![]()
![]()
GET AROUND
DAR
A VOLTA POR CIMA
Estava furioso,
mas não sem razão, as coisas no último mês, tinham saído do seu controle, tudo
tinha ido para a casa do caralho, como ele dizia.
Voltava de uma
viagem ao Canadá, aonde tinha ido atender um cliente, era arquiteto, decorador,
tudo que fizesse falta, apesar de viver em Londres era americano, já vivia e
trabalhava no Reino Unido, para mais de dez anos. Os mesmo dez anos que vivia junto com um
jornalista que tinha conhecido nada mais ao chegar, durante seu primeiro
trabalho. Afinal ele o tinha lançado no
mercado por causa de uma reportagem.
Era o querido dos
novos ricos, que compravam mansões velhas para restaurar, queriam era
aparentar, ele era experto em saber restaurar essas casas as transformando no
mais moderno possível, além de aproveitar os moveis antigos, misturando com os
modernos, os mais caros do mercado.
Sempre que induzia um cliente a comprar alguma coisa, recebia claro
dinheiro por fora.
Tinha ido
justamente finalizar um trabalho. Um
inglês que tinha emigrado para o Canadá, com uma mão na frente, outra atrás, tinha
comprado uma mansão, mas ao ver um trabalho seu, o contratou. Fez o projeto, foi ao Canadá várias vezes,
separou todos os moveis antigos da casa, os mandou restaurar, os transformando
em algo moderno, visitou as lojas de lá para saber negociar as compras. Todo mundo o conhecia das revistas de
decoração que chegavam lá.
Foi relativamente
fácil, tinha agora contrato para mais duas.
Mas claro nunca nada é cem por cento perfeito.
Mal desembarcou,
o levaram a parte, dizendo que seu namorado Boris Smith, tinha um problema que
por conviverem tinha que fazer uns testes.
Não se preocupe com a sua bagagem, nesse momento um agente a está
recolhendo a levará para sua casa.
Pelo visto Boris
estava infectado com algum vírus, não sabiam, se tinha ido para Bielorrússia
com o vírus ou se tinha contraído lá. O
levaram para o hospital, viu de passagem, Boris como numa bolha, um quarto
especial, para pacientes com vírus estranhos.
Seu fotografo também o tem, mas em grau menor. O senhor Boris está em coma induzido.
O fizeram fazer
todos os tipos de exames, ao final o levaram para uma sala, aonde estavam dois
médicos, ainda com humor brincou, um me dará uma boa notícia, o outro vai me
ferrar, é isso?
Realmente pode
ser isso, o senhor não tem o menor indício do vírus, portanto contraiu lá, mas
passo a palavra ao meu companheiro um oncologo.
Nos exames,
descobrimos que o senhor tem um tumor no pulmão, o quanto antes opere será
melhor, pois é um dos tipos raros, teremos que extirpar metade de seu pulmão,
além de quimioterapia, radio, o que faça falta.
Ele entrou nessa
roda viva, lhe operaram em seguida, cancelou os contratos que tinha, explicando
a razão. O médico lhe disse o senhor é
jovem, forte, esportista, o que era uma meia verdade, as pessoas o olhavam para
seu físico, pensavam que passava o dia inteiro em algum ginásio fazendo
fitness. Odiava fazer exercícios, o
tinha pela sua juventude trabalhando duro para chegar ao final do mês.
Como Boris estava
em coma, resolveu que se operaria ali mesmo.
Antes da operação ficou sabendo da verdade, que já desconfiava. O pobre fotografo, era sua primeira
experiencia numa reportagem desse calado.
Mas claro Boris o tinha escolhido porque era jovem, bonito, além de
fazer seu tipo. Filho da puta pensou,
desde que tinha começado com uma conversa de terem uma relação aberta, já
desconfiava, mesmo antes, sabia que nas viagens que fazia, sempre pintava uma
certa aventura.
Por isso, sempre
se protegeu, usando camisinha, o outro reclamava, mas não abria mão, depois de
ter visto na sua juventude a quantidade de gente morrer de AIDS, não fazia
concessões.
