lunes, 18 de octubre de 2021

OUTGROWN - SUPERAR

 

                                        OUTGROWN – SUPERAR

 

Sou Julius Thorn, minha história, as vezes parece um conto de mal gosto, pois desde que eu me entendo, tudo sempre parece estar desmoronando.

A começar por minha mãe, que desapareceu de minha vida, quando eu tinha uns 10 anos, a partir desse momento, passei a viver num colégio interno, meu pai vinha quando muito no Natal para me encher de presentes que não servia para merda nenhuma, acabava deixando que os outros alunos o levassem facilmente.   Pensavam que eu ficava molesto por isso, mas no fundo eu queria é mais que sumissem com tudo.

Meu avô ao contrário, vinha todos os meses, para saber como eu estava, ficávamos sentado no tempo bom no jardim conversando, no inverno, numa sala que a escola tinha especialmente para isso.   Sempre era positivo, era militar de carreira, já estava aposentado, vivia em San Francisco, como meu pai.   

Minha escola, era uma duas horas da cidade, nunca saia para nada, não estava autorizado a sair com os outros alunos quando iam de excursão, nunca conseguiam a autorização do meu pai.

Quando chegou a época de mudar de curso, também mudei de escola, essa era dos mesmos monges, mas ficava um quantos quilômetros mais perto.

Em qualquer caso, as restrições eram as mesmas.   No mesmo dia que cheguei acompanhado do meu avô, chegaram 8 novos alunos ao mesmo tempo, todos desceram de limusines, grandes, acompanhados de seus pais ricos.

Iam compartir quartos, só eu que tinha um só para mim.   O que no fundo era bom, quando não queria conversar, ou estudar, tinha o silêncio que gostava.

As liberdades dentro do muro agora eram melhores, esse tinha jardineiros que cuidavam de uma área imensa de lazer, quadras de todos os tipos de esporte, mas gostava mesmo era de ir xeretar na cozinha, que ficava logo ao final do edifício, o cheiro das espécies sempre me seduziram.   O chefe da cozinha, era francês, quando viu meu interesse, me deixava entrar para sentir, analisar o cheiro, dizia, aqui coloquei isso, aquilo, mais uma pitada disso.

A comida pelo menos era excelente.   Quando comentei com meu avô, na visita seguinte, ele soltou que eu devia ter herdado de minha avô isso, pois sua comida era espetacular.  Meus rasgos sem duvida nenhuma se deviam a ela.   Era chinesa, ele adorava falar nela, como o tinha seduzido, quando a conhecia, usava roupas tradicionais chinesa, com os cabelos imensos apanhados na nuca.   Se eu deixasse era capaz de a descrever horas, do que gostava, como era.

Meu pai era um tipo raro, com os olhos rasgados, mas azuis como os do meu avô, cabelos negros, altura como do seu pai, tinha 1,85 metros de altura, acho que herdei isso dele, sou alto, mas musculoso, por não ter o que fazer, também para me defender, fazia todos os esportes permitidos, além de Karaté que me ensinava o monge francês da cozinha.

Foi quando fiquei amigo dos outros 8 que tinham chegado, nos viram fazendo exercícios, perguntaram se podia fazer também. 

Agora tínhamos várias aulas por semana, sempre que ele estivesse livre, acho que gostava, pois sempre nos chamava para fazer exercícios.    Me ensinou a me concentrar, observar.  Dizia se estás nos meio de uma ação, tens que saber te concentrar, para poder ver tudo em tua volta.

Os oitos, nunca passavam as férias no colégio, voltavam sempre cheios de novidades, eu ficava a margem, pois não tinha nem chegado ao portão principal.

Nessa época meu avô vinha, lhe conseguiam um quarto, íamos a missa juntos, jantamos no salão, com o monge francês, que ficou seu amigo.

Nos dois últimos natais, o vi mais preocupado, no último então, já que sairia dali no ano seguinte, mais ainda.   Falou pouco, quase não comeu.    Quando perguntei o que acontecia, me disse que estava preocupado com meu pai.   O cabeça de vento, sempre se mete em confusões.

Falou com o reitor, disse que me autorizava a ter classe de condução, com os outros colegas, pois ia necessitar de um carro para ir à universidade.

Isso era um problema, pois não conseguia me ilusionar com nada, examinava uma carreira, mas encontrava sempre defeitos, até o momento não tinha me apaixonado por nenhuma.

Meus oito amigos, ao contrário, estavam todos com suas vidas definidas, agora lhes era permitido sair nos finais de semana, mas tinham horários.

Eu como sempre, minha únicas saídas eram para as aulas de condução.   O que fazia era ir com os olhos bem abertos, olhando tudo pelo caminho, tinha um lugar, que sempre me atraia a atenção, era logo em seguida a uma curva fechada, uma entrada que parecia um lugar de descanso para condutores, quando perguntei ao professor, me disse, que anos atrás tinham imaginado duplicar a estrada, mas ali na verdade era um lugar de manobra para os tratores das fazendas por perto.   Usavam esse lugar para manobra, parar um momento para fumar um cigarro.  eu me imaginava fazendo isso, parar, fumar um cigarro, coisa que nunca tinha feito, mas queria fazer, parar para pensar, no que eu não sabia.   Mais ao fundo desse lugar, estava um pequeno bosque que pertencia a cidade, o usavam para caçar.

