se podem me levar ao estádio, quero ver como ira a coisa.
Quando chegaram a confusão era muita. Várias ambulâncias do serviço de atendimento a drogas estava ali, para levar as pessoas para uma reciclagem. Tinham prendido nada menos que 5 traficantes de drogas. Esses eram jovens, Bert foi até eles dizendo, avisem seus chefes ou quem seja, que olhem o que vai acontecer a partir de agora com toda droga que encontramos na rua. No chão havia um monte de papelotes, seringas, nisso chegava Clover com um que tinha ido atrás, o rapaz estava sem folego, mas Clover respirava normalmente.
Tinha uma mochila nas costas. Clover abriu a mesma em cima das papeletas, ali havia muito mais. Bert como quem não quer nada, tocou fogo em tudo. Entenderam agora o que vai acontecer. Se encontramos os centro, aonde preparam tudo, digam aos seus chefes que queimaremos tudo. Não haverá descanso, não queremos mais drogas no bairro. Virou-se para os mais jovens que distribuíam a mesma, se quiserem mudar de vida, me procurem ou ao Clover indicando com o dedo. Vamos ajuda-los, não tenham medo dos traficantes, tenho mais força que eles.
Mandou que os levassem a delegacia, fossem fichados, depois liberados para darem a mensagem dele.
Os caminhões pipas começaram a lavar as calçadas, em volta do campo de treinamento da escola, uma lastima, que a mesma tenha sido fechada. Falta de professores, vontade do governo, etc.
Entraram no mesmo, alguns drogados, ainda estavam por ali escondido, Murray junto com Joel estavam levando essa gente para fora. Aqui vamos fazer treinamento, teremos um serviço médico a partir da próxima semana. Um médico, duas enfermeiras, virão fazer todos os exames necessários. É obrigatório a presença de todos.
Bom vamos mãos a obras. Ele mesmo arregaçou as mangas da camisa, pegou uma vassoura, começando a limpar. O campo será replantado, foi dizendo enquanto os outros faziam o mesmo que ele.
Murray voltou com o Joel, se colocaram mãos a obras. Ou seja davam exemplo.
Em uma semana, tudo o muro estava repintado de branco, embora soubesse que em breve estariam cheios de grafittis. A pista de treinamento estava limpa, alisada, pronta para seguirem adiante. Chegaram os policiais que iam treinar os policiais. O médico já estava instalado, o melhor era que a notícia tinha corrido, estava sempre cheio de curiosos por fora.
No primeiro dia Murray, tinha preparado uma corrida de obstáculos ao vivo, como seria um policial correndo atrás de um bandido. Lixeiras, muros para subir, portas ou mesmo telas que fechavam um beco.
Ninguém se mexia, ela indicou a um deles, tu eres o bandido, saia na frente, lhe deu uma boa margem de tempo, começou a perseguir, era um jovem que tinha chegado a pouco tempo na delegacia. Em 10 segundos ela o tombou no chão, colocando algemas.
Entenderam como vai o negócio. Os que estão nas ruas, a grande maioria é jovem, estão acostumados a correr, a escapar como seja, não usaremos armas, mas sim outros instrumentos.
Muitos a princípio, tinham vergonha, tinha visto essa mulher correr, como se estivesse fazendo compra de supermercado. Elas os incentivou. A coisa começava a funcionar.
Depois avisou que os banhos do local estavam funcionando, que todos agora teriam que treinar de manhã antes de irem trabalhar, se quisessem depois no final do dia. Teremos aulas de judô, karate, boxe. Bom para terminar o de hoje, vamos fazer três voltas ao campo, ao final de cada uma 10 flexões, depois banho, rápidos para o trabalho.
Com a mudança de roupas, só dois tinham exagerado, pareciam manequins de moda esporte.
Na distribuição de trabalho Joel disse que pareciam duas princesas que iam de compras, não entenderam, calças jeans, sapatos confortáveis para correr se necessário, blusões de couro ou qualquer outro material, mas que não chamem atenção. Vocês dois parecem que estão preparados para serem alvos fáceis. Podem usar casacos como o meu. Ele usava um velho casaco de Tweed negro, por cima de camiseta negras, calças negras. Para um velho estou melhor vestido que vocês. Isso era verdade. No dia seguinte, estavam todos iguais a ele.