Boris dizia que a
sensação não era a mesma, queria sentir seu imenso aparelho dentro dele,
vibrando. Sempre era exagerado em tudo.
O rapaz contou
que os tinham separado, tinha colocado Boris dentro de um containers de
transportar produtos, ele em outro. Morri
de medo, mas fiquei quieto, não sabia direito o que tínhamos ido fazer,
tampouco de que ia a reportagem. Fazia
apenas um mês que estava no jornal.
Como ele era famosos, pensei que lançaria minha carreira.
Quando esteve a
sós com o rapaz, perguntou se tinha acontecido algum relacionamento sexual com
Boris.
Tentar ele
tentou, mas não sou gay, inclusive me ameaçou que seria minha última
reportagem, creio que afinal foi ele quem criou essa confusão toda.
Ficou com pena do
rapaz, com um ódio mortal do Boris.
Estava já na
última seção de quimioterapia, totalmente calvo, tinha perdido todo seu cabelo,
que diziam que era um dos seus charmes, largos, loiro, que casavam muito bem
com a estampa que projetava.
No meio do
corredor, se encontrou com o agente com quem tinha falado todo esse tempo,
vinha lhe dar a notícia que Boris, tinha falecido, sem voltar do coma. Se ele queria ir vê-lo, disse que não, acabo
de sair de uma seção de quimioterapia, melhor não, lhe deu o nome do advogado
do Boris, ele com certeza providenciara tudo.
Não tempo cabeça para isso, nem me sinto bem.
Quando entrou no
seu quarto no hospital, levou um susto, ali estava parado, um homem alto como
ele, de costa, com um roupão do hospital, com a cabeça coberta, quando este se
voltou, viu que o mesmo chorava. Foi até
ele o abraçou, sinto muito pelo Boris, era um grande amigo meu. Ficaram os dois ali abraçados, um com a
cabeça no ombro do outro.
Era seu antigo fotografo,
não fui nessa viagem, porque me descobriram um câncer, muito complicado, pois
me atingia em dois lugares, acabo de fazer a segunda operação.
Esse filho da
puta, levou esse garoto, com certeza para ter uma aventura, me desculpa falar
assim, mas eu tive uma aventura com ele quando começamos a trabalhar
junto. Nas viagens ele queria sempre
aproveitar. Dizia que em casa, contigo,
tudo era normal, que te amava, mas ele queria sexo duro. Se metia em muitas confusões, lhe disse que
um dia acabaria mal.
Sinto muito, mas
acredito que necessitavas saber.
Soltou, um americano,
arquiteto, decorador, com uma excelente aparência, para aparecer em sociedade,
mas por detrás era um filho da puta de muito cuidado. Se sentaram os dois, ele comentou a história
da camisinha, nunca confiei nele totalmente, por isso me negava a viver na
mesma casa, queria ter a minha, caso acontecesse algo. Mas era ele quem não saia da minha.
No último dia
antes de viajar, começou com uma conversa estranha, mas eu estava mais
preocupado com meu projeto, nem lhe escutei.
A única coisa
boa, foi que no meio dessa confusão descobrir que tinha esse câncer, mas
adiante seria impossível me curar.
Ficaram de se
ver, lhe caia bem, estavam os dois carecas, mas eram atraentes.
Quando saiu do
hospital, foi a cerimônia que o advogado dele tinha montado, mas se negou a
falar nada. Vens a leitura do
testamento?
Por que faço
parte dele?
Sim uma parte
sim.
Foi para sua
casa, retirou todas as roupas do Boris de lá, deu para um mendigo que vivia ali
na esquina. Não queria nada dele mais
por lá.
O pior veio na
semana seguinte, as pessoas sabiam o que tinha acontecido com o Boris, portanto
assimilava que como ele tinha estado tanto tempo no hospital, era que tinha a
mesma coisa.
Telefonava para
os conhecidos, todos tinham desculpas para não se encontrarem, na verdade eram
mais amigos do Boris que dele.