Cada vez que passava por ali, pensava que ali era um excelente lugar para se esconder, pois nunca via ninguém, na verdade tinha um ponto cego, conforme se vinha pela curva, se via a entrada, logo adiante a saída, mas o meio do lugar não.   Então um carro podia ficar ali parado sem que ninguém o visse.   Um dia insisti em fazer o retorno ali, tinha um lugar que todos pareciam parar, de onde se via a estrada, mas da estrada era impossível te verem.

Quando acabei o curso, meu pai apareceu de surpresa, o vi mais magro, com olheiras, ombros caídos.  Mas como sempre falou pouco. Quando foi embora fez uma coisa que estranhei, me deu um beijo na cabeça.

Me parecia mais uma despedida, dois dias depois era meu aniversário, que só comemorava quando meu avô aparecia.

Nesse dia, quando sai de uma aula, havia uma movimentação incrível, no estacionamento da escola.   Ali estava um caminhão de transporte com um conversível amarelo.  Bah pensei deve ser presente para algum dos meus amigos ricos.  Fui para a aula seguinte, só se falava nisso, quem era o felizardo.

Quando acabou a aula, o reitor veio me buscar, teu pai deve dois meses de mensalidades, mas te manda um carro.  Telefono para ele, mas ninguém atende o telefone.  Falei com teu avô que imediatamente pagou os meses que te falta de aulas.  É uma pessoa do bem.

Quando sai, levei um susto, o conversível tinha um laço imenso amarado nele, com um envelope, era meu presente de aniversário.

Para que descubras o mundo, beijos teu pai.

Pensei, mais um presente idiota, o reitor me deu as chaves, achei estranho pois tinha duas outras pequenas presas na mesma.

Tirei o laço, que ficou ali no chão, o cozinheiro ria, em Paris ias fazer sucesso com um carro deste.  Me permitiram dar uma volta com o carro, mas não vás longe.   Meus companheiros olhavam com uma certa inveja.

O primeiro que fiz, foi justamente parar no lugar que sempre tinha curiosidade, examinei o carro todo, achei estranho ao abrir o porta-malas, encontrar ali duas caixas de ferramentas, com cadeado.  Ao abrir aonde se guardam os documentos, vi meu nome em todos, bem como um celular preso neles, ao abrir simplesmente atendeu meu pai.

Gostou do presente?

Sim, mas porque uma coisa tão exuberante, foi a palavra que me saiu.

Um dia entenderas, olhe o que essas duas chaves abre, mas esconda isso imediatamente, ninguém deve saber o que tens, vou desaparecer, cuide-se bem, não comente isso nem com teu avô, destrua esse celular imediatamente.  Te afastei de mim porque sou um lastre para qualquer pessoa.

Mal me deixou falar, desligou o celular, quando abri outra vez, já não fazia ligação.

Resolvi experimentar as chaves nos cadeados da caixas de ferramentas.  Quando abri a primeira, levei um susto, estava cheia de maços de dinheiro, a segunda era igual, mas por cima estava cinco bolsas com pequenos diamantes.  Fiquei suando frio, será que ele roubou isso.

Na primeira por cima, tinha uma pá dessas que usam o pessoal nas montanhas, era desmontável.

Levei a primeira até o fundo no bosque prestei a atenção se ninguém da estrada me via, fiz o mesmo com a segunda, pesavam bastante, entrei um pouco no bosque, cavei bem ao pé de uma árvore, que a terra me pareceu mais frouxa, enterrei a primeira, andei mais uns dez passos, fiz o mesmo, joguei terra por cima, para esconder que ali se tinha cavado.   Estava mais era assustado.  Que merda toda era essa, desmontei a pá, procurei ali mesmo um esconderijo para ela.

Voltei ao carro, dei uma volta completa, para ver se se podia ver alguma coisa desde a estrada.

Agora podia sair todos os dias, fui até a cidadezinha mais próxima, comprei cigarros, fósforos, eu gostava de sentir o cheiro de acender.  Fumava meu cigarro, guardava tudo, ia embora.

Mas sempre parava no meu esconderijo secreto.   Observava se tudo continuava em ordem, tinha crescido por cima grama.

Fazia sempre que estava mijando, por se acaso aparecia alguém.

Agora ia sempre a vila, tentava falar como fixo do escritório dele, mas diziam que esse telefone não existia.   Sabia que meu avô estava viajando com um amigo, vizinho de apartamento, todos os anos ele fazia isso, apesar de aposentado, dizia que estavam de férias.

Um dia estava ali na curva, quando vi passar dois carros de polícia a todo gás em direção a escola, em seguida passaram perseguindo um carro negro.

Quando cheguei a escola, vi um grande tumulto, o monge francês, me disse para ir falar com o reitor.

Estava assustado, que merda tinha acontecido, que tinha eu a ver com tudo isso.

Ele me esperava na porta do meu quarto, o mesmo estava destroçado totalmente, toda minha roupa no chão, gavetas o armário virado em cima da cama, esta quebrada no meio, o banheiro totalmente destroçado.

Minha cara de susto, lhe deixou impressionado, qual dos garotos fez isso?

Foram dois chineses que entraram aqui armados, fizeram o porteiro levar até seu quarto, um porta foto que eu tinha a foto antiga de meu pai e minha mãe, também estava destroçado.

Só a do meu avô estava inteira.

Retirei a foto, pois era a única que tinha da minha mãe, tremia de raiva, medo, de não saber o que estava acontecendo, me levou ao seu gabinete, telefonou para meu avô.  Este estava nervoso, menos mal que não estava na escola. O melhor que fazes é vir até aqui.

Falou como reitor, ainda faltavam um mês para o final do curso, mas mandou prepararem meus documentos, como tendo finalizado o curso, como eu era um dos melhores alunos, não necessitava fazer as provas finais.

