SHOCK
Greg Beat, tinha
sido o mais jovem policial a entrar para a divisão de homicídios, era conhecido
por ter um sistema de observação fantástico.
Entrava na cena do crime, analisando tudo que podia ver em sua volta.
Tinha 30 anos,
mas sem saber por que aparentava quando muito 20, no fundo se sentia jovem,
adorava ao contrário dos companheiros que estava sempre cansados, tudo que
queriam era um cerveja, um Whisky, fumar seu cigarro em paz.
Ele era ao
contrário bebia água, não fumava, tampouco usava drogas, os poucos amigos que
tinha, eram velhos amigos do orfanato aonde tinha vivido desde pequeno, nunca
foi adotado, pois estava esperando eternamente sua mãe, essa o dia que o deixou
na porta do orfanato lhe disse, volto para te buscar em breve. Nunca voltou é claro.
O que ele gostava
mesmo era de ir a uma discoteca, dançar como um louco, até se sentir exausto,
saia tranquilamente, ia para casa, se podia chamar de casa um apartamento
mínimo, uma pequena sala, com cozinha embutida dentro de um armário, que ele
parecia não abrir nunca, uma poltrona com um abajur de pé ao lado, livros,
muitos livros, ali empilhado, fora os que estavam no único móvel que existia
ali, uma estante velha, que pertencia ao apartamento, já não lhe cabia
nada. O quarto era mais espartano, um
estrado com um colchão, um armário velho embutido na parede, mas sem portas, já
estava assim quando o alugou. Mas ao
contrário, sua roupa estava perfeitamente ordenada nele, pilhas de camisetas
todas iguais, negras ou verde escuro, calças jeans uma quantas, a maioria umas
iguais as outras, mas claro todas da última tendência, eram elástica, segundo
ele facilitava correr atrás de algum bandido, três pares de botas, iguais, bem
como seu grande luxo, duas jaquetas de couro, iguais, mas de cores diferentes.
Entrou no pequeno
banheiro, tirou toda a roupa, jogou tudo no saco de roupa suja, aonde, tinha
mania de esconder sua arma, quando a levava para casa, normalmente deixava num
armário especial na delegacia. Seus
companheiros andavam armados, ele não.
Se enxugou, num
velho lençol, como sempre tinha sido no orfanato. Não gostava do tato na pele de essas toalhas
felpudas.
Se jogou na cama,
dormiu em seguida. Como estava cansado
do dia inteiro, correndo de um lado para outro com seu companheiro, um velho
policial a beira da aposentadoria, que tinha um mal humor horroroso pela
manhã. Cheirava sempre a álcool.
Nunca perguntou,
nem se interessou sobre as fofocas sobre ele, que circulavam na delegacia,
quando começavam, dizia, respeitem é um homem que passou a vida inteira aqui
dentro.
Ele poderia ter
saído do orfanato, ter ido como alguns amigos que não conseguiam nada, ser
vendedores de drogas, ou mesmo consumidores.
No orfanato
sempre quando conseguiam ver algum filme, ele sempre torcia para os policiais,
nunca entendia por que os bandidos eram tão burros. Além do filmes, adorava dançar, se tivesse
tido oportunidade, deveria ter sido dançarino.
Tinha um senso de ritmo incrível, quando estava na discotecas,
normalmente o pessoal nas suas músicas preferidas, abriam uma roda para vê-lo
dançar. Um dia um companheiro da
delegacia, atendeu uma chamada de alguém que tinha perdido uma amiga na
discoteca, o viu dançando, no outro dia, era conversa de todos falarem nisso.
Mas quando o
companheiro comentou o caso, ele simplesmente disse, essa garota é
problemática, tem uma aventura com o dono da discoteca, ontem a vi subindo as
escadas para estar com ele. Sempre vai
com um namorado novo, o abandona vai dormir com o outro. Pelo que falam, sua família é muito rica.
Não deu outra,
tinha ido dormir com o sujeito, que estava sendo vigiado a muito tempo.
Mas como pudeste
ver tudo isso se estavas dançando como um louco na pista.
Oras, estou
dançando, mas não sou cego, não bebo, nem consumo drogas como os outros, então
posso observar tudo. ao mesmo tempo vou
me relaxando, creio que todos invés de irem a um bar, ficar tomando cerveja,
que desce para a barriga, muitos ali tinham sua barriguinha. Eu me relaxo.
Muito bem disse
seu companheiro, eu sou o anjo negro, ele o anjo branco, por isso trabalhamos
juntos, deixem o rapaz em paz.
O que ninguém
sabia que ele era gay, mas isso era raro nele, jamais saia da discoteca
acompanhado, sabia que sempre tinha gente da polícia por ali. Além de que, estava a muito tempo
sozinho. Tinha tido um romance com um
companheiro da anterior delegacia, mas descobriu depois que o outro era casado
com dois filhos. Mas na cama, era todo
uma senhora, isso ele não gostava, queria outro homem como ele.
Saiu com seu
companheiro para atenderem a dois casos, um correu pelo menos dois quarteirões
atrás de um assaltante. Era um jovem de
uns 15 anos, o pegou primeiro pelo casaco, mas este se livrou, em seguida voou
em cima dele, o atirando ao chão.
Este levou um
susto, pois pensou que tinha ficado para trás.
O veio trazendo para o carro, falando com ele, como se fosse um
companheiro.
Cara devias tomar
vergonha na cara, assaltar uma família que dá um duro desgraçado para chegar ao
final do mês, é burrada. Agora te tocará
a ir para um reformatório, aonde com essa cara, essa bundinha dura de correr
tanto, serás pasto de muitos abusadores.
Na verdade o estava preparando para o interrogatório, sabia que estava
fazendo isso a mando de um filho da puta que mandava fazer assalto em lugar de
ir ele. Assim se pegavam os garotos,
logo eram soltos.
Me disseram que
não tinha problemas.
Que não tinha
problemas, imagina, sem problemas, rapaz, vão lhe comer o cu, muitos homens
barbudos, ele acha que isso não é problema.
Seu companheiro quando o viu fazer isso a primeira vez, disse que não
podia conversar assim com o prisioneiro.
Espere e verás disse ele, dito e feito, entrou na sala para ser
interrogado, delatou quem estava por detrás do negócio. O que os mandava fazer isso, lhes dava
comida, um colchão velho para dormir, numa casa abandonada.
Esse agora
acabava de mijar nas calças ao imaginar que seria abusado sexualmente.
Ele percebeu,
ainda soltou antes de tirar do carro, não se preocupe, acabarás te acostumando.
Caramba, porque
não disseste que queria mijar, agora terei que lavar o carro.
Quando entraram
os dois na sala de interrogatório, o rapaz, se via que não tinha aonde cair morto,
soltou, esse filho da puta me enganou, disse que naquela casa tinha dinheiro,
que a filha da proprietária tinha lhe contado aonde estava. Mas resultou, que quando entrei, ela estava
guardando as compras, me soltou, chegas tarde gastei todo o dinheiro. Eu só roubei um sanduiche, pois estava com
fome.
Então a filha era
quem tinha dado o passo em falso, ele contou que ela tinha um namorado, dentro
do grupo. Contou quem era o chefe, mas
me matara se sabe que contei alguma coisa.
Deu a direção.
De aonde eres
garoto?
Do Missouri, vim
para cá com o sonho de ser alguém, mas cai numa esparrela, quero juntar
dinheiro para voltar.
Saiu com ele,
mandou que esfregasse o lugar que tinha mijado do carro, o fez entrar num
banheiro, tomar um banho, depois o levou a estação de ônibus, perguntou quanto
custava o bilhete para a cidade que ele dizia, o viu embarcar, com um pacote
com sanduiches, lhe deu dinheiro, volte
para casa, estude antes de se arriscar em um lugar assim. Se te vejo por aqui, te levo em pessoa para
que comam teu cu.
Só disse
obrigado, com lagrimas nos olhos.
Seu companheiro
ria, como consegues fazer isso, já nem devem estar no mesmo lugar.
Pedi a um do
nosso grupo que escutasse ao interrogatório, saiu imediatamente com uma
patrulha para lá.
Já saberemos se
funcionou ou não.
Pelo menos o
carro ficou limpo.
Com efeito,
pegaram o grupo inteiro, eram maiores de 18 anos, a única menor, era a filha da
dona da casa, que estava justamente contando como tinha sido.
O que comandava,
nem tinha 20 anos, mas já era um filho da puta de muito cuidado, se fazia
passar por amigo de alma dos outros, para explorar os mesmos.
Quando chegava no
final do dia o velho, saia com os outros para tomar cerveja. Nesse dia não deixou, o convidou para
jantar. Se via que estava mal
alimentado, pela maneira como comia ao meio-dia.
Se sentaram numa
varanda de um restaurante, começaram a comer, quando terminaram ele foi direto
no assunto, com todo meu respeito, o que está acontecendo contigo. Chegas todos os dias com cheiro de bebida, já
vi tua mão tremer, isso nos coloca em perigo.
Todo mundo fica me dizendo que tenho que te denunciar, mas nunca o
farei. Eres meu superior, te respeito,
mas quero que me respeite também.
Menino, devias
ser tu o chefe. Sei que não vais falar
nada, minha mulher me abandonou, pois diz que não aguenta mais essa vida,
depois que nosso filho morreu no Afeganistão, ela desmoronou.
Pois é sei que
dar conselhos é fácil, mas se todos fossem bons se vendia. Porque não procuras um psicólogo.
Nem pensar,
começaram a falar.
Não digo desses
da polícia, mas sim um particular, eu conheço um com que falei muito quando
comecei na polícia, pois me assustava um pouco.
É boa gente, na verdade tinham tido um romance, mas ficaram amigos.
Chamou o mesmo, perguntou
se podia conversar com uma pessoa, um amigo muito especial dele, que
necessitava se desabafar, nada mais.
O deixou na
porta, o velho sorriu, eres um sem vergonha, planejaste tudo, verdade?
Sim, verdade,
quero que entre nos exista diálogo.
Pensou em ir
dançar, mas hoje preferia acabar de ler um dos livros que estava lendo.
Chegou em casa,
como sempre um banho primeiro quente, depois gelado, assim despertaria, poderia
ler pelo menos umas duas horas.
Se enrolou no
pano que servia de toalha, na pequena geladeira, pegou uma garrafinha de água,
se sentou, começou a ler.
No dia seguinte,
encontrou seu companheiro, de barba feita, cheirava até loção de barba.
Quando foram
atender a primeira chamada, colocou a mão em cima da sua, dizendo obrigado,
essa noite pude dormir bem.
Se viram quase em
seguida no meio de um tiroteio entre bandas, a quantidade de carros de polícia
ali, era impressionante. Ele viu uma
mulher que vinha com fones de ouvido, com uma criança nos braços, saiu correndo
a deitou ao lado de um banco de jardim.
Quando voltou, viu que seu companheiro estava ferido no braço, pediu uma
ambulância, todas estavam do outro lado, não podiam passar, perguntou se podia
se retirar, levando o companheiro, avisou da senhora deitada ao lado do banco
com o bebe, que alguém a retirasse dali.
Fez uma manobra
com o carro, quando viu a mulher sangrando, o bebê a uns cinquenta centímetros,
correu a arrastou para o carro, com o bebê no colo, o deu para seu amigo,
dizendo aguenta que vamos para o hospital.
Colocou a sirena, apertou o pé no acelerador. Normalmente quem conduzia era seu
companheiro, a única observação que fez, foi se ele tinha carta de motorista.
Chegaram no
hospital, pela porta de emergência, o bebê, também estava ferido, ela tinha
sido algo de raspão, o velho também, fora atender a todos, nem reparou que ele
mesmo sangrava.
Quando lhe
olharam, foi que se deu conta, a adrenalina tinha sido tanta, que nem sentiu.
A bala estava
presa no musculo do braço, o médico perguntou se não tinha sentido dor, disse
que não, estava preocupado com os outros.
Tinha vindo conduzindo.
Tens que ser
operado para retirar a bala.
Iam rasgar seu
casaco de pele, soltou nem pensar, já vai ter um furo, agora cortar, quem pensa
que sou, um rei midas para ficar comprando casacos.
O ajudaram a
retirar, enquanto o levavam sentado na maca para a sala de operação, já lhe
tinham dado anestesia, nem viu que num determinado momento caia na maca.
Só despertou no
quarto, no final do dia. O velho
sentado ao lado dele, olá garoto, obrigado por me salvar. Como pudeste fazer tudo isso, com um tiro tu
também.
Adrenalina creio,
estava preocupado por ti, depois quando vi a mulher com o bebê, caída, pensei
que o banco a protegeria. Como estão os
dois.
A mulher bem, mas
o bebê já foi operado, a bala lhe passou pela lateral do corpo, mas vai se
recuperando.
Em seguida voltou
a dormir, estava cansado. Escutou uma
voz dizendo, muito bem garoto, levou um susto, pois era uma das monjas do
orfanato, a que levava a enfermaria.
Despertou de madrugada
com fome, o velho continuava ali, dormido numa poltrona dessas que se abrem.
Quando a
enfermeira entrou, ele perguntou se não conseguia alguma coisa para ele comer,
estou morto de fome.
Ela riu, trouxe
um sanduiche, bem como uma maça.
Eu te conheço
soltou ela, já dançamos juntos naquela discoteca, eu também vou para me
relaxar, minhas amigas para arrumarem namorados, eu quero é mais dançar.
