lunes, 13 de septiembre de 2021

BAKA

 

                                          BAKA

 

Dimanche nome que usava David Conté, estava surpreso, afinal já tinha homens na sua cama, até quinta-feira.  Isso que ia caminhando ao lado do mesmo em direção ao seu studio, o tinha visto olhando através da vitrine da galeria de arte aonde tinha exposto um de seus quadros, uma bandeira americana, feita em trapos, com a figura de costa de um negro.  Ia chegando quando o viu, estava de costa, se notava que tinha a mesma altura que ele, com os cabelos crespos cortados muito pequenos, com alguns fios brancos.

Quando se colocou ao seu lado, o olhou, conteve o folego, era parecido com ele, bem como os outros, dizia que era como fazer sexo consigo mesmo, de tão parecidos.  Perguntou se gostava do quadro.

Sim, muito, respondeu Jeudi como se chamaria a partir de agora Joseph Coen, quando virou o rosto, viu que uma lateral do mesmo tinha uma cicatriz imensa, que atravessava toda sua cara do lado esquerdo.  

Sem saber por que ficou excitado.  Tudo que verbalizou em seguida, foi, queres ver o meu trabalho, iam caminhando para seu studio.  Ali mesmo em Saint-Germain de Prés, presente de sua mãe, quando notou que era um bom artista.  Tinha feito a escola de Belas Artes, mas não tinha terminado o curso, pois foi lançado a arena antes, como ele dizia.

O sexo para ele era uma coisa impressionante, desde jovem na escola, talvez por seu tamanho, não chegava a 1,60 cm, os outros faziam gozação, mas quando o viam nu, com um caralho imenso, alguns ficavam nervosos.   Mas aprendeu a se defender do Bullying, fazendo aulas de boxe, ia sempre ao ginásio, por isso tinha um corpo pequeno mas muito bem modelado.

Foram subindo a escadas, era um terceiro, Jeudi, ia passando a mão na sua bunda, enquanto isso.   Quando chegaram, abriu a porta do studio, nem teve tempo de acender a luz, pois o outro foi arrancando suas roupas, o deixando totalmente nu.  Quando tirou a sua, tinha o corpo como o seu, pouco peludo, super masculino.  Entre eles começou uma batalha, ele estava acostumado a ser o que controlava tudo, quando viu Joseph lhe penetrava, queria reclamar, pois nunca tinha feito isso, mas ele tapou com uma das mãos sua boca, disse com voz rouca, silencio, sempre há uma primeira vez.

Quando viu, ele estava fazendo o que gostava que os outros fizessem, estar sentado em cima, olhando na cara do outro para saber se sentia prazer.   O dele era infinito, encontrei meu homem pensou.

Depois de um tempo, quem o montou foi o outro, ficaram horas nisso, até que tiveram um orgasmo.   Nunca tinha tido uma aventura assim.  Sua cabeça estava como louca.

Quando ficaram deitados um ao lado do outro, de mãos dadas, Joseph disse, eu não sou como os outros.   Sinalizou os quadros, que estavam os outros amantes que tinha, um para cada dia da semana.

Nem pensar, tudo isso nunca aconteceu com nenhum deles.

Foi numerando Lundi,  Ludwig é filho de uma alemã, como vês tens um olho de cada cor, é super gentil, lhe deixa fazer tudo o que quero, muito magro, tem a mesma altura que nos dois, depois vem Mardi, Marcus, que é filho de uma italiana, muito rica por sinal, ela dirige uma grande empresa de moda.  Esse é sem vergonha, gosta de todas as sacanagens, mas afinal me deixa penetra-lo.

Mecredi, Maurice filho de uma francesa que vive lá para os lados de Saint Queen, aonde sua mãe tem uma loja de antiquário, tinge seu cabelos de loiro, para ficar parecido a sua mãe, tem a pele mais branca, os olhos azuis, diz que é albino, pois odeia o sol.