Quando ia saindo, vi uma grua, levantando o carro, com dois sujeitos do FBI, levamos outro susto.  O carro está requisitado, teu pai desapareceu com dinheiro de muita gente, tem chineses atrás dele, prendemos dois, deves tomar cuidado.

Agora como eu ia embora, o monge francês, me emprestou o seu carro, me disse aonde eu devia deixar, por todas as semanas ele ia a San Francisco dar um curso de cozinha.

Agradeci muito, o abracei, era um amigo em quem confiar.  Me despedi dos outros, um deles virou, tua vida sempre acontecem coisas diferentes, na nossa merda nenhuma, enquanto não saímos daqui.

O reitor me deu um envelope, com a letra do meu avô, para um caso de emergência.  Isso vinha a calhar, pois tinha que colocar gasolina no carro, não tinha um puto dólar no bolso.

Assim não ia precisar abrir as caixas, pois a estas alturas da confusão, me parecia um perigo, mas parei ali da mesma maneira, para fumar um cigarro, minha maleta estava destroçada, tinha conseguido uma bolsa para colocar, cuecas, meias, camisetas, logo compraria uma calças jeans.

Quando cheguei em San Francisco, outro susto me esperava, tinha um policial, em frente a porta do meu avô.   Seu apartamento estava totalmente destroçado como meu quarto.

O vizinho saiu, pegou a bolsa, me levou para seu apartamento.

Teu avô quando viu isso, só disse, esse filho da puta vai me matar, falava do seu pai, resmungou uma série de coisas.  Teve um enfarte, caiu, tive tempo de chamar uma ambulância, te laves, vamos ao hospital.   

Quando saímos, me perguntou pelo meu carro. 

O FBI apareceu, requisitou o carro, melhor assim, chamava muito a atenção, depois terei que levar esse a um estacionamento aonde meu amigo francês dá aulas de culinária.

No hospital me identifiquei como Julius Thorn, me deixaram entrar para ver meu velho.  Parecia ter levando uma pancada na cabeça.  Segurou minha mão, como dizendo, sinto muito, estava com um aparelho de respirar no nariz.  Falava devagar.  

Teu pai se meteu numa grande confusão, olha no que deu.  Creio que se meteu em jogo com os chineses, eu lhe avisei, mas estava numa situação complicada.  Falei com seu advogado, mas tampouco sabe nada a respeito.   Tudo que sabe é que gastou todo o dinheiro do teu Fideicomisso, não sei como ele pode fazer isso contigo. Mas de qualquer maneira, é bom porque suas dívidas são imensas, terias que pagar de qualquer maneira.  Tentaram cobrar de mim, mal cheguei, mas meu advogado alegou que vivo de minha aposentadoria, que não tinha nada a ver com as confusões dele.   O juiz diz que não tenho que pagar nada.

Já fiz meu testamento, pelo menos terás alguma coisa segura se me acontece alguma coisa.

Bom, não se preocupe avô, eu posso trabalhar.

Voltamos, deixei o carro aonde tinha combinado, deixei um bilhete dizendo que quando estivesse na cidade me chama-se.

Pelo menos tinha um problema a menos, não tinha que decidir que universidade ir.  Teria sim que conseguir um emprego.

Com o George, arrumamos o apartamento, ele mandou trocar a porta, mesmo assim a polícia avisou que teria que ficar, iam trocando de homens durante o dia e a noite.

Comprei roupas de jovens da minha idade, o pequeno edifício, ficava um pouco mais acima de Castro, olhei como andavam os jovens pela rua, cortei meu cabelo mais rente a cabeça para não ter que me preocupar.  Veio um homem do FBI para conversar comigo.  Lhe fui sincero, estava fudido, se não arrumo um emprego rápido, não sei como vai ser.

Terás que pedir ao juiz que te torne independente do teu pai. Pediu que o George viesse conosco, nos levou a um juiz, que sabia do caso.

Que pensas fazer da tua vida.

Bom ir à universidade foi para a puta que pariu, desculpe senhor juiz, ele percebeu que eu andava nervoso.  Lhe disse que dormia mal, pois meu avô no hospital, tudo o que tinha acontecido.  Comecei falando do carro, meu pai sempre foi exagerado, mas um conversível amarelo, que chama uma atenção incrível, não sei se queria distrair seus devedores, não sei o que queria com isso.

Examinamos o carro inteiro, foi desmontado, pois podia ter alguma coisa escondida, não se encontrou nada, agora o vão remontar.

Será que posso vende-lo para fazer alguma coisa de dinheiro?

Sim, podes, sem problemas.

Respirei fundo.  Evidentemente não ia falar nada que tinha falado com meu pai, das duas caixas de ferramentas, não era louco.

No apartamento que vivia seu pai, a mesma coisa, está totalmente destroçado, mas foi requisitado como pagamento.

Estou pensando em fazer um curso de cozinha com o monge da escola, que dá aulas aqui, pelo menos terei uma profissão que goste.

Com os papeis firmados, se relaxou.  Mas quase em seguida levou um susto, pois o do FBI lhe soltou, tens outro problema para resolver, o de tua mãe.

Mas minha mãe morreu a muito tempo.  Eu acho que tinha dez anos quando isso aconteceu.

Nada disso, esta numa instituição privada, internada todos esses anos, levantamos sua ficha, tem uma doença degenerativa, atacou seu cérebro antes do resto, não fala, está como catatônica.

George disse que o levaria até aonde a iam transferir.

