2032 OVERLIVE
Quando despertaram o FAKE OUR NOT FAKE, ou
seja a informação e a desinformação ao mesmo tempo, ninguém sabia o que era
verdade ou mentira.
George Orwell, autor de 1984, nunca
imaginou que a realidade suplantaria sua ficção, devia estar se removendo na
tumba, de ódio.
A humanidade, tinha estado anos, metida
nunca controvérsia, ao mesmo tempo lutando contra uma vírus que ia se mutando,
matando as pessoas enfermas, como se fosse uma das muitas pragas do Egito.
As pessoas eram vigiadas, desde o momento
que saiam de suas casas, além de não poderem verbalizar nunca o que pensavam,
logo desapareciam num estalar de dedos.
Talvez por isso quando foram atacados pelo
vírus, ninguém mostrou compaixão, ou qualquer outro sentimento relativo a
outras pessoas.
Seus pais retornaram da Africa, aonde tinha
estado fazendo pesquisas, trabalhavam para um grande laboratório que de uma
certa maneira usava as pessoas de regiões remotas para testar novas vacinas.
Como dizia sua avó, tratam as pessoas como
se fossem cobaias.
Para complementar, houve uma chuva me
meteoritos, que ninguém sabia de aonde tinham vindo, que entraram na atmosfera
da santa terra, atingindo todos os lugares possíveis, não eram grandes, mas
soltavam um gás, que funcionava pior que um vírus. Atingiam as pessoas que já tinham sobrevivido
a todas as variantes possíveis do vírus anterior. Os jovens, por um acaso não eram
atingidos. Tinha um efeito estranho,
atacava diretamente o pulmão das pessoas, fazendo com que secassem, em dias a
pessoa estava como uma múmia, se faziam piras como antigamente, inicialmente,
retiravam os documentos das pessoas, mas claro, os militares, policiais,
bombeiros, também foram atingidos, logo deixou de haver controle.
Com ele, a coisa tinha acontecido de uma
maneira surpreendente, dois meteoritos, caíram em cima do laboratório que
trabalhavam seus pais, não sobrou ninguém, pois com os produtos químicos, que
existiam lá, foi como acender um fósforo.
Ele como tinha sempre vivido com sua avó,
nem pensou muito, não tinha que ir a escolas, estavam todas fechadas, a casa
aparentemente estava abastecida, não se sabia por quanto tempo, pois a escassez
de comida era preocupante.
Um dia ela não levantou, as senhoras que
trabalhavam na casa, chamaram imediatamente a polícia, em seu lugar vieram os
bombeiros, ela iria diretamente para alguma pira, ele foi levado, apesar de ter
16 anos para um orfanato, só teve tempo de pegar algumas roupas.
Mas o mesmo, por alguma razão, como estava
num local de Washington, que tinha sido muito atingido com meteoritos, a
maioria dos cuidadores morreu, era impressionante, ver uma pessoa secando. Ele tomou uma resolução, quando escutou que
seriam transferido para algum lugar, que ninguém tinha escutado falar, mas
claro faltavam meios, a descoordenação eram grande, a maioria que estava ali,
escapou, ele não teve duvida nenhuma, com sua mochila, se mandou.
Quando chegou ao apartamento de sua avó, isso
andando de noite, com uma bicicleta roubada, levou um susto, pois uma das
mulheres estava sentada na poltrona preferida dela, com suas roupas joias, como
se fosse a dona da casa, era como entrar numa tumba, estavam todos mortos.
Ele recolheu as joias, já sabia que moeda
nenhuma valia nada, os dólares já só eram papeis para queimar, tudo funcionava
na base da troca.
As pessoas que ainda sobreviviam, entravam
nas casas para roubar, principalmente algo de comida.
Foi o que ele fez, colocou na sua mochila,
roupas de inverno, que se aproximava, o resto latas para comer. Se lembrou de uma vez que tinha ido com seus
pais, a uma floresta, aonde alugavam uma cabana, tinha na cabeça o
caminho. De noite, tirou de uma das
bicicletas da casa, um cesto, encheu de comida, foi nessa direção. As ruas estavam desertas, a maioria das
câmeras de vídeo que antes vigiavam tudo, estavam destroçadas, as vezes via um
carro da polícia, ou algum de bombeiros, indo em direção a algum incêndio.
