Estava com a mão
doendo de tanto dar murros na parede, filho da puta era pouco dos palavrões que
dizia, ao mesmo tempo se culpava por ter sido ingênuo.
Estava
literalmente apaixonado, mas isso não resolvia o problema, agora via que tinha
sido usado todo esse tempo.
Se lembrou
literalmente como o tinha conhecido, estava em seu escritório, no alto de sua
torre que os amigos diziam que era de Rapunzel por causa de seus cabelos loiros
compridos, acabava de atender um cliente, agora entrava outro.
Desculpe, abriram
a porta, a secretária me mandou entrar, mas creio que há um engano, estendeu a
mão ele por força do hábito disse, Johnny Fieldscott em que posso
atende-lo.
Estou procurando
o senhor Robert.
Ah, é a sala
seguinte, não passa nada, as secretárias deviam acompanhar os clientes até a
sala, mas estamos em falta com pessoal, a empresa ainda é nova.
Ele tinha estado
mais de dois meses, fazendo práticas em San Diego, agora sentia falta de lá, ao
voltar em pleno inverno de NYC.
Acompanhou o homem, lhe indicou a sala, tudo que viu que era um homem atraente.
Atendeu o
seguinte, depois saiu para almoçar, estava esperando um amigo que não via a
algum tempo, tinham sido namorados, mas agora eram apenas amigos, já estava
sentado quando este chamou para pedir desculpas, um cliente de última
hora. Não passa nada, respondeu, já nos
falamos.
Começou olhar o
menu para pedir a comida, ia almoçar sozinho isso já estava acostumado, viu uma
pessoa parada na frente dele, ia dizer o que queria, era o homem que tinha
entrado em sua sala por engano.
Johnny, não
é? Me chama Robert Dascal, não tive
tempo de me apresentar, falei com teu colega, creio que houve um erro
lamentável de ambas as partes, me mandaram vender algo, que vocês também
vendem.
Sente-se, vais
almoçar?
Não, acabei de fazê-lo,
mas te espero para tomar café. Ficaram conversando, ele disse que vivia fora
da cidade, ainda não consegui apartamento aqui.
Estou procurando.
Creio que um ao
lado do meu, está para alugar, se me espera depois do trabalho, eu saio por
volta das seis, inclusive dá para ir a pé.
Ficaram
conversando, falando de produtos que vendiam, nada de muita importância, não
sabia o que pensar, já que o outro o olhava diretamente na cara. Por duas vezes
quase tinha deixado a comida cair na toalha.
Tinha ficado nervoso, aquele homem bonito olhando para ele assim, não
sabia o que pensar.
O acompanhou até
o edifício, se despediram, nós veremos quando saia.
Trabalhou o resto
da tarde, atendendo pessoas, era um trabalho novo para ele, antes tinha sido vendedor,
mas de sistema de internet para grandes empresas, era especialista nisso. Mas a empresa fechou, aceitou esse
trabalho. Não lhe desgostava, mas esperava
logo conseguir alguma coisa na sua área.
Por algum tempo
esqueceu do outro, quando levantou a vista, viu que estava atrasado, pensou no
frio que devia estar aquentando.
Desceu
rapidamente, lá estava, pediu desculpas, foram andando, foi cortes perguntou pela
sua tarde de trabalho, etc.
Quando chegaram
no edifício o porteiro disse que já estava alugado, mas dentro de uma semana,
vai liberar um justamente no andar de cima.
Anotou o nome do Robert, com o frio que tinha obrigado ao outro
aguentar, por ter esperado, lhe perguntou se queria um café, assim via como era
o tipo de apartamento. Entraram
sacudindo do resto de neve. O
apartamento estava razoavelmente quente. Perguntou se queria café ou outra
coisa para esquentar, este riu lhe perguntado o que tinha para oferecer, trouxe
uma garrafa de whisky, dois copos, perguntou se queria gelo, ele disse que
gostava a cowboy, riu dizendo que ele também.
Lhe serviu, lhe
mostrou o apartamento, por último o quarto que era espaçoso, com relação a
sala, lhe perguntou se tinha família,
porque aqui não vive nenhuma família, creio que a maioria é família sem
filhos.
Disse que não,
lhe gostou que tinha uma poltrona, com uma mesa, justo perto da janela, lhe explicou que gostava de ler, ali estava
bem. Quando iam voltando para a sala,
ficaram frente a frente na porta, o outro avançou o beijando na boca, foi uma
loucura, um terremoto percorreu seu corpo.
Quando viu estavam fazendo sexo como loucos, o tinha penetrado, este
gemia, pedindo mais. Acabou dormindo ali
com ele, se levantou mais cedo dizendo que tinha que passar pelo seu hotel,
para trocar de roupa.
Um pegou o número
de celular do outro, passaram a dormir todos os dias, mas na sexta-feira disse
que tinha que tomar o trem para a casa dos pais, pois levava a roupa para
lavar, que se veriam na segunda, assim foi durante dois meses.
Estava
literalmente apaixonado. Como era época
de natal, saiu para comprar alguns presentes, no sábado, com um amigo, tinha
que comprar coisas para sua mãe, sua irmã, claro para os sobrinhos, entraram
numa grande loja de brinquedos modernos, quando o viu abraçado a uma mulher,
ficou parado, se escondeu atrás de uma coluna, menos mal que seu amigo disse
que o esperava fora, pois ali cheio de criança não entravam. Viu que dois garotos corriam até ele,
gritando papai. Ele passou a mão na
cabeça dos meninos, depois beijou a mulher.
O primeiro
impulso foi de se aproximar, para ver sua reação.
Ficou furioso,
nessa noite saiu com o amigo tomou um porre monumental, estava frustrado, não
gostava do emprego, ia aguentar mais tempo, pois pensava que estava apaixonado,
mas não passava do outro. Na cama o
filho da puta estava sempre pedindo para ser enrabado, agora isso, era casado.
Por sorte no
domingo, um amigo que tinha feito em San Diego lhe chamou, para dizer que na
sua empresa de informática, precisavam de alguém com a experiencia dele, se
queria, o lugar era seu. Disse que sim,
que queria, só precisava de dois dias, para embalar suas coisas, pedir
demissão. Se for possível, irei buscar
meu carro na casa da minha mãe, deixo os
presente, irei de carro, pois aí, é melhor andar de carro.
O amigo lhe disse
que podia ficar uns dias na sua casa, mas que normalmente a empresa encontrava
apartamentos para os empregados. Perfeito foi tudo que disse, nem perguntou
pelo salário, queria era sair desse inverno, da situação que estava.