Sentiu que lhe tinha dado uma porrada no meio da cara, estava zonzo, tinha pensado todos esses anos, que sua mãe tinha morrido.  Quando se acalmou, falou com o advogado de seu pai.

Não se preocupe, ela tem um fundo de sua família, isso ele não pode mexer, tomarei providencias para que fique no mesmo lugar.

Se queres marco uma hora com o diretor, te levo junto ok.

Sim, ok, comentou com o advogado o que tinha feito hoje.

Isso pelo menos te dará margem a seguir tua vida.

Por mais que tivesse preparado, não estava, pois não tinha ideia do que ia ver.  Encontrou uma mulher que aparentava ter mais de 80 anos, cabelos todos brancos, bem cuidados mas brancos, uma sombra da fotografia que tinha.  Se sentou em frente a ela, como o médico disse, este lhe falou alto, esta meia surda, teu filho veio te ver.

Ficou olhando para ele com curiosidade, se via que fazia um esforço para elevar sua mão até eu rosto, ele se aproximou, sentiu o perfume que sentia em criança. Sem se dar conta, se deitou no seu colo, chorando, eu não sabia que a senhora estava aqui, senão tinha vindo antes.

Ela o ficou olhando longamente, como procurando encontra-lo em algum lugar.

Falou com o médico se podia visita-la.  

Sim uma vez por semana, hoje foi uma exceção, te iremos comentando a respeito, como vai reagir a isso.

Saiu dali, no carro, por sorte George não disse uma palavra, deixou as lagrimas correndo pela sua cara.  Era como tudo que estivesse guardado no fundo de sua cabeça tivesse surgido outra vez.

Se lembrou de conversas que tinha escutado entre seu pai e seu avô, a respeito dela.  Que estava se comportando de maneira estranha.  A um pouco se lembrou, que seu pai tinha feito com ele um teste de ADN, para saber se era mesmo seu filho.   Foi quando tomou a decisão de o mandar para o internato.

George só disse, isso mesmo desabafe.   Iam chegando ao hospital, uma grande confusão com carros da polícia.  Tinham tentado sequestrar seu avô.  Ele tinha tido uma embolia, estava na sala de operações.

Só pode pensar, como ele, o que esse filho da puta fez.

Escutou o homem do FBI, falando com o outro, citado o nome da tríade que estava atrás de seu pai.   Fazer isso com o velho, era demais.

Como estava na Uti, não lhe deixaram entrar, o que fez, foi ir para casa, saiba que as tríades estavam em Chinatown, se orientou, chegando lá, procurou algum homem com aspecto diferente, já que o olhavam de maneira distinta, disse quem era, que queria falar com o chefe da tríade.

O fizeram ficar esperando, até que o levaram frente a um senhor de idade.

Foi franco, não tenho ideia do que meu pai fez, nem de aonde está, não creio que meu avô saiba de nada.   O único que tenho de valor, é o puto carro que me mandou de aniversário.

Ainda soltou, eu achava bom demais, nunca me deu nada, quando vi esse carro, pensei, que merda é essa.

Mas o FBI diz que o desmontaram inteiro, não encontraram nada.   Peço por caridade, que deixem meu avô em paz.  Em vez de ir a universidade, terei que procurar um trabalho, vou fazer um curso de cozinha, para ver se arrumo emprego.  Explicou o do monge.

A cara do velho era imutável.

Tens coragem de vir aqui falar comigo.

Olha, soltou de repente. Que pensaria o senhor, saio da escola, quando volto tenho meu quarto destruído, chego aqui, meu avô no hospital, ninguém é capaz de me explicar direito o que realmente ele fez.   Descubro que minha mãe, que pensava que estava morta desde que tinha dez anos, vive internada, porque tem uma doença degenerativa mental.  Quando saí, de aonde está, chego ao hospital para cobrar do meu avô, porque me escondeu isso, ele está sendo operado, porque alguns homens queriam rapta-lo.   Como escutei os do FBI, falando o nome da tríade, resolvi resolver isso.   Inclusive se me querem matar, tudo bem, já não tenho nada a perder, tudo por causa de um louco, filho da puta.

Ele disse o valor que seu pai devia a eles.   Ficou de boca aberta, jamais poderia imaginar isso.

Como foi isso?

Como perdia no jogo, lhe propusemos fazer lavagem de dinheiro, fazendo aplicações, a princípio bem, mas creio que viu tanto dinheiro que resolveu se apropriar, fazia as aplicações, transferência de dinheiro para fora do pais, mas num determinado momento que tínhamos confiança nele, transferiu tudo para outro lugar, com outro nome, deste para outro, assim uma sequência que não somos capazes de descobrir.

Sua cabeça dava voltas, desmaiou, acordou com uma senhora chinesa, lhe abanando a cara.

O velho já não estava ali, nem era o lugar que tinha estado. Viu sim que tinha roubado seu celular, querem verificar o que tem.

Quando quis se levantar, ela disse que não, que ficasse descansando, pois iam lhe trazer o celular.

Quando lhe entregaram, já estava sentado, saiu dali tonto. Como seu pai podia ter feito isso, não só com ele, mas com seu próprio pai.

Dali foi para o hospital, lhe deixaram ver seu avô, ficou sentado ao seu lado segurando sua mão.

Olá garoto, falou com um fio de voz.   Queriam saber aonde estava teu pai, mas não tenho uma puta ideia.

Avô se eu o encontro, lhe dou uma surra de fazer gosto, como pode fazer isso, olha o que fizeram com o senhor.  Pior foi saber que minha mãe está viva.

