A VIDA NOS
PREPARA CADA CILADA.
Meu nome é Hans
Hoig, não sou filho de nenhuma família rica, todo ao contrário, de uma família
disfuncional, não sei quem é meu verdadeiro pai, já passaram tantos pela casa,
que nem imagino, minha mãe é uma mulher complicada.
A última vez que
teve problemas fui parar num lugar para jovens sem casa, enquanto ela fazia
reabilitação, quando saiu arrumou um emprego, conseguiu me recuperar, fomos
viver num edifício em que viviam emigrantes, famílias com problemas, pertencem
ao governo da Alemanha.
Estou falando de
Berlin, aonde sempre vivi. Ela nunca
falou em outro lugar de aonde podia ter vindo, isso as senhoras da segurança
social, não paravam de me perguntar.
Se surpreendiam
com a minha idade, com dez anos eu parecia ter cinco, o que foi uma sorte, me
colocaram na parte dos menores, assim era mais difícil sofrer abusos.
Mal voltei a
viver com ela, já tinha outro homem, depois desse mais três, enquanto se
mantinha fora das drogas bem, mas este último, era toda uma figura, cheio de
tatuagens, uma pessoa complicada, agora eu tinha quatorze anos, mas aparentava
ser uma garota, todo mundo na escola fazia gozação a respeito, inclusive as
garotas perguntava que batom usava, pois tinha os lábios como que cor de
rosa. Era loiro, com os cabelos
esticados para cima como um ouriço, coisa que fazia para parecer mais velho.
Um dia cheguei em
casa, o sujeito estava de drogas até a alma, tinha uma força incrível, tentei
lutar, mas conseguiu me colocar uma algema, que não sei de aonde tirou, ou se a
usava com minha mãe, abusou um, duas, até três vezes de mim. Tinha as pernas presas com uma fita isolante,
o que me impedia inclusive de lhe dar um chute.
Quando ela
chegou, estava todo coberto de sangue.
A desculpa dele,
era que eu o tinha provocado, foi uma discussão, imensa, veio a polícia,
ambulância, fui parar no hospital, com desgarro anal.
Pela primeira vez
gostei de estar num lugar que todo mundo me cuidava, já que em casa, era quem
cuidava de tudo, colocar a roupa para lavar, para secar, dobrar, passar,
jamais, para que.
Esquentava minha
comida no micro-ondas, semanalmente chegava uma caixa de ajuda da Cruz
Vermelha, com comida congelada. Eu me
virava.
Quando voltei
para casa, a assistente social, me perguntou se eu queria voltar.
Claro que sim,
quem vai cuidar de minha mãe.
Eu estava preparado
para a seguinte pessoa que me importunasse, roubei numa loja, uma navalha
daquelas que apertas um botão, sai uma lamina imensa.
Agora trabalhava
de tarde no armazém de um Turco, aonde fui pegando corpo, pois fazia de tudo,
ajudar a descarregar, repor mercadorias, por último limpar todo o local, na
hora de fechar. Para um menino franzino,
foi um ótimo exercício, não precisava ir a um ginásio, para ficar mais
musculoso.
O tal sujeito
ficou dois anos na prisão, nesse tempo ela como que tentou se regenerar, não
consumia drogas, fazia o caminha de casa para o trabalho, vice-versa.
Parecia até ter
crescido mais, mas minha cara de criança, acreditava que me acompanharia toda a
vida. Agora eram os machotes do
edifício, que as vezes se insinuavam para mim, sabiam o que tinha acontecido,
alguns chegavam a tirar o pau para fora da calça, eu simplesmente tirava minha
navalha do bolso, perguntava se queria ficar sem ovos.
Ninguém me enchia
o saco.
Estava no final
do curso, sabia que nunca iria a uma universidade, gostava sim de escrever as
coisas do meu cotidiano, inclusive as propostas que recebia na loja, o turco
ficava uma fera com os clientes, esses diziam que me queria só para ele, mas
nunca se insinuou.
Era um homem até
bonito, mas muito sério, segundo sabia, ele tinha tido um desses casamentos
arranjados, a mulher chegou de alguma vila da Turquia, odiou estar na Alemanha,
aonde ela não entendia nada, ele falava muito mal o turco, pois tinha vivido
desde criança em Berlin.