James felicitou o Bert, pelo que já tinha conseguido. Ele mesmo estava vindo treinar no final do dia, pois estava fora de forma. Eu sei que você sempre correu ou pela manhã ou pela noite.
Como anda a instalação da parte de informática? Vai bem, estou esperando os celulares novos de aviso.
Quando estes chegaram, tiveram uma reunião com todos, nesse dia, estavam os dos turnos todos, a confusão era grande. Os primeiros a usarem esses celulares, eram os dois velhos inspetores, que estavam a dias treinando.
Muito bem. Não usaremos mais rádio, manuais em vigilância, o teremos, mas quando não queremos levantar suspeitas, sabemos que estão vendendo drogas numa escola, vejam o que vai acontecer. Os dois felizes com seu novo encargo. Andaram como estivessem conversando, pararam como se vissem alguma coisa, tiraram o celular do bolso, apertaram um botão vermelho no meio do mesmo. Imediatamente todos começaram a receber notificações, aonde tinham visto traficantes, que precisavam de auxílio, aparecia diretamente a localização de aonde estavam.
Começaremos estas rondas, por volta do colégio mais perto daqui. Vocês devem fazer o seguinte, fotografarem os vendedores, bem como o que encontraram, armas, drogas, tudo, quando chegarem aqui, diante deles, depois da notificação, queimem tudo. Mostrou um sistema de forno automático. As armas apreendidas, serão analisadas, bem como suas balas, em seguida trituradas depois de algum processo.
Todos sorriam, o comportamento tinha mudado, iam treinar sem reclamar, começavam cada dia da semana depois de uma corrida, um dia treinavam Judô, outro Karate, ou Boxe. Ninguém tinha conseguido ainda derrubar Murray.
Está junto com o Joel, estavam selecionando primeiro as transferências de outras delegacias, analisavam as fichas, depois faziam comentários entre si, por último os selecionados, passavam por Bert. Na verdade, não tiveram muitos candidatos. Alguns tinham escutado o que se passava por lá, ser mandados por uma mulher, treinamentos, isso não atraia muita gente.
Mas os recém acabados de sair de academia policial esses sim, se interessavam. O exame era mais exaustivo, começavam como novatos juntos a outros já veteranos.
Bert junto com sua equipe, procurava agora dar com o centro de operações da outra banda, tinham diminuído sua atuação, depois que muitos foram presos. Principalmente os que tentavam atuar perto das escolas. Os dois inspetores maiores, tinham se tornado famosos pela maneira que atuavam. Pareciam dois avôs que estavam no parque em frente, as vezes jogando xadrez outra lendo jornais. Viam um traficante, apertavam seu botão vermelho, tocava aos policiais mais jovens prende-los, correr atrás deles. Tinham diminuído de peso, mas claro a idade já pesava. O mais interessante eram os comentários, que esse celular deveria ter sido inventado antes.
Todos agora levavam um, quando se sentiam em perigo, para chamar mais equipes, bastava apertar o botão. Claro que alguns foram toques falsos, mas já estavam melhorando sua função.
Mas dos traficantes de rua, nenhum conhecia oficialmente o lugar que se manejava tudo. Teriam que pegar um que distribuísse. Isso também conseguiram os velhos inspetores. Um dia já desanimados porque não acontecia nada, foram tomar um café, viram como se fazia a distribuição, um jovem com uma mochila, num skate ia distribuindo a droga. Este entrou tranquilamente para tomar um café, os dois acionaram ao mesmo tempo seu celular especial, como os outros demoravam, prenderam eles mesmos o dito cujo.
O algemaram não permitindo alcançar o celular com o qual se comunicava com sua central, dai foi fácil. Embora o chefe não estivesse no local, foi tudo filmado, as pessoas que estavam ali trabalhando, preparando papeletas, saquinhos com pastilhas, outras merdas.
James deu uma entrevista junto com Bert, depois de tudo filmado, dos forenses terem terminado o lugar, todas as drogas reunidas na calçada, foi tudo queimado. Assim não havia risco de serem roubadas ou traficadas por algum policial corrupto.
Dois dias depois, quando James saia de seu escritório na central, tentaram mata-lo, mas tinha visto pelo reflexo do vidro do edifício o carro se aproximando com um atirador, com a metade do corpo para fora, deu um grito de alarme, todo mundo se atirou ao chão, mesmo assim, levou uma bala no ombro esquerdo.