Então serei Jeudi, estendeu a mão, meu nome é Joseph Barak, minha mãe é negra, dona de casa, vivemos a vida inteira do dinheiro que manda um pai que não conheço.

Tu quem eres?

Dimanche, o dia do rei, mas meu nome é David Conté, mas isso já sabia, porque ao lado do quadro tinha meu nome.

Ele se levantou nu, passeou pelo meio dos quadros, tudo teu tem cheiro a sexo.

Voltou para a cama já excitado, nem lhe deu tempo de se limpar, foi direto o penetrou de uma maneira mais selvagem, podia se dizer que o estava galopando, lhe disse ao ouvido com voz rouca, eres a puta mestre isso sim.  Vou contar a todos eles que comi teu cuzinho, vão querer em seguida, sua puta.

Ficava cada vez mais excitado com aquela voz, no seu ouvido, que acabou tendo um orgasmo sem querer.

Vê como te chamar de puta de excita.  Ficaram dois dias ali, só abrindo a porta para o rapaz da pizza.  O possuiu de tantas maneiras, que ele nem tinha noção de como era possível.

Uma delas tinha sido na janela do studio, que dava para o studio de outro pintor, que ficou olhando primeiro com a boca aberta, depois se masturbando.   Urrou quando teve seu orgasmo, nunca tinha feito isso.

Estava exausto, tomaram um banho juntos, ficava como louco, pois não acreditava que ele pudesse se excitar tanto assim.

Tinha trocado o lençol da cama, pois estava super manchada de semem. Caíram dormindo, ia lhe pedir o número do telefone, mas Joseph disse que o encontraria de novo.

O que não viu, foi que enquanto dormia, ele abria seu celular, copiando o número dos outros, bem como o seu.

Quando despertou, já tinha desaparecido, só havia um bilhete, me deves um quadro, sua putinha.

Sem querer foi como sentir sua voz na sua orelha, ficou excitado no ato, se masturbou, fazendo uma coisa que nunca tinha feito, enfiar com a outra mão os dedos atrás.

Mas não era igual, o deixou de imediato, foi tomar um banho frio.

Se colocou diante de um painel que tinha no studio, começou a desenha-lo.  O tinha gravado em sua mente.  Os outros tinham posado para ele, mas com o Joseph, não precisava, tinha cada detalhe de seu corpo gravado em sua mente, bem como a cicatriz na cara, além de algumas ao longo do corpo, nem tinha perguntado por quê.   Depois não parou de pintar, até ficar exausto. O celular não parava de tocar, hoje era o dia de descanso, só atendeu uma chamada, de um número desconhecido, mas era alguém querendo vender alguma coisa.

Passou o resto da semana pintando, muitas vezes, o Joseph, o tinha que tirar da sua cabeça, mas quanto mais o fazia, mais pensava nele.

Tinha saído pelas ruas, principalmente aonde o tinha visto, nada, o filho da puta não tinha deixado o número do celular, sentia seu corpo doer, com isso.

Na segunda feira, ligou para o Ludwig, pelo menos queria fazer sexo com alguém, o número dava ocupado, experimento o Marcus, todos eram iguais, como se cortassem a ligação nada mais ao saber que era ele.   Tampouco sabia aonde viviam, portanto era complicado.

Mal sabia que Joseph, tinha ligado para todos, marcou com eles no seu apartamento no Canal de Saint Martin, não falou a nenhum dos outros.

Quando chegaram, era como uma reunião de cópias. Eram todos muitos parecidos com David, explicou como os tinha descoberto, ele era o mais velho deles.  Os está usando, como para fazer sexo consigo mesmo, mas não tem noção disso.  Foi falando o dia da semana que correspondia a cada um.

Estavam chateados, nunca nos deixou ver os quadros que pintou da gente.