Finalmente ela
foi embora, justo depois que eu comecei a trabalhar, quando alguém perguntava,
ele dizia, não sabe do que me livrei, agora pelos menos meus pais, me deixaram
em paz, dizem até que posso casar com uma alemã.
Um dia cheguei em
casa, achei estranho escutar som dentro de casa, pensei minha mãe chegou mais
cedo, entrei com medo, que tivesse perdido o emprego, pois era uma coisa que
vivia acontecendo, reclamava sempre não ter nascido para dar o duro.
Mal abri a porta,
lá estava o meu abusador, tentou me agarrar, peguei um vaso pesado que estava
em cima da mesa, acertei sua cabeça.
Caiu desmaiado, rapidamente, peguei a fita isolante, tapei sua boca, bem
como passei pelos pulsos, ele despertou, tentava se livrar, apontava para seu
piru.
Conseguiu se
soltar um pouco, disse que tinha se masturbado cada dia pensando no meu cuzinho
virgem, que voltava para me levar com ele.
Lhe tapei a boca
outra vez, consegui prender as pernas, ele tentava de todos os meios se livrar,
não sei como se livrava da mordaça, depois entendi que devia ter passado em
volta da cabeça.
Seguiu falando,
se eu fosse com ele, ia me penetrar a cada dia, me levaria a loucura.
Perdi a noção das
coisas, ele não ia parar de falar, tirei a navalha do bolso, fiz uma coisa que
tinha visto nos filmes policiais, lhe cortei a jugular.
Nisso minha mãe
chegou, ficou horrorizada, agora o que fazemos, mas sabia que não tínhamos como
escapar, rompeu uma garrafa que estava por ali, cortou todo o resto do pescoço,
me disse, vá para teu quarto, encha uma mochila com coisas tuas, pegue o
dinheiro que está embaixo do ladrilho do teu armário, não é muito, mas te dará
para se safar.
Estava aturdido,
ela me ajudou, colocou inclusive na mochila um saco de dormir que tinha roubado
numa loja, para usarmos no inverno tão duro, assim pelo menos tens aonde
dormir.
Parecia
totalmente calma, fez uma coisa me beijou, espero meu filho que consigas
sobreviver melhor do que eu, mas nunca, cai, no conto das drogas, elas só nos
destroem.
Não sei se pelo
barulho, tinham chamado a polícia, quando sai, ela estava desfigurando o homem
totalmente com a garrafa, estava cheia de sangue. Me mandou subir para a terraça de cima do
edifício, me lembrou de um lugar que tínhamos vivido antes, um velho armazém
não muito longe dali, durante uns dias não vá as aulas, podem te procurar por
lá, nem volte ao teu trabalho, pois será o primeiro lugar que irão, me fez
sinal para subir rápido.
Lá de cima vi
tirarem o sujeito num saco negro, mortinho da silva, não me arrependia,
lastimava por causa dela, mas num dos seus momentos, ela tinha me dito, assim
me livro da culpa que tenho de ter colocado esse homem dentro de casa.
Quando a
colocavam no carro, olhou para cima, sorriu.
Não tinham me visto pois estava escondido do outro lado.
Subiram dois
policiais para saberem se eu estava ali, me encontraram, no que chegou a
assistente social, com um carro, me colocaram no banco detrás, minha mãe me fez
um gesto, de como sair. Armou o maior
escândalo no carro que estava, se distraíram, abri a porta do outro lado,
estava num beco, que sabia por aonde ir, sai correndo, quase me cai a navalha,
mas escapei antes que me visse. Ainda
escutei uma vizinha dizendo aonde trabalhava, ou seja não poderia ir para lá.
Fui para o tal
armazém, vi que a parte baixa estava cheia de tendas, muita gente, mas nós tínhamos
vivido no último andar, que tinha uma caixa d’água em cima, por isso o banheiro
tinha água. Pelo menos podia me lavar, sabia
aonde me esconder, o faziam da vez anterior.
