VENDETTA
Paola, não conseguia se concentrar nos orações da manhã, tinha uma sensação que o dia não seria bom, mas como explicar isso. Na verdade, sempre que tinha essa sensação acontecia alguma coisa. Estava no convento desde os 13 anos, odiava estar ali, mas tinha sido vontade de seu pai.
Evidentemente com 13 anos, não tinha podido fazer grande coisa. Mas tinha conseguido retrasar o máximo possível, tomar os hábitos. Primeiro esteve como aluna interna. Quando ela imaginou que poderia finalmente voltar a viver com sua família, principalmente ao lado de sua irmã Ofélia, o pai se negou, disse que ela tinha que pagar os pecados da família. Não sabia de que pecado ele falava.
Ofélia era sua irmã mais velha, tinha uma diferença de idade de 5 anos, portanto atualmente era maior de idade. As vezes conseguia entrar para visitar sua irmã, mas a madre superiora era uma grandíssima filha da puta. Quando ela vinha, imediatamente chamava seu pai.
O grande senhor Olivares.
Esse as vezes permitia a visita, outras simplesmente mandava seu guarda costa ir busca-la, depois a reprendia brutalmente, por ter ido perturbar a paz de sua irmã menor. Ela tampouco sabia, porque sua irmã tinha que estar ali.
Paola, se lembrava da última vez que Ofélia tinha conseguido entrar, mesmo vigiadas ao longe por umas das monjas mais antipáticas do convento. As duas tinham se sentado no jardim do claustro, de mãos dadas, Paola com a cabeça no ombro da irmã, dizendo que não sabia mais quanto tempo aguentaria viver ali.
Ofélia, lhe consolava, dizendo, que assim que pudesse vinha busca-la, havia de encontrar um jeito de sair dali.
Depois de comungar, uma coisa que detestava fazer, lhe parecia muito hipócrita, pois se não tinha como pecar, ou imaginava que uma pessoa ocupada o dia inteiro, em rezar, rezar, rezar, vai ter tempo para pecar.
Quando saia da capela, a bendita irmã Consolação, ali estava esperando, para seu foro íntimo, pensou, como essa mulher pode se chamar Consolação, sé é o diabo em pessoa.
A madre superiora, quer falar contigo. Tudo isso disse secamente, como um general.
Se dirigiu ao gabinete da madre superiora, claro seguida pelo seu cão de guarda Consolação.
Quando bateu na porta, esta se abriu imediatamente, viu que sua irmã estava sentada muito ereta num cadeirão velho, com a cara fechada, tinha um papel na mão.
A madre superiora, Joana dos Anjos, outro nome errado pensou, como essa mulher pode se imaginar um anjo, se é o diabo personificado.
Entre, explicava sua irmã, que não podes sair, pois deves tomar o hábito, justamente dentro de dois dias, conforme a vontade de seu pai.
Observou que Ofélia estava contrariada, se levantou, pelo menos posso falar com minha irmã em particular?
Sim claro, acompanhada por a irmã Consolação é claro.
Pode se abraçar a sua irmã, saíram de mãos dadas do gabinete.
No claustro, conseguiu manter a irmã Consolação, o mais distante possível, dizendo que o que tinha que dizer a sua irmã era particular.
A outra tentou argumentar, mas Ofélia, impôs com um dedo que se mantivesse afastada.
Primeiro tenho uma notícia, que pode ser boa ou má ao mesmo tempo. Papai faleceu a dois dias, portanto agora sou a responsável por ti. Mas essa filha da puta da Madre superiora, tem uma ordem dele antiga.
Vou tentar conseguir uma ordem com o Juiz, pois é necessário que venhas a leitura do testamento, porque se tomas o voto, essa filha da puta, irá no teu lugar.
Se tivesse como te tirar daqui, por exemplo amanhã, seria perfeito.
Paola ficou quieta um instante, lhe perguntou se tinha carro?
Sim agora levo eu o carro. Por quê?
Olhe para o chão, me abrace como me consolasse.
Desenhou no chão com a ponta da sandália, a entrada do convento, fez um retângulo, sinalizando por aonde podia escapar. Não fale nada, mas encontrei a tempo uma saída. Se me espera por entre as 11 e meia noite, quando tudo ficam em silencio, escapo. Hoje mesmo. Pode ser?