Passou o dia
inteiro arrumando em três caixas o que era seu,
segunda de manhã, foi a empresa, pediu as contas, foi até a casa de sua
mãe no Brooklyn, deixou os presente, pediu desculpas, mas não podia perder essa
oportunidade. Quando voltou seu celular
não parava. Até conseguir um lugar para
estacionar, foi difícil. Quando chegou a
porta do edifício, lá estava ele lhe esperando.
Lhe apertou a mão, ele subiu atrás dele.
Quando o este
olhou as caixas, lhe perguntou o que significa isso, ele lhe mostrou uma
fotografia dele com a família.
Ele literalmente
se sentou numa cadeira. Eu ia te contar,
sinto muito, estou apaixonado por ti, estou tentando aguentar tudo, não
esperava me apaixonar, pensei que ia ser somente uma noite, mas não consigo te
tirar da minha cabeça.
Chegas tarde,
além de que, eu jamais aceitaria ser o que fica esperando, te enganaste de
pessoa, sou jovem demais para aguentar isso.
Se levantou tentando beija-lo, mas o empurrou, não sejas idiota, nem uma
última noite quero contigo, me usaste isso não perdoo.
Queria saber para
aonde ele ia, se negou a dizer. Aliás
nem no trabalho tinha dito, a única que sabia era sua mãe.
Estava furioso,
lhe disse agora que já falamos, por favor de sair, antes que chame a polícia.
Ele foi embora,
furioso, como se tivesse a razão. Se sentou, chorou um pouco, mas não podia
perder tempo, desceu pediu se o porteiro podia ajuda-lo, desceu suas coisas,
enfiou no carro, lhe entregou a chave do apartamento.
Se me perguntarem
aonde o senhor se mudou, o que digo.
Nada,
literalmente nada, vou pelo mundo.
Entrou no carro,
olhou para ver como estava de gasolina, era uma hora horrível para sair da
cidade. Estava literalmente furioso, nem
dois quarteirões de sua casa, quando o viu falando com um rapaz, parecido com
ele. Ficou furioso, desceu do carro, se
aproximou, ele dizendo ao outro que prazer te encontrar. O agarrou, beijou na boca, virou-se para o
outro, tens que ter o pau bem duro, pois ele gosta muito de dar o cu.
Saiu disparado,
com ele atrás, filho da puta, é o irmão da minha mulher.
Agora te apanhes,
entrou no carro, foi embora. Tinha de uma certa maneira se vingado. Na hora foi
ciúmes mesmos. Agora lhe importava uma
merda a vida dele.
Antes de entrar
na estrada, parou num posto de gasolina completou o tanque, viu que tinha um
motel ali perto, pediu um quarto, a
mulher riu dizendo, o último, com esse frio ninguém quer dormir nos caminhões,
ele viu uma fila de caminhões ali.
Já estava
entrando no quarto quando escutou uma voz atrás dele, ei garoto bonito, não
queres dividir teu quarto, meu caminhão está frio. Olhou para trás, era um cara alto, com uma
camisa de quadros vermelha, botas de cowboy, bonito a bessa. Disse entra, antes que morras de frio.
Uau, que sorte, a
mulher tinha acabado de dizer que este era o último. Se te incomoda durmo no
sofá.
Bom tudo que
quero agora é tomar um banho, quando saiu o outro estava deitado na outra cama,
de cuecas, camiseta, tinha um corpo de enfarte.
Agora vou eu, parou na porta, na hora que te vi, estava com
uma cara de fúria, que quase desisti de pedir.
Não passa nada,
vestiu uma camiseta, uma cueca, ficou encostado na cama. O outro saiu, só de toalha, com os cabelos
molhados.
Sabia que quando
andas teus cabelos largos balança, são muito atrativos.
Posso, se sentou
ao seu lado na cama, me conta o que te aconteceu?
Sem saber muito por
que contou tudo.
Eu te entendo,
passei por algo parecido, mas do outro lado, me casei muito cedo, mas evitei
ter filhos a toda custa, ela era minha
primeira namorada, nunca tive outra, não tinha experiencia, quando comecei a
viajar, conheci um sujeito que levava a vida como eu, da mesma empresa que
trabalhava na época. Acabei fazendo
sexo com ele, me apaixonei como um idiota, pedi o divórcio, pois não podia
imaginar minha vida sem ele, quando cheguei na empresa, me disseram que ele
tinha trocado de companhia, para ficar mais perto da família, tinha mulher,
quatro filhos, estava no seu segundo casamento.
Mas a primeira
vez que nos encontramos, se comportou como se nada tivesse acontecido.
Bem vamos dormir
que está tarde, perdão se jogou na outra cama, não sei dormir de roupa, tirou
toda sua roupa. Tinha um corpo
espetacular.
Porque não
pensou, melhor dormirmos juntos, para esquentar, foi uma da melhores fodas que
tinha tido na vida. Depois ficaram
rindo, ele soltou, fazer sexo contigo é como uma montanha russa.
Para aonde vais?
San Diego, para
um novo trabalho.
Vou na mesma
direção que você, podemos ir nos encontrando pelo caminho, marcamos quantos
quilômetros fazemos, que te parece.
Tomaram café junto, escutando as notícias comentando. Lhe perguntou aonde vivia.
Vivo em San
Diego, embora seja de Santa Fé, mas amo a praia, fazer surf, tenho uma pequena
casa na praia.
Ele disse o
próximo lugar que pararia, te espero lá, riu posso ter certeza disso?
Sim, vou ligar
para o amigo que me arrumou o emprego, lhe digo que por causa do tráfego, que
preciso ir pensando na vida, chegarei em
uns 3 dias.
Vale, marcaram, ficaram rindo, ele viu se carro,
precisas de um novo, eu quando não estou na estrada, conserto carros, vendo,
etc.
Sem porque ficou
analisando o encontro, tinha sido algo estranho, tudo o que ele não tinha feito
na cama com o outro, porra nem lhe perguntei o nome. Lhe chamou pelo celular,
nem perguntei teu nome.
José Garcia,
apesar de loiro, sou filho de mexicanos, depois te conto. Paramos para almoçar?
Já te
alcançarei. Almoçaram juntos rindo, do
fato de não terem perguntado o nome um do outro.
Johnny nunca
gostei tanto de estar com alguém, me senti a vontade, apesar do princípio de
pensar que estavas se desaforando do teu ex-namorado.