Estava morto de
fome, ela tinha colocado um pedaço de pão, na mochila, foi o que comi nessa
noite. Abaixei, fiquei escondido num vão
escutando as conversas que rolavam por ali, alguns já sabiam da história, um
homem que nunca tinha visto, mas parecia um tipo machão, soltou que ela
merecia, quem manda se envolver com quem não deve.
Lhe mandaram
calar a boca.
Falavam em ir no
dia seguinte a um edifício que tinha pegado fogo, sempre se encontravam coisas
que podiam aproveitar.
Dormi dentro do
saco, bem escondido, ali haviam portas encostadas na parede, que faziam um oco,
para alguém se esconder, como era escuro, dava jeito.
No dia seguinte
passei pela loja, vi que tinha um guarda na porta, com certeza, esperando que
eu aparecesse.
Fui ao tal
edifício, vi que o pessoal saia com roupas, o fogo tinha sido nos últimos
andares, por isso ninguém se atrevia ir até lá.
Pois eu subi, até
o andar aonde tinha se originado o fogo, num dos apartamentos, o menos queimado,
vi um armário fechado, quando abri a porta, tinha uma mulher morta ali, os
bombeiros não tinha revistado, passei por cima dela, pedindo desculpas, mas
sobreviver era o primeiro. Vi um casaco
de couro, perfeito, ela tinha o mesmo tamanho que eu, era chamativo, pois era
vermelho, depois dentro de um saco, tinha um casaco novo, desses de pelo
imensos, que se usavam agora, coloquei tudo dentro de uma bolsa, fui
rebuscando, na parte de cima do armário, tinha uma maleta, abri, surpresa,
tinha dinheiro, bastante por sinal, tinha que esperar uns dias, quem sabe
conseguia alugar algum lugar.
Duas calças jeans
novas, muito modernas, uma cheia de pedras na lateral, me dariam cara de um
garoto gay, mas não me importou, as camisetas serviam também, enchi a maleta, saiu
pela escada de incêndio, que balançava um pouco, mas já estava escuro, fui para
meu esconderijo. Agora saia, comprava comida, quando o armazém estava vazio,
tinha uma entrada lateral, que só usavam se a polícia aparecia, aparentemente
estava protegido.
Escutei num café
dois garotos mais ou menos da minha idade, discutindo aonde se prostituir, falavam
das estações de metrô, dos banheiros públicos mais seguros.
No dia seguinte
estavam ali no mesmo horário, comentavam como tinha ido à noite, um deles disse
que o homem tinha estado pesado, mas que tinha conseguido o dominar, explicou
como, tenho uma navalha o velho quando viu, ficou pálido, parado, me ofereceu
sua carteira, sai pitando dali. Riam
muito com isso, por um tempo, agora terei que trocar de estação, falou em outra
mais central.
Eram dois garotos
bonitos, pensei se o filho da puta me fudeu grátis, porque não ganhar dinheiro
com isso. Queria guardar o que tinha
encontrado por mais um tempo, o que minha mãe tinha me dado, já tinha se
acabado.
Agora andava
pelas ruas, procurando um lugar para morar, mas não podia ser por aonde
tínhamos vivido. Nessa noite fui a
primeira estação que eles tinham comentado, justamente havia uma hora para
isso, os jovens ficavam encostados pelas paredes, esperando uma oportunidade.
Um deles, o mais
esperto, me reconheceu do café, me perguntou se era minha primeira vez, me
sinalizou um homem com a gola do casaco levantada, aquele ali, é um padre, só
vai te pedir para ficar nu na frente dele, enquanto se masturba, não tem muita
graça, gema um pouco, ele te dará dinheiro.
Ficará te pedindo perdão todo o tempo.
Deixei o homem se
aproximar, devia ter uns cinquenta anos, o garoto disse antes, peça 100E, nunca
menos.
Foi o que fiz,
queria saber como era, me levou a um hotel, feio que havia ali escondido numa
ruela, me disse para ficar atrás dele, para o homem não me ver direito, pagou,
lhe deram uma chave, subimos, foi exatamente o que o garoto tinha falado, pediu
que eu tirasse toda a roupa, que me deitasse na cama, ficou sentado numa
cadeira se masturbando.