Tampouco apareceu
nenhum contrato, ou pessoa o procurando, quando falou com os clientes que tinha
atrasado o trabalho, tiraram o corpo fora, como se ele tivesse um vírus também.
Sentou-se no seu
pequeno salão, pensou, creio que está na hora de voltar para casa. Tinha um pequeno apartamento no Soho, que um
amigo alugava a anos para turistas. Lhe
disse que estava voltando, que mandasse pintar o mesmo, já veria o que fazer quando
chegasse.
Avisou seu
caseiro, que deixaria o apartamento, antes iria contratar uma empresa para
mandar suas coisas para NYC. Nesses
anos, tinha encontrado muitas peças interessante, faziam parte da sala que
atendia os clientes.
Foi a leitura do
testamento, ficou surpreso, deixava tudo para ele, o apartamento, que ele
pensava que era alugado, bem como dinheiro.
Não tinha ninguém mais na leitura, para uma pessoa que tinha milhões de
amigos, só ele era o que recebia algo.
Mas nenhuma carta, nada.
Nem pensou muito,
mandou que o advogado vende-se a casa, com tudo que estava dentro, afinal se
tinha nesses anos todos, ido umas 10 vezes lá era muito, comentou isso como
Advogado, era ele que sempre estava na minha casa.
Foi com o
advogado transferir o dinheiro para sua conta, bem como este mandou preparar
uma procuração para vender a casa.
Depois que a
transportadora embalou tudo, levando para dois containers, nunca tinha pensado
que tinha tanta coisa. Se a venda da
casa fosse boa, poderia comprar um apartamento melhor para ele.
Se sentiu um
filho da puta, pensando nisso, mas fazer o que, tinha que recomeçar sua vida.
Ficou uns dias
num hotel, antes de ir embora o advogado lhe chamou, pois tinha vendido a casa,
muito bem vendida afinal. Os novos donos
o queria contratar, mas disse que tinha compromissos em NYC, que não podia
aceitar.
Depois do
dinheiro no banco, combinou de com o gerente, como fazia para transferir. Antes de ir embora, direto para NYC, foi ao
Luxemburgo, muitos clientes lhe pagavam por lá, tinha uma bela soma, dinheiro
ganho pelo seu trabalho. Poderei
escolher agora os clientes.
Passou por Paris,
para ir ao Marche de Saint-Quen, aonde comprava muito, passou uns dias
visitando todos os antiquários, que conhecia, separando peças, tinha uma ideia
na cabeça, iria colocar em execução.
Quando via algum casal de namorados procurando algo, se lembrava do
Boris, sentia em sua boca, um sorriso amargo.
Tinham feito muito isso, andarem por ali, procurando coisas. Mesmo assim, visitou uns quantos com esculturas
que adorava, bem como máscaras africanas.
Comprou muita coisa, contratou uma empresa que sempre fazia isso para
ele, mas quando escutaram falar em NYC, riram, deixaste de explorar os
ingleses. O homem tinha muito senso de
humor, era um português, que tinha emigrado para lá jovem. Vais enganar em outra freguesia. Nesse dia foi almoçar com esse homem, lhe
caia bem, tinha quase 65 anos, não pensava em se aposentar, meus filhos, foram
a universidade, cada um tem sua vida, ninguém vai levar isso em frente, meus
empregados, precisam de mim.
Quando o último
se aposentar, vou pensar no assunto. Se
despediram, se depois vieres, me procure, lhe deu seu número particular.
Finalmente foi
para NYC, seu velho apartamento lhe pareceu uma merda, era realmente mais para
turista. Imediatamente começou a
procurar o que tinha ideia na cabeça. Falou
com imobiliárias, a zona que queira, Madison Ave, Park Ave, Lexington Ave, mas
acabou achando mesmo na 2and Ave. Uma
bela loja, que já tinha sido de antiguidades, além de um apartamento em
cima. Comprou o apartamento, a loja
alugou do mesmo proprietário, com a possibilidade de comprar mais à
frente. Contratou gente, seu amigo que
alugava o apartamento para ele, conhecia muita gente, lhe indicou um grupo de
poloneses, que faziam trabalho de restauro.