Ofélia lhe deu um beijo na cabeça, estas maquinando a muito tempo, não é?
Finja que chora a morte de nosso pai. A abraçou como se consolasse, dizendo a seu ouvido, essa filha da puta, quer que tomes os votos imediatamente, para ficar com tua parte da herança. Mas não vou permitir.
Paola acompanhou a irmã, até a entrada, se fazendo de triste.
Na verdade, não sentia absolutamente nada com a morte do pai. Este sempre tinha sido frio com as duas, pois queria um filho homem, para levar seus negócios em frente. Teve que se contentar que Ofélia estudasse, fizesse universidade, hoje em dia administrava a maior parte dos negócios.
Reze esta noite por nosso pai em tuas orações, Paola. Deus te recompensará.
Viu que a Madre superiora, aguardava a saída de Ofélia, para lhe falar alguma coisa.
O dia passou lentamente.
Paola, nas orações da tarde, se lembrou como tinha conseguido descobrir essa saída. Uma das noviças, que entrou para a ordem, gravida, ficou justo na cela ao lado da sua, acabaram ficando amigas. Descobriu que fora seu pai que tinha sugerido ao seu, que a deixasse lá. As duas conversaram muito, inclusive Paola lhe dizia que seu pai insistia que devia tomar hábito, para pagar pelos pecados da família. Isso nunca entendi.
A outra lhe abriu os olhos, nossos pais, são mafiosos, queriam filhos homens para levar seus negócios escusos. Me apaixonei por um rapaz da cidade, ele não gostou, só sei dizer que ele desapareceu, não sei se o mataram ou não. Mas vou escapar daqui. Tenho um grande amigo de infância, que esteve trabalhando numas obras de conservação do convento, descobriu uma saída. Me disse como, só temos que descobrir aonde é. Uma brecha, numa das partes da antiga muralha, estava tapada por arbustos, duas árvores, que não deixavam ver o espaço, se podia passar tranquilamente.
Tanto fizeram que acabaram descobrindo. Mas no dia que sua amiga, tentava escapar com o amigo, apareceram os homens de seu pai, já a pegaram do lado de fora, assassinaram seu amigo na sua frente.
A Madre, imaginou que alguém lhe tivesse facilitado a saída pela porta principal, castigou severamente a monja que tomava conta da porta, trocando pela irmão Consolação.
Sua amiga teve o bebê, um lindo garoto de cabelos vermelhos. A madre superiora, disse que era filho de satanás.
No dia que um casal veio buscar o garoto, ela estava limpando o chão do corredor. Enquanto a Madre superiora acompanhava os mesmo até a entrada, entrou na sala, anotou o nome do casal, seu endereço em Palermo.
Quando a Madre superiora voltou, ela continuava limpando o chão. Ainda lhe deu uma bronca dizendo que fosse mais rápida.
Com sua amiga, tinha o hábito de se reunirem de noite, na parte alta do convento, um dia descobriram que nas noites de lua cheia a Madre superiora, tirava toda sua roupa, bebia muito, ficava deitada nua em cima da grama. Se retorcendo toda, algumas vezes se fazia acompanhar de alguma noviça, outras se masturbava depois ficava dormindo.
Sabia que nessa noite seria noite de lua cheia. Por isso o melhor era escapar hoje.
Tinha levado pouco a pouco para essa saída, roupas normais que as pessoas deixavam quando entravam para a ordem. Como as vezes lhe tocava, limpar esse lugar, levava depois escondida peças de roupa. Uma camisa, calças, um lenço para a cabeça. Enfim tinha um enxoval bem escondido.
Quando a noite se fechou, ficou de tocaia, observando o que fazia a madre superiora. As 10 horas, ninguém mais podia estar fora de suas celas, era quando ela saia da sua.
Viu que tirava toda a roupa, ficava nua em pelo, tinha nas mãos, duas garrafas de vinho. Quando estava já na segunda, começou a dormir, depois de ter-se masturbado.