Na mesma hora, saiam da delegacia, Bert com seu grupo. Viram um carro desconhecido a toda velocidade pela rua, quem deu a voz de alarma foi Blasco, se atiraram todos no chão, com sua arma em punho. Conseguiram balear o condutor, o atirador recebeu uma bala no meio da testa de Murray. Mesmo assim, conseguiram ferir dois policiais que estavam perto. Eram novos na área, tinham saído para fumar.
Ficaram todos boquiabertos, quando o único comentário de Murray foi, tenho que treinar esses meninos como se estivessem num campo de batalha, sempre estão preocupados em não sujar o uniforme.
O interrogatório do condutor, levava a um ponto sem retorno. Tinha sido militar como Blasco, tinha se tornado dependente de drogas, portanto era um ponto frágil.
Com a promessa de o ajudarem, soltou que já tinha conduzido para o chefe, deu a direção de onde moravam. James conseguiu uma ordem do juiz para irem a sua casa. O filho da puta vivia numa mansão fora da cidade. Organizaram um grande dispositivo, sem avisar a delegacia a qual a casa estava circunscrita. Assim não havia vazamento.
Os técnicos levaram dois dias examinando a casa, diziam que tinha mais esconderijos que qualquer palácio mal assombrado. Desta vez tocavam todas as paredes, assim encontraram pelos menos duas falsas, uma era um escritório, a papelada estava sendo passada por um crivo pelo Blasco, esse marcava tudo que era importante. James teve um trabalho infernal, pois a delegacia mais próxima, estava totalmente vendida ao mesmo. Era como começar um local novo.
O traficante, seria condenado por ter mandado matar James e Bert, mas mesmo assim não ficaria muito tempo na prisão.
James discutindo com o grupo dizia, que o pior, era que logo aparecia algum outro louco para tomar o lugar. Tinham que fazer um chamamento a população dos bairros afetados, para assim receberem avisos se alguém era visto vendendo drogas.
Funcionou, embora algumas denuncias se referiam a brigas entre vizinhos, então um dedurava o outro.
Murray, foi mais eficaz, se reuniu com as associações de vizinhos, fizeram verdadeiras passeatas pelos bairros, televisadas, avisando aos traficantes que ali não era permitido traficantes de drogas. O bairro se tornava seguro. Não só havia policiais, com carros, bicicletas, outros percorrendo as ruas principais, as de comercio, caminhando, como antigamente. A coisa funcionou.
Como sabiam da existência de um cartel que distribuía as drogas ao melhor postor, era necessário infiltrar alguém nisso tudo. As reuniões com os inspetores de controle das drogas, eram sempre ineficaz. Ninguém se atrevia hoje em dia a se infiltrar. Não se sabia com certeza qual era a pessoa que era cabeça no cartel da drogas na cidade. Embora soubesse que se cortassem a cabeça de um, em seguida surgiria outro, isso não parava.
Bert estava irritado com a possibilidade de uma passividade com respeito a isso. Seu anjo vingador, tinha que voltar a funcionar. Mas primeiro tinha que fazer uma lista de suspeitos para que a coisa funcionasse. Voltou a treinar os lançamentos de dardos, primeiro em sua casa, depois saia pela noite vigiando os lugares aonde estavam os que dependiam das drogas para viver. Falou com a mesma pessoa que tinha conseguido para ele a máscara que usava, pediu uma com cara uma pessoa no último estágio de dependência.
Este pensou em tudo, uma dentadura falsa, que ao abrir a boca parecia que lhe faltavam muitos, só examinando de muito perto se veria que era uma coisa falsa. Mesmo para as mãos, umas luvas de um silicone que não lhe afetavam a mobilidade, que vinha até o cotovelo, roupas, sapatos tudo. Conseguiu um lugar para esconder tudo isso, mais um carro de supermercado velho, treinou dias e dias usando todo o disfarce. Podia se sentar no meio deles, escutar tudo.
Depois foi se aproximando, dos que faziam tráfico, que vendiam as merdas a essa gente, queria escutar, analisar tudo que diziam. No meio das besteiras que falavam, sempre se podia descobrir alguma coisa. Um dia estava ali sentado, quando um deles recebeu uma ligação, colocou em mãos livres, para que seu companheiro também escutasse o que lhe diziam. A voz não lhe era estranha. Tinha certeza de já ter escutado essa voz. Ficou quieto, como estivesse drogado. Escutou as ordens, sobre uma remessa que chegaria no dia seguinte, que os dois durante o dia deveriam ir ao porto, colocar num caminhão o container, lhes chamava atenção que a droga estava por debaixo das mercadorias.