Depois de um dia, finalmente chegou à
cabana, alguém tinha estado ali antes, pois estava tudo destroçado, talvez em
busca de alimentos.
Nessa noite nevou, ele por sorte com a
comida tinha trazido um saco de dormir, daqueles quentes, era um frio
diferente, depois de um tempo a neve se transformou numa coisa estranha, era
cinzenta, como se o ar estivesse sujo.
Ele não se atrevia a acender a lareira,
embora ali tivesse lenha, com medo de chamar a atenção, sabia que em algum
lugar da casa, havia um alçapão, para o porão, tanto procurou que achou,
guardou ali a comida que tinha trazido, bem como a bicicleta.
Dois dias depois escutou gente falando,
vinha da estrada mais abaixo, se escondeu rapidamente.
Entraram na casa, reviraram a mesma em
busca de comida, como não acharam nada foram embora, por uma fresta olhou, eram
garotos da mesma idade dele, bem como alguns menores.
Entendeu que não era seguro ficar ali,
começou a cada dia se adentrar na floresta, um dia se perdeu, mas deu de cara
com uma cabana, em bom estado, tão bem escondida no meio das árvores que era
difícil encontrar, tinha dado com ela por um acaso.
Desde o principio lhe pareceu a cabana de
um guarda-bosque, embora tenha estranhado a quantidade de armas que encontrou
por ali.
Mesmo o sujeito que encontrou enrolado numa
manta, sentado num cadeirão, estava vestido com uma roupa de aspecto militar,
que ele nunca tinha visto, tinha uma arma na cintura, além de uma escopeta
serrada em cima das pernas.
Retirou as duas, o que achou entranho, foi
um molho de chaves, diferentes, que tinha na cintura, nunca tinha visto nada
igual.
O levou para fora, o arrastou com o
coberto, o mais longe possível, cavou uma tumba rasa para o mesmo, cobrindo a
parte de cima com pedras, ramos, pois não sabia que ali existiam animais.
Começou a verificar tudo em volta da
cabana, mas afastado, encontrou porque sem querer tinha dado uma topada com
alguma coisa dura, quando tirou os ramos de cima, viu como uma tampa de metal,
quase igual as das companhia de gás, ou eletricidade. Não tinha nada escrito, mas sim uma abertura
para alguma chave.
Se lembrou do chaveiro do homem, voltou a
cabana para procurar.
Foi provando uma a uma, a mais estranha,
fez uma coisa, como um estalo, a tampa se levantou sozinha, por algum sistema
mecânico.
Quando desceu, a cada movimento que fazia,
se acendia uma luz.
Parecia um imenso bunker, do qual tinha
lido em algum livro de seu pai. Segundo
estes era por se acaso surgisse alguma guerra atômica, que os países viviam
ameaçando uns aos outros.
Aonde acabou depois do imenso corredor, foi
numa sala grande, cheia de poltronas, em cada uma tinha uma manta. Ele achou estranho pois ali não fazia frio.
Tinha levado uma lanterna da cabana,
escutou um ruido, era a tampa que se fechava sozinha, seguiu em frente, como
ele imaginava, a cada lugar que ele entrava, as luzes se acendiam, se ele
ficava parado, se apagavam. Na casa de
sua avó, existiam nos corredores, por se acaso levantavas de noite. Ela dizia que era um invento antigo.
Deu com uma imensa biblioteca, a maioria de
livros científicos, mas uma delas, de livros para as pessoas relaxarem. Ali também existiam sofás, poltronas
confortáveis. Era como se tudo tivesse
estado preparado para ser usado.
Mais adiante, pelo corredor, se encontravam
quartos, todos mobiliados, banheiros, simples, abriu uma torneira, saia agua,
terei que aproveitar para tomar um banho, foi o que pensou, não fazia isso a
dias.
No final desse corredor, encontrou, uma
sala, com um homem sentado, estava seco, sentado, com as mãos em cima de um
teclado, por todas as paredes se viam grandes telas de televisão, todas
funcionando ao mesmo tempo, se viam lugares de Washington, a Casa Branca, o
pentágono, as principais vias de acesso da cidade, tudo era como um lugar
fantasma, quando tentou mover a cadeira, o homem caiu para frente, usava um
uniforme da CIA, ele entendeu imediatamente, era um bunker para os
funcionários, ao mesmo tempo aonde estava um sistema de vigilância. Em seguida, os salões eram mais simples, bem
como os quartos, em dois deles encontrou pessoas da mesma maneira, levou para
lá o que estava na sala das telas de vigilância.