Desceu descalça do andar de cima, se aproximou sorrateiramente, tirou as chaves do hábito da madre superiora, seu gabinete, ficava mais ou menos próximo dali. Tinha colocado muito azeite na porta do mesmo dias antes. Abriu a porta lentamente, viu que esta estivera trabalhando até mais tarde, o cofre estava aberto, num envelope, colocou todo o dinheiro que tinha ali, além de documentos, pois queria descobrir mais coisas.
Saiu, fechou bem a porta, voltou para perto da madre, esta seguia dormindo, num gesto de vingança, dobrou o hábito, com as roupas interiores, saiu rapidamente levando tudo, chaves, roupas, tudo, assim quando ela se despertasse, não poderia entrar para se vestir, a veriam nua.
Saiu pela entrada secreta, trocou de roupa, aproveitou a bolsa que estava escondida, para levar o hábito da madre superiora. Quando saiu, ficou nas sombras, até que avistou sua irmã, encostada num carro velho. Viu ainda no chão a mancha de sangue, aonde tinham matado o rapaz que ia ajudar sua amiga.
Correu até ela, se abraçaram, foi rápida dizendo, vamos embora daqui.
Já depois de uns dez minutos quando sua respiração se normalizou, perguntou se iam para casa.
Não, pedi emprestada a casa de uma amiga da universidade, pois assim essa louca não nos encontrara, até irmos ao tabelião, para a leitura do testamento.
Porque fazes justamente amanhã 18 anos, assim ela não pode dizer que tem tua guarda.
Riram as duas.
Quero te avisar, vou me vingar dessa filha da puta.
Como descobriste essa saída?
Lhe contou a história da amiga, me disse que papai, sugeriu ao dela para a internar, que virasse uma monja para pagar os pecados da família. Me disse que os dois eram mafiosos. É verdade isso?
Sim, é verdade. Já veras no tabelião, vai se apresentar um filho que ele tinha com uma das empregadas de casa, ele ficará com a parte que é da Máfia, a mim me tocará, os negócios que são limpos, ou mais ou menos limpos. Já tive uma conversa com ele, que arrume outra maneira de limpar o dinheiro sujo, ou que compre todos os negócios, não tenho menor intenção de seguir com isso.
Quando chegaram na casa no meio do campo, depois de guardar o carro numa garagem, quem passasse pela estrada, apenas veria uma casa fechada, sem ninguém. Não estava muito longe da cidade, mas em campo aberto.
Sentaram-se na sala, ficaram rindo. Finalmente juntas outra vez. As duas tinham passado sua infância, Ofélia sempre a tinha protegido, brincava de bonecas com ela, pois era mais jovem.
Amanhã, tenho que te preparar para algumas coisas que vais saber depois no tabelião, assim não vão te pegar de calças curtas.
Vamos dormir, amanhã conversamos.
Toda essa agitação, a tinha cansado, mas ao mesmo tempo não a deixava dormir. Imagine, finalmente depois de tantos anos, tinha conseguido escapar do convento. Ficou imaginando, a madre superiora despertar, não encontrar suas roupas, nem chaves, quando conseguisse entrar no seu escritório, encontraria o cofre vazio tanto de dinheiro, como de documentos. Queria ver o que fazia.
No café da manhã, as duas sentadas uma na frente da outra, lhe contou a Ofélia o que tinha feito, essa dava sonoras gargalhadas. Bem feito, quem manda ser filha da puta.
As duas depois, com uma segunda caneca de café nas mãos, sentaram-se na pequena sala. Me conta o que querias dizer ontem à noite.
Quero que saibas que te amo como minha irmã. Mas na verdade não somos, eu sou filha do segundo casamento de nosso pai. Tanto quando nasci, ele já tinha muita idade.
Você é filha da única filha que teve do primeiro casamente. Ou seja, sua neta, por isso ele falava em pecado da família. Tua mãe fugiu com um homem da Chechênia, que durante um tempo serviu de guarda-costas dele. Pelas fotos que a minha me ensinou, era linda. O checheno, foi trabalhar para uma família de mafiosos, inimigos do teu pai. Ele mandou atrás deles, uma série de homens, de sua confiança, para trazerem tua mãe de volta. Mas nunca descobriu aonde estava. Se casou de novo, eu nasci, a vida seguiu. Por um sopro de alguém dos seus inimigos, ele descobriu aonde estava tua mãe. Quando finalmente a encontrou, foi num lugar meio abandonado, meio morta, com uma seringa pendurada no braço, tu chorando ao lado porque tinha fome. Ele te pegou nos braços, viu que tinhas o mesmo olhos dela, que eras idêntica a ela em criança. Tua mãe suplicava por mais drogas. Ele virou as costas, mandou que um dos homens disparasse na cabeça. Não queria mais passar vergonha.