Ela estava contra
a luz, quando se moveu, ele a reconheceu.
Sorriram um para
o outro, ele estendeu a mão Beat.
Ela riu, Esther.
Depois de comer
tomou um pouco de água, o velho roncava, ele em seguida voltou a dormir.
De manhã deram
alta para os dois, ficaram sabendo que no tiroteio, tinha mortos 15
traficantes, e da polícia 3. O
comandante falava, uma lástima, todos pais de família. Eram todos de outra delegacia, foram os que
chegaram primeiro.
Eles foram ao
enterro no dia seguinte, de uniforme. O
velho como o chamava, lhe disse que tinha pensado muito, conversei com minha
mulher, me aposento, ganharei menos, mas vamos viver perto da família dela,
perto de Miami. Obrigado por tudo
garoto.
Ele agora quando
voltasse iria ter outro companheiro.
Tinha se afeiçoado ao velho.
Mesmo estando de
baixa, foi ao hospital duas vezes para ver como estava a mulher, além do bebê. Da última vez ainda os colocou num taxi. Ela lhe agradeceu.
Quando voltou a
trabalhar, lhe tocou como novo companheiro, um da delegacia aonde tinham
morrido os agentes. Foi chamado pelo
chefe que lhe disse que observasse o sujeito, desconfiavam dele.
Era um tipo
musculoso, metido a machão, tinha chegado numa moto, último modelo, contou
muitas vantagens, disse dez mil besteiras.
Mas toda as horas, estava com um celular nas mãos, como que acompanhando
alguma coisa. Esclareceu depois que
tinha feito uma aposta num cavalo, mas que ainda não tinha corrido.
A semana seguinte
não foi diferente, o sujeito era insuportável, contando as vantagens, ele um
dia para provocar, lhe disse com nosso salário de merda, como fazes com tudo
isso.
Bom trabalho de
noite numa discoteca, disse o nome, nunca tinha ido, pois ficava contra mão
para ele.
Os superiores
sabem disso?
Para que, se nos
pagassem melhor, não tínhamos que fazer bico por fora. Quando conheceu a noiva piorou, já a tinha
visto entrando na sala do dono da discoteca aonde ia, lhe entregava um pacote.
Marcou com o
comandante fora da delegacia, para lhe contar.
Só peço que não me metam nessa história, para não me queimar.
Eram todos
ligados ao tráfico de drogas, ele era como um segurança do grupo. O pegaram com
a boca na botija.
Por sorte no dia
que o levaram, ele estava de folga.
Tinha sido denunciado por um dos segurança do Club pois tinha inimizade
com todos. Ele ficava livre de suspeita,
para todos os efeitos tinham feito uma batida na discoteca aonde encontraram
pastilhas, fecharam as duas.
Agora teria que
procurar outro lugar para ir dançar.
Estava na praia,
aproveitando outro dia de folga, quando o DJ da discoteca se aproximou, o tinha
reconhecido.
Começaram a
conversar, só que ele tinha visto o mesmo, cheirando cocaína, um dia no
banheiro, o outro se deu uma dica de que queria fazer sexo, se fez de tonto,
pegou uma prancha com um conhecido, entrou na água. Fazia sempre uma coisa, ia para a praia, com
um pouco de dinheiro e nada mais.
Quando voltou o dinheiro tinha sumido, bem como seu tênis.
Filho da puta.
Voltar para casa
descalço, menos mal que em seu carro tinha outro, deixava a chaves do carro, que
era de segunda mão, com um conhecido que ficava por ali.
Lhe contou o que
tinha passado, o mesmo ficou perguntando qual era o teu carro, disse que era
aquele ali, vi que ele colocou alguma coisa no mesmo.
Chamou a polícia,
que veio rapidamente, ele e o outro contaram a história, quando examinaram o
carro, viram que tinha colocado uma bolsa de cocaína no mesmo.
O outro disse que
ele sempre estava passando papeletas por ali.
No dia seguinte
soube que o tinha capturado, foi falar com ele, queriam saber quem tinha
mandado fazer isso. Era o companheiro
anterior que estava preso, suspeitava que ele o tinha denunciado.
Ele foi
promovido, lhe tocava agora como companheiro um jovem, que acabava de sair da
escola da polícia. Quando leu sua
ficha, não gostou muito, conhecia as marcações que os supervisores faziam na
lateral da folha de avaliação, tinha duas marcas de insubordinado.
Na primeira
conversa, perguntou como tinha ido na academia.
Começou a contar lorotas, cortou pelo sano. Escute garoto, me achas com cara de tonto, li
sua ficha, sei das merdas que fizeste, essa é tua última oportunidade, por isso
comigo, te comportes.
Em menos de um
mês, o tinha domesticado. Não quero que
sejas serviçal comigo, mas sim meu companheiro, lhe dizia sempre que o queria
agradar.
O dia o viu
chateado, lhe perguntou o que passava.
Desta vez estou
fudido.
O que foi que
aconteceu. Tive um namorado na academia,
o filho da puta contou para todo mundo que comeu meu cu, agora parece que alguém
daqui sabe.
Faça como não
fosse contigo, se te compras a briga, não vão parar de falar, mas se trabalhas
como te ensinei, não vai acontecer nada.
Nunca fale da tua vida pessoal com ninguém, é só tua.
Semanas depois o
convidou para tomar uma cerveja, agradeceu, não bebo. Mas hoje me toca lavar minha roupa, no meu
prédio, temos dia certo para isso. Lavar e secar tudo.
Mas como sempre
era desconfiado, viu que ele saia com um grupo de novos. Foi, ficou observando de longe, logo viu que
ele saia com um, que era dos que falavam muito.
Chamou o outro
pelo celular, dizendo que tinha que se apresentar na delegacia. O ficou esperando do lado de fora, quando
chegou, o chamou a parte, aonde ias com esse daí, é o que espalhou a notícias
sobre ti.
Ia até a casa dele. Escute garoto, não deves ficar fazendo sexo
com os companheiros, vai acabar com tua carreira. É assim que queres ir em frente, virando o
alzaimer da delegacia.
No dia seguinte o
rapaz, pediu transferência para trabalhar de polícia na praia.
Quando o
comandante falou com ele, contou por alto a história, mas ficou observando o
que tinha convidado o rapaz. Cada dia
levava um para seu apartamento. Ah,
então é assim.
Um dia entrou no
apartamento dele, colocou uma pequena câmera de vídeo.
Dias depois o
escutou falando de um colega de outra delegacia, dizia que o mesmo era gay, lhe
mandou um vídeo, dele chupando, dando o cu para outro. Só colocou, ou te comportas ou mando para
todos.
Mais um que pediu transferência rapidamente. Todos no fundo riam dele, pois sabiam o que
faziam.
Que ambiente, meu
deus. Estava um pouco farto de Los
Angeles, dessa hipocrisia, pensou muito, realmente seria complicado pedir
transferência para qualquer lugar pequeno, estaria mais exposto.
Até que soube de
uma delegacia em Castro em San Francisco, que tinha gays como polícia, como
tinha sido promovido outra vez, podia pedir para aonde queria ir. Pediu essa delegacia.
O comandante
ficou olhando para ele, riu da cara do chefe.
Não passa nada, aqui ficam denunciando, quero ver como funciona lá isso.
Fez contato com
um amigo do orfanato, que tinha se casado, mudado para San Francisco, falou com
ele, voltamos a nos reunir. Quando
falou qual delegacia que iria, riu dizendo, estaremos perto um do outro,
trabalho num pequeno hotel, justamente a dois quarteirões da delegacia.
Então me reserva
um quarto, tenho poucas coisas, até que arrume um apartamento, estará bem.
Riu quando o
outro disse, sim senhor, o melhor quarto, disse o preço, baixinho soltou a chefa
estava por aqui, é uma megera. Vou dando
uma olhada em pequenos apartamentos aqui por perto.
Antes de se
despedir, perguntou pela sua mulher, bem como pela filha.
Quando falar que
você vem, aproveitamos para batizar, serás o padrinho.
Ele tinha dúvidas
pois a mulher do Robert não ia muito com a cara dele.
Arrumou suas
coisas, caixas de livros, caixas de roupas, nada mais, o cadeirão, já precisava
de um novo, isso compraria por lá. Tinha
suas economias, gastava muito pouco dinheiro.
Colocou tudo no
seu velho carro, ainda deu um tapa no capô dizendo, você não me defraude, um
dos amigos do orfanato o tinha arrumado para ele.
Chegou em San
Francisco, teve que ir se guiando, pois o velho carro, não era moderno para ter
um gps, riu muito com isso.
Seu amigo saiu
detrás do balcão para abraça-lo, o apresentou a dona do hotel, realmente tinha
cara de megera. Ah vais ser polícia
aqui, pelo menos estaremos protegidos, foi todo o comentário que fez.
Deixe tuas
coisas, vamos almoçar, pois está no meu horário, depois vamos ver um
apartamento, não creio que gostes muito de ficar aqui.
Comeram justo na
esquina seguinte, um restaurante self service. Ele pagou a conta, olhou a fotos
da menina, Robert ainda soltou, foi duro convencer a megera, mas concordou que
tu serias o padrinho, desde que sua irmã seja a madrinha. Faremos a festa no final de semana.
Ah, vamos ver um
apartamento aqui ao lado, a dona é conhecida minha, trabalho lá primeiro antes
de vir para o hotel, tem uma boate de Drag Queens, super gente fina, um pouco
louca, mas tem um humor espetacular.
Na esquina antes,
viu uma livraria, achou, ótimo, assim podia comprar seus livros. O que mais
gostou, foi um pequeno cartaz dizendo que se aceitavam encomendas.
Era uma casa
antiga, transformada em apartamentos.
Espero que não te incomodes, o que está livre está num terceiro andar.
Imagina assim não
preciso ir ao ginásio fazer exercícios.
A puta porta
estava meia aberta, ela sempre reclama, mas nunca manda consertar.
Subiram ao
primeiro andar, embaixo ao nível da rua, tinha uma pequena loja de comidas para
fora. Depois te apresento, outro amigo
antigo. Não te lembras dele, pois era
menor que a gente no orfanato.
No primeiro,
escutaram uma pessoa fazendo solfejo, ou isso parecia, abriu a porta uma mulher
de dois metros de altura. A peruca
estava mal colocada.
Cheri Robert, tão
cedo. Ainda não comecei a atender os clientes, riu muito de sua brincadeira, se
não fosses tão negro meu querido ias ficar vermelho. Ele saiu da frente do Greg, esse é meu amigo
Beat, que lhe falei, vai trabalhar na delegacia aqui do bairro.
Uau, isso é
homem, saia da frente Robert, para admirar o monumento.
Escutaram uma voz
gritando, falem baixo.
Ele apontou para
cima, esse deve ter dormido de cuecas justas, tem sempre mal humor.
Um minuto, voltou
sem peruca, com uma bermuda jean, uma camiseta, estendeu a mão, Roman, tinha um
aperto de homem. Se acabou a frescura,
vamos aos negócios.
Imagino que o
Robert tenha te falado, que é no terceiro andar, eu vivo neste, no andar do
meio vive esse mal humorado, creio que vive aqui a uma eternidade, é jornalista
e escritor, tem uns horários malucos, mas eu saio pelas seis da tarde para a
boate, só volto de manhã, depois de tomar café com meu amante Robert.
Você imagina que
ele faz isso na frente da minha mulher, ela diz que um dia vem armada, lhe dará
um tiro.
Nada, agora terei
um policial para me proteger.
Como passavam
pela porta do outro andar, falando, saiu um homem com os cabelos meio
grisalhos, devia ter sido bonito no passado, totalmente despenteado, vestia a
parte debaixo de um pijama.
Porra, já disse
que estava trabalhando, parecem gralhas falando. Parou ficou examinando o Greg.
Esse não é para
teu bico, é policial, vai trabalhar na delegacia do bairro, por isso te
comporte, senão te coloco no olho da rua, me deves o mês passado, teu cheque
não tinha fundos.
Desagradecida,
entrou batendo a porta. Voltou a sair,
por favor escolha o quarto dos fundos para dormir, o anterior tinha uma cama
que fazia ruídos, passava o dia inteiro fodendo.
Pois é Greg,
foram parar os dois na delegacia que vais trabalhar, depois olha a ficha do
senhor, que sempre está envolvido em problemas.
Ele estava sério,
mas por dentro se matava de rir do jeito do Roman, não tinha papas na língua,
era direto, coisa que ele gostava.
Chegaram lá em
cima, um belo exercício verdade, pelo menos se fica de pernas e bunda dura.
O apartamento era
maior do que tinha vivido antes, tinha dois quartos, um pequeno salão no meio,
com uma cozinha americana, um banheiro totalmente reformado.
Eu aproveitei que
o inquilino anterior, depois da briga dos dois, apontou para baixo, se mandou
sem me pagar o aluguel. Por isso o
preço, mesmo fazendo um desconto é salgado.
Mas tem uma vantagem, dois quarteirões do teu trabalho.
Ele realmente
para dormir ia preferir o quarto dos fundos, que era o único que não dava para
a rua, o armário era como o do anterior, sem portas. Mas se quiseres coloco, disse o Roman.
Bom tenho que
fazer uma lista do que teria que comprar, cama, uma mesa de cabeceira, cabides,
para o quarto, para o salão um cadeirão com um abajur, pois deixei aonde vivia,
preciso de estantes para os livros, mas isso depois compro.