Perdão meu filho, mas a decisão foi dele.

Acho que ele nunca tomou uma decisão correta na vida, não é possível.

Viu que o avô se agitava, fique tranquilo avô, contou que agora era independente, que iria conseguir um trabalho.  Me defenderei, não se preocupe.

No dia seguinte, recebeu o recado do monge, que teria um curso, ele podia aparecer, traga somente um avental.

Cada dia ele ensinava um prato, como quando estava na escola, que o ensinava como fazer as coisas.

Acompanhou bem o curso, depois ficaram sentados, comentou com ele, que tinha pensado em fazer.   Preciso trabalhar.

Este tirou o celular do bolso, chamou uma pessoa, falando em francês, o entendia por que tinha sido um bom aluno na escola. 

Bom falei com um amigo Pierre Lascaut, é severo, mas um excelente cozinheiro, foi meu aluno, tem um lugar de ajudante para ti.  Te vai liberar para toda semana vires fazer um curso comigo, aproveite aprenda com ele tudo que possa.

Foi como começar a aprender o alfabeto da cozinha, pelo menos ali, preocupado em aprender, ia se relaxando, não pensava em todas as loucuras de seu pai.

As vezes depois de passar pelo hospital, aonde seu avô se recuperava lentamente, ia pensando nisso, aonde estará metido esse filho da puta.

Levava sempre alguma coisa para o seu avô, sopas, caldos franceses.

Este lhe dizia, que ele o estava acostumando mal.  Um dia encontrou ali seu advogado, mas não quis falar no assunto.  Agora seu tratamento estava meio complicado.

Ao mesmo tempo marcou seu dia de folga para os dias que podia entrar aonde estava sua mãe, cada vez mais ela o olhava, como procurando localizar aonde ele estava em sua memória, levava sua cadeira de rodas, ao jardim, nos dias que estava bom o tempo, colocava uma manta sobre suas pernas, ficava conversando com ela, sobre as vezes que tinha pensado nela na escola, quando as mães, apareciam para ver seus filhos, ele tinha que se conformar que não tinha ninguém.

Um dia pela manhã, lhe avisaram que tinha falecido, avisou o advogado de seu pai, teriam que preparar o enterro, perguntou se ela tinha parentes.  Mas mesmo assim, mandou colocar um obituário no jornal.  Só estavam ele, mais duas pessoas que pareciam ser do hospital, além do advogado.  Esse depois disse que teria que falar com ele.

Vi sim dois chineses, como se tivessem ali, vigiando.  Se seu pai nunca a tinha visitado no hospital, não ia ser agora que ia dar as caras.

Contou só depois do enterro ao seu avô.

Pobre garota, a primeira coisa que fez, pois sabia que tinha essa doença, quando nasceste foi fazer um exame para saber se tinhas essa mesma doença, mas não tinhas.

Mas foi progressivamente perdendo os movimentos, quando finalmente a cabeça começou a falhar, dizia muitas besteiras, desmaiava, foi um inferno.  Teu pai, nunca nasceu para sacrifícios, o amor foi a merda.  Ela tinha sem que ele soubesse, pois isso era hereditário, um fundo para o futuro, feito pelo seu pai, foi o que a salvou, pois por teu pai, a tinha internado em algum lugar público.

Então ele sempre foi assim?   Quando a internou, fez o mesmo comigo, ia me visitar no final do ano, cheio de presente caros, que não servia para nada, ficava 15 minutos, dos quais passava mais tempo olhando o relógio.

Vou falar a verdade meu avô, eu nunca soube quem era meu pai na verdade, não passa de um belo desconhecido para mim.

Meses depois seu avô morreu sem ter saído do hospital, houve um retrocesso total, principalmente por causa da idade, foram lhe falhando os órgãos principais, ao final estava com um monitor, quase em estado vegetativo.

No seu enterro sim, houve muita gente, principalmente militares, que se encarregaram de tudo, ele estava sentado com George ao lado, quando recebeu a bandeira americana.

Buscou olhando a multidão, alguém que fosse parecido com seu pai, mas tudo que viu, basicamente no perímetro, foram chineses disfarçados, como que se tivesse honrado seus antepassados, mas justo ao lado do cemitério que estão enterrados uma maioria de irlandeses, teve que sorrir, pois era uma coisa patente.

No dia seguinte já estava trabalhando normalmente, não se podia dar o luxo de perder o emprego.  Semanas depois o advogado o chamou, lhe deixava o apartamento, bem como um fundo para pagar os impostos do mesmo.  Assim mesmo uma quantidade em dinheiro para poder ir para Paris fazer um curso.

Era amigo do adido militar na embaixada de Paris, seu advogado já tinha feito contato com ele, a pedido do velho.

Falou com seu professor, este disse, a base já tens, agora tens que ir em frente, lhe deu um contato, cursos que poderia fazer, bem como conseguir algum trabalho.

Deixou o apartamento aos cuidados do George que se ressentia da morte do amigo.

Quando embarcou, viu o chinês que o tinha levado ao chefe da Tríade, comentou com ele, dizendo vou a Paris fazer cursos do que trabalho.   Inclusive o endereço que vou ficar hospedado, assim teu chefe sabe aonde estou.

Ele sabia que no seu celular tinha colocado uma escuta, usava para outras coisas, um de pré-pago, assim não corria perigo.

Amou ter saído do circuito de San Francisco, sabia que estava sendo vigiado, fazia que não via, tinha conseguido com um que era amigo do Monge, um emprego, um restaurante que era um barco, que passeava a noite pelo Sena.    Durante o dia cursos, do meio da tarde em diante preparar o jantar para muitas pessoas.