O mais jovem era o Maurice, que estava arrasado, sentou-se ao lado dele, para conversar, o deixei fazer o que queria comigo, porque pensei que me amava.  Mas vejo que só ama a si mesmo, nos usou.

Viu que os outros dois começaram a conversar sobre o que gostavam, o que estudavam, os dois estavam na mesma universidade, mas em anos diferentes.  Podiam ter-se cruzado pelos corredores, combinaram ali mesmo borrar o número do David, ele que se apanhe, saíram os dois, ficou o Maurice.

A conversa com os dois se desenvolveu com naturalidade, o que ele estudava, o que queria fazer em seguida, como era o relacionamento com sua mãe.

Foi como abrir uma comporta, falou como se sentia ter sido criado sem um pai, sua mãe pensava que era por isso que lhe atraiam os homens.  Eu inclusive sou mais baixo do que ela, me disse que meu pai era muito baixinho.  Todos os meses vai a um banco, aonde lhe depositam dinheiro, que transfere para uma conta, para que eu possa ir a universidade.

Sem se dar conta, estavam na cama, o menino não era tão ingênuo como parecia, mas sim muito carinhoso, uma coisa que tinha lhe faltado a vida inteira, sua mãe era tosca, quando muito lhe dava um beijo, no dia de seu aniversário.  Fora isso, quase nunca estava, podia ter caído na droga, mas queria algo mais.  Com muito esforço, tinha sido o melhor de sua turma na escola, conseguiu uma bolsa de estudos para estudar jornalismo, sempre tinha estado com homens, de todas as raças.  Tinha andado pelas guerras no mundo inteiro.  Era sempre a gozação, pois diziam que tinha o corpo fechado, pois era tão baixinho que as balas não o encontravam.  Mas tinha visto muitas merdas pela vida.

Realmente fazer sexo com o David, tinha sido como desafogar o que tinha dentro, por alguns momentos de violência, mas com esse menino, era diferente, podia ama-lo.

O que surpreendeu, que ele telefonou para a mãe para avisar que dormia na casa de um novo amigo.  Que estava feliz.

Dormiram abraçados, despertou com ele passando a mão nos seus cabelos. Ficaram horas assim, mas lhe disse, tenho que escrever uma matéria, queres me acompanhar para ver como trabalho.    Pegou sua câmera fotográfica, tinha que levar o trípode, mas isso o Maurice pegou, senão vou de mãos vazias.

Foram fazer uma matéria numa feira ali perto, a maioria ou eram negros ou árabes, viu que ele ia fazendo perguntas, era educado, pedindo para fazer foto da banca, as perguntas mais intimas, abaixava o tom de voz.

Essa noite o tinha penetrado, falando baixinho no seu ouvido, depois foi a sua vez, quando falou ao seu ouvido seu nome Joseph, sentiu que ele estremecia de prazer.

 

Nesse mesmo momento, em outro ponto da cidade, precisamente numa escadaria que subia para o Sacré Couer, um homem cismava, olhando um jogo do Ifá, fiz merda pensava, como pude fazer isso, eles são meus filhos.

Ele estava velho, não tinha ideia de sua idade real, contava sua idade, a partir de que tinha sido adotado por um casal, ela era diretora de uma ONG, ele um rico industrial, ela estava de missão no Congo, quando encontrou com um tribo de pigmeus da raça Inbuti, ele estava a parte, sendo cuidado pelo que descobriu ser o chamã da tribo.  Quando ela perguntou por que era uma criança isolada, pois passou alguns dias ali, lhe disseram que era de outra Etnia, da raça Baka,

Talvez por isso quando lhe perguntaram seu nome disse Baka Barak, na verdade seu nome era Barak, Baka somente sua raça, mas ficou com esse nome. 