Nem pensei nele,
juro, me senti a vontade contigo, contou que o outro na cama era como uma
mulher, eu achava estranho, mas não me toquei, ele queria o que não tinha na
cama com sua mulher.
Se não fosse me
atrasar pois tenho que cumprir horário, iria fazer sexo contigo no caminhão.
A noite jantaram,
depois ficaram na cama comentando coisas, estavam entrando numa área de
deserto, a noite que vem, se queres podemos fazer uma coisa, parar num lugar
que adoro, tenho mantas, edredom no caminhão, dormir olhando as estrelas
queres.
Ficou de pau
duro, imaginando, já não estava fazendo mais frio, se entregou completamente a
ele, depois dormiram agarrados um ao outro.
De manhã fizeram sexo outra vez.
Disse que ele
faria as compras, para comerem no deserto.
Ok
Nos vamos
falando, almoçaram juntos outra vez,
chegaria mais tarde em San Diego, mas arrumaria uma desculpa. Se
encontraram no posto de gasolina, comentou meu carro está esquentando muito,
ele imediatamente abriu o capo, começou a examinar. Uau, menos mal, porque ia
te deixar atirado daqui uma ou duas horas.
Foi a loja do posto de gasolina, veio com a peça, trocou para ele.
Quanto te devo?
Me paga com sexo,
faz muito tempo que não sou feliz com ninguém,
me siga, chegaram justamente na hora que o sol estava se apagando, a
paisagem era fantástica.
Comeram sentados
em cima de mantas, bebendo, coca cola, José lhe disse que quando estava na
estrada não bebia.
Me conta essa
historia de seres loiro, olhos azuis, ter nome mexicano.
Sou adotado, meu
pai verdadeiro era amigo da família que me criou, ele estava com minha mãe
tinham bebido muito, eu estava num cesto no banco de trás, capotaram com o
carro, morreram os dois, o nome de contato como parente era o Jose Garcia. Ele me levou para sua casa, não tinham
filhos, então me adotaram, me colocou seu nome.
É uma figura, pensei que ele fosse dizer quando descobriu que eu era
gay, que não me queria como filho, só me disse que me queria feliz.
Foi fantástico
fazer sexo ali a luz da lua, olhando nos olhos, dele, cada um penetrou o outro
várias vezes, não queria acabar, pois no dia seguinte chegariam a San Diego.
Já vi que não
tens muitas coisas, não queres ficar na minha casa para irmos nos conhecendo?
Não vou te
incomodar. Depois iras de viagem, como
fico.
Ah, não te disse,
essa era minha última viagem, fiz para cumprir um compromisso com a empresa,
faltou alguém, me chamaram, eu arrumo os caminhões para eles. Só faço isso de vez em quando me pedem, me
pagam muito, por isso não nego.
Depois é norma ir
passar o natal em Santa Fé, com meus pais, podes vir comigo.
Mas José mal nos
conhecemos.
Eu sei, mas não
quero perder o que tenho contigo. Ele
pensou bem, disse eu tampouco, creio o que tive em NYC, foi porque me sentia
totalmente sozinho. Agora me sinto forte
ao teu lado.
Lhe disse aonde
tinha que lhe esperar, almoçaremos juntos, depois te levo para minha casa.
Voltaram a fazer
sexo, quando o dia amanhecia, adoro teu cheiro lhe disse ele ao ouvido, estou
louco por ti. Fizeram um sexo
fantástico.
Voltaram para a
estrada, como tinha sobrado coisas, comeram no meio do caminho, quando entramos
em San Diego, vou deixar o caminhão, tu me segues, depois pego meu carro, vamos para casa,
espero que não queria me esperar fora, não tenho vergonha do que sou, todo
mundo sabe que sou gay. Mas não deixo
nenhum deles, se aproximar de mim.
Assim fizeram,
ficou surpreso, com a casa dele, era fantástica, estava quase ao final de uma
praia relativamente perto de aonde ia trabalhar. Avisou seu amigo que tinha chegado, que não
se preocupasse, que no dia seguinte cedo estaria pronto para trabalhar, embora
fosse sexta feira, pelo menos ia tomar contato com o que ia fazer.
Comeram ficaram
sentados numa varanda que tinha no andar de cima, no quarto do Jose, só não
podemos fazer sexo aqui, porque iam ficar com inveja do meu homem.
Lhe mostrou aonde
tinha oficina.
De noite disse,
as vezes a vida te putea, mas em seguida te dá um presente, não podia ser
melhor, isso é ótimo.
No dia seguinte,
foi cedo para o seu novo trabalho, foi bom porque estavam relaxados pelo final
de semana. Conversou longamente com o
chefe que queria criar um novo tipo de serviço, lhe explicou, infelizmente só
te podemos oferecer uma secretaria ou secretario que tomes como ajudante. Lhe disse o salário que era três vezes o que
ganhava em NYC, bom isso estava bem, lhe levaram aonde iria trabalhar, uma sala
separada, ah disse o chefe, esse salário é para os três primeiros meses, se o
projeto avança, aumentamos com benefícios.
Agora venha, vou te apresentar os candidatos que temos, lhe passou as
fichas, leia no final de semana, na segunda-feira entregue a minha secretária,
ela os chamara para entrevista.
No meio da semana
que vem é natal, então paramos na quinta-feira, voltamos na terça-feira porque
a maioria é de outra cidade, para dar tempo de chegarem.
Estava super
contente, passou na oficina, do José, ele estava terminando um trabalho, ficou
sentado perto o vendo super concentrado no que fazia. Era um modelo antigo da Ford, do ano de 1946,
super luxo Woody Vagon, lhe recitou José.
O comprei de um senhor que foi surfista estava na garagem meio oxidado,
o motor tinha ido para a merda, desmontei inteiro o mesmo, as peças que não
encontrei, fiz eu mesmo no torno, até ficarem iguais, estou nisso a três meses,
faltam ainda lixar a madeira lateral, recuperar a mesma, depois pintar nas
cores da época, enfim bastante trabalho.
Anúncio, falando que o motor é novo.
Recupero ou peço
para algum conhecido me ajudar recuperar os assentos, esses estão ótimos,
escute o motor, parece um novo.
Foram caminhando
para casa, ele disse, preciso falar uma coisa séria contigo, porque se vamos
para Santa Fé, será uma das primeiras coisas que meu pai vai falar
contigo. Não quero que te pegue de
calças curtas. Inclusive depois do que eu te diga, podes
até me dizer adeus. Eu nunca comento,
morro de medo de falar no assunto, mas como estou apaixonado por ti, tens que
saber a verdade.