Mentalmente anotou tudo. Quando os traficantes se afastaram, se levantou lentamente, com dificuldade, apoiou sua cabeça na barra do carro de supermercado, se foi para seu esconderijo.
No dia seguinte alegando um fonte oculta, dispôs todo seu pessoal no porto, sinalizou o caminhão quando entrou, no momento que o container estava em cima do caminhão, deu o sinal, foram cercados.
Com os dois homens presos, o container apreendido, viram que a carga reportava milhões de dólares. Foi tudo filmado, mas não conseguiam descobrir quem era o comprador, nem quem tinha mandado a remessa de drogas desde Colômbia. A mesma foi queimada, diante das câmeras da televisão.
James ia receber uma medalha pelo feito, a ele as medalhas não lhe interessavam, tinha saído do exército com a mais alta condecoração, nem sabia aonde estava. Jogada em alguma gaveta.
A pessoa que lhe entregava a medalha era o vice-Governador, ao escutar a voz do mesmo, ficou pasmo, era a voz que tinha escutado. Não podia dizer isso ao James, porque desconfiaria dele.
Passou a seguir o mesmo pelas noites. Sabia que vivia num apartamento altamente controlado por sensores, câmera de vídeo toda uma parafernália moderna. Nunca tinha sido apresentado ao mesmo, não tinha meio de se aproximar. Sua sala no palácio do governo era idêntica, a única solução seria tentar clonar o celular de algum traficante ligado a ele.
Uma noite escondido, num edifício em frente ao seu, descobriu seu ponto fraco, gostava de rapazes musculosos. Mesmo assim, não sabia como fazia para esses entrarem no edifício. Gravou a cena de sexo entre os dois, ficou observando como o rapaz saia.
Um carro negro, entrava na garagem, saia nem 15 minutos depois, desaparecia.
Conseguiu descobrir de quem era o carro. Observou isso durante vários dias, depois começou a seguir o carro, para ver aonde ia. De onde partia, qual o trajeto. Teria que planejar alguma coisa. Uma noite, viu que o político, trabalhava no que seria sua biblioteca, não tinha um ângulo muito preciso, foi necessário passar ao outro edifício. Dali podia ver claramente, o mesmo, preparando documentos, pacotes de dinheiro, movendo um quadro que ocupava quase toda a parede.
Não havia uma maneira de soprar nessa distancia um dardo, primeiro porque a janela estava sempre fechada. Se imaginou subindo por essa lateral, mas era impossível, pois existiam câmeras justo no alto do edifício.
Sua sorte era que sempre estava na escuridão total, tudo que usava era negro, portanto, não aparecia.
Tinha que encontrar uma maneira, no dia seguinte estava tão mergulhado nisso, que Murray, lhe chamou a atenção, pois estavam comentando um assunto sério, mas que ele estava ausente.
Perdão, algumas coisas particulares, no momento me tem com a cabeça no ar.
Todos se ofereceram para ajudar. Não podia fazer isso. Descobririam que ele tampouco era perfeito, nem obedecia a lei, pela qual zelava.
Quando teve todo o roteiro do carro, sempre era no mesmo dia, ficou observando o lugar de aonde saia o carro. Era uma casa normal, com garagem. Mas sempre uma pessoa diferente, se via que com muitos músculos, entrava na casa, só saia quando o carro voltasse.
Teria que saber como era tudo por dentro do edifício. Na semana seguinte, seguiu a pessoa que tinha ido se encontrar com o cabeça do tráfico. Quando esteve longe da casa do homem do carro, que já sabia quem era. Soprou um dardo, em seguida o rapaz caiu na calçada. Como se o fosse socorrer, o levou até um carro, o meteu dentro, levou para seu esconderijo.
Quando este despertou, olhou assustado aquele homem todo vestido de negro, com uns olhos negros estranhos.
Não vou te fazer mal, se consegues responder todas minhas perguntas. Começou perguntando quanto ganhava. O outro não queria dizer, mas ele balançou o dinheiro que tinha nas suas mãos. Posso te dar mais. A posição em que estava para o interrogatório, era horrível, nu completamente, em cima de uma mesa de metal. Tudo que pensava, esse vai me matar.