Eu se fosse tu,
comprava dois, pois tens um amigo que vai aparecer muito para te visitar, falar
contigo, eu parecia te conhecer, de tanto que falava do seu melhor amigo do
orfanato, só não imaginei que fosse tão bonito.
Perguntou quanto
era o aluguel, eu posso pagar três meses adiantado de queres.
Não, me
satisfazem dois, pois tens que comprar os moveis.
Isso o Robert
pode te ajudar, pois conhece tudo por essas redondezas. Desceram ele comentou somente, quero ver subir
as caixas de livro.
Meu carro está
aqui perto, eu já deixaria as coisas aqui, mas antes fez questão de dar os dois
meses adiantado para o Roman.
Esse disse, vais
buscar o carro. Robert voltou para o
trabalho, ficaram de se falar depois.
Quando chegou com
o carro, já imaginando subir, lá estava o Roman, com dois rapazes bem
musculosos, negros retintos. Subo com
eles, vais dando as caixas eles vão levando para ti.
Os dois o tinham
olhado de cima a baixo. Roman soltou,
devagar como andor que o santo é de barro.
Esse homem é minha propriedade, quem avançar, corto o piru.
Esse riam, o
vizinho do meio, saia, já sei que vai ter ruído, vou para a rua comer, pois não
tomei café ainda. Mesmo tendo feito a
barba, não gostava dele.
Os rapazes, esperaram
Roman dizer para subir todas as caixas, quando souberam que eram livros, riam
hoje nada de ginásio.
Foi esperto, ia
intercalando, uma de livro, outra de roupa. Quando o carro ficou vazio,
desceram com Roman, ele sinalizou um espaço na encosta, que estava marcado,
pode colocar aí, pois é minha vaga, mas meu carro está no mecânico.
Virou-se para o
mais bonito, soltou, porque não vais com ele até aquela loja de camas, mais
acima. Lhe entregou a chaves, assim não
tens que dormir no hotel.
Ele abriu a carteira
deu dinheiro para os dois, Roman soltou, agora vão querer chupar o teu piru.
Mas só um o acompanhou,
sou dançarino na boate do Roman, uns trocados vão sempre bem, obrigado, meu
nome é Brown, lhe estendeu a mão, não acredite no que ele diz.
O levou até a
loja, no caminho foi falando, eu sou de Albany, Georgia, quando cheguei aqui,
me prostituia perto da boate do Roman, um dia ele ficou puto da vida, disse que
eu era muito jovem para fazer isso, me deu emprego na boate, trabalhei no bar,
me colocou em classes de dança, ainda vou até hoje, me fez jurar que nunca mais
ia me prostituir, tens que te respeitar.
Já meu amigo,
divido apartamento com ele, me dá medo, dorme todos os dias, com um homem
diferente.
Chegaram à loja
ele se identificou, como policial, tinha acabado de se mudar, disse rapidamente
a senhora o que precisava. Se possível
para hoje, ela lhe mostrou um sommiers, mas só tenho esse tipo de colchão os
outros só daqui 15 dias. Deite-se para
ver se gosta.
Andou pelo resto
da loja, para olhar as poltronas, gostou de duas, além de um abajur. Ela fez as contas, deu um desconto, de vinte
por cento, por ele ser policial, além de ter comprado mais coisas.
Posso entregar
dentro de 20 minutos, só o tempo de colocarem no caminhão, mandou dois homens
levarem.
Voltou
conversando com o Brown, gostava dele.
Subiram, preciso
depois comprar uma pequena geladeira, para ter pelo menos água gelada.
Cervejas é claro,
disse o Brown.
Nada disso, não
bebo. Voltaram conversando, que ele
adorava também dançar, ia muito uma discoteca perto da minha casa, mas sem
querer descobri que estavam relacionado com drogas.
Ninguém entendia,
que ia, para me relaxar, dançava até ficar morto de cansado, depois ia para
casa dormir.
Se quiseres um
dia te levou aonde vou, tem um DJ fantástico com as músicas. Na Boate do Roman, tem shows quase todos os
dias, subiu com ele, quando os homens chegaram o ajudou a colocar as coisas no
lugar.
Riu muito quando
viu suas toalhas de banho.
Explicou no orfanato
era assim os lençóis velhos viravam toalhas de banho, adoro isso.
Sabe, Greg, vou
ter que ter cuidado contigo, pois posso me apaixonar.
Meu amigo, quero
ser teu amigo, podemos sim sair para ir dançar, verás que sempre volto sozinho
para casa. Estou farto de fodas de uma
noite. Prefiro ficar sozinho com meus
livros.
Tinha ficado
ótima o pouco que tinha que arrumar. O
quarto da frente ficou com as caixas de livro, perguntou se ele podia ir buscar
a sua maleta que estava no hotel, dizer ao Robert que já ficava no apartamento.
Falou com ele por
celular, se a megera reclamar, eu pago a noite que não vou usar.
Só escutou um
acho bom,
Tomou um bom
banho depois de ter acendido o que esquentava a água, justo quando chegou o
Brown, ele estava só com o velho trapo de lençol enrolado no corpo.
Caralho, tens um
corpo fantástico, deves passar o dia no ginásio?
Nada disso, as
vezes saio para correr, um dos meus sonhos era dançar, mas isso ou ter uma
profissão.
Viu que Brown
ficava excitado, lhe disse, estreie um dos cadeirões, enquanto me visto, vou
até a delegacia, dizer que posso começar amanhã.
Quando voltou
Brown estava com fones de ouvido, dançando no salão. Ah se eu tivesse um espaço como esse.
Desceram os dois,
ele o acompanhou até a esquina, sinalizou aonde era a delegacia.
Nos vemos,
apertou sua mão.
Ia lhe dar mais
dinheiro pela ajuda.
Ele riu, se me
das mais dinheiro abaixo tua calça aqui, farei sexo grátis contigo. Virou-se
foi embora rindo.
Sem saber por que,
entrou na delegacia, se sentindo em casa, foi atendido prontamente por uma
mulher, que lhe encaminhou ao chefe principal.
A sala do homem
era agradável, se levantou para apertar sua mão. Colocou a cara para fora da sala, gritou um
nome, como se estivesse em sua casa.
Logo apareceu um
homem de entre 50 a 60 anos. Esse é teu
novo ajudante, lhe apresento a Greg Beat que vem de Los Angeles
O homem, estendeu
a mão, Roger Smith, apesar de ter quase toda a cabeça branca, o que
impressionava era a cor de seus olhos, de um azul límpido, se podia ver mesmo
de longe que as pupilas tinha raias laranjas.
Se sentaram,
Roger lhe perguntou quando tinha chegado?
Cheguei de manhã,
como tinha falado com um companheiro de orfanato que trabalha num hotel, esse
me procurou um apartamento, conseguiu um aqui perto, pertence a um tal Roman
que tem um Club de Drags.
Sim boa gente, em
outra época imagina, foi professor na universidade. Trata bem seus empregados, não permite drogas
em seu estabelecimento, coloca na rua rapidamente quem ousa lhe contradizer.
Quando tem algum
problema nos chama imediatamente.
Bom, fiquei com o
apartamento, comprei logo o que precisava, que já está por lá, cama, poltronas
para ler, não necessito de muito, agora só uma geladeira pequena para água,
pois é a única coisa que bebo.
Sim, não sei por
que alguém anotou isso em tua ficha, que não bebes, tampouco fuma, que não é o
caso do Roger, agora diminuíste verdade?
Sim, por causa
das crianças, não posso dar mal exemplo.
Ah, tens filhos?
Sim dois
pequenos, os adotei, ficaram sem família, me apaixonei por eles. Agora estão
com 10 anos.
Venha vamos dar
uma volta pela parte que nos corresponde, assim vais conhecendo essas ruas de
sobe desce sem parar. Tens carro?
Sim um velho, que
leva comigo basicamente desde que estou trabalhando, um outro amigo do orfanato
o cuida, agora terei que encontrar alguém aqui.
Não sou
apaixonado por gastar dinheiro em carros modernos, se esse me leva e traz, tudo
bem na delegacia que trabalhei por último, ficava relativamente perto da minha
casa, ou ia de ônibus ou andando.
Gosto muito de
explorar os lugares, conhecer, por exemplo, já vi que perto de minha casa, tem
um livraria pequena, o que me chamou a atenção, um cartaz que dizia, se aceitam
encomendas, como gosto de ler coisas diferentes as vezes não encontro.
Como que por
exemplo?
Sempre estive
interessado, na intuição, percepção das pessoas, se estão mentindo, ou técnicas
de observação. Acabo de ler um muito
interessante sobre isso de um autor alemão, foi traduzido a muitos anos, creio
que a primeira edição foi do ano 1910, imagine. Mas para encontrar foi difícil.
Não estás de
referindo a livraria Flor de Lis, verdade?
Sim essa mesma, a
que fica na avenida.
Roger começou a
rir, é do meu marido, vive me enchendo o saco para me aposentar, não quer que
eu morra em serviço, me diz sempre tens que pensar que eres pai de duas
crianças.
Eu escutava meus
companheiros heteros dizendo isso, ficava com pena deles, agora entendo,
ficaram os dois as gargalhadas.
Roger de maneira
nenhuma era afetado, até falar do marido, ele nem ia pensar que era gay.
Primeiro quando o
conhecer, vai implicar contigo, pois se vamos passar o dia inteiro juntos, eres
um perigo, pois além de tudo é bonito. Depois
quando perceber que gostas de ler, vai dizer que além de tudo intelectual. Mas creio que ao final te aceitara.
O ano passado foi
a campanha para que já que tinha perdido meu companheiro, que aceitasse a fazer
serviço interno, que corria menos perigo.
Mas odeio papelada.
Nisso escutaram
uma chamada, que era perto de aonde estavam.
Foram para lá, melhor ficares dentro ou perto do carro, pois não levas
distintivo. Estamos numa onda de crimes
agora, alguém que mata os gays, além dos que consomem drogas.
Já tinham um
carro parado na frente. Subiram, um
vizinho viu pela janela, diz que costuma olhar pois esse jovem sempre traz
alguém, que faz sexo com as janelas abertas. Viu que um homem o pegava por
detrás, lhe cortava a garganta.
Mas quando
chegamos só encontramos a porta aberta.
Ficou parado na
porta, se viam pastilhas caídas no chão, quando viraram o corpo do rapaz, ficou
gelado. Disse seu nome, merda sou
culpado de ter dado dinheiro demais para ele, com isso deve ter comprado
drogas.
Alertou ao Roger,
ele trabalha para o Roman, hoje esteve ajudando a subir meus livros, pois o
apartamento é num terceiro andar. Nisso
chegava o Brown, que perguntava o que tinha acontecido.
Roger ele é o
companheiro de apartamento desse rapaz.
Brown estava de boca aberta, com lagrimas nos olhos. Soltou eu estava preocupado, tinha lhe dado
dinheiro demais, sabia que ia fazer isso comprar essas putas pastilhas que gosta
tanto para dar esse cu fedorento.
Nunca teve cabeça,
olha que Roman sempre fala disso com ele, que tivesse cuidado.
Ele tirou seu
celular, avisou Roman que chegou em seguida.
Ficou de dedo
para ele, vê não se pode dar dinheiro demais para certas pessoas, o idiota foi
logo comprar drogas, com certeza hoje, nem ia aparecer para trabalhar.
Pior não sabemos
se tem família, só sei que veio de Albuquerque, o tirei da rua, pois se
prostituia Roger. Mas quando queria comprar alguma roupa, fazia isso escondido.
Brown, estava
agachado no chão. Roger lhe perguntou
se tinha algum namorado, alguém eu visse com frequência.
Não senhor, ele
gostava de variedade, nunca o mesmo, desde que dividimos apartamento, graças a
deus meu quarto tem porta, fecho sempre a chave, pois algumas vezes se metia
com quem não devia.
Sabe aonde ele
pode ter comprado isso, mostrou as pastilhas que o pessoal estava recolhendo no
chão.
Se isso hoje se
vende em cada esquina aqui do bairro. Quando vocês pegam um, meia hora depois tem
outro no lugar. Segundo ele dizia, podia
ficar com isso, horas de êxtase.
Como se fosse a
coisa mais importante do mundo, mal sabia ler ou escrever, hoje achou um
absurdo o Beat ter tanta caixas de livros, me soltou, imagina o que não gastou
de dinheiro para comprar isso. Como se
fosse a maior besteira do mundo.
Roman, perguntou
se ele podia pegar algumas coisas, hoje dormes lá em casa ok.
Roger disse que
sim, tirou uma bolsa do armário, que não tinha muita roupa. Recolheu algumas coisas, perguntou se no dia
seguinte poderia voltar para pegar suas coisas, não quero mais ficar aqui.
Sim podes, falo
com o policial que ficará aqui, com a cientifica.
Saiu com Roman de
cabeça baixa.
Esse é outro que
Roman tirou das ruas, trabalha no bar, faz algum número de dança no show deles.
Sim foi quem me
levou por aí hoje, Roman disse que esse não era muito confiável. Pior que estou me sentindo culpado, pois lhe
dei muito dinheiro para ajudar a subir as caixas.
Quanto lhe deste?
Trinta dólares,
acha que dá para comprar tudo isso de drogas?