Depois encontrou refeitório, uma cozinha
super abastecida, bem como geladeiras, congeladores, todos funcionando. Viu Yogurts, não resistiu, provou um, estava
fantástico, já nem se lembrava da última vez que tinha comido um.
Nos congeladores, existiam carnes, peixes, tudo
muito surtido, para muito tempo, uma coisa lhe chamou a atenção, um frigorifico
imenso, desses de grandes restaurantes, abriu, dentro tinham duas pessoas
congeladas, deviam pensar que ali estariam a salvo. Mais carnes, metades de animais inteiros
congelados.
Fechou rapidamente, pois sentia frio. Assim seguia indefinidamente. Até que chegou
a uma porta, aonde escutou um ruido de um regenerador, abriu lentamente,
esperando encontrar alguém, como tinha ficado imóvel, as luzes se apagaram, não
havia ninguém.
Voltou atrás, abriu a tampa, foi até a
cabana, levou suas coisas para lá. Inclusive um resto de latas, teria que
encontrar uma maneira de ver como esconder esta tampa, embora sabia que só se
abria com essa chave.
Mas era melhor prevenir.
Foi até a tal cozinha, tinha deixado suas
coisas num dos quartos confortáveis, tomou um bom banho, inclusive de água
morna. Ali tinha tudo, se esfregou bem muitas vezes, colocou uma roupa nova,
sabia que na grande cozinha tinham duas máquinas de lavar roupa, bem como
secadoras, lavou tudo, até o tênis que usava que estava super sujo.
Depois preparou para ele, dois hamburguês,
grandes, tinham também pão congelado, poderia viver ali por anos.
Depois foi dar uma olhada na sala das telas
outra vez. Acessou um computador, mas
basicamente quase tudo da internet era velho, a última coisa que apareciam eram
vídeos gravados talvez dali mesmo, dos meteoritos atingindo o mundo inteiro.
Depois ficou observando a câmera, para ver
se tinha algum movimento, viu por exemplo que movimentando o cursor, era como
se entrasse em outras câmeras, ruas, avenidas, clicou em cima da Casa Branca,
no portão principal, apareciam dois guardas mortos, o resto era mais disso,
muita coisa revirada, como se estivesse procurando alguma coisa, num movimento
encontrou o gabinete oval, mas tudo vazio.
Se perguntou, aonde tinha ido parar o
presidente.
Por isso acessou o pentágono, tudo era como
um cenário vazio, mas conforme mexia o cursor, ia como se descendo a níveis
inferiores. Foi quando deu com uma sala, aonde estavam sentados militares, com
um homem vestido diferente, deduziu que era o presidente. Todos mortos.
Ainda pensou, quem precisa de um
presidente, não há nada para governar.
O último que acessou, foi um com a marca do
edifício da CIA, foi a mesma coisa, um cenário fantasma, em algumas salas, as
pessoas mortas. Claro, como o tal
vírus, vindo dos meteoritos, secava primeiro o pulmão, as pessoas, não se
mexiam do lugar.
Ao final, nada mais o emocionava, mas foi
interessante descobrir que na tal cabana tinha sistema de vigilância, dali
poderia saber se alguém se aproximava.
Quando acionou isso, apareceram uma série
de outras entradas, entendeu, estava no fundo de uma montanha, existiam outras
saídas, ele só tinha que descobrir como, sair por aí, ir até aonde tinha
entrado, esconder essa entrada.
Foi dormir o sono dos justos, porque não
tinha que ficar preocupado, se alguém chegava até ali.
No dia seguinte, encontrou uma sala com
todos os aparelhos de um ginásio, já teria aonde fazer exercício, bem como uma
piscina. Poderia ficar vivendo ali muito
tempo.
Levou dias explorando tudo, finalmente
encontrou depois dos reatores de energia, um corredor que se dividia em vários,
que iam dar várias saídas, explorou o primeiro, tinha outra chave diferente a
encontrou no chaveiro, antes tinha dado uma olhada, pois tinha uma numeração, que
nas telas, era como um mapa, ali podia ver a mais próxima a cabana.