Foi fazendo as perguntas, qual era o contato, como entrava no prédio, se no corredor do mesmo tinha algum segurança.
Apavorado como estava, respondeu, que quando descia do carro tinha que olhar para uma câmera que estava justo em cima da porta. Depois o homem que o recebia, abria a porta do elevador, com seu dedo, como se libera um celular. No andar aonde saia, só existia dos seguranças na porta, mas que tinha notado pelo menos até a porta 5 monitores de gravação.
Que dentro do apartamento, existia sempre outros dois seguranças, os tinha visto. Mesmo no quarto aonde tinha estado, existiam câmeras. Ou seja, tinha a coisa complicada.
Perguntou aonde era o quarto que ficavam, pois viu que o rapaz era observador. O quarto cheio de aparelhos de sadomasoquismo, ficava justo na parte detrás, explicou como era, como transpira muito, deixa sempre uma brecha na janela. É o único lugar que não tem câmeras, creio que ele não quer que saibam o que gosta de fazer.
Vais me matar agora?
Não quero saber por que fazes isso?
Estudo arquitetura, não tenho dinheiro para me sustentar, por isso sempre vou como Escort de algum rico que gosta da minha aparência, assim vou levando.
Se eu te dissesse que deves desaparecer por algum tempo, o farias?
Então não vai me matar?
Não, mas vais ficar escondido aqui até que eu faça o que quero. Não vou demorar muito.
O outro começou a chorar, prometo desaparecer.
Não se preocupe. Lhe aplicou uma injeção, que o deixaria dormindo pelo menos dois dias, mas colocou um soro para ser alimentado.
Voltou nessa noite para examinar o que ele tinha dito.
Realmente eram dois quartos, num o homem dormia, o outro tinha janelas escuras não dava para lugar nenhum, somente para a montanha aonde ele estava. Conforme o vento a cortina da janela negra se movia.
Bom terá que ser por aí. Não tenho nenhuma alternativa. Sabia agora que depois, só o proprietário ficaria dentro da casa, com dois seguranças na porta de fora. Confiavam nas câmeras que davam para a rua. Notou que todas as luzes se apagavam.
Foi para casa, disse ao James que estava indisposto, que iria ao médico, para fazer uns exames.
Foi sim ao contrário comprar material, havia uma boa distancia entre o lugar que tinha descoberto e a janela. Calculou quantos metros de corda negra necessitava, ganchos etc. Deixou tudo lá, iria usar uma besta para prender a corda na parte alta do edifício. Era arriscado, mas era a única maneira que tinha.
Esperou o dia marcado, subiu a montanha, escondeu bem a moto, os últimos metros, desligou a mesma, subiu empurrando. Agora agradecia a Murray, todos os exercícios que era obrigado a fazer.
Se pendurou na corda com um sistema que tinha idealizado, para abaixar, e de novo subir.
Abriu a janela, teve o cuidado de deixar exatamente igual que estava. Se escondeu atrás da cortina. Deixou sua mochila no chão, tendo somente nos bolsos o tubo, os dardos envenenados. Pelo que o rapaz tinha dito, imaginava a cena.
Não houve mudança de roteiro, entrou com o rapaz o fez tirar toda a roupa, andou em volta admirando seu corpo, se abaixou, chupou seu caralho. Quando estava no ponto, subiu num balanço de metal, disse ao rapaz para lhe colocar algemas. Quando este estava dentro dele, soprou o primeiro dardo, infelizmente não podia deixar cabos soltos, em seguida outro no abdômen do senhor das drogas. Quando deixaram de mover-se, o rapaz caiu no chão, ele rapidamente, retirou os dardos, os guardou, mas os picou novamente com dois outros para ter certeza.