Menor ideia, não
sei quanto custa isso.
Um belo começo de
trabalho. Voltaram a delegacia. Roger
comentou que iria reunir todos os vídeos que tinha que conseguir da rua, para
olharem amanhã. Antes de ir embora, o
chefe lhe deu sua nova placa, o revolver.
Você com o Roger andaram sempre a paisana, mas o distintivo é
importante.
Perguntou aonde
podia deixar o revolver, não gostava de andar armado.
Uau, soltou
Roger, ele não é como os outros, que ficam de pau duro, só porque levam uma
arma.
Deixa no meu
armário, amanhã arrumamos um para ti.
Antes de sair,
lhe deu um cartão, aonde escreveu atrás, atenda bem meu novo amante. Para quando fores a livraria.
Voltou subindo a
rua, ia distraído, mas ao mesmo tempo atendo ao que tinha falado o Brown,
realmente em cada esquina tinha um tipo diferente, como se estivesse se
prostituindo, parou como se estivesse esperando um ônibus, viu que era
realmente como ele dizia. Teriam que
fazer uma batida, em todas as esquinas ao mesmo tempo. Sabia que em seguida mudariam de rua, sempre
era assim, teriam que descobrir quem era o cabeça do negócio. Viu um carro se aproximando, deixando algo,
que o rapaz recolheu, colocando rapidamente no bolso, anotou a placa, modelo do
carro, chamou o Roger falou do assunto.
Já estas
trabalhando, gostei disso, eres dos meus, vou verificar.
Entrou na
livraria, viu que um homem loiro, estava discutindo com o rapaz que devia ser o
vendedor. Tira esse filho da puta da
cabeça, garoto, senão vai ser uma merda.
Se voltou nesse
instante, ele se apresentou, queria ver a cara dele, lhe entregou o cartão do
Roger. Esse sacana, sempre apronta
comigo, gosta que eu tenha ciúmes.
Então eres seu
novo companheiro?
Sim cheguei hoje
de Los Angeles, devia me apresentar amanhã, mas já me meti em cheio com o
Roger, num assassinato.
Amanhã pelo visto
teremos muito trabalho analisando vídeos das ruas.
O outro estendeu
a mão, Charles Godwing, apontou para fora, veja, nem com todas essas câmeras,
se consegue controlar tudo. Tem essa
puta nova droga nas ruas. Outro dia pegaram
um sujeito vendendo na frente da escola.
Eu vou todos os dias buscar os garotos, ou vai a babá deles, pois fico
nervoso. Tudo é possível hoje em dia.
Queria fazer uma
ficha, ver se tens livros que me interessam.
Disse o assunto.
Uau, todo um
intelectual, virou-se para o vendedor, olha o novo amante do Roger, ainda por
cima intelectual.
Ele caiu na
gargalhada, foi exatamente isso que ele disse que dirias. Ficaram os dois rindo muito. Enquanto ele buscava no computador.
Aqui não tenho
nada, citou dois, que ele já tinha.
Vou buscar para
ti, pode deixar. Tens que vir um final
de semana comer lá em casa, assim podes conhecer teus futuros filhos.
Passo de ter
filhos, imagina cresci num orfanato, crianças que nunca deixavam de aparecer
não se sabe desde onde.
Estava cansado se
despediu, terei que arrumar umas estantes para colocar meus livros.
De quantas
precisas?
Pelo menos duas,
eu acabo tendo sempre pilhas de livros, em volta da poltrona, aos que uso para
consultas.
Eres como eu,
Roger sempre reclama disso.
Venha aqui,
chamou o rapaz Peter, aquelas estantes que íamos colocar fora para que
levassem, ainda estão aí atrás.
Sim senhor, era
um lindo mulato, parecia mais um garoto, que um homem.
Está como um
tonto, durante uns meses foi namorado de um escritor de poca monta, mais
jornalista, contou toda sua vida para o filho da puta, que colocou um
personagem em seu livro sobre ele, agora não quer saber nada dele, vive no
edifício que vive o Roman.
Então é o meu
vizinho, não gostei muito dele, criou muito caso, desde que cheguei.
Sim é ele mesmo,
mas está sempre com algum garoto, principalmente prostituto.
Deu uma olhada
nos livros, comprou dois. Vou ver se
consigo gente para subir as estantes para ti. Me dê o número do teu
celular. Ou será que peço para o teu
amante.
Ficaram os dois a
gargalhadas.
Vou dizer ao
Roger, que creio que vou preferir você que é mais intelectual que ele.
Imagina, ele nem
vai acreditar, estamos juntos a quase 15 anos, sabe que o adoro.
Deu o endereço,
ia agradecer muito que me levassem as estantes, a pouco tempo levei um tiro, no
braço, não tenho muita força nele, faço exercícios, mas não devo pegar peso.
Quando chegou, de
novo viu a porta semiaberta, bateu no apartamento do Roman, perguntou pelo
Brown.
Está arrasado, não
confiava no outro, mas só de pensar que poderia estar ali, de o terem matado
também o deixa nervoso.
Precisas mandar
consertar essa porta Roman, pois não fecha direito.
Sim tem que
puxar, mas esse filho da puta, nunca faz, sinalizou o do andar de cima.
Passou por eles
enquanto falava, sem dizer uma palavra, agora vai jantar, depois pela noite em
caça de algum garoto.
Ele voltou a
descer para buscar algo de comer na loja de baixo.
Não tinha vontade
de sair, Roman lhe entregou as chaves que Brown lhe tinha dado.
Ao entrar saiu
detrás do mostrador um rapaz, ora vejam realmente o famoso Greg Beat, vai viver
aqui. A cara não era estranha, apertou a
mão dele, olha mostrou uma foto, ele era o mais baixinho que estava na
foto. Lá estava o grupo todo. Eu tinha loucura por vocês.
Graças a Deus a
irmã Therese me via interessado em comida, me ensinou a cozinhar, quando sai,
trabalhei em muitos restaurantes como ajudante, depois, fui aprendendo, agora
depois de juntar tudo que podia, tenho um empréstimo imenso para pagar, abri
esse pequeno local, tenho coisas simples.
Pois eu queria
algo simples para jantar, tipo uma sopa, ou uma salada, ou mesmo um sanduiche.
Posso preparar o
que querias, menos a sopa que já está aí, desde o fim da tarde.
Se queres posso
lhe preparar um sanduiche de Pastrami, acabei de tirar o pão do forno, minha
especialidade. Lhe preparou uma salada
ali mesmo na frente dele. Perguntou se queria uma cerveja ou refrigerante. Mas ele já tinha tirado de uma geladeira duas
garrafinhas de água.
Pagou, o outro
lhe passou um cartão, basta me chamar, não fecho nunca, tenho que pagar a
hipoteca. Mando subir para ti.
A porta estava
outra vez aberta, a empurrou, mas viu que o que a deixava aberta, era a mola de
cima, depois olho isso pensou.
Subiu para sua
nova casa, tomou um bom banho, se enrolou no velho lençol, se jogou numa das
poltronas, nem tinha olhado ainda pela janela.
De longe se via uma ponta da ponte.
Comeu o
sanduiche, tinha pensado abrir uma caixa dos livros que tinha separado, para colocar
ali ao lado da poltrona.
Escovou os
dentes, foi para o quarto levando uma garrafinha de água, as vezes despertava
tomava um gole. Sem sequer colocar lençóis na mesma caiu na cama, em segundos
estava dormindo.
Despertou por
volta das cinco da manhã, porque de súbito se lembrou da cara do Brown, como
horror, misturado, eu te avisei, lástima de perder um amigo. Depois passaria pela casa do Roman para saber
como estava antes de ir trabalhar.
Acabou se
levantando, tomou um belo banho, hoje chego cedo do trabalho, teriam que olhar
vídeos da rua principal, alguma coisa acontecia nessa região. Pela quantidade de pílulas encontradas no
chão, pensou, se fosse por elas, a pessoa teria recolhido a mesma, tinham ido
para exame. Isso sempre era um
problema, drogas novas no mercado, a cada dia surgia alguma coisa nova
sintética, cheia de efeitos colaterais, que ia como que destruindo a população
jovem.
Ele sempre tinha
sentido repulsa com drogas, bebidas, era algo intuitivo, não sabia se vinha de
alguma família de viciados, porque tinha passado a juventude inteira cheio de
perguntas para sua mãe, houve uma época, que tinha um livrinho aonde anotava
essas perguntas, um dia um garoto alguns anos mais velho o roubou, começou a
rir dele. Desperta idiota, você acha que
depois desses anos todos vai aparecer tua mãe, como uma fada madrinha dizendo,
aqui estou, vou responder essas perguntas.
De uma certa
maneira, apesar da raiva do momento, entendeu o que o outro tinha falado, já se
tinham passado anos demais. Era uma
perda de tempo ficar buscando respostas, com perguntas que nunca seriam
respondidas.
Infelizmente
nunca chegou a agradecer o mesmo, muitos anos depois já na polícia, o
reconheceu num rapaz morto na sarjeta, totalmente drogado.
Isso reforçou o
que pensava de drogas, muitos dos que tinha saído na mesma época do orfanato
tinha caído nessa vida. Ele seus poucos
amigos, tinha superado essa barreira, buscando desesperadamente uma vida para
construir. Vide o rapaz da comida para
levar abaixo, quando tinha visto a foto, momentaneamente enumerou os que saiam
nela, que ainda estavam vivos.
Tudo era uma lástima,
uma juventude perdida.
Fez exercícios
que sempre fazia, procurando não fazer ruídos, mas claro o vizinho de baixo,
começou a bater com alguma coisa no teto.
Pensou em lhe pedir desculpas, mas o sujeito realmente não lhe caia bem.
Se vestiu, para
ir trabalhar, fazia um vento desagradável, estava entrando o outono, iria
primeiro tomar um café bem carregado, sem açúcar para estar desperto, sabia que
isso de ficar olhando os vídeos era um saco.
Quando desceu,
justamente as 6:30 da manhã, esbarrou com Roman que chegava com Brown, este
tinha uma cara de fazer gosto.
Perguntou como
estava, este levantou os ombros, como se pode, falei tanto com esse desgraçado,
mas nunca escutava ninguém.
Me sinto culpado
Roman, por ter dado tanto dinheiro para ele, não sabia disso, devia ter-te
escutado.
Nada disso, era
tua forma de agradecer, Brown ao contrário, guardou para pagar suas aulas de
dança, cada um usa como quer o que ganha.
Já vais trabalhar
tão cedo?
Sim ontem
cheguei, comprei alguma coisa aqui embaixo, depois cai na cama, dormi como um
bebê. Mas temos muito trabalho chato
pela frente.
Se despediu,
tinha vontade de dar um abraço no Brown, para o consolar.
Sentou-se
justamente na esquina que tinha visto o carro entregando alguma coisa para o
rapaz, lá estava um já a seu posto, vendendo o que fosse.
Ia chamar o
Roger, mas devia ainda estar na cama, ficou observando aonde o mesmo escondia o
pacote do que ele não sabia que era.
Desta vez parou
um carro diferente, com a mesma placa do anterior. Chegou à conclusão que o sujeito usava carros
roubados, por um acaso a janela do carro tinha o vidro abaixado, rapidamente
fez uma foto com o celular, fotografou aonde o outro guardava mais drogas,
tirava o dinheiro do bolso, entregava para o do carro, foi fotografando tudo
isso, ainda pensou devia estar fazendo um vídeo. Depois entendeu uma coisa, ele não usava
todas as esquinas, era uma sim outra não, por quê, foi a pergunta que se fez.
Saiu, com um café
dentro de um copo térmico, ficou prestando atenção. Examinou realmente o que acontecia. O tipo não é idiota, escolhe as esquinas que
tenham menos câmeras de vídeo, ou se tem, ele deve saber que não funcionam. Foi
subindo a rua, anotando mentalmente as esquinas usadas, outro detalhe era que usava
só um sentido da rua, porque um que queria comprar estava de carro, fez uma
coisa errada, fez uma manobra mudando de lado.
Se tivesse um guarda de transito, levaria uma multa.
Andou uns dez
quarteirões subindo, depois trocou de lado, para ir memorizando a cara dos
jovens que estavam ali vendendo o que fosse.
Realmente do outro lado não tinha nada suspeito. Estava tão entretido
nisso, que quase passa a rua da delegacia.
Deu uma volta no quarteirão para observar, nada, ou seja perto do
quartel de polícia nada que levantasse suspeita.
Quando entrou
mostrou sua nova placa, ao chegar na sala, só tinha um jovem trabalhando, se
apresentou, era um do turno de noite que estava finalizando um relatório.
Perguntou aonde
conseguia um mapa da avenida. Jasper
era seu nome, tirou um da gaveta, ele agradeceu estendeu o mesmo num quadro que
estava ali, começou a sinalizar todas as esquinas que estavam ocupadas.
Jasper, perguntou
se eram os pontos de venda da nova droga?
Sim, fiquei
observando todos os pontos, para ver por que dessas esquinas. Tem sistema de vigilância, mas creio que deve
saber que não funciona.
Veja isso, estou
redigindo o relatório do último que atendi de noite, encontraram um jovem,
totalmente drogado, sangrava horrores, pelas calças, os sanitários, lhe
abaixaram a mesma, vinha do anus, ou foi abusado, ou a droga faz algo no
estomago dessas pessoas, quando o iam colocar na ambulância, já estava morto,
não devia ter mais que 18 anos.