Ela o trouxe com ela, adotado, quando seu marido o viu, como sempre tinha querido um filho, se apaixonou por ele, era o seu garoto.   Ela ao contrário, dois anos depois de ser diretora de uma ONG, assumiu a empresa do marido, quando este teve um enfarte.   A partir desse momento se tornou fria.   Era seu pai adotivo que inclusive tinha um passado de nobre, quem o educou, o fazia encontrar-se com outros africanos, ele ia junto, tão branco no meio dos africanos, voltou com ele várias vezes a Africa.   Dizia nunca perca suas raízes por culpa do dinheiro.   Mas nunca mais encontraram nenhum pigmeu.  Teve que lhe explicar que era nómades se moviam pelo interior do pais, aonde houvesse bosques.

Tudo que ele se lembrava, tinha sido as últimas palavras do chamã da tribo que o tinha acolhido, vá crie muitos filhos, que possam levar a estes homens brancos nossa raça, misture as raças todas.

Não sabia ao certo quantos filhos tinha, conhecia uma mulher, elas sempre queriam o mesmo o seu imenso caralho.  Quando deixavam de estar menstruadas, ia com as que não tinham dinheiro, a um banco, abria uma conta, a partir desse momento, depositava todos os meses, dinheiro da imensa fortuna que o pai tinha lhe deixado.   Nunca mais tinha falado com a mulher que o tinha adotado.   Ela ignorou seu marido, na hora que ele precisava.  Depois o acusava de ter roubado dela seu marido.

Esse o tinha ensinado a cuidar do dinheiro, nunca deixe que seque.  Alimente o mesmo, sempre, ficou também com o edifício que vivia, ele usava a loja, além do primeiro andar, nos fundos da loja, havia como um lugar imenso, que pertencia a todos os prédios dali, com educação pediu licença a todos, plantava ervas, legumes, que depois vendia na sua loja, para todos os efeitos, era um comerciante.   Mas quando chegava alguém que precisava de ajuda, ali estava ele.   Sua atual companheira de muitos anos, era uma negra de Martinica, chamada Ângela, um dia tinha entrado na loja para comprar ervas, começaram a conversar, ficaram amigos, finalmente fizeram sexo.   Ela foi clara ao princípio, tinha sofrido um abuso quando jovem, teve um aborto obrigada pelos pais, que se complicou, acabaram lhe tirando o útero, portanto não podia ter filhos, lhe contou que tinha muitos, por isso os dois se dedicavam um ao outro, nunca escondeu dela o que tinham lhe mandado fazer.   Nunca amei nenhuma dessas mulheres, apenas queriam uma coisa, desfrutar de meu aparelho masculino.  Mas quando ficavam gravidas, eu ia embora, era a única que sabia que ele tinha dinheiro.  Mas todos os dois se vestiam simplesmente.  Ela o ajudava na sua horta, bem como atender as pessoas, nas muitas idas a Africa, buscou na religião, o que não podia encontrar fora, os deuses das florestas, o ajudavam a ver tudo em volta.

Agora falavam desses filhos que ele tinha colocado no mundo, que nunca iriam procriar, que era homossexuais, mas a ele isso não importava, gostaria sim de poder encontra-los, conversar com eles, pois sabia que sentiam sua falta.

Passaram-se alguns meses até que ele olhando as folhas outra vez, viu que David, precisava de ajuda.

Tinha lhe acontecido, sentir-se abandonado outra vez, seus companheiros da semana tinham desaparecido, o único que ele sabia aonde vivia ou a mãe tinha uma loja era o Maurice, foi até lá para procura-lo, estava ajudando sua mãe, viu de costa outra pessoa, soube imediatamente que era o Joseph.

Se sentaram os três, Joseph contou o que tinha feito, o que fazias estava mal, os usava como uma puta, depois os descartava.

Mas por ti me apaixonei.

Não, gostaste de um que te tratou da mesma maneira que te trataram.

Estavam tão distraído conversando, quando viram um senhor, de cabelos brancos, se aproximando deles.

Olá crianças, me chamo Baka Barak, sou o pais de vocês três, gostaria de conversar.