Como as luzes do corredor estavam apagadas, fez uma corrida rápida até o escritório, com uma lâmpada que tinha na cabeça, moveu o quadro, antes tinha subido na mesa, passado um spray negro em cima da câmera. Sabia que ali só tinha uma. Imediatamente se acendeu uma luz no interior do armário. Viu as pastas todas que tinha por ali, o dinheiro não lhe interessava, mesmo assim viu que era muito. Retirou somente as pastas com nomes, pagamentos, nome de pessoas importantes que investiam no negócio. Foi tão rápido, que até se assustou, era a prática em ler papeis que comprometiam. Atravessou correndo outra vez o corredor, os papeis estavam colados ao seu corpo, se movimentou para pegar impulso, chegando a mais da metade do caminho, rapidamente fez o resto. Correu até aonde estava a moto, guardou na maleta que tinha atrás os papeis, desapareceu na noite. Fez o de sempre quando chegou em casa, colocou a roupa para lavar, tomou um banho, escondendo tudo no armário.
Despertou pela manhã, com uma chamada do James, contando que tinham descoberto o vice-governador, em uma posição delicada, pediu que fosse até lá.
Quando chegou, viu que não havia mais nenhum segurança na porta.
Quando perguntou se o senhor não tinha seguranças?
Sim, desapareceram todos, não eram funcionários do governo, eram particulares. A lastima era o rapaz, estava no lugar errado, na hora errada. Pelo visto, a pessoa subiu por uma corda, que estava colocada no alto do edifício.
O vídeo da sala, está borroso, não dá para saber quem é, pois, a luz estava apagada. Foram ao escritório. Viram que em cima da mesa tinham sido borrados marcas de sapato, a câmera, além de um troço do teto, estavam manchados de negro.
Começara a examinar tudo, quem notou o quadro fora de lugar foi o James, tinha feito isso de propósito. Quando viu o quarto atrás do mesmo, ficou espantado, com a quantidade de dinheiro, papeis, tinha deixado um colado justo em frente, para que ele visse facilmente, o carregamento que tinha recuperado, e uma anotação dizendo, filhos da puta, além do prejuízo de milhões. Num livro estavam todos os carregamentos, nome das pessoas que distribuíam, quantidades. Inclusive perceberam que provocava uma facção contra a outra, para poder manipular as pessoas. A grande surpresa, era o tráfico de armas, compravam armas russas, de outros países de leste, para revender para os traficantes. Ou seja, esse sujeito estava bem colocado. Chamaram o pessoal da técnica, mas alguns papeis James levou, chamaram ao prefeito, ao governador, alertando que deviam vir sem muita estridência. Carros da polícia ia buscar os dois.
O governador, ficou horrorizado, dizendo que desconfiava de seu vice, que tinha sido imposto pelo partido. Por incrível que pareça, na semana passada, pediu a cabeça dos dois. Lhe disse que não era minha alçada, que estavam sobre o mando do Prefeito.
A mim, fez também pressão, lhe disse que fizesse suas queixas ao James.
Pois comigo nunca falou nada.
Ou seja, isso não foi um roubo, porque olhem a quantidade de dinheiro dentro desse armário, ou se quiserem chamar de cofre.
O governador, ainda comentou que vivia se gabando de viver numa fortaleza, que ninguém podia entrar no prédio sem que ele soubesse. Por isso os andares de baixo estavam vazios.
Ele era dono do edifício inteiro.
Mesmo assim, mandaram revistar todos apartamento, principalmente os dois logo abaixo do dele. Ali, estava o negócio, aonde se manipulava tudo.
Bom senhor governador, como fazemos, deixamos o escândalo acontecer, ou fica tudo na surdina.
Olha, não sou candidato a nada, faltam poucos meses para acabar o meu mandato, estou farto disso tudo, deixarei a política, para cuidar da minha mulher que tem câncer. Por mim acho que deveriam fazer escândalo, porque pode ter pessoas do partido metidas nisso.
Não tinha pensado nessa possibilidade, agora teria que encontrar uma maneira de fazer chegar os papeis ao James.
O escândalo foi colossal, as ruas estavam quietas, não se via movimento algum de traficante, mas logo apareceria alguma cabeça para tomar conta do negócio, alguém que fosse de confiança para os Bolivianos, Colombianos, Mexicanos.
Tinha uma lista de nomes, agora era só esperar, para ver. Além da vantagem de saber que não adiantavam tanto segurança, pois ele que se dizia inalcançável, não era.
Nessa noite liberou o rapaz, o levando até sua casa, dizendo, desapareça durante algum tempo, lhe deu dinheiro suficiente para muito tempo.
Queria agora também pegar o proxeneta, o que levava rapazes, para todos os lados. Mas isso podia esperar.
Resolveu tirar umas férias, pois tudo isso o tinha cansado muito. Iria visitar seus pais, que viviam no interior do Texas.