Agora de que
discoteca vinha, nunca saberemos.
Fiz foto do rosto
para pedir que as pessoas perguntem pelo bairro.
A cara refletia
dor.
Jasper estava
revoltado, pedi que levassem para fazerem autopsia, os da cientifica a estas
horas da manhã, odeia atender, pois estão terminando o turno, mas pedi que
examinassem o estomago, o nível ou quantidade de drogas e bebidas que estão
misturadas.
O sujeito só me
faltou chamar de filho da puta. Pedir
tudo isso quando terminava o serviço, lhe disse que ia esperar o resultado.
Jasper, como
podemos saber que câmeras, funcionam ou não?
Boa logica, o ano
passado por contenção de despesas, se propuseram a fazer isso, um quarteirão
sim, outro não. Nisso só contamos com se
alguma loja ou cafeteria nessas esquinas tem um sistema de vigilância. Porque a maioria como tinham os da rua,
também relaxaram a respeito.
Dessa em
concreto, tem uma cafeteria aonde tomei café e fiquei observando o outro lado,
foi anotando no quadro, o sujeito, tem um sistema, troca de carro, mas a placa
é a mesma, pois fiz uma foto ontem que passei para o Roger, hoje fiz outra vez.
Mas logo de manhã
falando mal de mim, disse o Roger desde a porta.
Repetiu o que
tinha falado com o Jasper.
Beat fez um
mapeamento dos lugares que vendem, tem sempre uma boate ou discoteca ou ponto
de encontro por perto. Mostrou as fotos
do rapaz que tinha morrido, contou como tinha sido, a cara do Roger era de
raiva.
Comentaram tudo,
agora é esperar o resultado da autopsia.
Eu conheço esses
dois lugares, vou dar uma olhada, já que esta aqui perto, para ver se tem as
câmeras de vigilância funcionando, já volto.
Jasper é um bom
detetive, sinalizou Roger, quando ele saiu.
Talvez esteja assim, pois seu companheiro, morreu nas drogas, como tu,
sequer bebe. Pior que o mesmo era um
policial, ninguém, nem ele suspeitava que o mesmo se drogava. Segundo Jasper tinha pesadelos
impressionantes, por ter estado muito tempo nas putas guerras que este pais se
mete.
Bom voltemos,
tens razão, o carro é roubado, a placa, para nossa diversão, é dessas que as
pessoas podem mandar fazer, tipo eu estive em San Francisco. Fui me informar, o que está escrito mais ou
menos isso, eu tenho felicidade.
Bom como não
sabemos o nome dessa droga, usemos esse, felicidade.
Mostrou as fotos
que tinha conseguido fazer com o móvel, Roger passou para o computador, foi
ampliando, o que conduzia também era extremamente jovem, mas se vida que tinha
melhor vida do o que vendia.
Roger buscou na
base de dato, mas não aparecia nada.
Jasper voltou,
com duas gravações, o que fica justo ao lado da esquina que você sinalizou,
disse que o mês passado, lhe romperam duas vezes a câmera, que então, escondeu
justo dentro de seu letreiro, da rua não se vê.
Me cedeu as
gravações, mas tive que comprar outro cd para ele. Diz que o sujeito ou sujeitos que ficam ali,
vão sendo trocados durante o dia, vejam. Foi adiantando rapidamente, num
determinado momento, ele viu o amigo do Brown.
Este distraia o que vendia, lhe roubava uma bolsa cheia, o mesmo ia
atrás dele. Deixando o seu lugar vazio.
Podia ter sido o
que o tinha matado. Mas depois não
aparecia outra vez no vídeo. Já sabiam
a quem tinham que procurar, podia estar em alguma outra esquina.
Começaram a olhar
o que se passava no momento, o localizaram, viram aonde inclusive aonde
escondia a droga.
Jasper saiu com
dois carros, em uma hora, já estavam com ele fichado, na sala de
interrogatórios.
Repetia sem
parar, ele vai me matar, ele vai me matar, ele vai me matar.
Acho que sim lhe
soltou o Beat, sentando-se na sua frente, ontem deixaste um negro te roubar
vários pacotes, hoje a polícia te pega.
Como vais explicar isso.
Como sabem do de
ontem?
Isso nunca
saberás. Agora me conta que aconteceu
quando foste atrás do mesmo.
Viu que ficava
aterrado.
Esse é meu
primeiro trabalho, acabo de sair do reformatório, vem esse viado me rouba,
assim não pode ser, quando entrei atrás dele no apartamento, disse que não
tinha dinheiro, tirou toda a roupa dizendo que já tinha tomado algumas
pastilhas, que eu podia penetrar nele quanto quisesse para cobrar as mesmas.
Eu queria o que
ele tinha roubado, na luta, acabei lhe cortando o pescoço, pois se negava a
dar, estavam no bolso de sua calça, se espalhou tudo pelo chão, quando escutei
um grito do outro lado alguém via tudo pela janela, fiquei apavorado, dei no
pé.
O Chefe me
obrigou a trabalhar a noite inteira sem descanso para pagar pelo que aconteceu,
agora piora, pois vocês tem a droga.
Colocou na frente
dele, a foto do rapaz, perguntou se tinha vendido para ele.
Sim, o que
aconteceu, com esse eu não fiz nada.
Mostrou as outras
fotos do mesmo, se esvaindo em sangue.
Sabes de aonde
ele vinha?
Não, temos ordens
de vender, mas não de falar com a pessoa.
Esta proibido,
por isso vamos sempre trocando de lugar, tudo que sei é que os clientes são
todos gays, pois parece que lhes aumenta o prazer anal. Foi o que me disseram.
Ok, vão te
fichar.
Temos que pedir
que na autopsia do de ontem, façam um exame do estomago.
Para isso vim
aqui, entrava o chefe com o doutor da grupo da cientifica estava ali.
Esse rapaz tinha
os dias contados, mostrou toda a zona da faringe, parecia um papel, o estomago
era igual. Essa droga tomada
continuadamente tem o poder de matar por dentro o consumidor, mandei analisar
todos os componentes da mesma, para saber.
A coisa é mais
complicada.
Mostraram para
ele, a maioria dos consumidores são jovens.
Nisso tocou o
telefone da mesa do Roger, tem no hospital dois casos do mesmo, dois jovens que
sangram pelo anus, pediu ao Jasper que fosse até lá, vê se compraram por aqui,
ou se compraram nas discotecas. Se já
chegaram a isso temos um problema grande pela frente.
Temos que pegar
esse do carro, perguntou ao rapaz preso, quanto tempo ele levaria para aparecer
outra vez.
Dentro de 45
minutos disse olhando o relógio, isso se alguém não lhe avisou que estou preso.
Beat, montou com
Roger uma operação, levou o rapaz, lhe colocou uma coisa no pé, assim ele não
podia mover-se, eu fico do outro lado, um carro viria descendo a rua, outro lhe
fecharia pelo outro lado.
O rapaz estava
certo, o mesmo tinha outro carro, com a mesma placa, chamou o rapaz, ele deu
sinal, o primeiro carro parou na frente dele, ele tentou dar marcha atrás, mas
bateu no seguinte, no que ia sair do carro, Beat, lhe apontou a arma.
O algemarão,
mesmo tempo todas as esquinas, sinalizadas prenderam os rapazes, bem como
conseguiram requisitar as drogas.
Todos tinham mais
ou menos a mesma idade, descobriu que se conheciam do mesmo reformatório. O do carro, apenas era mais um deles, disse
que tinha um ponto de encontro, que devia estar ali dentro de uma hora, lhe
abasteciam, lhes dava o dinheiro, ele trocava de carro, fazia justamente isso,
disse que um deles, enquanto fazia as trocas, se encarregava de trocar as
placas.
Pediram a
descrição dos mesmos.
São como nós, mas
são gente rica, têm um puto carro do ano.
Descreveu mesmo, bem como a placa.
Meu trabalho é só
esse, distribuir, recolher dinheiro.
Todos estivemos no mesmo reformatório, não sei como nos descobriram.
Como no último
carro, os vidros traseiros eram tintados, iria o Beat atrás, com uma arma, os
outros se esconderiam. O lugar marcado,
era como um estacionamento, havia uma grande empresa perto, era fácil, roubar
um carro, usar durante algumas horas, trazer de volta, pois a placa estava só
por cima da outra.
Armaram uma
cilada, na hora certa, entrou com o sujeito, que tremia como vara verde, de
medo, já vi um deles matar outro sujeito porque não levava o dinheiro
certo. Ontem tive que colocar do meu,
pois um dos garotos foi roubado.
Beat não comentou
nada do assassinato.
Jasper que tinha
se unido, disse que um dos rapazes do hospital tinha morrido, o outro estavam
tentando salvar, o que tinha sabido, era que tomavam essas drogas a uns 15
dias, compraram nas ruas.
Quando entrou o
carro por um lado, não repararam que lhes fechavam as saídas. Desceram os dois do carro, se viam realmente
que eram filhinhos de papai. Estavam na
última, o carro era importado.
Quando tentaram
fugir era tarde, tinha uma arma na cabeça.
O carro estava com muitas bolsas da droga. Ficaram rindo, nossos advogados nos
livrarão.
Na delegacia o
primeiro que disseram era que queriam um advogado. Já tinham as fichas, os dois estudavam
química, na casa de um deles, uma mansão que precisava de reparos, encontraram
o laboratório.
Quando o advogado
chegou, disseram que era um montagem da polícia. Tinha ido bem-preparados, inclusive tudo
tinha sido filmado.
A cara do
advogado era ótima. Pior quando soube
que quantos jovens tinham já morrido pela drogas, até agora, temos seis,
estamos verificando nos outros hospitais.
Foi um momento
cômico, pois um virou para o outro dizendo, não te disse que esse produto
químico podia dar efeitos colaterais, um tentando jogar a culpa no outro.
O que tinha o
advogado, a coisa ficou feia, pois era filho de um dos juízes mais importante
da cidade, quando este entrou, tipo, como ousam prender meu filho, escutou toda
história, foi ficando com uma cara impressionante, principalmente quando viu os
mortos, como morriam sangrando pelo anus.
Filho da puta,
soltou para seu filho, te dou tudo, assim me agradeces.
Só queríamos
ganhar dinheiro para montar uma fábrica de prazeres. O homem deu um murro na mesa, pois agora
estarão os dois cheio de prazeres, pois serão julgados, serão carne fresca nos
presídios. Não moverei nem um dedo para
os ajudar, disse ao advogado, estas fora disso, vamos embora. Roger,
perguntou quem era o pai do outro rapaz, aonde tinham a fabriqueta.
Essa casa é da
mãe dele, se divorciaram o pai, soltou o nome do mesmo um dos políticos
influentes da cidade, candidato a senador.
Espere, lhe
chamo, pediu que viesse até a delegacia, não disse por quê.
O homem montou o
maior escândalo, queria que soltasse o filho.
Mas isso já era impossível, pois tinham dois fiscais já tomando conta do
caso. Quando soube das mortes ainda soltou, que falta faz uns veados a menos
nas ruas.
Pois veado sairá
seu filho da prisão, depois de ser carne fresca na mesma. O sujeito era tão filho da puta, que começou
a colocar a culpa na mulher.
Não sabia que o
estava gravando, pois estavam na entrada da delegacia, aí já era tarde, mas não
mandou nenhum advogado defender o filho.
De noite já saia em todas as notícias, o chefe pedindo para quem tivesse
comprado, não consumisse, mostraram o que acontecia.
Ficaram até
tarde, Beat teve uma ideia, chamou o Roman, falou com ele, que reuniu em sua
boate, todos os donos, ou gerentes das que havia por ali. Comentaram da drogas, mostraram os efeitos,
até agora contamos quase 10 pessoas ingressadas, estamos revisando todas as
urgências, podem ter pessoas que consumiram que ainda não tiveram efeito. Por isso gostaríamos que vocês tomassem
cuidado, algum louco pode tentar passar isso nas discotecas, ou boates.
Ele voltou com o
Roman para casa, estava exausto, a puta porta estava aberta outra vez, hoje
mandei colocar um cartaz pedido que fechem a mesma, escutaram gritos do andar
de cima, correram, um rapaz jovem passou correndo por eles, dizendo está
louco. Quando chegaram na porta do
apartamento, estava o rapaz da livraria, com uma faca na mão, segurando o
pescoço do escritor, estava furioso, vi o livro, nem sequer foste descente,
podias ter mudado meu nome, mas não, lá estava o mesmo inteiro. Acabaste comigo, agora vou acabar contigo.
Roger fez sinal
para que Roman seguisse falando, foi se aproximando pelo outro lado, até que
conseguiu pegar por detrás a mão com a faca.
Nisso o escritor
virou um herói. Ia levantar a calças, mas Roman estava filmando com o celular,
isso se não retirares imediatamente o livro de circulação, vou mandar para os
canais de televisão, jornais, revistas para as que trabalha, contando como
consegues as histórias dos rapazes, todos menores de idade, não tenha dúvida,
que ainda irei contar que me deves dinheiro do aluguel, porque vive pagando
para esses rapazes comerem seu cu fedido, em vez de pagar o que deve.
A cara do outro
era de fúria. Não terás coragem.