Aproveitei
depois, para tomar um banho quente, sai pitando, me deu duas notas de 100E.
Quando lhe disse que era a primeira vez.
Marcou comigo,
dois dias depois, me disse aonde, era nas traseiras de uma igreja.
No dia seguinte
fui a cafeteria, encontrei com meu conhecido, ele se matou de rir, filho da
puta, a mim só meu deu 100E. Lhe falei
do convite para ir até a traseira de uma igreja.
Ele mora lá o
filho da puta, mas agora tenha cuidado.
O vi sozinho, perguntei
pelo amigo, ele disse que tinha tido o azar de ligar com um policial, que
caçava putos. Vai ficar uns dois dias
fora.
Nessa noite fui
com ele a outra estação, que era mais limpa, os tipos eram diferentes, vais
fazer sucesso, com essa tua boca, vão querer que chupes muitos caralhos. Mas depois se lava, não passa nada. As putas fazem isso, depois enxaguam a boca
com muita água, estão pronta para outra.
Se aproximou
dele, um homem, até bonito, ele disse que não podia, mas se queria me levasse a
mim. Podes ir, eu conheço o sujeito,
tem um piru mínimo, se tens um grande, é o que ele vai querer.
Foi isso que
aconteceu, o sujeito era até bonito, quando o viu nu, ele mesmo achava que
tinha um bom tamanho, quando se masturbava, o sujeito ficou como louco, porra
tenho que comprar camisinhas, mas o homem tinham, o excitou ao máximo, ele
gostou, depois se sentou em cima, ficou como louco. Dizia eres gostoso, me ensinou como devia me
mexer, quando soube que era minha primeira vez, me deu quase 400E, que tinha
escondido nos sapatos.
Pediu uma nova
chance. Mas marcou com ele antes, foram
comer, o homem falava bem, depois foram para sua casa, agora sabia como se
comportar, este o chamou para viver com ele.
Disse que ia pensar, mas agora só pagou 100E
Falou com o
amigo, esse ria, ele sempre se apaixona, mas em seguida, quer é te explorar,
passar para os amigos, vera são todos mais velhos, ele fica com uma parte do
dinheiro, nem pensar.
Nessa noite
apareceu o outro rapaz, ficaram amigos, ele disse que acabou fazendo sexo com o
policial, mas que era muito violento, verdade ou não estava cheio de marcas
pelo corpo.
Se ficas uns dias
sem vir, é como se fosse novo na praça.
Fez isso durante
meses, confiava nos dois, acabaram alugando um apartamento entre eles, por ali
perto. Quando vez 18 anos, tirou seus
documentos novos, como maior de idade, mas claro aparentavam sempre muito
menos.
Foi quando
conheceu um Turco, magro, peludo, com barba, na primeira vez o levou para o
hotel, queria um sexo total, quando viu seu corpo branco, só com pelos em volta
do sexo, ficou como louco, pela primeira vez, alguém lhe fazia carinho, este
soltou, que para ele o sexo tinha que vir acompanhado disso, para se sentir
menos culpado de procurar sexo na rua.
Marcaram para o
dia seguinte, ele disse que era professor, foi para sua casa, um apartamento
simples, meus pais estão me dando uma trégua, pois ainda preciso terminar a
faculdade, querem me casar de qualquer jeito com alguém que não conheço.
Gostava de estar
com ele, pois quando chegavam tomavam banho juntos, ali começavam se excitar. Mas
gostava mesmo era de ficar sentado em cima de seu piru.
Perguntou se
estudava, foi honesto, tive que interromper, adoraria fazer universidade, escrevo
o que acontece comigo. Ele pediu para
ler, foi corrigindo os erros de gramática, se encontravam duas ou três vezes
por semana. Um dia disse que os pais
tinham ido a Turquia, buscar uma noiva para ele. Vamos aproveitar, vens ficar comigo, eu te
ensino tudo que sei, para que possas ir à universidade, ou acabar teus estudos.
O ajudou a saber
de sua mãe, tinha sido assassinada na prisão, diziam suicídio, mas parecia
outra coisa, já nada lhe ligava a nada.