Seu grupo poderia tranquilamente assumir tudo.
Tinha pedido 15 dias de férias, mas não chegou ao quinto dia. Tinha havido um atentado, feriram o James gravemente. Que ele devia voltar. Disse que o Clover deveria ir até o aeroporto para busca-lo.
James, sentiu que a normalidade tinha voltado aonde vivia, mesmo a delegacia, por sorte, estava se despedindo da mulher, quando notou a moto se aproximando, por instinto empurrou a mulher para dentro, mas foi atingido nas costas.
Os idiotas dispararam as câmeras da rua, mas claro, só depois que já tinham passado, se esqueceram que o que se grava já está feito. Sabemos justamente quem são os dois, mas precisamos de ti para coordenar tudo.
Os esconderijos dos dois estavam vazios. Vejo que o anjo negro tem que voltar.
Depois que a turma da técnica, limpasse os lugares, nem colocaram fitas nas portas, nada.
Todas as noites ele ia dar uma observada nas casas, sabia que um deles, o que tinha atirado, era o mais fraco dos dois. Foi o que voltou primeiro.
Como tinha uma cópia da chave do apartamento, escutou que este entrava, abria a porta devagar, sem fazer ruído, examinava o apartamento inteiro, se sentava numa cadeira, respirava fundo. Dizia alto, desta escapei. Como podia ser tão idiota. Não podia ficar muito tempo ali, precisava fazer com que ele falasse.
O levou para seu esconderijo, drogado, fez a mesma coisa, o deixou nu, em cima de uma mesa de metal velha, algemado. Quando voltou a si, começou a fazer perguntar. Aonde o outro tinha ido se esconder. Acapulco soltou ele, as ordens agora vem de lá. Não confiam, mas em nenhum americano.
Sabe quem encomendo a morte do Comissário?
Isso foi alguém daqui que pediu para os de lá. Mas não sei seu nome, apenas sei que foi policial, que mandava em tudo antes, agora é um velho desgraçado. Entendeu quem era.
Filho da puta. Envenenou o homem rapidamente, retirou qualquer documento dele, o enrolou nuns trapos, colocou no carrinho de supermercado, mudou de roupa, o levou até o rio vestido de velho, o jogando na água. Não iria até Acapulco para saber do outro, com um bastava.
No dia seguinte pela manhã, foi ver o James que ia se recuperando, minutos depois chegaram o Prefeito junto com o antigo comissário. Viu que o prefeito estava contrariado. O chamou a parte perguntou se tinha algum problema. Foi quando teve a certeza do mandante, ele está insistindo de ocupar o cargo, porque acredita que o James não vai se recuperar, mas se esquece que tem você.
O velho comissário, disse algo, que fez com que o James se sentasse na cama. Como sabes disso, pois não foi ventilado de maneira nenhuma.
O outro argumentou que tinha sido o Prefeito.
Não porque ele não sabe disso, só o meu grupo sabe disso.
Rapidamente o outro se retirou, sem apertos de mão nada, estava nervoso.
Que foi James, ele perguntou como estava minha mulher, depois de eu a ter empurrado para dentro, só vocês sabem. Deve ter sido ele o mandante.
Mas não temos provas nenhuma, comentou o prefeito, a não ser sua insistência em ocupar o cargo, achando que não voltas. O susto que ele levou contigo sentando na cama, foi ótimo.
Vamos te fazer mudar de quarto, além de mais segurança.
Nessa noite, Bert, ficou no quarto que usava o James, com a luz muito baixa. O velho entrou com uma arma com silenciador, mas levou um susto quando acenderam as luzes.
Ficou com os braços caído ao longo do corpo. Como rendido a tudo. Mais tarde na delegacia, reconheceu que tinha pedido favores ao cartel, porque vocês, estragaram a minha vida, quando estava no alto, me passaram a perna. Aquelas garotas, não passavam de putas, eu sempre consigo alguma mesmo hoje em dia, todo ser humano tem seu preço. Principalmente a fome.
A vontade do Bert era lhe dar um murro na cara.
Tudo como sempre saiu a luz, foi julgado e condenado. O pior viria agora, como não tinha cargo nenhum, tampouco teria privilégios dentro da cárcere.