O mesmo nunca
tinha visto o Roman furioso. Hoje
lidamos com gente que é como tu, lixo, de lixo estou de saco cheio. Tens essa noite para sair do apartamento,
porque senão, eu mesmo jogo tudo na rua, como me deves dinheiro, requisito teu
laptop, como pagamento, o pegou na mesa, foi saindo, viado desgraçado.
Beat, pegou o
rapaz pelo braço, subiu com ele para seu apartamento, o fez sentar-se numa das
poltronas, conversou com ele, começou como sempre, a violência nem sempre é a
melhor solução, o ias matar, quem ia pagar a consequência eras tu.
Tudo isso era uma
encenação, o rapaz que saiu, era meu conhecido, eu subi me escondi, sei seu
modo de agir com os garotos, os convida para tomar uma bebida aqui, ao mesmo
tempo que dá o cu, pede que lhe conte sua história, as grava, pois o laptop
estava acesso, depois a usa para contar nos jornais de merda que escreve,
colocar no seu livro. Eu vi hoje no
jornal, minha história, o desgraçado, como fosse um fundo de verdade, nem meu
nome escondeu, inclusive aonde trabalho.
Tinha lhe contado dos abusos que sofri em casa, tudo isso.
Agora terei que
desaparecer.
Nada disso,
enfrente, vou conseguir ajuda para ti, não se preocupe. Este sujeito desde o primeiro dia não me caia
bem.
Tem coisas
piores, contou dos rapazes mortos, por causa de uma droga nova, que dois
idiotas tinha inventado, para ganharem dinheiro, para fazerem futuramente uma
festa chamada felicidade, aonde todos tomavam a mesma, depois se ofereciam os
melhores prazeres sexuais.
Caralho,
realmente isso é o pior.
Sabe o que vai
acontecer, amanhã isso estará nos jornais, bem como na televisão, nem vão notar
a tua história, já passou a ser passado.
Se alguém falar do teu, ou for ao teu trabalho, manda tomar no cu. Não passa nada, ou chama a polícia que alguém
está te incomodando.
Puxa com você a
coisa é mais fácil de encarar. Isso
pode inclusive me chamar, estou louco mesmo para acertar a cara de algum
sujeito.
Mudando de
assunto, arrumei duas estantes que podem servir para ti. Não tenho quem me ajude.
Pedirei ao Brown
para te ajudar, mostrou seu ferimento que lhe impedia de fazer força, mas tenho
isso, bateu com o dedo na cabeça.
Escutaram um ruído, era o jornalista arrastando as maletas para ir
embora. Tinha parado no apartamento do
Roman, queria seu laptop de volta.
Beat desceu
rapidamente, quando o viu o outro ficou nervoso. Roman, me entregue o laptop, pois o garoto
que ele gravou era menor de idade, ele se quiser o laptop, deve ir buscar na
delegacia. Melhor ir acompanhado de um
advogado.
Tiraste todas as
merdas do teu apartamento. Nisso parava um caminhão de um guarda moveis, isso
deixe tudo vazio, garanto que alugo rápido.
Enquanto faziam
isso, ele conseguiu uma escada com o Roman, creio que fazia ele a porta estar
assim, pois facilitava a entrada e saída de menores.
Quando do guarda
moveis saíram, ele ficou arrumando a porta, Brown com o rapaz vinham com a
primeira estante, enquanto foram buscar a segunda, ele foi levando as caixas de
livro para o salão, depois os dois o ajudaram.
Peter que
entendia de livros, perguntou como ele arrumava os livros.
Sei lá vou lendo,
colocando sem prestar atenção, mas depois me dá dor de cabeça procurar.
Vou separar o que
são livros policiais, dos que são para consulta, os coloco em ordem alfabética.
Brown ia
ajudando, lhe deu dinheiro para que fosse embaixo buscar algo para eles
comerem, pediu que trouxesse água para ele, eles podiam beber o que quisesse.
Quando Brown
desapareceu, lhe disse ao Peter, esse ai é um bom rapaz para ter uma relação,
faz shows, para alcançar seu objetivo, se tiver alguém como tu ao seu lado,
podem os dois chegarem longe.
Depois viu que os
dois realmente tinha uma certa cumplicidade.
Antes de ir
dormir, recebeu uma chamada do Roger, com o caso, fui promovido a chefe do
departamento, que te parece ficar com o Jasper como companheiro, vi que vocês
se deram bem, tem sintonia, basicamente o caso foi resolvido pelos dois.
Falamos amanhã.
Foi outro dia que
caiu na cama morto, despertou de madrugada com frio, tinha deixado a janela
aberta, começava a esfriar de noite.
Desceu cedo, fez
todo o trajeto, rua acima e abaixo, para ver se tinha alguém nos pontos aonde
vendia comprimidos.
Pelo menos
teremos um tempo de paz.
Quando chegou na
delegacia, soube que o filho do juiz estava internado, estava sangrando como
suas vítimas.
Passariam todos
hoje para a prisão do Fórum, aguardando vista do juiz. Melhor Roger, seria saber se os que vendiam
tomavam a mesma, melhor prevenir.
Agora tinha uma
mesa ao lado do Jasper, ele deixava o turno de noite, para ser seu parceiro,
estava feliz, pelo menos uma coisa boa.
Preciso sim
arrumar um apartamento, perto daqui, pois o meu fica longe, para vir, pego um
trafego desgraçado. No turno de noite
sem problemas, pois fazia sentido ao contrário.
Tem um que ficou
vago ontem no meu edifício, contou a história, imagina o sujeito se metia com
os menores de idade para saber sua história para conta-las para um jornaleco
sensacionalista.
Espera, vou ver
se Roman esta desperto, assim na hora do almoço podemos ir até lá.
Na verdade não
tenho muita coisa, até um quarto resolvia o problema.
Bom se queres
experimentar, ontem acabei de esvaziar o quarto da frente, posso te ceder, mas
tenho hábitos um pouco raros.
Telefonou para o
Roman, claro, tenho agora os pintores, limpando, pintando as paredes que
estavam sujas. Se for bonito como tu,
fecho a boate, viverei dos policiais.
Quando foram ver,
Roger estava com as crianças na frente da livraria, foi com eles para ver o
apartamento.
Roman, fez uma
festa com as crianças, riam com as brincadeiras dele. Jasper gostou do
apartamento, é um pouco maior que o meu, mas ficarei perfeitamente aqui. Assim posso fazer uma coisa que quero a muito
tempo, ter uma sala para ler.
Venham ver o meu,
subiram com o Beat.
As crianças, corriam
pelo apartamento, Roger ria, no nosso, temos muitos moveis, quando fazem isso,
acabam metendo a cabeça em algum lugar.
Para descerem,
Roman, desceu com um deles nos braços.
Já o chamavam de tio Roman, soltou na gozação, vou fechar a boate, abrir
um jardim de infância.
Roger lhe disse
que era melhor continuar com os mancebos complicados, pois as crianças davam
muito trabalho.
Jasper ficou com
o apartamento, ele aproveitou lhe apresentou o amigo da loja de comida
embaixo. Roger era cliente de lá.
Devias fazer um
cartaz, colocamos na delegacia, muita gente compra comida ao meio-dia,
inclusive podiam fazer encomendas, mandava entregar.
Obrigado Beat,
sempre foste genial comigo.
Ia mostrar a
foto, mas Beat lhe disse, não a quero ver mais, pois a metade daí já morreu,
nas drogas.
Bom pelo menos
agora, teria seu companheiro de patrulha estava perto.
Passaram-se
meses, estava louco para ter uma saída para dançar, cobrou do Brown, um dia
foram os dois ver o show do Roman.
Jasper disse que
ele não ria das piadas.
Vai parecer que
sou preconceituoso, mas não gosto deste tipo de piada, sobre os gays. É uma vida dura, fazer piadas me parece de
mau gosto.
Saíram para
dançar, viu que o Peter estava esperando fora, para ir junto. Riu muito, pois via que entre eles havia
química.
Então foste a
celestina entre esses dois, soltou o Jasper.
Na pista de
dança, se esbaldaram, Jasper era como ele, adorava o ritmo, se divertiram
muito, alguns se aproximaram para ligar.
Nas não estavam interessados.
Na hora que voltaram,
viu que Brown estava já vivendo com o Peter, comentou isso com o Jasper, nunca
vivi com ninguém, gosto do meu espaço.
Gostaria de ter um relacionamento, mas que fosse uma coisa séria, mas
veja o Roger, menos mal que agora é o chefe, tem dois filhos, isso vai
complicando a coisa.
O apartamento do
Jasper tinha ficado interessante, ele mesmo tinha pintado uma das paredes da
sala de outra cor, no antigo apartamento, tudo era apertado, aqui tenho espaço.
Se despediram,
rindo, sinto tesão por ti Beat, mas isso ia estragar o outro lado, que é o que
gosto, de trabalhar contigo.
Nem posso pensar
em te beijar, porque sei que rolaria alguma coisa. Me dá um certo medo não saber separar as
coisas.
Tens razão, vamos
dar tempo.
Beat foi
designado pelo departamento para fazer um curso em Quântico de perfilhador, foi
ficou dois meses, queriam que ficasse lá, mas disse que nem pensar, estava
satisfeito aonde estavam, mas um dos motivos foi que um dos professores fez uma
brincadeira, que tinham alguém de uma delegacia gay de San Francisco.
Nesse tempo
Jasper conheceu um advogado, estava enamorado, o outro queria que ele fosse
viver juntos, mas tinha uma péssima experiência nisso.
Seu trabalho
agora era mais de acompanhar os casos complicados, não gostava muito, embora se
saísse bem no assunto.
Tinha sentido
pela primeira vez falta de sua casa. No
dia que chegou, se encontrou com Roman, que soltou-lhe logo na cara, porra me
senti abandonado por ti, logo agora que me apaixonava.
O abraçou rindo,
rapaz fizeste falta. Contou que o
romance do Brown ia em vento popa, tinha conseguido uma bolsa de estudos, para
o Ballet da Cidade, agora já não dançava mais no Club, na verdade mal o
vejo. Sei dele pelo Peter.
Roger também fez
uma festa, pois tinha sido ele que o indicou, fez milhões de perguntas sobre o
cursos, tenho que tirar dúvidas contigo.
Perguntou dos garotos?
Enormes, tenho
medo quando chegue a adolescência, pois fui um terror nessa época, meus pais
que o digam, reconheço que devo ter sido insuportável.
Já sabes então
como lidar com a situação, olhe o teu exemplo, contorne o assunto.
Ah, tem um livro
que procuravas, que o Charles conseguiu para ti.
Passou pela
livraria, justamente era sobre um assunto que tinha lidado muito durante o
curso, pois abordava a análise de aonde tinha saído a pessoa.
Estava com ele na
não, quando um homem ao seu lado observava, que lia a contracapa, se virou como
dizendo algum problema.
Estou interessado
também no livro, sou psicólogo, estou lidando com um paciente complicado, queria
me informar a respeito. Ele ficou de
boca aberta, olhando o outro.
Não me reconheces
Jerome?
Sabes o meu nome?
Saíste uns dois
anos antes de mim do orfanato? Eras
considerado o melhor aluno da escola externa que ia.
Sim, com isso
consegui uma bolsa de estudos, para estudar, vim acabar aqui, agora sou
psicólogo de um reformatório de jovens complicados. É muito difícil, como passei aqui, vi que
encomendavam livros, ia perguntar por esse.
Chegas tarde,
disse brincando, eu acabo justamente de fazer um curso a respeito, a mim só me
interessa um capitulo, posso ler, em seguida passo para ti.
Queres um café,
era final de tarde, ficaram os dois conversando, como tinha sido a vida depois
do orfanato.
Jerome o tinha
defendido algumas vezes das brincadeira dos maiores. Comentou com ele, se
lembra que faziam gozação comigo, porque eu ficava sempre esperando a minha
mãe, ela tinha me deixado na porta, dizendo que voltaria para me buscar, mas
nunca apareceu.
Um dos motivos
por que comecei justamente a procurar esse livro, pois normalmente nos que
viemos do orfanato, a maioria não sabe de aonde saiu. Isso as vezes é estressante, pois te tens
milhões de perguntas sem respostas.
Nesse livro tem justamente um capítulo sobre isso.
Pois é, eu ao
contrário, tinha lembranças, pois vinha de uma família disfuncional, pais
alcoólatras, tinha um irmão mais velho que tinha problemas, me pegava quando
garoto, depois o procurei, quando sai, estava num manicômio, tentei me
aproximar dele, mas continuava muito agressivo.
A última vez que o visitei,
parecia um velho, muitas medicações para controlar toda essa agressividade
resulta nisso. Pelo uma vez ao ano vou,
para saber dele.
Quanto aos meus
pais, nunca souberam me dar informações, talvez por isso, tenho horror a
bebida, bem como as drogas.
Para mim o
orfanato foi um oásis de paz, em comparação com a casa que vivi antes de
nascer, quando queriam me adotar não podia, eu tampouco queria voltar a ter uma
família, ficava analisando as pessoas que iam buscar órfãos, tinha a sensação
que sempre tinha alguma coisa por detrás.
Agora mesmo tenho
um rapaz, que passou por mil casas de adoção, mas foi abusado em todas,
inteligente, se tivesse uma família, poderia ir em frente.
Está lá, porque
quase matou um velho que o tinha adotado, agora como já era mais forte, se
defendeu quando lhe quis meter a mão.