Eres soropositivo
por um acaso?
Não nada disso,
tem a ver com doença, mas nada disso, sentaram-se na sala, de mãos dadas, olha
a uns dois anos atrás, desmaiei, fui parar no hospital, me diagnosticaram uma
doença do coração, que deve ser hereditária, ou de nascença, como sou tão
grande, meu coração em alguns lugares é como uma folha de papel. Posso viver, cinco anos, 10 anos, 20 anos,
conforme o que eu faça. Um dos motivos
que não aceito mais viajar de caminhão, pois poderia acontecer algo na estrada,
sem querer provocar um acidente.
Mas faço exames
todos os meses, segundo o médico, o que me aconteceu foi como um aviso, quero
que saiba disto, pois como estamos começando a nos conhecer, temos tempos de
nos recuperar. O segundo assunto, ficou
parado, esperando a cara de ansiedade dele, foi difícil esperar o dia inteiro
para te ver de novo.
Seu sem vergonha,
quase me mata de susto. Na verdade, a
vida é assim, por exemplo meu pai, saiu para trabalhar, não voltou, minha mãe
levou dias para descobrir que estava morto na morgue de um hospital, quando
caiu fulminado, lhe roubaram a carteira, ficou sem documentos.
Ela imaginando
que ele a tinha abandonado com dois filhos por criar, essas coisas.
Tinha somente 28
anos, ninguém podia esperar isso, como pode acontecer de repente eu morrer
antes de ti. Nunca saberemos o que vai
nos acontecer depois. Creio sim que
quero te conhecer mais, o que conheço já gosto demais, nunca esperei encontrar
alguém como tu.
Temos interesses
completamente diferentes, mas isso não nos impede de gostar de viver, um dia
desses tem que me ensinar a fazer surf.
Amanhã o dia
promete, tem um garoto na praia que gosta de ensinar, vou pedir que lhe dê as
primeiras aulas, depois tenho duas pranchas, pode usar uma.
O duro sempre
seria levantar, gostava de ficar agarrado a ele, sentindo o cheiro de sua pele.
Escutou que ele
falava em espanhol com alguém, fez um sinal, meu pai.
Lhe disse que ia
levar um namorado, se tinha problema, me disse que não que ia avisar minha mãe.
Foram em seguida
a praia, lhe apresentou o rapaz, a praia estava lotada de jovens se preparando
para entrar na água, ele antes deu um
mergulho, como querendo sentir que seria bem-vindo ali. Depois se juntou a um grupo que idade
variada, que o rapaz estava ensinando os primeiros passos, depois mais tarde experimentaram o que ele
tinha ensinado.
José veio ficar
perto dele, lhe ajudou com as ondas pequenas, truques de equilíbrio, depois
foram comer num bar ali na praia.
Comeram peixe, estava estupendo, a tarde já case caia quando foram para
casa, ficaram nus um comendo o outro com os olhos, por estarem molhados fizeram
sexo no tapete.
De noite ficou
olhando analisando as fichas que tinha dos candidatos. Tinha separado 3, dois rapazes, uma
moça. Ele olhou as fichas, passou ao
José, o que achas. Ele leu, separou uma,
ficou olhando a cara do sujeito, depois olhou a outra, por último a garota.
Lhe disse, este
daqui, vais notar que gosta de trabalhar junto com outra pessoa, esses dois vão
querer te passar para trás porque estão loucos para entrar na empresa, subir a
qualquer custo.
Faça uma pergunta
trampa, para saber qual deles se acha o máximo em informática. Aí saberás que esse daqui, está mais querendo
aprender, compartilhar que esses outros dois.
Disse para a
secretaria do chefe chamar os três para entrevista, sentou-se em sua sala,
começou a estudar a ideia do projeto, fazendo anotações em seu laptop. Tinham lhe dado um novo, aonde ele acoplou um
disco duro externo, pois gostava de levar para trabalhar em casa.
Quando o chefe
entrou, tinha seu novo laptop totalmente desmontado, estou verificando se é
melhor forma de trabalhar, seria conseguir maior rendimento dele, vou acoplar o
disco duro externo, bem como criar um sistema de segurança, para que nenhum
funcionário, já que isso fica aqui, possa entrar, depois te dou o código.
O outro estava de
boca aberta, se eu faço isso, ao remontar sou capaz de fazer outros dois
laptops, Entendo de teorias, mas não de
coisas práticas.
Eu ao contrário
entendi as duas, começando a montar o meu primeiro computador, com dois velhos
de primos meus. Vi as peças que estavam
boas, fui montando até conseguir um superior a um novo. Ainda o tenho, com ele posso fazer coisas
inclusive que um laptop não faz, pois o fui melhorando. Se me autorizas posso trazer para trabalhar.
Claro que sim,
como queiras, alias vinha te avisar que os candidatos estão aqui, faço passar o
primeiro.
Logo de cara, não
gostou do sujeito, sentiu que tinha um cheiro não muito agradável, mãos suadas,
se estas nervoso, relaxa. Perguntou uma
serie de coisas que este respondeu, pelo teu curriculum vejo que trabalhaste na
Oracle. Porque saíste de lá. Foi logo falando que tinham inveja do
trabalho dele, que ele era melhor que os outros. Nem precisou fazer a pergunta trampa, viu que
se perguntava sobre o trabalho anterior a pessoa caia.
Depois foi a
garota, muito segura de si, viu o computador desmontado, fez uma cara de asco,
que tonto, deve ter pensado, se todos vem prontos. Era experta em programação, tinha trabalhado
na Microsoft. Fez a pergunta de um
milhão, caramba é uma puta empresa, porque saíste.
A lista que ela
apresentou, nem de longe poderia ser verídica, que os homens tinham medo da
inteligência dela, que na área dela, era a melhor, sabia mais que o próprio
chefe.
Lhe disse que
entrariam em contato.
O último era um
rapaz simples, quando viu o laptop desmontado, ficou alucinado, se relaxou, ficaram
falando um tempo no que ele estava fazendo.
Soltou o primeiro que tive, era um velho do meu pai, o desmontei, ele
tinha trocado porque tinha um defeito que voltava sempre, mandava arrumar,
funcionava dias depois tinha que voltar.
Vi um gatilho que tinham feito, é o meu preferido até hoje. Meu pai ficou furioso quando descobriu que
tinha sido enganado, na verdade seu trabalho era rotineiro, ele só usava uns
10% do potencial do computador.