Assef, era um
cara legal com ele, ainda propôs o seguinte, ele se casava, mas montava um
apartamento para ele, estava apaixonado.
Aprendeu tudo que
podia com ele, mas não deixava de ver os amigos, esses diziam aproveita, por
tudo que é bom dura pouco.
Ia era guardando
dinheiro, abriu com o que tinha escondido, uma conta no banco, inclusive com o
que ia ganhando, guardava seu cartão de credito no tênis, como lhe tinha
ensinado.
Assef estava
ficando ciumento, não queria que fosse se encontrar com seus amigos, começou a
ficar violento, um dia que chegou tarde, quis lhe dar uma surra, lhe chamou de
puta.
Ele simplesmente
tirou a navalha, o ameaçou, o prendeu numa cadeira, sabia aonde guardava
dinheiro, a vida acabava de lhe mostrar mais uma cilada.
Então me amas,
verdade, queres é mandar em mim.
Menos mal que
sempre que ia, colocava um gorro, óculos escuros, os poucos vizinhos, nunca o
tinha visto, se fosse assim, não dava para reparar.
Levou as poucas
coisas que estavam lá.
Mas o deixou
preso, com a porta semiaberta, lhe disse para gritar, quando acordasse, lhe deu
um murro na cara.
Os amigos, riram,
aprendeste bem, sempre é assim, quando a coisa é boa demais, sempre acaba numa
cilada.
Quando voltou a
sair pela noite, agora usava o casaco vermelho, que chamava a atenção, mas
camisetas justas negras, para evidenciar que era muito branco, aprendeu com os
amigos a acentuar seus lábios.
Não sabia ao
certo quanto homens teve, mas sempre era o mesmo, quando tirava a roupa,
ficavam loucos com seu piru, ele não tinha crescido muito, mas o dito cujo
sim. Então era a alegria da paroquia
como ele dizia. Mas claro quando pediam
que não usasse camisinha, ele tirava o time de campo, se ficavam violento, ele
se defendia.
Agora os três iam
durante o dia a um ginásio fazer boxe, assim podiam se defender.
Seu melhor amigo,
confiou nele suas economias, ele era mais esperto, agora aplicava o dinheiro do
banco, para render, nada de ações, mas o Deutsch Bank tinha um bom rendimento.
Fez o amigo abrir
uma conta, mas o autorizou a aplicar o dinheiro para ele, se acontecia alguma
coisa, ele tinha direito a mesma, era um acordo deles.
O outro arrumou
um velho, foi embora, o que foi bom, pois eram só os dois no pequeno
apartamento, que arrumaram direito.
Seu amigo se
fazia chamar Jack, mas na verdade se chamava Joachim, contou que era judeu, que
seus pais eram ultra ortodoxos, agora viviam em Israel, eu fugi no próprio
aeroporto, era uma vida que não queria para mim.
Se davam bem,
inclusive algumas vezes faziam sexo entre eles.
Adoravam fazer isso, quando algum cliente pedia, faziam a três, mas no
final pediam para ver os dois fazendo sexo.
Joachim adorava
ser penetrado por ele, os homens se masturbavam vendo os dois fazerem isso.
Mas claro
cobravam mais por isso.
Ele começou a
ensinar durante o dia, tudo que tinha aprendido com o Assef.
Um dia Joachim
estava com uma gripe fantástica, sem querer ligou com o puto policial, que
tinha prendido seu amigo.
O outro se
insinuou tanto, tinha um corpo fantástico, que lhe disse que sabiam quem ele
era, mas se queria prendê-lo, primeiro tinham que fazer sexo.
O filho da puta,
o levou para a floresta, ninguém o tinha visto entrar em seu carro, escondido
numa ruela, o levou, não era um carro oficial, estendeu uma manta no chão, mas
foi ele quem o penetrou, o sujeito gostava de violência, quando tentou lhe dar
um murro, levou ele um, tirou sua navalha, lhe cortou a jugular.
Podia ter roubado
o carro, com um pano, limpou o assento aonde tinha estado, bem como a porta,
como tinha visto nos filmes.