Foi ver dois trabalhos deles, conversou com o chefe, se trabalhas bem,
depois os contratarei para outros trabalhos com clientes. Mas aviso, sou exigente demais.
Sei quem é o
senhor, me mostraram muitas vezes trabalhos que saíram em revista, queriam
igual. Venha comigo, telefonou a uma
pessoa, o levou para ver o apartamento, era um projeto dele, para uns
ingleses. O apartamento era exatamente
igual ao seu projeto, pediu licença a dona examinou tudo, anotou em um livrinho
que levava, depois falou do o Paul Kina, veja, encontrei esses dois defeitos,
isso eu nunca admito.
Ele riu, fiquei
esperando isso, coisas que os que nos contratam não querem gastar dinheiro.
Foi com ele ao
local, ali mesmo começaram a trabalhar, ia anotando tudo que queria, era muito
trabalho, desde tirar duas paredes do apartamento, bem como raspar todo chão de
madeira, substituir tabuas do assoalho, por outras iguais.
Na loja, mandou
limpar tudo, deixar um espaço totalmente diáfano, só não iriam retirar nenhuma
coluna.
O advogado, bem
como ele resolveriam todo os papeis de licença. Quando tiveram visto bom, começaram a
obra. Eram todos parentes, pois se
pareciam muito uns com os outros.
Na segunda vez
que foi, pois Paul queria que visse algo que tinha descoberto, uma escada que
dava a um porão, que não aparecia no projeto, quando conseguiram abrir a porta,
encontraram um cadáver ali.
A polícia
apareceu, Paul ainda tinha dito que era melhor ficar quieto. Isso atrasaria a Obra.
Olha, Paul, nem
sei quem é, mas merece nosso respeito.
Depois que a polícia levou tudo, puderam quase quinze dias depois limpar
tudo. Por sorte não tinha cheiro.
O policial voltou
umas duas vezes, ficaram na dúvida, a escada que levava ao porão vinha do
apartamento de cima, também dava para a loja.
O proprietário, nem sabia da existência, tinha herdado do seu tio o
local, bem como o apartamento. Era um
homem complicado, quando meu pai morreu, me meteu num internato, que só sai
para ir à universidade.
Era casado com
uma mulher linda, quando voltei aqui, segundo ele ela tinha morrido, não tinham
filhos, portanto pode ser ela. O
mistério levaria muito tempo para resolver.
O melhor agora
era que tinha um porão para guardar as mercadorias.
Apressou o Paul,
pois em breve estaria chegando os containers de Londres, bem como os de Paris.
Ele lhe perguntou
se não ia precisar de uma pessoa para trabalhar com ele, tinha um filho, que
não vivia com ele, mas que estudava artes. Quem sabe.
Quando viu o
rapaz, era uma cópia do Paul, mais jovem.
Riu, pensou, mas prefiro o pai.
Soltou isso na
cara do Paul. Esse riu, eu também
escolheria o senhor. Mas uma aventura
entre nós estragaria o negócio.
Quando o
container de Londres chegou, um deles era os moveis de seu apartamento, com os
homens do Paul, foi colocando tudo no lugar.
Algumas vezes dava uma ordem, mas não lhe entendiam. Paul resolveu tudo, vou trazer um rapaz que
trabalha comigo em outro projeto, quando viu o rapaz, ficou de boca
aberta. Era um homem espetacular.
Se entenderam ao
primeiro momento, Joseph Grain, contou que tinha estudado dois anos de
arquitetura em Lodz, mas que por necessidade tinha emigrado.
Ele lhe dizia
como queria os quadros, ele explicava aos homens, um deles tinha tentado
colocar de cabeça para baixo um quadro.
Joseph soltou que ele tinha um bom gosto incrível.
Pois é Joseph,
aprendi trabalhando, não queres trabalhar para mim, se esses homens vão
trabalhar nos meus projetos, eu vou precisar de alguém que entenda o que quero,
possa explicar melhor.
Falo com o Paul,
sei uma maneira de falar com ele.