Quando um professor soube o que ele estava fazendo, lhe arrumou um emprego melhor, num pequeno restaurante no Rive Gauche, aonde ele trabalhava da cinco da tarde, até 2 da manhã, não sobrava nem tempo para conhecer direito a cidade.

Saia do restaurante, ia até a entrada do metro, que ficava na esquina, descia na esquina de sua casa.  Tomava um banho, caia na cama, dormia.

Sabia que estava sendo vigiado, mas não era com ele.   Nos finais de semana, era mais complicado, pois trabalhava muito, a cozinha era pequena, mas ele se apanhava com os dois ajudantes.   Também ao voltar para casa o metro estava mais cheio.   Um dia encontrou no bolso do seu casaco, um celular de pré-pago, entendeu que alguém o tinha colocado no bolso.

Seu pequeno apartamento era no último andar.

A voz era de seu pai, quando ele disse quem era, lhe respondeu, meu pai morreu a muito tempo, era um bom filho da puta.    Desligou o telefone.

No dia seguinte, no horário complicado do metro, jogou o mesmo ao entrar, tinha destroçado o cartão, jogado no lixo do restaurante.

Quando ele tentou da segunda vez, ia jogar pela lixeira do edifício, quando percebeu um movimento embaixo, apagou a luz, viu dois chineses examinando o lixo.

Fez a mesma coisa no dia seguinte, o cartão o destroçou, jogou no banheiro do restaurante, viu que agora sempre se cruzava com o mesmo chinês.  Encontrou uma maneira simples de se desfazer do mesmo, deixou o celular na mesa de um restaurante, que entrou para ir ao banheiro, limpou suas impressões digitais, o deixou ali.

Tomou uma decisão, poderia ficar mais tempo trabalhando, mas tinha chegado a hora de ir embora.  Quando foi embarcar, viu o mesmo chinês, na fila de embarque, quando viu o mesmo se sentava ao seu lado.  Como o voo era larguíssimo, se apresentou, o outro lhe respondeu, Masaru Ikeda, vim a Paris, fazer curso de cozinha.  Por isso creio que nos encontramos em muitos lugares.

Sem querer tinha coincidido em alguns cursos, bem como vivido perto, talvez por isso, tinham se encontrado pelo metro.

Te tomei por chinês?

Uau, não me ofenda, disse rindo, temos o mesmo tipo de olhos, pois eu pensei que fosses, de alguma pais, que também tenha misturas, por exemplo Mongólia.

Riram, conversaram bastante, até que bateu o sono.

Quando despertaram, serviam o café da manhã, voltaram a conversa, o que cada um pretendia, os dois sonhavam o mesmo abrir um restaurante tipo bistrô, mas misturar com coisas já afincadas em américa.

Viram que tinham feito quase os mesmos cursos, ficaram rindo, Masaru, lhe contou que tinha trabalhado duro, para conseguir o dinheiro, no final juntei com alguma coisa que me deixou minha avó.   Agora é conseguir emprego.

Eu espero recuperar o meu, embora quando fui embora, era somente um ajudante, não sei se vai querer dividir com outra pessoa a cozinha.

Quase o mesmo acontecia com o outro.  Mas o meu, fechou, terei que procurar emprego.

Ficaram falando sobre receitas.   Masaru era descente de uma família tradicional, mas meu pai não gostou o que eu queria fazer, nunca admitiu que na família alguém o contrariasse, imagina queria que eu fosse advogado, tenho dois irmãos que são.

Pois eu não tive escapatória, no momento que chegou a hora de ir a universidade, me surgiram uma série de problemas familiares, um pai que desapareceu, deixando uma dívida monstruosa, descobrir que minha mãe que pensava que estava morta, vivia numa clínica, com um problema degenerativo, pude ainda aproveitar algum tempo com ela, mas acabou morrendo, quase em seguida perdi meu avô.   Ou seja se fosse dramático, não diria problemas, diria tragédia.

Então esses meses fora, foram ótimos para relaxar um pouco, não pensar no assunto, mas não me sobrou muito vamos assim dizer, curtir a noite, como fariam os jovens da minha idade, ou mesmo fazer turismo.

Masaru, disse que ele sim, como tinha feito somente práticas nos restaurantes, aproveitava o tempo livre. 

Eu precisava de dinheiro, por isso busquei trabalho, trabalhei com gente diferente, para saber como funcionava a cabeça deles.

Trocaram o número de celular, para se manterem em contato.  Se despediram no aeroporto.

George estava lhe esperando, foram conversando, achou estranho que ele parasse num posto de gasolina, venha vamos tomar um café.

Comentou que durante a ausência dele, ele tinha ido de viagem, novamente revistaram todo o teu, além do meu apartamento, mas desta vez o FBI tinha colocado pequena câmeras de vídeo, não eram os chineses, gente estranha, diria que da Europa de Leste.  Reviraram tudo. Teu sofá novo foi para a casa do caralho.  Acabaram trocando tiros com o FBI, que conseguiu prender alguns deles.

Tinham negócios, com teu pai também de lavagem de dinheiro, são como uma máfia, pelo menos agora sabem que não tens nada.

Contou que o pai tinha tentado fazer contato com ele, o que lhe disse da primeira vez, da segunda, simplesmente ignorei, me desfiz rapidamente do celular, por isso resolvi vir embora, tinha a sensação de que todos os chineses que via, me seguiam.