Nos dias
seguintes ficou em casa, tinha agora uma pequena televisão, saia em todos os
telejornais, acabou se levantando o que o sujeito fazia. Prendia os que se
prostituiam, depois, os passava para outros policiais. A polícia estava atrás de quem tinha feito
isso, mas não tinham nada.
Na rua em que se
encontraram, não havia câmeras, aliás o policial, fazia de propósito isso, pois
senão o veriam fazendo o que não devia.
Arrumou um
emprego numa loja de um árabe, este era casado, a mulher sempre aparecia de
manhã para levar o dinheiro ao banco.
Ele fazia todo o serviço, no final limpava tudo, sabia que era gravado, saia
pela traseira, mas obrigou o homem a deixar sair pela frente dizendo que assim
era gravado indo embora, não queria confusão.
O homem o atraia,
mas tinha medo de se envolver com ele, lhe tratava muito bem, sempre lhe dava
algum presente. Uma camiseta, um tênis,
alguma coisa, sempre que passava por ele no armazém, fazia uma coisa, como se
não percebesse, roçava a mão pelo seu piru.
Falou com
Joachim, esse se matava de rir, não parava em emprego nenhum gostava mesmo era
da noite.
Um dia tinha
terminado de limpar, quando passou pelo escritório Ahmed, estava nu com as
calça na cadeira, lhe pediu de joelho por favor, pois estava farto de sua
mulher.
Acabou fazendo
sexo com ele, agora queria todos os dias, mas ele se safava, era um sujeito sem
imaginação, só sabia fazer um papai, mamãe, se colocava deitado na mesa, queria
que o penetrasse.
Foi lhe ensinando
como devia fazer, o levava a loucura, mas dizia que para fazer isso tinha que
pagar por fora. Cada coisa que lhe
ensinava, o homem ficava como louco, queria mais. Da mesa, se podia ver se
alguém entrava na loja, cada vez ficava até mais tarde.
Um dia viu sua
mulher entrando, tinha horror a ela, arrumou uma desculpas, disse que ia ao banheiro,
saiu por detrás, passou pela caixa forte que estava aberta, pegou um maço de
dinheiro, o deixou ali sem calças deitado na mesa, saiu pela porta detrás,
quando ela começou a fazer escândalo, não ia escutar o ruido da porta se
fechando.
Nunca mais voltou,
tinha levado um bom dinheiro, no outro dia já estava no banco aumentando sua
aplicação, viu que tinha um bom dinheiro, fez umas provas, podia entrar para a
faculdade, como tinha dúvidas, falou com um professor, disse que o queria era
aprender a escrever.
Nessa época,
aconteceu uma tragédia, uma dia Joachim chegou ferido em casa, o levou para um
hospital, não teve conversa, falou quem o tinha agredido, o tinha gravado no
celular.
Foi operado, mas
claro, o tempo que levou indo para casa, sangrando, tinha causado problemas,
acabou tendo que fazer duas operações, ia todos os dias ao hospital, depois das
aulas, Joachim achava que não ia superar, pediu um advogado, deixando para ele
seu dinheiro oficialmente se acontecia alguma coisa.
Dias depois
quando chegou, estava outra vez na sala de operações, tinha tido uma recaída em
uma das operações.
Não sobreviveu, o
professor que o tinha ajudado, a escolher sua carreira, era judeu, o ajudou
como enterro, inclusive rezou um Kadish ao pé de seu túmulo.
Ele pagou tudo
para seu melhor amigo.
Teve que contar
ao professor Helmult, a quem os alunos chamavam de Muti, pois era baixinho.
Riam quando os
viam juntos, tinham mais ou menos a mesma altura, quando passou o ano, ele
tinha já outro professor, agora saia com Muti, para conversar sobre livros, ele
lia as coisas que tinha escrito. Escreveu uma história baseado no que Joachim
lhe tinha contado.
Muti lhe
perguntou se era verdade, que tinham se prostituido.
Contou para ele
sua história, ficou de boca aberta.
Vê como são as
coisas, eu sempre que não aguento mais vou a um banheiro público, ou algum
lugar, mas deixei, pois um dia encontrei um aluno, esse me fez chantagem para
passar de ano.
Nunca mais fui,
tenho minha sensualidade, fechada em mim.