Lhe explicou qual
era o trabalho, metade isso, preparar alguma peça ou ligação para desenvolver
um programa de interligação com clientes.
Uau, muito
interessante, mas teria que aprender a fazer isso, pois sei das coisas, mas
cada grupo funciona de uma maneira, estou disposto a aprender.
Mandou o rapaz
para o departamento pessoal, para fazer o contrato, este agradeceu, o melhor
presente de natal que poderia ter. Eu
estava trabalhando numa empresa que reparava computadores, meu chefe me disse
que eu podia aprender mais numa empresa como essa, foi ele quem me indicou.
Avisou o chefe
quem tinha escolhido, esse riu, eu quando vi as fichas, também teria escolhido
esse, alias conheço seu antigo chefe, diz que o rapaz esta sempre interessado,
mas que ali não tinha futuro. Mas claro
não ia dizer isso para ti.
Voltou para casa
feliz, Jose estava passando lixa na parte de madeira do carro, esse lhe disse,
passa esse líquido do outro lado, mas coloque máscara, espere secar um pouco,
depois, raspe.
Sim senhor meu
chefe, como pensas em pagar?
Com carne viva. Foram para casa conversando, ele falou do
rapaz que tinha contratado. O chefe
depois voltou para ver se eu tinha remontado o laptop, pediu se eu podia fazer
o mesmo no seu, quando viu que o meu funcionava mais rápido.
Vou lá dizer, que
cuidado, que nenhum avance sinal contigo, porque eres meu.
Essa noite,
contou, vou te apresentar um amigo, aliás meu único grande amigo. O vais achar
estranho, porque ele é diferente, é grande porque tem ossos grandes, mas não
gordo, esta sempre serio prestando atenção em tudo. Meu pai quando consegue arrancar um sorriso
dele se levanta o beija na cara. Sabe
que esse sorriso, representa que gostou da história. Mas sempre foi assim. Ele foi repudiado pela tribo inteira, ah
esqueci de dizer que ele é índio, pois seu pai era um filho da puta de muito
cuidado, matou a sua mãe, então na sua infância foi um garoto problemático,
agressivo. Quando José o trouxe para
casa, vivia querendo me provocar para brigar.
Mas um dia na escola um grupo resolveu me dar uma surra, ele não
permitiu, disse para os outros se alguém vai dar uma surra nele sou eu, nem se
atrevam a tocar um dedo nele, tirou um canivete. Todos saíram correndo, deu esse seu sorriso
torto, ficamos amigos de pôr vida.
Quando eu estou
em casa, Maria minha mãe o avisa, ele vive sozinho no centro, cuidando de um
centro de recuperação de menores, vai para casa todo o tempo que estou, pode
sentir um pouco de ciúmes de ti, mas não ligue.
Quando saíram da
cidade, iam carregados de presentes, ele o ajudou a escolher os presentes, mas
para o amigo que nem saiba o nome, escolheu uma coisa especial.
Quando chegaram,
os pais saíram para abraçar o filho, ao contrario dele que era alto, os dois
eram baixos, mais para gordos, o abraçaram também, seu pai Jose, segurou sua
cara ficou olhando nos seus olhos, lhe deu um tapa suave, seja bem-vindo
garoto. Nisso parou um jeep velho,
caído aos pedaços, saiu um homem com uma cabeleira negra imensa, levantou José
do chão, filho da puta, nunca das notícias.
Abraçou e beijou os velhos, quando o viu, olhou o José, quem é esse
garoto, o abraçou apertado, levantando do chão, disse ao seu ouvido, se fazes
alguma coisa má para meu amigo te matarei, o colocou no chão deu um sorriso
torto, gostei do muchacho.
A mesa estava
posta, tinha comida para um batalhão, não quero que meus meninos passem fome,
olhe como estão magros. Agora entendi o
nome do outro era Corvo, eu magro, estou assim porque vivo comendo aqui,
levando quentinhas para meu quarto, se um dia estouro a culpa é de vocês.
Depois os dois
foram arrumar a cozinha, nem deixaram Maria fazer nada, quando eles estão aqui
me tratam como a rainha de Inglaterra.
Falas espanhol
Johnny?
Não senhora, mas
estou aprendendo, como José misturando sempre alguma palavra no que fala,
aprendo.
O pai muito
sério, ele te contou do que padece.
Sim senhor, me
contou tudo, para que eu não levasse um susto.
Perguntaram de
seu trabalho, procurou explicar em palavras simples. Quando viu os dois estavam
parados lado a lado na porta, escutando.
Papi, entendeste alguma coisa?
Nada, mas fiz
cara de interessado para ele não pensar que sou mal educado.
Verás depois lhe
dá aquele seu computador que não funciona direito, vais ver do que ele é capaz.
Depois, agora
vocês deveriam ir leva-lo para dar uma volta, conhecer a cidade. Tua mãe vai preparar a ceia de Natal para
amanhã.
Johnny qual a tua
religião?
Sou católico, por
quê?
Amanha fazemos a
ceia antes, depois vamos a missa, hábito da casa.
Os dois
levantaram as mãos para o céus, mama, é necessário?
Claro que sim, a
família toda junta, que vai pensar o Johnny.
Nada responderam
os dois ao mesmo tempo.
Corvo foi
explicando a cidade, sua maneira de falar era meio bruta, suas mãos eram
imensas, a direção do jeep parecia uma dessas de brinquedo com ele segurando.
Depois foram
tomar uma cerveja, fez questão de apresentar alguns conhecidos que estavam ali.
Depois os levou
para casa, hoje não janto com vocês, tenho plantão. Me toca cuidar dos garotos.
Corvo gostou de
ti, pois se alguém aparece do meu lado, logo cria caso, fica provocando a
pessoa, faz tudo para instigar que a pessoa se aborreça ou comigo. Diz depois não servia para ti.
Por que não o
convidas para vir passar o Ano Novo conosco na praia?
Isso seria
interessante, pois ele quase nunca sai daqui, creio que foi uma única vez,
chovia horrores, nem banho de mar tomou.
Antes de ir
embora, o convidaram. Olhou para um,
depois ficou olhando o Johnny, isso foi ideia tua não é, quer me conhecer fora
do meu ambiente, para saber se sou mais amigo.
Perde teu tempo sou pior.
Absolutamente,
apenas quero te conhecer melhor, eu estou aprendendo fazer surf, o José disse
que a única vez que estiveste lá, chovia muito.