Paul ria,
encontraste um substituto para mim. Sim
é uma pessoa que pode ser o elo entre nós nesse trabalho, pois nem sempre posso
estar em todos os lugares. Cuidado, não
corra atrás dele, espere para ter alguma coisa.
Quando a obra
ficou toda pronta, justo dois dias depois chegaram os containers de Paris,
Joseph o ajudava a guardar, separar tudo no porão, separando o que iria
imediatamente para a loja, tinha feito uma espécie de escritório que encaixava
no resto.
Montou a loja
como se fosse uma casa, tinha moveis suficiente para isso, nada de parecer uma
loja que quinquilharia, mas sim de projetos, decoração. Fez a inauguração convidando antigos
clientes, amigos, além de amigos de amigos.
Fez um contato com uma revista de decoração a mesma em saia em Londres, logo
fizeram uma reportagem com a loja, bem como seu apartamento.
Sentou-se com
Joseph, lhe disse, sinto falar isso, mas tens que te vestir melhor, vou te
ensinar, pois vamos viver de aparências.
Outra sugestão, é que voltes a estudar aqui, eu te ajudo, assim podes
discutir projetos comigo, uma coisa que sempre é bom duas cabeças pensando.
Em breve saíram
dois projetos, um era uma casa de praia em Los Hamptons, um milionário a tinha
comprado para sua nova esposa. Foi ver
a casa numa manhã com Paul e Joseph, discutiram examinando tudo, a escadaria,
estava mal, todos os quartos precisavam de reforma, os banheiros nem se fala,
imaginaram uma cozinha moderna no lugar.
Teriam que
contratar uma secretária para quando se ausentassem. Na volta quando pararam para um café. Paul disse, rapaz tenho que tirar o chapéu
par ti, estas transformando o Joseph em tudo que ele sonhou.
Riu dizendo,
creio que ganhei um filho, não um amante, para isso prefiro você.
Um dia saíram os
dois para jantar, Paul apareceu bem vestido, mas de maneira simples, contou que
tinha se divorciado nada, mas ao chegar a América, sua mulher o largou por um
americano rico, era muito bonita, me levou o garoto com ela. Não vou dizer que não tive aventuras,
algumas, mas com homens poucas, mas desde que te vi, não te tiro da minha
cabeça.
Ele também contou
o que tinha acontecido com ele, de uma maneira ele me ajudou, mas foi um bom
filho da puta. Contou a história da
camisinha, tinha visto tanta merda na vida, que nunca me atrevi a fazer de
outra maneira. Ele descobri depois
gostava de sexo duro, isso eu não lhe dava.
Acabaram essa
noite os dois na cama, foi o que ele tinha imaginado, gostava da sensação de
estar com outro homem, não com uma pessoa frágil. De manhã, como era um domingo, ainda disse
ao Paul, não vais te fazer agora, eu bebi muito ontem, não sei de nada.
Venha aqui seu
sem vergonha, tinham explorado seus corpos até a exaustão, mas sem
penetrações. Sem querer quando viu, Paul
buscava camisinhas, porra ele vai me penetrar pensou, mas foi ao contrário a
colocou nele, o deixou lhe penetrar, era impressionante o que sentia. Depois com uma voz rouca disse um dia desses
tens que me deixar fazer o mesmo.
Passaram o dia juntos,
Paul lhe comentou que tinha uma casa que lhe tinham chamado para olhar, em que
a dona queria se desfazer de todos os moveis de sua sogra, alguns podem ser restaurados.
Rindo disse,
terias que encontrar um pessoal, que seja bom, eu posso ensinar, montarmos uma
oficina de restauro, inclusive para os próximos clientes. O trabalho foi em crescendo, Paul não queria
viver com ele, mas passava os finais de semana na sua casa.
Os dois se davam
extremamente bem, mas Paul tinha medo de que os outros empregados falassem
alguma coisa. Mas um dia, acabou
soltando, não posso mais viver sem estar perto de ti, estou sempre contigo na
minha cabeça outro dia distraído chamei um dos rapazes com teu nome, ficou
rindo, até me dar conta foi tarde, todos já sabem. Embora achem que dei o golpe contigo.