No primeiro momento, houve como um rechaço, foi preciso que a mãe do Maurice, saísse da loja, corresse para ele, meu amigo Baka, veja Maurice, eu te falo sempre dele, foi ele quem me ajudou a estudar, a te criar, mesmo de longe.

Se deram conta os outros que mesmo de longe ele tinha feito isso.

Os convidou para sua casa, preciso falar com vocês, pediu que Joseph fizesse o contato com Marcus, Ludwig, para uma reunião.

O mais reticente em ir foi o David, antes ele perguntou a sua mãe, se tinha recebido ajuda de seu pai.  

Claro, com que dinheiro crês que foste a universidade, o que paga teu studio, todos os meses chamava para perguntar por ti.

Quando chegaram a sua casa, foram recebidos por Ângela, que os levou a um salão muito simples, cheios de máscaras, africanas de todos os lugares aonde ele tinha estado, buscando sua gente.

Contou isso para ele, sou descendente de uma raça de pigmeus Baka, que vivem constantemente mudando de lugar, não sei por que fui abandonado, acabei numa tribo Inbuti, que me criou, até que uma francesa me adotou, trazendo para cá.   Dizia que eu era como um escravo deles.

Mas não era verdade, o chamã, me disse que eu devia ir com ela, espalhar nossa raça pelo seu pais, assim nossa cultura seguiria em frente.

As mães que tinham filhos meus, algumas não precisavam de ajuda, sei que se casaram, tem filhos, mas vocês foi um caso diferente.   Joseph, que é o mais velho, perdi contato com sua mãe, sei apenas que ela retira o dinheiro que era para ti.

Sim, tampouco sei dela, eu estudei jornalismo, andei por todo o mundo, inclusive por África, aonde diziam sempre que eu devia ser descendente de pigmeus, por ser tão baixinho.

Pois é, mas nunca imaginei que vocês, fossem formar família entre vocês, Ludwig, Marcus, estão bem juntos, bem como tu com Maurice, verdade?

Sim, encontrei nele a paz, o amor que procurava a muito tempo, sua mãe aceita nosso relacionamento, quando me conheceu disse que eu lhe recordava seu pai.

Sem querer quem os juntou, foi David, mas este está perdido, verdade meu filho, não sabe o que fazer da tua vida.  Talvez seja essa sua missão, puxou uma mesa baixa para o centro, a colocou no meio de suas pernas, começou a rezar, falava virado para uma escultura que tinha na parede, começou a falar uma série de coisas, que David, nunca ia imaginar que as pessoas soubessem.   Sua maneira de atrair, usar sexualmente, depois descartar.

Mas isso não te faz feliz, pois na verdade tua vida, seria juntar as pessoas, as orientar, se quiserem vir comigo, eu irei agora ao Congo, encontraram uma tribo que consideravam perdida, querem vir.

Um olhou para o outro, dois não podiam por o que estavam fazendo no momento, Ludwig e Marcus, que iriam participar de uma escavação na Itália.

Os outros concordaram completamente, David ainda pensou, não perco nada, quem sabe encontro material para trabalhar.   Foi ficando ali na casa do seu pai.  Conversava com ele muito, sobre seu comportamento.   Nunca em nossa casa entrou um homem, para me dar exemplo, minha mãe, atualmente vive com uma amiga dela, mas nunca fala de seu relacionamento.   Acabei ficando sozinho como os outros.

Antes de partir, temos que fazer uma coisa, pois senão vais tentar estragar o relacionamento do Maurice com o Joseph.  Eles são felizes.

Quando chegaram ao Congo, foram para a parte mais profunda, ficavam admirados, pois apesar de ter uma casa modesta, Baka, alugou um helicóptero para os levar o mais próximo de aonde estava a tribo.

Quando chegaram, os de lá riam, era como ver um deles vestido com roupas do branco, mas quem realmente atraia atenção era o Maurice, por ser tão branco, com aqueles olhos azuis.