Surf, ficar
andando em cima dessa coisa, como se fosse a coisa mais importante do mundo.
Eu tampouco me
interessava, posso dizer que me relaxa, como se a água do mar, me descarregasse
por dentro.
Ias acabar
gostando, eu ainda não sou um experto nisso, mas gosto de ir aprendendo, alias
nunca me nego a aprender uma coisa nova.
Falou tudo isso,
desmontando o computador do velho José, esse ao lado estava com os olhos
arregalados. Perguntou quem tinha um
soldador, tem um peça aqui solta, ia falando, mas estava prestando atenção em
tudo que fazia. Corvo se debruçou,
começou a perguntar para que servia cada coisa.
Foi lhe explicando da maneira mais simples possível. De que estava composto etc. Experimentou, a velocidade tinha
aumentado. Perguntou qual o uso que o
José pai, lhe dava ao computador.
Instalou uma
série de coisas que lhe facilitariam seu uso.
Também lhe ensinou a usar, lhe disse que anotasse tudo isso, pois em
caso de dúvida, olhasse as anotações.
Corvo tinha
desaparecido, voltou com um velho laptop, é o que tenho lá na associação, os
meninos as vezes usam fica uma merda, dá um jeito nisso para mim.
Claro, arrumou
tudo, se não queres que usem, crie um bloqueio.
Os deixo usar
para se distraírem.
Vou ver se
consigo, aonde trabalho, antigos, arrumo, assim iras buscar, esses garotos
terão o que usar.
Ficou olhando
para ele, o que vais querer em troca?
Nada, que apenas
vá passar o Ano Novo com a gente.
Ficou olhando
para ele como se desconfiasse.
Mas na hora que
se despediram o apertou como fazia com o José.
Vais te
arrepender dessa chantagem, mas irei.
Lá estarei
esperando, vou ver o que consigo com os portáteis para os garotos.
Logo no dia que
foi trabalhar, entrou como um furacão na sala do chefe, perguntou se podia
pedir uma coisa.
O que vais pedir
desta vez.
Se vocês tem
laptops velhos, que eu possa consertar para dar para uma organização que cuida
de garotos de ruas. Claro faríamos uma
coisa benéfica.
Venha comigo, o
levou a uma sala, é tudo teu. Se
quiseres o nome da empresa bem, mas pelo menos livra essa sala dessas coisas
todas.
Arad Ronney, seu
ajudante, quando viu ele separando tudo, perguntou para o que era, ele lhe
explicou, vou trabalhar nisso depois do horário. Esses meninos quem sabe o que serão no
futuro.
Posso me oferecer
para te ajudar, além de ser uma coisa que gosto de fazer, será para uma boa
causa.
Se consigo pelo
menos dez antes do ano novo, já fico super feliz. O que faltar num, procuramos um bem fudido,
vamos juntando peças, fazemos uma seleção dos que tem possibilidades, os que
não fazemos como um ferro velho, separamos as peças boas para usar. No primeiro dia, já tinham ordenado uma boa
parte, fazendo isso.
Na véspera do Ano
Novo, já tinham 11 para usar, na mão dos garotos seria genial. Perguntou aonde o Arad ia passar o Ano Novo.
Com minha
namorada, embora estejamos estremecidos, pois não quer que eu fique longe, mas
assim é a vida, ela tem a profissão dela, não posso pedir que venha para
cá. Lá aonde vivemos não tenho
futuro. A largo prazo, evidentemente
vamos nos separar.
No dia seguinte,
bom o que eu temia, já aconteceu, me deu o fora, vai passar o Ano Novo com os
pais num barco.
Lhe disse que
Corvo vinha para passar com eles, porque não vens.
Quem são eles?
Ah vivo na casa
do meu namorado, na praia.
Corvo é gay?
Não que eu saiba,
por que te incomoda que eu seja gay?
Nem pensar, cada
um tem direito a viver sua vida, só não quero incomodar os planos dos outros.
Nada será tudo
simples, jantaremos, depois ficaremos na praia com a turma de amigos surfistas.
Surf, uau, então
vou, posso levar minha prancha, assim faço um novo grupo, estou procurando um
lugar para viver, quem sabe algum, quer dividir apartamento.
Avisou ao José
que vinha seu ajudante.
Ele fez a mesma
pergunta, se ele era Gay.
Foi o que ele
perguntou do Corvo, é surfista também, vamos nos divertir, ensinando o Corvo
surfar.
Não creio que ele
queira aprender?
Deixa
comigo. Depois que estiver na água,
nunca mais vai querer sair.
Trouxe com Arad,
todos os laptops, embalados, o deixou na oficina do José. No escritório em cima arrumou uma cama para o
Corvo.
A primeira coisa
quando chegou foi, aonde estão os Laptops, pois senão vou embora. Na hora que foi levar suas coisas aonde ia
dormir, ficou de boca aberta.
Conseguiste, seu filho da puta, agora vai me chantagear, nisso entrava o
Arad. Lhes apresentou, ele me ajudou a
arrumar tudo para os teus meninos.
Quando viu a
prancha do Arad, não penso em subir em cima disso.
Ninguém
respondeu. O dia estava estupendo, foram
para a praia, quando Corvo tirou a camiseta, tinha um corpo estupendo que ele
escondia embaixo de roupa muito grande, logo se viu cercado de surfistas que
pensavam que ele era do Hawái, foi divertidíssimo, quando disse que não sabia
surfar. Todos queriam lhe ensinar, ele
não teve escapatória.
Os outros
entraram na água, ele perguntou o que eu fico fazendo. Aprendendo. Jose ficou surpreso, Arad
surfava bem, disse que era seu esconderijo, dos chatos, ali no mar se sentia
pleno, além é claro quando estou consertando coisas com o Johnny.
Foi um fim de ano
estupendo, estavam impressionado pois Corvo quando finalmente entendeu como
funcionava o surf, fez sucesso com os garotos, pois se ele conseguia na sua
idade, eles também. Fizeram a festa na
areia, uma grande fogueira, com todo mundo cantando, conversando, namorando,
até o dia nascer. Quando o sol despontou, José, falou ao ouvido
do Johnny, queres casar comigo. Este levou um susto pela seriedade do
José. Me darias um grande prazer na
vida, não consigo imagina-la sem ti.
Antes fales com
teus pais, se concordarem, te respondo.
Que tem meus pais
a ver com isso, não vou casar com eles.
É por causa do meu problema?
Que problema
estas falando, fico preocupado que não queira isso para ti, sei o quanto eres
importante para eles.