Me apaixonei por ti, no dia que vieste pedir conselho, gosto de ler o
que escreves, infelizmente fico excitado.
Começaram a sair,
acabaram na cama, Muti era como uma explosão se sexo, parecia um boneco de
plástico na cama, era capaz de coisas incríveis.
Sua forma de
expressar o prazer era escandalosa, levaram saindo já vários anos, ele dizia que
ficava preocupado que ele fosse embora de noite. Se quiseres meu apartamento é grande, podemos
compartir, se não quiseres dormir comigo, eu entenderei, mas teria um lugar
para ler, escrever.
Adorava a
biblioteca que ele tinha, os livros que tinha ansiado em ler, mas não tinha
dinheiro.
Muti não sabia
aplicar seu dinheiro, o ensinou como fazê-lo, ele o beijava, dizendo, meu
menino sabe de tudo.
Nunca demonstrava
ciúmes, um dia inclusive lhe disse, se ele tinha necessidades de ir com outros
ele entendia, pois não era uma pessoa interessante.
Ele ao contrário
pensava ao contrário, pela primeira vez tinha medo de ser abandonado, gostava
de estar com ele, conversar, de fazer sexo, as explosões dele no orgasmo, com
ele fazia de tudo, se completavam.
Tampouco se
escondiam, saiam para jantar, ir ao cinema, ao teatro, o levou pela primeira
vez ao teatro de Brecht, ele amou, discutiam depois a representação, o texto,
se interessou em aprender a escrever para o teatro.
Depois de revisar
mil vezes o que tinha escrito a respeito do Joachim, Muti apresentou a um editor. Tinha revisado tantas vezes, que nem precisou
de uma revisão ortográfica.
Foi lançado, em
breve era um livro de culto, entre os dos grupos LGBT. Pois falava cruamente de jovens que se
prostituiam para sobreviver, que muitos poucos chegavam a alguma coisa.
Para sua
surpresa, quando foi convidado a dar uma palestra a um grupo, Muti, foi com
ele, ele que se guardava tanto antes, agora, ia com ele por aí.
Lhe dizia, me abriste um mundo novo, fiquei
tantos anos com medo, que contigo, sou capaz de ir ao fim do mundo.
Nas férias foram
fazer uma viagem, uma coisa que ele sonhava, ir a Paris, foram a todos os
lugares possíveis. Muti, queria saber
como era o submundo, já que nunca tinha coragem, contigo vou.
Acabaram fazendo
sexo a três, com outro rapaz, Muti ficou louco quando o viu penetrar o outro,
mas quando foram embora, dizia, prefiro que faças isso comigo. Fiquei com
ciúmes, ele teve que reconhecer, que tinha ficado também, quando Muti fez o
mesmo.
Chegaram ao
hotel, fizeram sexo como gostavam, começaram embaixo do chuveiro, caíram
molhados na cama, levaram mais de uma hora, se explorando cada vez mais. Desta vez os dois urraram no final. Depois ficaram as gargalhadas, pois se
escutava movimentos nos quartos aos lados.
Agora não tinham
limites entre eles, Muti dizia que se sentia jovem outra vez. Se vestia diferente, os outros professores
comentavam, mas ele não se preocupava.
Ele começou a
fazer um curso de escritura para a roteiros, pois o editor, com seu segundo
livro, que tinha uma parte autobiográfica, das suas andanças, disse que tinha
um produtor interessado.
Queira que ele
escrevesse uma história sobre esses jovens que viviam no submundo de Berlin.
Muti o ajudava,
discutiam os personagens, iam pela noite observando os jovens, nas entradas das
discotecas, tomando drogas para se liberarem.
Muti dizia que se
fizessem isso, nunca mais sairiam da cama.
Ele lhe contou
que nunca tinha tomado drogas, pois imaginava que ficaria adito, por causa de
sua mãe. Se um dia descubro que o estas
fazendo vou embora.
Mas não
precisavam, pois os dois juntos, era um caso sério. O sexo para eles era um jogo de
descobrimentos. Um dia ficou
completamente louco, com Muti sentando no seu sexo, ao mesmo tempo se fazendo
uma felação, como parecia ter o corpo elástico, podia, ele tentou mas não
conseguia.