As crianças, ficavam a volta dele, lhe ensinando a falar, a cantar, aconteceu algo raro, pois ele se sentia como se estivesse em casa, enquanto David as vezes reclamava do desconforto, ele ao contrario adorava dormir ali no chão duro, sempre abraçado ao Joseph, ninguém fazia comentário, depois observaram que na tribo havia quatro homens que eram assim.

Eram da Etnia Baka, por isso Baka foi se lembrando de todo um vocabulário de estalar a língua, falar, o único que não foi de caça foi o David, até que Baka lhe disse que devia fazer um esforço, que esse era seu caminho.   Quem era ótimo caçando com os jovens era o Maurice, que andava nu como eles, correndo de um lado para outro, cercado sempre pelos garotos.

David, começou sim a falar com o que era o chamã do grupo, não sabia bem como, mas se entendiam, esse o levava com Baka a recolher ervas, tubérculos, dizia para o que serviam.

Baka ia recolhendo mudas para plantar na sua horta.

Os dias foram passando, o mais interessante eram que alguns homens queria fazer sexo com Maurice, mas esse dizia que era impossível, pois era do Joseph, um inclusive o quis comprar.

Acho que chegou o momento de irmos embora, comentou Baka, senão causaremos discórdia aqui.  Uma mulher se aproximou, levando um garoto, disse que seus pais tinham morrido, que ali ninguém o queria, se podia leva-lo.

Era um que nunca saia de perto do Joseph, esse disse que sim, teriam que conseguir papeis na capital, Baka disse que o ajudaria a conseguir.

Maurice estava apaixonado pelo garoto, estava sempre com eles, inclusive se deitava no meio dos dois, como procurando ajuda, ou carinho.

No último momento, David que nos últimos dias tinha finalmente tirado a roupa, queria ficar, já não reclamava de nada.   Mas o chamã disse que tinha uma missão.

Na capital, usando seus conhecimentos, conseguiram documentos para o menino, que se passou a chamar Maurice Barak, no avião se sentou no meio dos dois, segurando a mão de ambos, quando chegaram a mãe do Maurice, ficou louca de amores por ele.

Será bem cuidado disse Baka.   Agora passava horas falando com o Joseph, lhe pediu uma ajuda, gostaria de ver todos meus filhos, antes de morrer, será que podias me ajudar.

Fez uma reportagem, em que os mostrava junto, com o pequeno sentado no seu joelho, se es como nós, dizia a altura, pediam o nome das mães, pois Baka tinha tudo anotado, nos procure, compraram um telefone celular, para colocar.

Foram aparecendo de todos os lugares da França, pessoas que faziam contacto.  Depois de checar o nome das mães, eram convidados, para uma reunião em família.

Alugaram uma casa rural com muitos quartos.  Joseph estava feliz em ajudar a organizar isso, agora teriam muitos irmãos.

Dias antes, Baka disse que faltavam de duas mulheres, uma era finlandesa, outra sueca, através da embaixada as localizou, mas só uma tinha filho, a finlandesa, a sueca tinha abortado.

Quando soube, o filho era mais ou menos da idade de David, veio junto com ele, Baka tinha sido o homem de sua vida.

Alguns anunciaram que vinham com suas famílias, outros vieram sozinhos, pois não tinham entendido direito o que era essa reunião.

Foi como reunir uma tribo.  Eram todos muito parecidos, com alguns rasgos das mães, mas o finlandês era muito parecido com Maurice.

Ria muito quando o garoto o chamava de papa, aos dois.  Alguns ficaram escandalizados com o fato deles viverem juntos como um casal.

Mas depois se relaxaram, quando Baka tomou o mando da reunião, uma noite em volta de uma fogueira, contou as lendas da sua Etnia, que tinha aprendido deste último encontro.