Eles já sabem,
tanto que minha mãe, mandou o anel de família para ser ampliado para ti.
Então quero, muito,
apesar do pouco que nos conhecemos, não consigo pensar em viver longe de
ti. Nunca vivi com ninguém, nos damos
bem, que mais posso pedir.
Contaram aos
outros, Corvo ficou olhando serio os dois, vocês tem muita coragem, fico com
inveja. Quem sabe um dia eu também encontre
o que eu quero.
Agora todos os
finais de semana que tinha de folga vinha para surfar, tinha feito amizade com
a turma da praia, além do Arad. Os mais
jovens vinham pedir conselho a ele, sobre muitas coisas, drogas,
namoradas. Nisso ele era ótimo.
Passaram cinco
anos, Johnny tinha acabado o programa que fazia sucesso, mas por um lado ele
não se sentia satisfeito, gostava disso, mas lhe faltava algo. Conversando com Arad, esse comentou o mesmo,
pensei que me sentiria mais realizado, mas sabe do que sinto falta, daquilo que
fizemos com os laptops para a garotada, gosto disso de construir, de juntar coisas, criar isso sim me deixaria
contente.
Johnny disse que
nunca tinha visto um lugar para estragar tanto material, a maioria dos que ali
trabalhavam, ao menor problema pediam um novo, pois reclamava que o seu dava
problemas, entendiam de tudo, menos da própria máquina.
O famoso deposito
estava sempre cheio. Eles tinham
conseguido um lugar na oficina do José, na parte de cima, continuavam montando laptops
com os que não serviam mais, primeiro arrumaram mais para o lugar do
Corvo. Depois eram os garotos da praia
que lhes trazia o que tinham, para arrumar.
Ficaram pensando
nisso, pois chegou um momento, que não
davam abasto, além do trabalho, na empresa queriam dar um cargo ao Johnny, para
desenvolver um novo programa, quando olhou a proposta, lhe resultou totalmente
desinteressante. Declinou, falou com o
José, este riu, já esperava isso a algum tempo, quando ficas quieto pensando,
alguma coisa não vai bem, pensei que era entre a gente até que entendi que não,
estamos bem.
Sim, imagina que
se eu não te tivesse como ia ser, minha cabeça ia explodir, mas sempre posso
contar contigo.
Tempos depois,
estavam trabalhando na parte de cima, quando escutou um baque, pensou que
alguma coisa tinha caído, chamou o José, não escutou resposta, desceu com o
Arad. Ele estava caído no chão. Chamaram a ambulância, ficou uma semana no
hospital, não houve jeito de o tirarem de lá.
Arad lhe levava roupa, tomava banho lá mesmo.
Quando Corvo
trouxe seus pais, conversaram com o médico, ele foi claro, é o começo do
declive, podemos lhe assistir, agora ele pode durar um tempo indefinido, como
pode ser de um momento a outro. As
coisas foram complicando, depois que Maria morreu, piorou, a um ponto de estar
de cadeira de rodas, mas seguiam dormindo juntos, ele pedia ao Johnny faça sexo
comigo por favor, prefiro morrer a não te sentir em mim.
Havia um carinho
imenso entre os dois. Corvo arrumou um emprego num organismo quase idêntico, era
o apoio dele, bem como Arad.
Durou pelo menos
mais um ano e meio, morreu dormindo nos braços do Johnny. No seu testamento deixava tudo para ele. O que
queria era que suas cinzas fosse levada pelos surfistas, lançadas depois
das ondas, para que elas viessem surfando até a praia. Assim fizeram, foi um ritual
maravilhoso. José pai, foi morar com
uma irmã sua em San Diego.
Assistiu da praia
a cerimonia do filho. Deu um abraço
apertado no Johnny, obrigado por cuidar do meu filho até o final. Eu não estava só, tinha o Corvo, Arad é os
amigos.
Corvo o pegou uma
madrugada andando pela praia, ficou andando com ele em silencio, até que se
sentou, começou finalmente a chorar, contou como o tinha conhecido, num mal
momento de sua vida. Nunca mais tinham
se separado, eu sabia do seu problema, mas imaginei que isso seria daqui uns
dez anos ou mais. Mas me arrancaram o
amor de minha vida.
O trabalho para
ele era um desafogo, agora consertava inventava em cima do que a empresa que
trabalhava antes precisava. Foi com Arad a Corea, aonde estavam os grandes
fornecedores de material, depois ainda a alguns fabricantes na china do qual já
compraram, passou a desenvolver um tipo de Laptop, que os que trabalhassem em
informática, tivessem o maior potencial possível para seu trabalho. Depois o mesmo fizeram para quem trabalhava
em desenho gráfico, ficaram conhecidos por isso, por desenvolverem laptops
especiais para quem lhes encomendassem.
Agora os dois
trabalhavam, usando a parte da oficina embaixo. Corvo chegava cedo todo dia, para tomar uma
cerveja com eles, ajudar na cozinha.
Arad arrumou uma
namorada que trabalhava com desenho gráfico, estava morando com ela, sem
compromisso. Agora só sobravam ele, mais
o Corvo para irem fazer surf.
Um dia preocupado,
perguntou a ele, pois nunca o via falando de nenhuma namorada, se não sentia
falta de estar com alguém.
Como é isso, eu
estou com alguém, justamente já fazia muito mais de ano que José tinha morrido.
Que queres dizer
com isso?
Que estou
esperando por ti, ainda não percebeste que estou apaixonado por ti, desde o dia
que apareceste com o José. Hoje é pior
pois não quero viver longe de ti.
Ah, meu amigo,
colocou a mão em cima da sua, achas de poderia dar certo uma coisa entre a
gente. Deves estar farto de me escutar
dizer o que sinto falta dele, nunca mais fiz sexo com nenhum outro homem.
Quem sabe um dia
desses chegamos a um ponto.
Lembra quando
você me contou como se tinham conhecido, a noite que dormiram no deserto, a
gente acostumava fazer isso na nossa adolescência. Ficávamos os dois olhando o céu, as
estrelas, falando dos nossos sonhos, o
dele era ser amado. Os meus de vingança,
contra os que tinham me expulsado da tribo.
Mas anos depois
descobri a verdade de tudo isso, foi doloroso, mas superei tudo, afinal tinha
uma família, nele, em José, Maria, não precisava de mais nada.
Eu adoraria ir de
novo fazer isso, planejamos tantas vezes, mas nunca conseguimos ir.