Te trouxe para casa, minha mãe se encaprichou imediatamente de ti, por ele teria te abandonado na porta de um orfanato. Mas minha mãe criou nós duas como se fossemos irmãs, nunca deixou de se referir a ti como sua filha. Enquanto esteve viva, ele nunca se atreveu a fazer nada contra ti. Pois te lembras como ela era, quando ficava brava, parecia uma leoa. Não permitia muitas vezes, sequer que ele se aproximasse de ti. Creio que isso te salvou.
Antes de morrer, me pediu que sempre te protegesse, eu era mais velha, repetiu mil vezes enquanto esteve mal, que não permitisse que te afastasse de mim. Mas nosso pai, não pensava assim. Na primeira vez que disse que não podia te levar para o convento. Me deu uma bofetada, que me jogou no chão.
Me lembro dessa cena, estávamos na biblioteca da casa, não foi?
Sim, exatamente. Cada vez depois quando eu começava a falar, me ameaçava. Só que eu já sabia quem eras. Quando fiz 18 anos, o afrontei, me disse que tinhas que pagar pelo pecado da tua mãe, quando argumentei que não tinhas culpa, me disse que não tinhas sangue puro.
Evidente que cada vez que brigava com ele, me ameaçava de não me deixar mais entrar no convento para te ver. Fiquei quieta, esperando que tivesses 18 anos, que fazes hoje. Assim poderia te tirar, até que descobrir que se fizesses os votos antes, tudo ficava para o convento. Passei a ter tanto ódio dele, que passava mais tempo em Catania do que aqui. Assim não tinha que conviver com ele. Ficava na casa dos meus avôs, que sempre pensaram e pensam que eres filha da minha mãe. Nunca contei a verdade para eles, estão velhos, te adoram, para que estragar a imagem que tem. Não é verdade?
Por que nunca foram me ver?
Claro que foram, mas nunca os deixaram entrar, nosso pai não permitia. Essa filha da puta da Madre superiora é prima do nosso pai. Faria qualquer coisa para botar a mão no dinheiro.
Vamos olhar os documentos que roubei?
Depois de lerem tudo, muitas propriedades, rendas de dinheiro aplicado em nome somente dela. Lá estava a procuração do velho, lhe dizendo se ela conseguisse que fizesse os votos antes dos 18 anos, para pagar os pecados da mãe dela, tudo que lhe tocasse de herança, iria para o convento. Uma bela soma em dinheiro iria para a Madre superiora.
Documentos de vendas de bebês em adoção, a filha da puta, não dava em adoção, vendia as crianças. Ah isso vai dar uma vingança maravilhosa. Extratos de banco, com uns valores impressionantes. Depois do tabelião, aonde negarei a posse dos documentos, vou mandar uma cópia para a diocese, outra para Roma.
Melhor, creio que nosso irmão a odeia tanto como nós duas. Ele tem um rapaz que trabalha em informática, vamos pedir ajuda a ele.
O conheces bem?
Sim, depois que fostes para o convento, o velho o trouxe para viver lá em casa. É muito boa gente, está louco para escapar disso tudo da Máfia. A parte que lhe toca, ele está transformando em negócios honestos. Creio que com o tempo conseguira livrar-se de tudo.
Como é o nome dele?
Honorato, o velho antes de morrer, finalmente o reconheceu como seu filho. Senão não poderia herdar.
Agora como nos duas, se chama Honorato Montecalvo. Sua mãe morreu, ou desapareceu, o desapareceram com ela, não sabemos.
Contaram o dinheiro, era um valor surpreendente. Que filha da puta, a comida do convento é uma merda, se alguém precisa ir ao médico, ela chama uma enfermeira para pagar menos, para termos roupas de inverno, há que pedir nas missas. Enfim, creio que ela pensava em escapar algum dia com todo esse dinheiro.