Desta vez, tomou uma resolução, teria o mínimo possível em casa, um colchão no chão, uma cadeira moderna de madeira, para que os filhos da puta não pudessem rasgar, nada que esconder, tinham rebentado a porta do armário, deixou sem portas, tinha um mínimo de roupas, além da roupa branca de trabalhar.

Falou com seu antigo chefe, que estava de volta, se podia seguir trabalhando com ele.

Venha vamos ver o que aprendeste.

Pediu um dia, pois tinha tido problemas em casa.  Organizou sua vida, verificou quanto tinha lhe sobrado no banco do dinheiro do avô.   Na verdade tinha gastado pouquíssimo, pois como tinha trabalhado, ganhou dinheiro também.

Tinha pelo menos um pé de meia também, para se no futuro resolve-se abrir um negócio seu, não teria problemas.

O chefe o recebeu bem, o colocou trabalhando ao seu lado, estou ficando velho, preciso de alguém que me cubra nos momentos complicados.

Agora como ganhava mais, foi mais fácil.  Tinha assimilado métodos de trabalho dos franceses, quando o chefe foi de férias prolongadas a França, lhe perguntou se podia, já que o restaurante não era seu, colocar algumas coisas na carta.  Pode, mas vamos experimentar comigo aqui, assim saberei o que estas fazendo.

Fez o que tinha pensado, o chefe é claro era o primeiro a experimentar.  Logo fizeram uma entrevista, pois era coisas novas no cardápio, ele aparecia ao lado do chefe.  Tinha resolvido assumir o sobrenome de sua mãe, assim talvez evitasse problemas.  Julius Wild, a reportagem ficou excelente.  

Um dia saia do restaurante, se topou com o Masaru, levei um susto quando vi a reportagem, te reconheci pelo foto, mas o nome era outro. 

Estou usando o sobrenome da minha mãe, para evitar qualquer ligação com meu pai.

Dias depois recebeu um recado, que o chefe da tríade, queria falar com ele.

Foi no seu dia de folga. 

Esse o recebeu bem, vejo que vais em frente, mesmo depois de todas as coisas que aconteceram contigo.

Sim, não tinha outra solução, estou economizando para daqui um tempo, quando realmente tenha uma boa prática abrir um pequeno bistrô que seja meu.

Soube do que aconteceu durante tua ausência.  Cheguei à conclusão, que ou o teu pai é louco, ou comeu merda quando criança.

Riu, acabou as gargalhadas, penso igual ao senhor, para alguém fazer essas coisas, só pode ser assim.   Talvez, como meu avô reconhecia, teve uma boa vida enquanto criança e jovem, nunca trabalhou duro.   Quando se casou, foi com uma rica herdeira, por isso no inicio tinha dinheiro, só não pode gastar o que era um fundo que era administrado por estranhos, para seus cuidados, pois meu avô me contou que no primeiro momento, quis interna-la numa clínica dessas do governo.    Cada vez que me lembro dele, o chamo de filho da puta mil vezes.  Ninguém merece uma herança assim de seu pai.

Pode ficar tranquilo, fizemos uma reunião, já que o FBI, mantém um controle sobre aonde vives, lhe cuidaremos aonde trabalha.

Então nunca me livrarei desse pesadelo.  Mas no seu foro íntimo, pensava, nunca poderei chegar as caixas de ferramentas.   Na verdade não tinha ideia do valor que existia ali, nunca tinha contado.  Foi atrevido, ao se levantar para ir embora, estendeu a mão para o velho, sei que estarei bem cuidado.  Tampouco quero contato com ele, seria capaz de mata-lo.

Nesses depois, estava trabalhando na cozinha, quando um garçom se aproximou, dizendo que tinha um cliente reclamando da comida.  Normalmente mandava o maitre verificar, mas hoje era seu dia de folga.

Era um homem meio corpulento.  Mas quando falou, reconheceu imediatamente a voz do pai.

Quero minhas caixas de ferramentas.

Perdão o senhor, queria reclamar da carne, agora me fala de caixas, cuidado, o garçom chinês, vigia o restaurante para a tríade.  Tudo isso desapareceu no tempo.

Até logo senhor, entre os dentes, soltou, se apareces aqui outra vez, eu o denunciarei a tríade, ao FBI além dos Búlgaros, já destroçaste minha vida, fique fora dela.

Nessa noite convidou o George para sair, tomar alguma coisa por aí, no caminho, comentou da visita.   Não sei o que fazer, num primeiro momento, lhe disse que um dos garçom que é coreano, que era da tríade. Que se voltasse, avisaria os Búlgaros, bem como o FBI.

Vê, nem me atrevo a falar contigo em minha, nem na tua casa, por medo de que tenham escutas.

Que filho da puta, se eu fosse você, desapareceria na primeira oportunidade.   Esse pais é muito grande. 

Sabe George, já pensei muito nisso, mas de uma certa maneira, a tríade me protege aqui, bem como o FBI, se saio esses putos búlgaros, a quem eu não sei o que ele fez, podem me matar.

Tenho até medo de conhecer alguém, fazer sexo, no dia seguinte estar morto.

Nos seus dias livres, saia com o Masaru que estava trabalhando num restaurante dedicado somente a peixes, reclamava que não era muito criativo.

Quando seu chefe voltou, viu como ele levava tudo, resolveu ficar a margem, precisas sim de um ajudante.   Falou com o Masaru, agora pelo menos tinha alguém com quem falar.

Na primeira vez que o tornaram a chamar para reclamar da comida, o garçom disse, esse homem só vem quando o maitre esta de folga.  Reclama de tudo.