Fazíamos si aqui na praia, nos dias
muito quentes, levávamos uma manta, dormíamos olhando o céu.
Eu sei, ficava
com uma certa inveja disso.
Estou cansado,
podemos tirar uma semana, ir até o deserto perto de Santa Fé, acampamos, o que
achas.
Seria
fantástico. Ele tinha tudo a tenda,
sacos de dormir. Planejaram, ainda
convidaram o Arad, mas sua namorada, disse que nem pensar, tinha medo de que
algum bicho a atacasse.
Lá foram os dois,
no primeiro dia estavam inibidos, ficaram conversando. Corvo contou que suas aventuras nunca tinham
passado de uma noite, as pessoas se assustam comigo, pelo meu tamanho, ficam
imaginando coisas, quando me veem nu totalmente devem se decepcionar, pois
tenho um membro normal, nada demais. Ai
quem não se sente bem sou eu.
Na segunda noite,
tinham bebido, isso os relaxou, estavam sentados recostados num tronco ao lado
de uma fogueira, conversando Corvo contando as reminiscências de sua juventude
com o José. Todo mundo pensava que eles
tinham sexo, mas creio que nunca nos passou pela cabeça.
Quando se viraram
para algum comentário, estavam cara a cara, saiu o primeiro beijo, primeiro
terno, depois com mais ânsia, quando se deram conta, estavam fazendo sexo. Nem tinha se tocado do que ele falava,
realmente ele deitado em cima do Corvo parecia que estava no mar.
Era uma coisa
diferente do que tinha com José, ficaram
rindo quando acabaram, ele deve estar olhando a gente lá de cima, rindo.
Sabe que ele
sabia que eu gostava de você?
Como um dia,
estávamos a volta da cama dele, saíste para ir a farmácia, ele daquele jeito
direto, me viu te acompanhar com o olhar quando saias do quarto, me olhou nos
olhos, me disse meu, irmão, amas o Johnny?
Nunca escondi
nada para ele, lhe contei que sim, desde o primeiro dia.
Então me promete
que vais cuidar dele para mim.
Eu ri, mais fácil
ele cuidar de mim.
Passaram a viver
os dois juntos, iam a todos os lugares juntos, tiveram foi que mudar de cama,
pois esta era pequena para ele. Johnny
sempre de gozação dizia que quando estava em cima dele, sentia como se
estivesse no mar.
Sabes que aprendi
a fazer surf, porque queria estar perto de ti no mar. Era verdade, ele sempre estava no meio dos
dois. Agora percebo coisas que não
percebia, era tudo tão natural que não me toquei.
Eu jamais iria
interferir entre vocês, cheguei a sonhar de estar fazendo sexo com os dois, mas
claro isso era como profanar nossa amizade,
me afastava.
Arad estava
nervoso, lhe perguntou porque, a namorada o estava pressionando para se casar, ele
não queria uma família, filhos, nada disso.
Teriam que fazer
outra viagem, foram os três, depois ele esticou com o Corvo até o Hawái, foi
divertido, pois todos pensavam que era um deles. Se divertiram muito fazendo surf.
As noites era boa
demais, Corvo era muito apaixonado fazendo sexo, queria que ele tivesse o maior
prazer possível, era como se procurasse superar o José. Quando lhe disse isso, riu, sei que não
poderia. O que quero mesmo é sentir que
você fique louco, é como eu entrasse em transe contigo. Então estou sempre procurando uma coisa nova
em ti, para te satisfazer.
Mas o que eles
tinham era completo. Eu adoraria me
casar contigo, mas isso terei que esperar que você me peça.
Um dia ele
voltava da oficina, tinha como sempre os surfista ao lado do Corvo,
conversando, se confessando como ele dizia.
Mas tinha um em especial com cara de adoração, sentiu uma coisa que
nunca tinha sentido, ciúmes.
Quando comentou
com Corvo isso, ah, ele já se abriu comigo, lhe disse que era impossível, pois sou
de uma pessoa só, que não posso pensar em viver sem ti.
Mas já está
conformado. Um dia viu o rapaz
conversando com o Arad, achou graça. Este depois comentou que esse rapaz tinham
um laptop que tinham feito. A cabeça do
Arad, estava diferente, disse um dia durante o trabalho, levantou a cabeça,
sabe que vou fazer?
Não, vais voltar
com a tua namorada?
Nem pensar, me
sinto prisioneiro com ela. Depois o sexo
já nunca funcionou direito, me sentia incompleto não sei por quê. Talvez porque via primeiro você com o José,
agora com o Corvo como se comportam. Vou
experimentar fazer sexo com uma pessoa que me interessa.
No outro dia
estava rindo. Foi demais, nunca pensei
que seria possível.
Quem foi?
Aquele rapaz que pensou
que estava apaixonado pelo Corvo, disse que sentiu o mesmo que eu, vendo vocês
dois juntos, ele queria uma coisa assim.
Tampouco como eu, tem muita experiencia, vamos seguir nos encontrando.
Realmente um ano
depois estavam vivendo numa casa quase ao lado da deles. Mas anos depois adotaram um casal de
crianças abandonadas. Quando lhe comento isso, sempre dizias que não
querias filhos.
Não sei te
explicar, mas me sinto completo com ele, adora crianças, sempre quis ser pai,
então por que não.
Corvo na verdade
tinha muitos filhos adotivos, adorava trazer a garotada de aonde trabalhava
para aprenderem surf.
Tempos depois
souberam da morte do José em San Diego, foram os dois ao enterro. Na volta dormiram outra vez numa área muito
deserta, entraram com o carro, jogaram mantas no chão, ficaram ali
conversando. Johnny tirou um anel que o
tinha visto provar, o pediu em casamento.
Ele quase jogou o
Johnny no ar, como uma criança. Sonhei
tanto com isso, mas vamos fazer uma coisa discreta ok. é entre nós dois. Usaremos o mesmo anel, se
perguntam respondemos.
Agora estavam
mais soltos que nunca, Corvo não escondia que eram um casal, alias peculiar,
pelo seu tamanho, Johnny mal chegava ao seu ombro. As vezes faziam sexo no mar, experimentaram
uma vez o Corvo ficar boiando, ele o usando como uma prancha de surf sentado em
cima do seu sexo, depois saíram da praia as gargalhadas.
Já posso contar a
garotada, que virei uma prancha de surf.
Mas quando chegaram em casa, agora quero ser tua prancha de surf, mas
contigo dentro de mim.
Assim era a
relação deles.
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