Passaram o dia inteiro, falando, lembrando-se da sua infância, somente uma vez, o celular da Ofélia tocou, era o Honorato. Para perguntar se tudo tinha saído bem.
Perguntou se era seu aniversário hoje?
Quando Ofélia disse que sim, disse que passaria no final do dia, para se conheceram, comemorarem a data.
Depois que ela desligou, Paola perguntou, se não tinha medo que ele as denunciasse?
Não, o conheço muito bem. Como nos duas, sofreu nas mãos do velho. Este uma vez, inclusive, colocou uma arma em sua mão, para matar um homem que lhe devia dinheiro. Se negou redondamente a fazer isso, dizendo que seu pai era um assassino, ele não seria. Com quinze anos, enfrentava o velho, apanhou dele. Mas hoje como é muito alto, o velho lhe ameaçava, ele ria na cara dele dizendo, sou mais alto, mais forte que tu. O velho ia abrir a gaveta do meio da biblioteca, aonde tinha uma arma, mas sempre era tarde pois ele tinha um revólver na cabeça dele. Deixou de encher o saco dele. Sempre resolve seus problemas dialogando com as pessoas. Só não perdoa dívidas de viciados em drogas, ou dos que roubam. Faz uma coisa simples, os denuncia a polícia. O velho ficava puto da vida com isso.
Tem um amigo que é advogado, muito bom por sinal, foram amigos de infância. Estudaram juntos até a universidade. Só que enquanto o outro fazia direito, ele fazia administração de empresas. Eu fiz psicologia, para entender toda essa barafunda, já que o velho não permitia que eu fosse a um psicólogo.
Não é fácil ser filho de pessoas prepotentes.
Imagina, estar num lugar que odeias, sem saber por que, não te permitem sair dali, é pior que uma prisão.
Como ia pagar o pecado de uma pessoa que sequer conhecia, ou não me lembro nada?
Eras um bebê quando ele te trouxe, acredito que não chegavas a ter nem 3 meses.
Minha mãe, podia ter te rejeitado, mas ao contrário, ela adorava crianças, seu sonho, era ter mais filhos, mas não podia, quase morreu quando nasci.
Eu sempre a amei como minha mãe, rezava sempre por ela. Vais me achar louca, mas estava tão farta do convento, que a princípio rezava, mas depois aproveitava as rezas para me evadir mentalmente dali, sonhar com outra vida.
Quero agora liberar uma amiga, que lhe roubaram o filho, vive numa clausura total, mal a deixam sair de sua cela. Mas sou esperta, sei quem tem seu filho.
No final do dia, chegou o Honorato.
Ela imaginava um sujeito bruto, qual nada, estava bem vestido, não era bonito, tampouco feio, tinha uma cicatriz no meio da cara. Quando ficou olhando para isso.
Tranquilamente disse, que tinha sido obra do nosso querido pai, porque me neguei a obedece-lo.
Trouxe um bolo, champagne, temos que brindar tua maioridade. Essa madre superiora vai se lascar amanhã, ficaram rindo os três.
Paola contou o que tinha feito, precisamos deixa-la na miséria, ela vendia os bebês que iam parar no convento. Mostrou os documentos.
Amanha falo com meu Hacker, ele é muito bom nisso, além de meu amigo advogado, que vai estar presente, caso ela queira alguma coisa. Amanhã venho busca-las para ir ao tabelião, me das as chaves que ela usava, eu usarei nas minhas calças, quero ver o que ela vai fazer.
Comeram bolo, beberam a cada copo brindando sua maioridade.
Depois falaram coisas de suas infâncias. Ele no final riu, dizendo, que o velho era um mau pai, mas também lhe tinha saído tudo errado com os filhos. Se ele soubesse o que ando fazendo, se ia revirar na tumba. Nós temos que aproveitar nossas vidas. Mal fiz 18 anos, acredita que queria me casar com qualquer moça de alguma família mafiosa, para aumentar seu poder. Nunca descobriu que sou gay. As duas fizeram cara de surpresa. Bom agora sabem de um segredo meu, como eu sei de alguns de vocês duas, estamos empatados.