Olhou para saber se tinha movimento nessa
zona, foi até lá, mal o dia nascia, achou estranho, que as noites fosse tão
curtas, apesar de abrigado, fazia frio. Com muito custo, encontrou a chave, marcou
a mesma, para saber resolver fácil. Tinha
imprimido um mapa, se via que o caminho tinha sido usado, com mais abaixo, o
interessante que essa tampa, estava camuflada atrás de uma árvore, quando a
fechou, viu que vinha junto com um arbusto, ou seja se camuflava sozinha.
Foi até a cabana, esperou ver algum
movimento, mas nada, foi até aonde tinha entrado, tampou como estava antes essa
entrada, voltou por aonde tinha vindo.
Agora cada dia, pesquisava uma saída.
Uma dava diretamente a um estacionamento subterrâneo, da CIA, era bem
camuflada, percorreu todos os corredores, levou com ele, um sistema de áudio,
que encontrou junto a um sujeito morto, pelo menos teria música, para a sala de
exercícios, levou cadernos, livros que tinha encontrado em alguma mesas, nos
escritórios fechados, voltaria depois por mais.
Quando voltou, viu que o sistema de alarma,
tinha tocado, havia um grupo de garotos na cabana, comeram e roubaram tudo que
encontraram de comida por ali, comia com ânsia de muita fome, dormiram essa
noite ali, fizeram uma fogueira, alguns eram da idade dele, para cima. Ficou prestando atenção, um deles que se via
que comandava, estava armado, tinha dois outros que eram como seus guarda
costas, também armados, os menores não.
Os vigiou a noite inteira, para ver se
descobriam alguma coisa. Nem
desconfiavam que estavam sendo observado.
No dia seguinte escutou a conversa deles,
iam em direção ao interior de Virginia, para ver se encontravam algum outro
grupo de sobrevivente.
Em algum momento, pensou seriamente em ir
ao encontro deles, mas a atitude do chefe, ele não gostava. Se lembrou de uma aula que tinha tido a
muitos anos atrás, que falava disso, a voz de comando. A pergunta tinha sido, se antes dos
governantes, tinham existido outros.
Seu professor ilustrou no quadro, que
sempre tinha existido isso, dois grupos, um comandando, outro sendo explorado,
sejam por reis, depois os senhores das guerras, ilustrava que mesmo os Vikings,
que se falava muito na época, tinham sempre seu chefe, que governava como um
rei.
Depois que as religiões existia a mesma,
coisa, na época já não existia o Vaticano, a muito tinha acabado, agora então
devia ser impossível ter algum sacerdote de qualquer religião.
Duas aulas depois, ele contava como tinha
existido as guerras religiosas, nunca entenderia depois que o professor tivesse
desaparecido, se falava que a CIA, ou o FBI, o tinha levado, por estar dando
aulas que não devia.
Buscou entre os livros ali, encontrou
vários falando de todos os tipos de guerra, até a religiosas.
Leu um que alguém tinha parecido
interessado, que eram os templários.
Existia uns dez livros sobre o assunto.
Se divertiu vendo.
Agora tinha um sistema, qualquer movimento
suspeito em qualquer câmera, era avisado num relógio que tinha encontrado nessa
sala.
Corria para dar uma olhada, voltava o vídeo
que estava com um ponto em vermelho, para dar uma olhada. Sempre dava no mesmo, algum grupo comandado
por alguém armado, todos sempre eram jovens em marcha.
Quando passavam pelas ruas que tinha
comercio, buscavam coisas já muito desaparecidas, cada vez mais rara pelo
visto, comida. Todos pareciam ir na
mesma direção.
Alguns grupos, até os garotos eram menores,
mas tinham um chefe armado.
Conseguiu alcançar pontos claves, como o
quartel de bombeiros, nada se movia ali, a central de policia da cidade era
igual. Se via no pátio, que tinham
tentado levar carros.
Ele tinha aprendido a dirigir com 14 anos,
pois vivia levando sua avó de um lado para outro, mas nem se atrevia hoje em
dia, podia chamar muita atenção.
Um dia viu um carro de bombeiros, tinha um
grupo de maiores conduzindo o carro, com a garotada toda em cima.
Observou a cara de quem conduzia, era uma
garota de sua idade, além do grupo ser todo feminino, viu que tomavam a direção
de NYC.
Lá também devia existir bando como os
deles.
Procurou nas noticias antigas algo sobre a
cidade, estava fechada a muito tempo, tinham levantado um cerco a ilha, bem
como ao resto, era como se a cidade se tivesse transformado em várias partes, o
que não se falava era de comida.