Não duraria muito tempo lá, pois tinha muitos que ele próprio tinha mandado para lá. Podia ser que tivesse proteção do cartel de drogas, mas isso já se veria.
O que estragou a situação foi que disse ao lado do Bert, que sabia que ele era o Anjo Negro, avisarei o cartel que tu eres o anjo negro, quero ver como escapas.
No dia que foi para prisão, se aproximou, lhe tocou dizendo, espero que tenhas uma boa estadia lá no teu novo apartamento, com um alfinete, passou um veneno, que lhe provocaria um enfarte em menos de uma hora.
Nem chegou a porta da prisão, veio uma ambulância, mas alegavam que não podiam fazer nada, que tinha tido um enfarte, pela idade, pelo stress dos últimos dias.
Teriam que se preparar, pois acreditava que o cartel do México atacaria, um infiltrado de antidrogas, passou a informação que planejavam atacar a própria delegacia de polícia.
Ninguém sabia da nova, foram mudando na surdina, primeiro todos os arquivos de processos, provas etc. Não levariam nada, porque lá estava os moveis novos, sistema de informática novo, enfim, ali só ficaria o resto, que seria sucatado, o local seria reformado, transformado num centro de apoio aos jovens. Se prepararam, sabiam mais ou menos o dia que pensavam em fazer o ataque. James dizia que deviam ter visto algum filme, sobre assalto a delegacias, pois não viram direito, nunca dá certo. Murray treinou o pessoal todo, no mais mínimo detalhe, necessitavam que dentro houvesse gente. Teriam que chamar atenção para o uso do local, foram colocando policiais vestidos de drogados, polícia feminina como se fossem prostitutas.
Entravam, mas não saiam de lá, prepararam tudo a consciência para um assalto. Queriam que os traficantes, ficassem entre dois fogos. Na outra delegacia, que não ficava muito longe, haveria policiais esperando o sinal do celular, queriam que os traficantes entrassem na delegacia. No altos dos edifícios, tinham vigilantes.
Dentro, estavam armados até os dentes, com metralhadoras, novas armas, era só esperar.
Se viram algum filme, isso seria pela noite.
Não deu outra, Murray comentou com Bert, viram filmes não resta dúvida, porque por como agiam, era quase igual, não imaginavam que estavam sendo filmados, cada passo que davam era registrado.
Quando perceberam que era uma cilada, uma parte estava dentro da delegacia, outros tinham cercado todo o perímetro, não deixando margem para que pudessem fugir.
James, que ainda se recuperava, tinha ficado um pouco mais longe, com um grupo de apoio. Percebeu que um carro, estava parado a longo tempo, com um chofer, vidros tintados de negro, Mandou seu grupo se dividir, como estavam todos vestidos a paisano, esperariam que uma parte desse a volta no quarteirão, iria ser como se fossem cruzar. Cercaram o carro, dentro estava o chefe que comandava tudo.
Encheram a cárcere da nova delegacia. O chefe preso, não era o principal, era mexicano, como a maioria dos homens presos. Iriam todos para uma prisão de máxima segurança, nova, que ficava o mais longe possível do México.
Julgados, condenados, nem o juiz sabia para aonde iriam. Eram num total de cinquenta, ficariam de molho muito tempo. Era um novo sistema de prisão, eram monitorizado todo tempo, mesmo dentro da prisão, usava uma pulseira que não tinha fivela, depois de colocada, só podia ser retirada quando a pessoa saísse de prisão, o prisioneiro estava sempre com ela, os que tentava cortar ou retirar a mesma, levavam um choque elétrico.
Começou a assimilação da outra delegacia, James, o grupo do Bert, coordenavam tudo. Depois da Reforma da velha delegacia, Clover passaria a dirigir a mesma para ajudar os necessitados.
Volta e meia, Bert, mandava dinheiro anonimamente para uma conta, para ajudar em tudo que fosse necessário. Murray e Blasco, logo seriam inspetores chefes, pois havia muitos horários para controlar e cobrir. Murray seguia treinando diariamente o pessoal. Uma das maneiras que James se recuperou.
O trabalho seguia, fizeram uma grande festa quando os velhos detetives se aposentaram, mas seguiriam trabalhando internamente, pois alegavam não ter o que fazer.
De vez em quando Bert sentia necessidade de soltar sua parte negra como chamava o Anjo negro, mas se controlava, procurava encontrar outras maneiras de agir.
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