Venha um dia
conhecer os rapazes, creio que vais te lembrar da nossa época das conversar com
irmã Eugênia, lembra dela, nos reunia, para conversar, falar do que sentíamos.
Trocaram endereços,
amanhã tenho o dia livre, posso ir aonde trabalhas, o que achas.
Apareceu logo
cedo, sem saber por que sonhou com um garoto que lhe pedia ajuda.
Mal entrou, se
sentiu observado, viu um bando de garotos olhando por uma janela com grades,
isso não existia no orfanato.
Jerome lhe
mostrou as instalações, algumas vezes sou obrigado a dormir aqui, todos fazemos
plantão, depois o levou a uma sala aonde estavam reunidos, os professores,
psicólogos, conversou com eles.
Mas o que
impactou mesmo, foi para uma sala com Jerome, para uma seção, em que estavam
esses conflitivos, todos ficaram olhando para ele, mas o mais interessante, ali
estava o garoto do seu sonho. Era
loiro, olhos azuis, tinha a marca de um murro no olho, bem como o lábios
cortados.
Te meteste outra
vez em confusão Rob?
Jerome, tentaram
outra vez me pegar na minha cama, mas nunca mais vou permitir que abusem de
mim. Agora já sou maior, posso me
defender.
Apanhei, mas
também o outro levou. Se virou para ele,
disse, sonhei essa noite que vinhas, me tire daqui por favor. Depois abaixou a cabeça ficou chorando.
Alguma coisa
mexeu na sua cabeça, olhando o garoto, se lembrou dele mesmo quando tentaram
lhe abusar, tinha sido um padre que vinha dar missas. Ele nunca ia assistir, o mesmo veio conversar
com ele, começou passando a mão na sua cara, mas a estas alturas, já sabia das
coisas, quando o outro avançou, lhe deu um chute nos ovos, que ficou ali no
chão gemendo, contou tudo para a irmã em quem confiava, na semana seguinte quem
vinha era um velho.
Mas nunca gostou
de igrejas.
Depois comentou
com o Jerome, que ele também tinha sonhado com o garoto, não sei por que parece
que tem as feições de minha mãe. Que é tudo que me lembro. Qual a idade dele?
Vai fazer quinze,
ficara aqui até ter 18, as vezes morrem nas brigas pelos que querem o poder do
local. Os garotos que você prendeu,
saíram todos daqui, como foram parar vendendo drogas não sei. Mas é o que acontece com a maioria.
Posso conversar
com ele em particular?
Sim, mas cuidado.
Não se preocupe,
sei analisar uma pessoa.
O rapaz entrou,
estendeu a mão Rob Wilson, sentou-se jogando na cadeira.
Entras, outra
vez, te apresentas, mas senta direito, ficou esperando, sem dizer uma palavra.
Em silencio
esperou. O rapaz se levantou fez o que ele
tinha dito.
Como podes pedir
minha ajuda, se te comportar dessa maneira.
Olhou para ele,
foi franco, sabes quando te sentes perdido, que nada parece importar, só não
quero que toquem em mim. Às vezes me
olho num espelho que tem no banheiro coletivo, se tivesse uma navalha, cortava
minha cara para deixar de ser bonito.
Se te pedisse
paciência terias?
Porque ia ter
paciência, sinto que minha vida me escapa.
O que gosta de
fazer? Mudou o rumo da conversa rapidamente.
Bom a biblioteca
daqui nem sempre tem os livros, completos, alguns arranca páginas, a primeira
surra que levei aqui foi por isso, perguntei a um que o fazia, o porquê?
Me respondeu, que
as verdades que o livro falavam, eram só para gente que tinha família, ele não
tinha nenhuma, tinha dormido na rua durante anos, passado fome, angustia, e
vinha um filho da puta, dizer que a vida era bela, que o sol brilhava para
todos.
Me pegou, agora
me diga, a vida é bela.
Aonde gostaria de
viver?
Num lugar que
pudesse estudar, ser alguém, pudesse ler livros que me interessassem, seguir em
frente, deixando toda essa merda. Mas
cada vez que me recolheram no orfanato, acaba no mesmo, abusos, atrás de
abusos. Quando reclamava era pior.
Vou tentar te
ajudar ok.
Pediu ao Jerome,
quem era o contato dele, que tinha cuidado de suas adoções.
Esse lhe deu sua
ficha, não posso dizer, mas leia e verás que é sempre a mesma pessoa.
Era uma
mulher. Anotou o nome.
Pediu ao Roger um
dia para resolver um assunto.
Foi até o
departamento responsável, perguntou pela pessoa, lhe disseram que não podia
atende-lo, ele só mostrou sua placa, imediatamente mudaram o
comportamento. Uma mulher o levou até a
outra. Estava sentada numa mesa, cheia
de doces em cima, muito gorda.
Perguntou se ele
era responsável por Rob Wilson?
O que esse garoto
fez agora, sempre que consigo um lugar para ele ficar, me dá problemas.
A senhora o
conhece?
Pessoalmente não,
não temos tempo para isso, mostrou uma pilha de papeis, mal consigo afastar a
bunda dessa cadeira.
Eu imagino, pois
chegara o dia que nem se levantar vai poder.
Ela não
entendeu. Quem é o juiz responsável
pelo rapaz.
Nenhum, aqui os
casos só vão para os juízes de menores, quando é necessário.
Por favor me dê
uma cópia de seu processo, vou cuidar desse garoto.
Isso se eu
quiser.
Quem é o chefe
geral aqui.
Apareceu um homem
alto magro, sou o chefe.
Estou pedindo uma
cópia de um processo, a senhora, gorda como um elefante, que deveria estar na
rua, para saber como andam as pessoas que ela dá em adoção, em vez de ficar aí
comendo como uma louca, me diz que só se ela quiser.
Posso
perfeitamente ir a um juiz, mandar prender essa senhora, por desacato a
autoridade.
O chefe, tirou o
processo da mão dela, já não estas com esse caso, pegou a pilha que ela tinha
em frente, o resto também, estou farto de falar contigo, estas despedida.
Fora daqui bicho
gordo.
O levou para sua
sala, tenho esse problema, a maioria aparece para trabalhar aqui, vinda da mão
de algum político, querem sombra e agua fresca, salário no final do mês.
Pode ler o
processo.
Aqui não fala dos
abusos que esse garoto sofreu. Nem
porque ela o mandou para um reformatório.
Quem é o juiz
responsável por esses processos. Estava tão furiosos, tirou o celular do bolso,
ligou para o Roger, disse aonde estava, se ele podia vir, pois estava perdendo
o controle diante de tanta burrada.
Roger levou
quinze minutos em chegar.
Falou com ele,
olhe esse processo, esse garoto a cada casa que vai, sofre um abuso, não consta
nada aqui, quem era responsável por ele, era uma gorda, que nunca saiu de seu
cubículo, como diz seu chefe, indicada por algum político.
Quero retirar
esse garoto do reformatório, imediatamente, dizem que só posso ter um audiência
com um juiz, dentro de um mês. Já lhe
pegaram tantas vezes lá, que é possível que dentro de um mês nem esteja vivo.
Calma, falou com
um juiz, esse imediatamente, disse que mandava uma auxiliar, ir buscar o
processo, que estava farto desse departamento.
Foram juntos com
a mulher que veio. O juiz era simpático,
da idade dele.
Viu que ele
ficava admirado de sua juventude.
Não se preocupe,
com toda a merda que vejo todos os dias, ficarei velho antes do tempo.
Estendeu a mão,
Matt Smith.
Greg Beat,
senhoria.
Ah o detetive que
no primeiro dia de trabalho, acabou com esses filhinhos de papai que estava
experimentando vender drogas, para ver como funcionavam. Um acabou morrendo, o outro está até hoje em
prisão preventiva, porque o pai faz tudo para bloquear. Político tem essas merdas. O mesmo já sofreu dois abusos dentro do
sistema, o pai cada vez faz mais escândalos, perdeu a eleição como queria, ser
senador. Agora sabemos que o FBI está atrás
dele também.
Sempre é a mesma
merda.
Bom que posso
fazer por ti?
Não vou esconder
nada, o senhor sabe que sou gay, pois se estou nessa delegacia tem isso, vivo
sozinho, mas meu apartamento tem um quarto vazio aonde poderia receber esse
garoto, posso lhe dar escola, bem como ajuda, para que tenha um futuro.
Isso é tudo que
posso prometer. No mesmo edifício, já
para que saiba, vive um outro companheiro da delegacia, o proprietário é dono
de uma boate. No andar de baixo tem uma loja de comida de um companheiro de
orfanato.
Ah viveste num
orfanato?
Sim, até sair, me
negava ser adotado, porque no dia que minha mãe me deixou lá, disse que
voltaria para me buscar. Um dia tomei
consciência que nunca voltaria. O
psicólogo do centro aonde está o rapaz, também foi desse orfanato.
Então vamos fazer
uma experiência, ficas com a guarda dele três meses, se funcionar, te dou em
adoção, a senhora que os trouxe até aqui ficará responsável por verificar se
tudo corre bem.
Mandou que ela
preenchesse o papel.
Ele enquanto
isso, passou a mão no celular, falou com Roman, meu amigo preciso de um favor
teu, mande alguém comprar uma cama, bem como roupa de cama, para o quarto que
tenho vazio, sei que tens uma chave do apartamento, por favor, faça isso por
mim.
Acerto em seguida
contigo o dinheiro.
Já era quase
noite, quando saiu do centro com o Rob, este estava feliz da vida. Falou serio com ele, te dou uma chance, não
me falhe, senão voltas para cá.
Sim senhor.
Pode me chamar de
Beat, como todo mundo. Ok.
Ia sentando no velho
carro ao lado dele. Só tinha uma mochila.
Tenho uns dias de folga para tirar, já pedi ao meu chefe Roger, vamos
arrumar uma escola para ti, comprar roupas, fazer exames médicos, tudo isso,
espero que confies em mim. A auxiliar do
juiz que me deu tua guarda ira aparecendo de surpresa para saber que vai tudo
bem, por isso, não cometa asneira. Sabes que sou da polícia, sou dos bons, então
te comporte.
Primeiro,
sente-se direito no carro, vão pensar que eres um traficante.
Ele se arrumou
imediatamente.
Quando chegou em
casa, o Roman, estava esperando, acabei de subir a cama, vamos ver se fiz
direito, estendeu a mão para o Rob, sou Roman, vivo aqui no edifício. Ok,
qualquer coisa, fale comigo.
Subiram, ele
achou engraçado o apartamento ter poucas coisas, mas gostou da quantidade de
livros que tinha.
O quarto era de
frente, tinha mais ruído, mas com as janelas fechada abafava. Ele quando viu a paisagem, disse oba, tens um
lugar bonito Beat.
A roupa de cama,
era simples, mas agradável.
Roman soltou,
hoje descobri que era verdade o que o Brown falou de ti, que as toalhas de
banho tuas, são velhos lençóis.
Sim secam melhor,
no orfanato era assim.
Estiveste num
orfanato também?
Sim senhor, até
os 18 anos quando sai para ir estudar para ser policial.
Patrulhei muita
rua, pode ter certeza disso, levei tiros também se queres saber.
Sou duro na queda
Rob.
Bom temos um
pequeno problema, não sei cozinhar, normalmente compro comida no meu amigo da
loja de baixo, ele foi do mesmo orfanato que eu.
Ele antes de saírem
para comprar comida, enquanto queria saber o quanto Roman tinha gastado, nada
de me pagar agora, coloco no teu aluguel, quando mandar o mesmo para o banco.
Pelo menos já
tinha uma geladeira pequena, Rob abriu, ficou rindo, só tem água?
Sim, eu não bebo,
tampouco fumo, tenho horror a drogas, mais alguma coisa curioso.
Venha vamos
buscar comida, pois estou exausto.
Enquanto desciam,
perguntou se não tinha televisão?
Não, prefiro ler,
depois quando chego em casa estou tão cansado, tenho que tomar cuidado para não
dormir sentado.
Quando entrou seu
amigo, saiu detrás do mostrador, sabes que as notícias correm por aqui, vi
subindo moveis.
Bom esse é o Rob,
vai viver comigo, por alguns anos, espero.
Diga-lhe que gosta de comer, viu que ele olhava o mostrador. Uau, irei provando cada dia uma coisa, mas
agora de noite, um bom sanduiche ia bem.
As bebidas pega
na geladeira.
Não na casa do
Beat tem água, isso basta.
Vou fazer dois
sanduiches como o Beat gosta, além de uma salada também, tens pratos Beat?
Beat ria, claro
que não, sempre como na embalagens que me das.
Ele buscou dois
pratos brancos, depois Rob, me trazes ok.
Envolveu os
sanduiches nos pratos, a salada na embalagem. Te coloco na conta ok, Beat.
Até logo colega.
Quer dizer que
ele também viveu no orfanato?
Sim, era
protegido da irmã que cuidava da cozinha, aprendeu o básico com ela, depois
trabalhou em muitos restaurantes desde limpando, ajudante de cozinha, até
conseguir dinheiro para abrir sua lojinha.
Tenho uma conta,
pago no final do mês. Não gosto muito de
pizza, nem de comer porcarias, no final de semana, ele me prepara refeições, que
guardo na geladeira, depois é só esquentar.
Lavou as mãos,
ele fez igual, se sentaram um em cada poltrona.
Comeram
conversando, ele estava curioso com os livros em volta da poltrona do Beat.