Agora ficava
sempre por lá, saiam iam jantar fora, ao cinema, coisas que os dois gostavam.
Sempre examinavam
casas antigas que tinham moveis para vender.
Os amigos de
Paris, lhe avisaram que tinham muitas coisas novas para ele. Deixou a loja com o Joseph e a garota,
aproveitaram a época do Natal e ano novo, foram para Paris os dois, Paul estava
chateado pois queria passar pelo menos uma festa com o filho, mas a sua
ex-mulher sempre atrapalhava.
Assim se
distraiu, foi divertido andarem por Paris, jantaram nos lugares de James
gostava, ao negociar com os fornecedores, ele ajudava. Buscava defeitos nas peças para torna-las
mais baratas alegando que teriam que mandar restaurar.
De lá foram numa
visita rápida a Lodz aonde ainda vivia a mãe dele, não sabia como apresentar o
James, mas nem fez falta. A senhora era
gente boa, Paul tentava convence-la de ir viver nos Estados Unidos, ela se
negava.
Ainda visitaram
vários antiquários, o problema era o transporte, falou com seu amigo português,
ele mandaria buscar tudo, de Paris mandaria para NYC, tinha jantado juntos uma
noite, se deu bem com o Paul.
Vários anos se
passaram, a empresa ia bem, Paul mantinha a sua, o único problema que tinham
era o filho dele, que não aceitava muito bem o relacionamento dos dois, quando
vinha de férias Paul ficava em sua antiga casa com o filho, se viam no trabalho
nada mais. Mas como tudo, era possível
aguentar.
Foram chamados
por um proprietário, que tinha um imóvel, no princípio do Harlem, muito
procurado por gente que já não podia pagar os aluguéis do Soho ou do Village.
Era um prédio
estreito, de três andares, os dois de baixo estava vazios, mas no último vivia
uma senhora, que não podia mais sequer descer as escadas. O edifício tinha uma historia macabra, pois
o inquilino do primeiro andar, tinha ficado morto meses no apartamento, ninguém
tinha sentido sua falta, quando a polícia por causa do mal cheiro veio abrir
com os bombeiros o encontrou morto.
Segundo a autopsia, tinha morrido de um enfarto cerebral.
Quando visitaram
o edifício, os apartamentos eram excelentes, tinha sido uma casa única, que
tinha sido dividida em apartamentos, tinha na parte traseira, um bom espaço,
hoje abandonado.
Quando falaram
com a inquilina do terceiro andar, ficaram com pena, pois a mesma, usava um
andador, não tinha como descer os três andares, conversando lhe perguntou por
que não ia viver numa residência, a partir que não tinha ninguém.
Não posso pagar
tudo sozinha, minha aposentadoria é pequena.
Falou com o
proprietário, se o senhor paga uma parte da residência, ela sairá, lucraras
mais com um apartamento reformado, com um aluguel mais alto do que ela
paga. Diga que lhe pagas o mesmo que
ela de aluguel aqui, assim ficaras livre.
Depois antes de
se mudar, disse que enquanto o vizinho debaixo era vivo, ela escutava através
da torre da lareira, as vezes ruídos estranhos.
O proprietário
quando trouxe a planta, aparecia um porão, mas demoraram para encontrar a
porta, estava atrás de uma estante, acharam estranho, quando finalmente
conseguiram abrir a porta, o cheiro era forte, impediu os homens de
descerem. Chamou imediatamente seu
conhecido da polícia.
Este chegou
lançando uma brincadeira, só me chamas para isso, para uma cerveja, um jantar a
luz de velas, nunca. Paul, ficou com
ciúmes, ele riu, não dando muita importância.
Quando os
bombeiro chegaram, encontraram embaixo, cinco cadáveres de garotos, de várias
idades. Estavam presos na parede com correntes,
isso atrasou a obra, vários meses.