Muitos disseram que teriam adorado ir, para saber de suas origens.  O finlandês Georg, perguntou ao Maurice, como tinha sido, ele tão branco.   Me adaptei perfeitamente, ia de caça com eles, as crianças viviam atrás de mim pois eu era um deles, mas diferente.  Baka nosso pai, nos fez conviver com eles, como se fossemos mais um.  Foi brutal, genial, ao final, estávamos como em casa.

Cada um contou sua história, o que fazia, depois conversavam com Baka, que segurava a mão de cada um, David, ia anotando os contatos que depois passou para todos.

Iriam tentar manter isso todos os anos, ou pelo menos tentar.

A emoção do Baka, era patente, só um deles, não tinha aceitado muito toda a história, sua mãe tinha se casado com um homem africano, ele passava por filho deste, mas lhe desconcertava que lhe chamasse de bastardo.   Tiveram mais filhos, mas para sua mãe, ele era o mais querido, o que tinha gerado atrito com o padrasto.

Baka o convidou para ficar um tempo com ele, pois o via perdido.  Ele aceitou, passou a ajudar na horta, aprendendo para o que servia cada coisa, quem mais visitava a casa do pai era o David, então entre eles surgiu uma amizade, Geo como se chamava, contava de sua infância infeliz, tinha sido abusado quando jovem, ninguém nunca o defendia.

David, pintou um quadro, com a história dele.  Ele ficou impressionado que tivesse guardado na cabeça sua imagem.  Nas fases de criança, tinha usado desenhos que tinha feito com a tribo.

No dia que foi ver o quadro, se apaixonaram.   Agora Baka sabia que isso podia acontecer, tinha visto na tribo, os homens que ficavam sozinhos, viviam entre eles, formando casais, como se fosse uma coisa normal.

David foi se transformando, quando não estava pintando, estava ajudando Baka, Ângela, Geo na horta, primeiro porque tinha ajudado o chamã, como seu pai recolher as coisas, tinha memorizado para o que serviam.

Baka finalmente tinha uma família real.

David fez uma exposição, pediu para o Joseph escrever no catálogo, toda a experiencia deles, com a tribo. Na exposição o Maurice filho era o sucesso, pois ia reconhecendo cada um da tribo dizendo seu nome, isso sem soltar a mão de seu pai Joseph.

Quando finalmente Maurice, resolveu estudar medicina, o garoto ficava mais tempo com o Joseph, que o levava a escola, o ia buscar, ao médico, enfim era o que estava mais presente, mas quando Maurice chegava em casa, se atirava aos seus braços, ficavam os três abraçados, ele se especializou em doenças tropicais, assim poderia sempre tratar dos africanos que apareciam no hospital que trabalhava.

Mas nunca se separaram, acabaram se casando, o que foi um problema, pois estava patente que eram irmãos, os convenceram pela diferença de cor.

Tinham visto na tribo um casamento, como se faziam, no próximo encontro fizeram igual.

O pequeno ria muito, agora estava crescendo um pouco, mas claro nem tinha problemas, pois sabia que nunca passaria a altura dos pais, nem do avô.

Quando faziam a reunião, era o rei dos outros de sua idade. Lhes ensinava as palavras na língua do povo deles, para que nem ele, nem os outros esquecessem.

Antes de morrer, Baka distribuiu entre os filhos que conhecia, todo o dinheiro que tinha herdado, acabou não sendo muito, mas ajudou a muitos.   Seu enterro foi super comentado, pois metade das pessoas eram seus filhos, descendentes dele.  Foi cremado, David levou a cinzas para enterrar no Congo, mas não encontrou nenhuma tribo, deviam estar em outro lugar, mas o fez aonde tinham ido.  Voltou para casa morto de saudade do Geo.

Seguiram se encontrando durante anos, para homenagear ao homem que tinha sido pai de todos.

O pequeno Maurice, mais tarde se tornou um grande conhecedor das ervas, dos segredos ancestrais da sua tribo.

 

 

 

 

 

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