Leio vários
livros ao mesmo tempo, por exemplo agora estou consultando como cuidar de um
adolescente pesado.
Rob ficou olhando
para saber se era verdade, Beat ficou rindo, é brincadeira.
Me conta como foi
tua vida no orfanato Beat.
Bom um dia, não
me lembro nada antes disso, minha mãe me deixou na porta disse que vinha me
buscar, nunca veio, mas logo fiz meus amigos que alguns menos preparados já
morreram, mas tem outro que está aqui perto, que cuida de um hotel, esse, tem
uma filha, está casado, tem o daqui de abaixo, uns quantos em Los Angeles,
todos como eu, tentando viver ou sobreviver.
Sei o quanto é
duro. Me lembro que ao princípio,
chorava de medo de noite, algumas vezes morria de vergonha, pois quando ficava
nervoso, mijava na cama. Mas a irmã que
cuidava do dormitório, me dizia para não ter vergonha, todos fizeram isso me
dizia. Quando for assim venha me despertar, eu te ajudo a trocar a roupa de
cama. Com o tempo eu mesmo fazia minha
cama. Terei agora que comprar umas
toalhas de banho para nós, já basta de ficar usando trapos.
Ah, o Roman
deixou uma em cima da cama para mim.
Tens escova de
dentes?
Não ficou tudo
lá, mas eu uso os dedos amanhã, depois já se vê.
Ficaram
conversando, viu que ele ficava mais relaxado.
Quando viu que estava com sono, foram até o quarto, precisamos comprar
cortinas, pois tem muita luz da rua.
Não importa, até dá
um colorido no quarto. Depois que eu fecho os olhos durmo.
Uma coisa para
pensares, podes me falar de tudo que queiras, nunca tenha vergonha do que
aconteceu contigo. Antes de mais nada, o
juiz sabe disso, eu sou gay, mas gosto mesmo é de estar sozinho, raramente
tenho um namorado, quando muito uma aventura.
Mas te aviso ok.
Tampouco penso em
abusar de ti. Aqui estás em segurança.
Viu que ele não
tinha pijama, iria anotar tudo para não esquecer. Pediria ajuda ao Roman para isso.
Ficou de costa,
enquanto ele se metia na cama, Roman tinha já comprado um edredom.
Foi para perto
dele, deu um beijo na sua testa, seja bem-vindo em minha casa, bem como em
minha vida. Durma bem. Meu quarto é do
outro lado, qualquer coisa me chame ok.
Ficou deitado na
cama, pensando no que tinha feito, tinha sido tudo por impulso, mas ver aquele
garoto dessa maneira lhe dava lastima.
Sabia que não tinha mentido para ele.
Ia tentar ser um
bom pai, sem experiencia, mas tentaria.
Começou a rir baixinho, acabou soltando uma grande gargalhada, viu que
Rob o olhava espantado da porta.
Lhe contou por
que ria, Roger quando me contou que tinha filhos, fiquei espantado, quando
falou do seu marido. Depois conheci as
crianças, ele dizia que Charles, era que estava sempre preocupado com eles, era
mentira, é um puto pai.
Me perguntou se
eu queria ser pai, lhe disse que “deus me livre”, amanhã tenho que falar com
ele, vai fazer uma puta gozação, porque agora faço papel de pai contigo. Vá dormir garoto que já é tarde, durma bem,
desculpa ter-te assustado.
É verdade, parece
que vou ser pai.
Os dias seguintes,
voaram, aceitou ajuda de Charles com a escola para Rob, bem como orientação de
como cuidar dele. Comprou uma geladeira maior, seu amigo agora preparava comida
congelada, se ele não estivesse era só colocar no micro-ondas. Tinha inclusive um trabalho, desde o momento
que saia da escola, até ele passar para busca-lo, ajudava na livraria.
Segundo Charles,
aprendia as coisas rápido.
Seu quarto agora,
tinha uma poltrona, presente do Roman, bem como uma mesa para estudar, com
cadeira giratória, presente do Jasper. Umas cortinas também presente do Roman.
Ele mesmo tinha
encontrado uma coisa que considerou um luxo, toalhas de banho de linho, que
depois da primeira lavada, pareciam com os lençóis.
O melhor era a
seção noturna, como chamava o Rob, os dois sentados, com a comida numa bandeja
conversando sobre como tinha ido na escola, o que gostava de estudar, o
trabalho na livraria que ele amava. Na
escola o único problema, como estava atrasado nos estudos, era que tinha que
conviver com jovens que não tinha sofrido nada na vida, viviam para brincar,
rir, planejar alguma festa. Não
encaixo, creio que vai ser assim também quando chegue a universidade. Terei que escolher alguma coisa que as
pessoas levem a sério. O único com quem
consigo conversar, era o tipo que todo mundo goza, porque é o mais inteligente
de todos, foi ele quem me deu a dica de como levar os outros. Lhe ensinei alguns truques para se defender,
agora sentamos juntos para comer o lanche, ele quando olha os sanduiches que
tenho, fica com água na boca, mas fazemos o seguinte, lhe dou metade do meu,
ele metade do seu, perguntei que lhe fazia, me disse que a empregada. Seu pai é um homem solteiro.
Esperavam a
primeira visita da auxiliar do juiz, Rob queria arrumar a casa toda, ele disse
que não temos que ser verdadeiros, nada de inventar mentiras, o tiro sempre sai
pela culatra.
Quando abriu a
porta, que estava ali era o próprio juiz.
Fiquei curioso,
como iam vocês, apertou a mão do Rob, meu filho disse que passe na loja embaixo
para comprar um sanduiche que levas na escola.
Ah, eres pai do Bob?
Sim, me disse que
lhe ensinaste a se defender. Ele tem um
QI altíssimo, mas sempre quis ser tratado como uma pessoa normal, podia estar
numa escola especial, mas diz que tu rivalizas com ele. Que a conversa dos dois é satisfatória, que
tu nunca falas nenhuma besteira.
Estavam os dois sentados
na poltrona, Rob, sentado no chão.
Ou seja não tenho
muito que falar, já passei na livraria, aonde trabalhas, ele te dedurou em
tudo, se matou de rir. Perdão.
Falei com o
senhor Charles, me disse que eres melhor do que acreditas.
Também já falei com
o senhor Roman, parece que tens todo mundo comendo da tua mão.
Bom o Beat me diz
que tenho que ser honesto com as pessoas, temos nossas reuniões todas as
noites, para falar do que fazemos durante o dia, mas ele sempre esconde alguma
coisa que acha que não pode falar.
Bom acho que
agora tenho que conversar com ele. Pode
nos deixar a sós, depois vou conhecer teu quarto.
Vejo que estas
fazendo bem teu trabalho.
Tirando o susto
que lhe dei no primeiro dia, tudo bem.
Que susto?
Lhe contou da
gargalhada, realmente no dia seguinte, na verdade a semana seguinte tive que
aguentar a gozação do Roger, do Jasper, agora me chamam de papai Beat.
Mas quem me
ajudou muito mesmo foi Roman, faço uma gozação com ele, dizendo que ele é a avó
do Rob. Me ameaça dizendo que o vai
ensinar a andar de sapatos altos.
Se surpreendeu do
que veio em seguida.
Já que nossos
filhos são amigos, também poderíamos ser. Podíamos marcar saída os quatro, ou
mesmo jantares, ou alguma coisa que eles gostem.
Isso em que
plano?
No que queiras Beat,
te venho observando desde longe todo esse tempo, eres confiável, teu pessoal te
respeita, teus amigos igualmente. O de
aqui abaixo, foi sensacional, me disse que o Rob, pede para ele caprichar no
sanduiche que comparte com meu filho. Acha que um dia terá essa oportunidade, ter
uma família, mas frisou bem que já pagou a metade do empréstimo que tem.
Sabe, gosto dessa
sala, não tem nada a ver como a minha sala, foi decorada pela minha mãe, é uma
mulher pesada. Mas Matt, meu filho o
chamamos de Junior em casa, pois dois com o mesmo nome fica difícil, tive um
romance, querendo não ser gay, com sua mãe, éramos companheiros na faculdade de
direito, quando ficou grávida, nos casamos, mas teve uma gravides
complicadíssima, nunca mais pode sair da cama.
Morreu quando ele tinha dois anos, o criamos, entre a senhora que
realmente me criou, as vezes minha mãe, que quer lhe fazer todas as vontades, por
isso aceitei ser juiz de adoção, para ajudar os garotos.
Não sei se sabes,
remontei todo o departamento, coloquei todo mundo a disposição, não sabes a
barbaridades que encontramos, ninguém tirava a bunda do assento para saber se
as crianças estava bem, mentiam no que escrevia, omitiam coisas.
Mas agora quem
leva tudo, é a senhora que era minha auxiliar.
Com mãos de ferro, diga-se de passagem, selecionamos um a um os
funcionários, claro apareceram uns quantos, encaminhados pelos políticos, não
aceitamos nenhum.
Estou esperando
tua resposta, nesse domingo tem um jogo de basquete, eu sempre levo o Matt,
embora ela não seja um apaixonado.
Gostas?
A verdade é que
não, nunca gostei muito de esportes, tinha pensado em levar o Rob, com os
meninos do Roger, a praia, se quiseres pode vir, será um prazer.
Foram olhar o
quarto do Rob, ele estava sentado, estudando um tratado sobre psicologia
aplicada ao jovens em orfanatos.
Matt, lhe
perguntou se era da escola?
Nada é o assunto
que o Beat adora estudar. Eu tenho que
manter uma conversação com ele a altura, o que não entendo, escrevo, mostrou um
bloco, depois ele me explica.
Ah, combinamos de
no final de semana ir à praia com vocês, achas que Junior vai gostar?
Oba, outro dia
estávamos falando disso, o quanto nos gostaria aprender a fazer surf.
Para que o senhor
saiba, ele sabe tudo sobre mim, que vivia num orfanato, que fui abusado muitas
vezes, ele também me conta suas coisas.
Afinal é o único amigo que tenho, tenho que confiar nele.
Beat depois
conversou com ele sobre isso.
Ora Beat, ele é
inteligente, tinha que testar, ele podia ter-se afastado de mim por isso, mas
foi ao contrário, as vezes quando estou pensativo, me pergunta o que me
perturba. Sei que posso falar com ele.
Outro dia
descobrimos, uns garotos, que tinha abaixado a calça de um menor no banheiro,
ajudamos esse garoto, falamos com o diretor, os que o fizeram como sempre são
filhinhos de papai, acham que podem tudo, armamos uma arapuca para eles,
filmamos tudo, mostramos para o diretor, que finalmente acreditou na gente, os
colocou para fora da escola. Eu lhe
disse que se não tomasse providências, ia passar o vídeo para meu pai que era
da polícia.
Beat, ficou de
boca aberta, me chamaste de meu pai.
O Juiz Matt,
disse que os papeis estão prontos, que o senhor pode ir assinar.
Ficaram rindo os
dois de mãos dadas, meu filho Rob.
No domingo foram
a praia, em dois carros, na última hora Jasper que tinha brigado com o
namorado, pois dizia que dai não saia nada.
Como sempre Beat, parece que quando a vontade de muito sexo acaba, não
se sabe levar em frente.
Calma, um dia
dará tudo certo.
No carro deles,
levavam em cima uma prancha de surf do Jasper, o Matt ia na frente, com ele, os
meninos atrás escutando as orientações que Jasper ensinava sobre o surf.
Foi um dia fantástico. Repetiram muitas vezes, algumas vezes
alugavam uma casa na praia para passar o final de semana os quatro. Ficavam sentados na varanda, escutando os
meninos conversarem.
Um dia como quem
não quer nada Matt, lhe perguntou se ia ter que esperar muito, pois tinha muita
vontade de lhe dar um beijo. Quando o estavam fazendo na cozinha, os meninos
entraram, ficaram na porta rindo. Junior
soltou, finalmente, não aguento mais escutar o velho falando de ti.
Anos depois
quando finalmente se casaram, os dois estavam na universidade, o salão da casa
agora tinha uma mesa grande para o Matt, estudar seus casos, de vez em quando
lia os processos, depois passava para o Beat, pois sabia que ele era mestre em
ler nas entrelinhas.
Os meninos
compartiam quarto, estavam sempre falando, embora estudassem coisas diferentes
na universidade, sempre trocavam ideias.
Rob estudava psicologia, Matt, fazia filosofia, bem como psicologia, os
dois podiam passar horas e horas discutindo alguma coisa, um deles entrava na
sala, pergunta ao Beat, aonde tens aquele livro, citavam o escritor, para dizer
ao Rob que eu tenho razão.
Roman, acabou
vendendo a boate, estava cansado, agora sou avô de dois netos, tenho que dar
exemplo, era com ele que os garotos falavam sobre sexo.
Jasper continuava
sem acertar.
O melhor era que
Roger agora era o primeiro chefe de polícia da cidade, gay, casado com outro
homem, com filhos.
Beat tinha uma
ordem, cada um arrumava sua cama, seu quarto, Matt pai, adorava escapar, mas
ele não permitia, se não ajudas terás que dormir de pijama uma semana. Em seguida estava ajudando.
Finalmente sem
buscar muito tinha uma família, quando a CIA o chamou de novo, disse que era
impossível, pois tinha família, além de ter sido nomeado chefe da delegacia do
bairro, não lhe interessavam, mas sempre lhe consultava para alguma coisa.