Disse ao Masaru, me faça um favor, diga que agora eres o chefe, escute a reclamação.

Primeiro ficou surpreso, perguntou por ti, disse que tinhas retornado a França, para atender um convite, que não sabia quando voltavas.

Ia inventar que tinhas aberto um restaurante, mas resolvi só dizer isso.

Nessa noite, não foi dormir em casa, aceitou um convite do Masaru para tomar uma cerveja, dormiu na casa dele.  George tampouco estava.

No dia seguinte, tinha o FBI, esperando por ele.  Seu pai tinha entrado no seu apartamento, não o reconheceram, mas sim as impressões digitais.

Avisou aos garçom, quando esse homem aparecer, diga que foi denunciado à polícia.

No vídeo, o idiota sabia que estava sendo gravado, pois ao sair, depois de olhar o apartamento, aonde não havia nada, nem lugar para esconder alguma coisa, fez um sinal para a câmera.

Estava louco de arremate pensou.

Ele tinha duas soluções, ou se tornar uma testemunha protegida do FBI, ou seguir sua vida. Agora sabiam como era sua nova cara.

Resolveu seguir dormindo na casa do Masaru, começaram uma relação, tinha contado tudo para ele.  O restaurante estava outra vez em voga, sempre que mudavam o cardápio saiam nas revistas.

Foram convidados os dois para irem trabalhar em NYC, ficaram de pensar.  George o procurou preocupado, contou o que tinha acontecido, se lembrou do comentário do chefe da tríade, sobre ter comido merda em criança.

Sim teu avô, como estava sempre fora, fazia todas as suas vontades para compensar, era muito agressivo com ele.

Masaru foi a NYC, verificar que valia a pena aceitar o convite, ele deixou uma cópia da chave da caixa de correio, tinha um envelope para ele, me devolve meu dinheiro, não era para ti, era para guardar, ou te mato.

O que ele não sabia, ao ter entrado, o edifício estava sob vigilância, pois ele tinha avisado ao FBI, que tinha mudado de casa.  O conseguiram pegar.  Daí foi um pulo, para falar milhões de asneiras.

Quando o FBI lhe perguntou por que lhe acusava de ter roubado ao próprio pai.  Só respondeu, se eu tivesse roubado meu pai, o senhor acha que estaria trabalhando de empregado, vivendo na casa do meu namorado, porque não posso viver na minha casa que vive constantemente sendo invadida, ser obrigado a mudar meu sobrenome, porque se uso o nome dele, me ligaram com ele.   Acho que ele está louco, soltou o que tinha falado do homem da tríade, achavam que tinha comido merda de criança.

Masaru voltou de NYC, o convite é bom, mas veja, não deixaremos de ser empregados, aqui pelo menos fazemos o que queremos.

Anos depois o chefe anunciou que fechava o restaurante, se eles queriam comprar, porque era dono do local.   Mesmo juntando o dinheiro dos dois, não cobria.

George disse que tinha uma empresa interessada em comprar todo o edifício, dois já venderam vai chegar o momento que sobraremos nós dois.

Ele vendeu, colocou o dinheiro para render, agora já não notava que estava sendo seguido, quando o pai tinha sido interrogado pelo FBI, o problema dele com os Búlgaros, era que tinha lavado dinheiro de venda de armas.  Gastei tudo no casino de Monte Carlo, seu problema era sempre o mesmo, o jogo.

Afinal o dinheiro que tinha roubado tanto dos chineses, esse ele tinha gastado antes nos casino de Las Vegas, o pouco que tinha sobrado, serviu para sua operação.  Quando acabou tudo, achava que o filho o tinha roubado.   Isso não convenceu o FBI, que tinha desmantelado o carro inteiro.  O que o velho não sabia, era que ele tinha comprado caixas de ferramentas iguais, colocando as mesmas no carro, mas realmente com ferramentas dentro.

Como tinha mentido tanto, ninguém acreditava nele.  Seu filho ficou na merda, dá um duro desgraçado, se tivesse escondido dinheiro, teria montando um restaurante, mas não, é empregado.

Quando foi assassinado na cadeia por um chinês da tríade, para dar exemplo, o velho estava furioso, pois não tinha sido ordem dele.   Havia uma verdadeira briga dentro da tríade, consideravam que o velho tinha se deixado enganar.

Ao se sentir outra vez seguido pela tríade, aceitou finalmente passar a testemunha protegida, mas para isso, convenceu o Masaru a voltar para Paris.

Ele desapareceu, mudou de nome, de cidade, nova documentação, viu aonde o levavam para fazer nova documentação, dai foi um pulo para fazer uma segunda.  Assim dentro de um tempo quando relaxaram, conseguiu escapar.

Antes passou pelo lugar a curva ainda existia, retirou as caixa de ferramentas, colocou tudo numa bolsa, voltando a enterrar as mesmas.

Recomeçou uma nova vida, em Vancouver, lá havia muita gente como ele, uma mistura de raça. Abriu um pequeno bistrô, mas como ele haviam outros.  O negócio era viver na clandestinidade, mas jamais fez como seu pai, usava o dinheiro para outras coisas. Ajudar as pessoas.  Primeiro cada vez que depositava dinheiro do restaurante, depositava um pouco, quando chegava a um valor alto, reinvestia.   Tinha basicamente conta em bancos de vários lugares, inclusive no Oregon, nunca se sabia.  Tinha aprendido da escola mais dura, o de levar bofetadas da vida.

Seguia levando uma vida simples, pois era o que necessitava, simplicidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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