Tentou ver se algum dos circuitos,
conseguia alcançar a cidade, tinha ido uma vez com sua avó, quando era garoto,
tinha achado a mesma mais interessante que aonde viviam.
Agora se dava bem usando os canais de
espia, descobriu um sobre NYC, outro sobre Los Angeles, bem como San Francisco.
Pelo menos tinham mar, podia se alimentar
de peixes.
NYC, mesmo cercada, estava dividida em
muitos setores, comandados pelas gangs de jovens.
O tempo tinha mudado, agora os dias eram
largos, as noites curtas, o inverno quando muito durava dois meses, o resto do tempo
era como uma eterna primavera, aonde pela manhã e pela noite faziam frio.
Procurou informação a respeito, sabia-se
justo antes da chuva de meteoritos que a terra tinha mudado seu eixo, as
hipóteses eram muitas, daí talvez o degelo do polo Norte, o polo Sul na época
isso acontecia mais devagar.
Não entendia, como a internet podia seguir
funcionando, se funcionar significava saber de coisas do passado, pois do
presente não se sabia nada, se tentava contatar com alguma coisa do governo,
eram como informações estagnadas. Podia
olhar como andavam as coisas nas cidades, mas isso através das câmeras de
vídeo. Os governos anteriores, para que
o povo não soubesse que era espiado, as tinham transformado em pequenos
aparatos, que desde o chão o povo não via, mas que era capaz de identificar as
pessoas pela cara.
Agora seria impossível, pois o que restava
eram os bandos de jovens, ainda pensou, que chegaria um momento em que esses
jovens começassem a produzir filhos, descobririam o sexo, claro isso faria com
que houvesse um repovoamento na terra.
Mas por mais que olhasse através das
câmeras, não via isso. Nunca via nenhuma
adolescente gravida, ou com barriga.
Alguma coisa tinha feito mudar a genética,
ou ele não sabia. O que observava sim, o
que era uma incógnita, era que havia como uma mutação genética, nos que eram
simples criança na época que tudo começou.
Sabia disso, quando via agora passarem
diante da câmera, grupos montados a cavalos, como antigamente, os carros
continuavam parados, como sem vida.
Um dia foi ao estacionamento da CIA,
experimentou um carro, fez a ligação, como tinha aprendido fazer através de
livros, nada, um dos carros tinha as chaves postas, igualmente, pensou caso a
gasolina tivesse evaporado, mas isso nunca acontecia.
Talvez por isso, não via movimento de
carros, atreveu ir mais fora da cidade, era o mesmo, algo tinha feito que os
carros deixassem de funcionar, talvez por isso nunca mais tivesse movimento de
nenhum.
Desta vez, quase deu de cara com um grupo
desses a cavalos. Era difícil de
entender o que diziam, isso já tinha observado através das câmeras, como se
houvesse uma nova linguagem.
Uma das últimas vezes que houve gente na
cabana, observou que eles comiam raízes, assadas na lareira da mesma, que
acenderam com a madeira ainda existente por lá.
Mas chegou a gravar o que falavam, pois era difícil. Talvez como se tivessem elaborado uma nova
linguagem.
Gravou uma conversa de um grupo, em NYC,
que viviam dentro do Museu, depois comparou as duas, eram diferentes, talvez a
maneira de falar, tinha por isso dificuldade de entender o que falavam.
Se cobrava, se tinha se protegido demais,
evitando que descobrissem aonde estava.
Mas quando via os enfrentamentos entre
esses grupos, pensava estou certo, assim sobrevivi.
Era uma coisa brutal.
No Central Park, agora era como um ringue,
aonde esses grupos se enfrentavam, parecia sempre um campo de batalha, ficou
imaginando, que um dia chegaria ao que tinha escutado nas aulas de história, ao
canibalismo das tribos de um passado remoto.
Ele sabia que os anos iam passando, porque nessa
sala, havia como um calendário, que funcionava. Tinham se passado já sete anos de que tudo
tinha acontecido.
Quando se olhava no espelho, via um homem,
não mais o garoto assustado que tinha chegado ali, um dia estava vendo essas
batalhas, quando viu o que tinha pensado, quando acabou tudo, as pessoas
mortas, foram assadas em fogueiras, depois tinham comido a mesma.