No dia seguinte pela manhã, ele veio num carro negro, moderno, busca-las para irem ao tabelião. O escritório deste ficava justamente entre a delegacia e o fórum.
A Madre superiora quando a viu, com os cabelos curtos, bem penteados, bem vestida, só faltou espumar.
O pior foi quando entraram, sentaram-se, atrás do Honorato o seu advogado David de Montforte, explicou ao tabelião que tinha trazido seu advogado, para qualquer problema.
Honorato, fez um movimento abrindo o casaco, as chaves da Madre superiora aparecendo, ficou pálida. Não abriu a boca em momento algum. Quando o tabelião disse que a presença dela não era necessária, já que Paola, tinha completado maior idade, não tinha tomado os hábitos, neste caso, não toca nada ao convento.
Mas meu primo, me prometeu dinheiro, para cuidar de sua filha.
Sinto muito senhora, não consta nada disso no testamento, posso lhe dar uma cópia, mas verás que não aparece nada relacionado com dinheiro em seu nome.
Ela estava furiosa, soltou um filho da puta, me enganou. Se levantou, então posso ir embora?
Sim, com toda certeza.
Virou-se para o Honorato, pedindo que lhe devolvesse suas chaves.
Como? Perdão não sei do que a senhora está falando. Virou-se para seu advogado, quero que vás com essa senhora, até a polícia, ela vem vendendo bebês a muito tempo. Isso vai contra a lei. Ela correu para a porta, mas do outro lado tinha um segurança.
Se sentiu acuada, mas os acompanhou até a polícia. Honorato tinha feito copias dos documentos. Da venda de bebês.
Enquanto isso, o tabelião lia o testamento. Honorato ficava com uma parte dos negócios, Ofélia com a construtora, outros pequenos negócios, a mansão era de Paola, pois na verdade pertencia a sua mãe, como herança, além de dinheiro.
Quando saíram, viram um carro da cúria, levando a Madre superiora. Assim que entrou na delegacia, telefonou para o bispo, parece que são parentes, em seguida, apareceram dois advogados para libera-la, pagaram sua fiança. Creio que tudo ficará por isso mesmo.
Paola com sua cabeça privilegiada, disse, vamos ficar quietos um tempo, vamos ver como ela vai se comportar. Podemos completar tirando todo o dinheiro rapidamente do banco, transferindo para uma conta em nome de outra pessoa.
Honorato chamou imediatamente seu Hacker, que ele fosse para a Mansão. Ofélia tinha mandado preparar um grande almoço de aniversário, para sua irmã que voltava a casa.
O Hacker, era um sujeito que no meio da multidão, passaria por um estudante universitário, jovem, com calças jeans, camisetas, um óculos que lhe dava cara de um tio inteligente.
Depois de comerem, conseguira, através dos papeis que Paola tinha roubado, entrar na conta desta, que era administrada a distância, descobrir seu código, fizeram a transferência para um conta em nome de um dos homens do Honorato. Deixaram a conta com 100 euros nada mais.
Andaram fuçando tudo. Como nesse momento ela estava usando internet, ele conseguiu colocar um vírus, para ver com quem ela falava. Estava num grande bate boca com o bispo, pois esse tinha obrigação de protege-la. Afinal eram família.
Bom já sabemos por aonde vai a coisa. Honorato deu imediatamente ordem a Eduardo, o nome do Hacker, que conseguisse descobrir tudo sobre o Bispo.
Paola contou ao David, o problema de sua amiga, do filho vendido, lhe deu todos os dados das pessoas que ela tinha visto levando o garoto. Mas o grande problema David, é tira-la de lá. Ela só tem 17 anos.
Contou a eles, o que gostava de fazer a Madre superiora. Ela deve imaginar que ninguém sabe o que gosta de fazer. Contou a história que as duas tinham descoberto, de como ela gostava de ficar nua na relva, se masturbando.
Ainda temos lua cheia, hoje, mais dois dias.
Eduardo comentou que tinha um amigo, que fazia uns vídeos excelentes, que se pudesse entrar no convento, ele poderia filmar a mesma.