Paul enquanto
isso estava fazendo uma obra em Long Island, um edifício, antigo, que foi
esvaziado por dentro. Um dia
verificando a obra, uma viga imensa caiu sobre ele, lhe fraturando a coluna
cervical, bem como a cabeça, teve uma morte instantânea.
James ficou
totalmente comocionado, mas o filho chegou, levou o pai com ele, sequer lhe
permitindo participar do enterro.
Quem resolveu
tudo, foi o policial Guiseppe Lord, mas conhecido como Lord, pois tinha além de
uma bela estampa, se vestia muito bem.
Podemos ir ao
cemitério, de longe assiste a cerimônia, sei que estas chateado, mas é a melhor
maneira de evitar uma encrenca.
Joseph como era
amigo da família foi, depois lhe contou que o medo do filho era que tivesse que
dividir herança com ele. Como não lhe
interessava o trabalho do pai, fechou a empresa.
Ele montou uma
sociedade como Joseph, ele se encarregaria agora dos homens, é do trabalho, mas
só recontrataram os melhores, pois muitos eram parentes do Paul, viviam do
conto.
Quando a obra dos
três apartamentos ficou pronta, o proprietário que tinha outros imóveis, viu
que valia a pena o restauro. O contratou
para mais dois outros. Abriu um mercado
novo para ele e o Joseph, que agora era socio com ele.
Agora, pelo menos
uma vez por semana, ou fim de semana, almoçava ou jantava com o Lord, esse era
divertido. Dizia que depois do que
aguentava, se ficasse de mal humor, era pior, tinha sido do exército, Polícia
Militar, portanto quando saiu, foi fácil arrumar emprego. Um dia lhe contou que o grande amor de sua
vida, tinha conhecido no exército. O
tinha encontrado bêbado, era muito jovem, não queria estar ali, assim que pode
deu baixa, mas tinha sérios problemas de neurose de guerra. Ataques de raiva, ou se metia nas drogas, foi
duro de contornar a situação, acabou morrendo por overdose.
Escapava, mas
voltava como um cachorro sem dono, passei a ter horror, ser totalmente contra
as guerras. Eu no meu posto, estava bem
protegido, vi muita merda depois trabalhando de policial. Como quando nos conhecemos, descobrir que
por ciúmes o marido trancava a mulher no porão, esse agora, era um pédofilo,
creio que os garotos estavam vivos quando ele morreu, pois morreram de fome e
sede. As vezes meu trabalho me deixa
enojado.
Um dia depois de
muito tempo, finalmente resolveram experimentar fazer sexo, amizade já tinham,
viu que ele realmente gostava de estar junto com ele. Foi uma experiencia fantástica.
Anos depois Lord
se aposentou do seu trabalho, realizou seu sonho, numa das casas que ele
reformou, montou um pequeno restaurante, com muito carinho. The Lord, era o nome, pequeno, para poucas
pessoas, com a cozinha a vista, trabalhava junto com um ajudante indiano,
faziam um tipo de comida diferente.
James fez todo o projeto,
não era um lugar barato, mas logo a crítica aplaudia a comida fusion que
faziam, saiam nos jornais e revistas,
todos diziam para ampliar, mas nem pensar dizia ele, já é difícil organizar
tudo, era uma espécie de comida de
mercado. A carta estava sempre mudando,
assim como ele dizia, nunca ficaria enjoado de fazer as comidas.
James levava as
vezes os clientes para comer, se era uma cliente, levava pela tarde, para um
lanche. Não abriam aos domingos, era o
dia deles. Ficavam juntos, conversando,
fazendo sexo. Tinham a vida que queria,
todos os dois tinham dado a volta por cima em muitos problemas, mas tinha
sobrevivido.
As vezes James
era convidado por clientes, para um fim de semana em Fire Island, mas
agradecia, não era o que gostava de fazer.
Domingo era uma
coisa relaxada. Levantavam tarde depois
de uma seção matutina de sexo, tomavam um bom café da manhã, normalmente Lord,
trazia comida do restaurante para não terem nenhum trabalho. Iam ao cinema, jantar fora, com o Joseph e a
garota que era sua namorada que trabalhava na loja. Como uma família.