Chegou à certeza, que já não comiam só
raízes, mas também outros seres humanos.
Procurou ver se acontecia o mesmo em San
Francisco, Los Angeles, não era muito diferente, mas o mesmo, não se viam mais
crianças pequenas, gravou grupos falando, teve a mesma surpresa, eram
linguajares diferentes.
Pensou o dia que todos vamos morrer, a
humanidade já estará salva dos homens.
Um dia viu uma das barbáries, um grupo
todos a cavalos, um deles tropeçou, morrendo, o que ia em cima, caiu também,
logo alguém lhe deu com algo na cabeça, montaram ali mesmo nas ruas uma
fogueira, assando o cavalo, bem como o homem.
Ficou literalmente chocado, o comportamento
era o mesmo, um chefe dava as ordens, armado até os dentes, tinham aberto o
crâneo do homem caído, o que devia ser um manjar, foi entregue ao que
comandava, que o comeu com as mãos.
Teve que correr para o banheiro, para
vomitar.
Mas os que estavam ali, parecia a coisa
mais normal do mundo. Os mais jovens deviam ter por volta de 15 anos, os mais
velhos a idade dele.
Talvez estivesse fazendo o mesmo, se
estivesse aí com eles, mas fiquei aqui protegido, como numa redoma.
Realmente tinham pensado naquele lugar,
para se sobreviver muito tempo.
Às vezes, saia, mais com o intuito de
aventura, o que ele achava raro, não via pássaros, nem animais pequenos, as
vezes os encontrava mumificados. Então
era isso, não tinham animais para comer.
Como não existiam câmeras de vídeo nos campos, ele não podia saber.
Essas saídas fazia com sua bicicleta.
Passou a usar as roupas que estavam ali,
dos homens que tinha estado, uniformes da CIA, ou outra coisa.
Só não saia em dias de neve, primeiro era
como sempre, era branca, depois ficavam negras, não sabia como analisar isso.
Quando isso acontecia, não havia batalhas
em nenhum lugar, como se as pessoas ficassem escondidas, ou com medo.
Ele não tinha sido educado em religião
nenhuma, mas ficou curioso, um dia que viu um grupo depois de uma batalha,
fazendo fogueira com os bancos de uma igreja, bem como um cristo imenso de
madeira, ou seja a esses garotos ou melhor dizendo hoje rapazes, a religião
importava nada, primeiro talvez porque não tinha ninguém para ensinar.
Um dia viu um grupo, em Los Angeles, que o
deixou surpreso, estavam basicamente nus, eram todos talvez da mesma idade, por
causa do tamanho, magros, na falavam, gruíam, gritavam coisas aos que brigavam
como se estivesse torcendo por algum deles.
Quando tudo acabou, levaram todos os mortos, faziam a fogueiras,
brigavam entre eles, para ver quem ficava com o melhor pedaço.
Cada vez via menos gente de sua idade, foi
quando percebeu, que estes ao chegarem a uma certa idade, era como se o antigo
vírus os atacasse, voltava a ver gente mumificada.
Isso ira acontecer comigo, porque se os que
estavam aqui aconteceu, entendeu que o local recebia ar de fora. Ele não tinha saída.
Logo chegaria seu momento. Tinha passado esse tempo todo, como um
observador do que ia acontecendo com a humanidade, quando começou a sentir
algo, pela primeira vez, percebeu que ele mesmo falava alto, com ele mesmo,
fazia pergunta que seu cabeça respondia.
Tinha um dos quartos, que devia ser para o
filho de alguém, pois quando se entrava, pelas paredes e pelo teto, passavam
imagens do tempo, nuvens, estrelas, coisas que já nem se via mais. Quando sentiu que lhe faltava pouco, pois
tinha dificuldade para respirar, tirou toda sua roupa, se deitou aí, como se
fosse seu tumulo, enquanto pode mover-se, as imagens não paravam, foi como se
lembrar do tempo que em pequeno saia com sua avô, que ele admirava os pássaros,
as nuvens se movendo no céu, seu último pensamento foi, tudo se acabou
finalmente.
Tinha entendido, que esses guerreiros de
agora, iriam passar pelo mesmo, não havia crianças, eles atingiriam uma idade,
acabariam como ele.
Fechou os olhos, deixou de respirar.
Não sabia que estava sendo gravado, não
veria a decomposição de seu próprio corpo.
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