Eu os levo até lá, ensino como entrar, de onde podem, que fazer o vídeo.
Ofélia, logo alertou do perigo.
Honorato, disse que mandaria uns homens para cuidar de tudo.
No dia seguinte de noite, por volta das 10:30, ela ensinou como eles podiam entrar, subir ao telhado por uma parte da muralha antiga do lugar. Explicou detalhadamente como ela fazia.
Ficaram aguardando, ela já vinha meio bebida, falando palavrões, isso não vai ficar assim, eu vou destruir essa garota. Arruinou a minha vida, vai ver com quantos paus se faz uma canoa.
Eles estavam vendo tudo desde um furgão escondido no meio das árvores. Ofélia comentou, parece que estamos participando de um seriado de polícia americano.
Ela estava meio bêbada, por isso seu strip-tease , estava um pouco torpe. Pegou um pepino grande, com uma garrafa de vinho na boca, foi bebendo, ao mesmo tempo se masturbando com o pepino.
Ofélia estava escandalizada, minha irmã, não me diga que vias isso sempre?
Não, só descobrimos, minha amiga e eu, quando tentávamos escapar.
Quando ela começou a roncar, os rapazes abaixaram do telhado. Honorato, com a chaves, mandou abrir a porta principal, fecharam a irmã Consolação, no quarto que usava, ao lado da porta. Enquanto isso, Eduardo, seu amigo, desciam, levaram as roupas da madre superiora. Os que estavam na porta da frente, começaram a tocar o sino, foi a maior confusão. Todas vendo a madre superiora, completamente bêbada, nua como tinha vindo ao mundo, dormindo a sono solto na relva.
Tiraram uma cópia, mandaram para o Bispo, avisando que tinham mandado uma cópia, para o Cardeal, outra para Roma, para todos os canais de televisão do país.
Ficaram Honorato, seus homens, esperando pelo Bispo, já sabiam de sua vida o bastante, quando seu carro chegou na entrada do convento, pararam o mesmo. Honorato e ele tiveram uma conversa muito séria.
Embora já fosse tarde. Todos os jornais já traziam uma foto na primeira página, da superiora deitada na relva. Com uma tarja negra em cima da parte sexual. Os títulos eram variados, tipo confias tua filha para aulas com esta senhora, outras mais ofensivas. O vídeo foi parar num canal de televisão local. Com toda documentação foi presa. Alegava que tinha sido roubada. Mas não havia provas.
Paola aproveitou a confusão para liberar sua amiga. David, já tinha localizado o casal, estes preferiram devolver a criança, com medo do escândalo. Paola junto com sua irmã, acompanharam os dois, para ficarem com familiares da mãe da garota, era menor de idade. Quando viram que ficavam bem, voltaram para casa.
O escândalo foi a um nível, porque quanto mais buscavam, mais podres encontravam. A máfia, tinha usado toda a vida o convento para receber filhas, mulheres que não queriam mais, algumas encontraram ali um pouso. Mas a maioria se sentia prisioneira. Quanto a ordem, esta não reconhecia esse convento, pior a madre superiora, não era na verdade uma religiosa. Encontraram envolvimento do bispo, de um cardeal de Roma, envolvido com a máfia. A megera tinha documentação de tudo.
Resultado o convento foi vendido, pois na verdade tinha um dono, transformado posteriormente num hotel rural.
A madre superiora, acabou amargando anos na cadeia.
Paola, se sentia vingada, mas não tinha imaginado as proporção do escândalo. Resolveram vender tudo que tinham na Sicília, indo viver em outro país. O mesmo fez Honorato, que mantinha um largo relacionamento com David. Num dado momento, desapareceram os quatros de circuito. Alguns afirmavam ter visto os irmãos em NYC, outros em San Francisco, Sydney, Rio de Janeiro, mas nunca mais foram encontrados. Todo o escândalo tinha abalado a velha maneira de trabalhar da Máfia. Não foram perseguidos, porque chegaram à conclusão, que era hora de se modernizarem. Administrarem melhor seus negócios, transformando os mesmo em coisas seguras. Uma nova geração, chegava ao poder, com títulos universitários, com outras ideias. A velha casta Siciliana, desaparecia.
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