Quando o roteiro
ficou pronto, o produtor disse que era cru demais, se não podia romancear um
pouco.
O senhor me
desculpe mas esse mundo não existe romance, é cru mesmo, arrastou o homem para
um dos lugares no metrô, viu que o mesmo ficava excitado com a quantidade de
rapazes por ali. Queria se arriscar, mas
na hora ficou com medo, era casado.
Começaram a
revisar com o que seria diretor como fariam.
Mas volta e meia o produtor, falava com ele, nada de besteira, nem sabia
que tinha esse instinto homossexual.
Estava numa
sinuca de bico, pois não sentia mais desejo pela sua mulher, com que levava
casado a anos, sem filhos. Que o sexo
entre eles, era chato.
O aconselhou a ir
a um psicólogo, ele tinha guardado lá no fundo de sua cabeça, uma relação na
sua juventude com um colega de escola, tinham descoberto juntos a masturbação,
mas nunca chegaram as vias de fato, logo o amigo arrumou uma namorada, se
afastando dele.
A mulher pediu
divórcio, tinha uma oferta de trabalho na américa.
Muti não tinha
ciúmes, as vezes conversavam os três juntos, Berg dizia que tinha se masturbado
mil vezes lendo o roteiro, mas não queria ir por esse caminho, tinha medo de se
viciar no sexo.
Nessa época Muti
ficou doente, mil exames, nunca descobriam o que acontecia.
Finalmente deram
com um câncer em sua cabeça, pois começou a desmaiar, os médicos lhe deram
pouco tempo de vida, pois não existia tratamento possível.
Eles tiveram uma
conversa séria, tu segues tua vida, eu nunca tinha amado alguém, foste tudo
isso para mim. Ele tinha medo de fazer
sexo com ele, pois podia lhe provocar alguma coisa, mas Muti lhe convenceu ao
contrário, adoraria morrer fazendo sexo contigo.
Foi o que
aconteceu, numa das noites inspiradas do Muti, fizeram de tudo que se podia
imaginar, acabaram dormindo abraçados como gostavam. De manhã, estava morto.
Para ele, foi uma
perda irreparável, Berg quando soube, chorou ao seu lado, Muti era seu
confidente, com ele, podia falar de tudo, tinha paciência com ele, pois tinha
passado pelo mesmo.
Faltava escrever
o último capítulo da série, que seria gravado dentro de um mês, como o
personagem tinha muito do Joachim, lhe doía de duas maneiras, não ter o Muti
ali para lhe ajudar a pensar no personagem, era seu fim, não escrevia como
tinha acontecido, mas sim imaginando que ele não tivesse conseguido voltar para
casa.
Berg que os tinha
visto trabalhar juntos, perguntou se ele queria ajuda.
Ele aceitou, pois
podia revisar com alguém o texto do personagem, contou ao Berg toda a vida que
ele sabia do Joachim.
Então é verdade
que conviveste com ele?
Sim, viu que Berg
ficava chocado ao mesmo tempo excitado.
Um dia lhe pediu
se podia o deixar explora-lo, Muti antes de morrer me contou como faziam sexo, me
apaixonei por ti, ele percebeu, mas nunca tive coragem como agora de te falar,
mas não quero te forçar nada, primeiro porque te respeito.
Ao contrário do
Muti, Berg era um homem de quase 1,90, ruivo, cheio de pelos, que lhe davam
muita vergonha, quando tirou sua roupa, só faltou ele esconder seu sexo. Estava muito nervoso.
Com cuidado, o
foi explorando, aquele homem imenso virou um adolescente que descobre os
prazeres do sexo. O deixou fazer tudo o
que queria com ele, parecia um boneco em suas mãos, quando teve seu primeiro
orgasmo, só faltou bater no peito.
Rindo depois dizia, me senti como o Tarzan que urrava, batendo peito.
Pensou que ele
liberado iria atrás de outros mais jovens, mas nada ficou com ele, passava mais
tempo na casa que tinha herdado do Muti, aonde tinha vivido os melhores
momentos de sua vida.
A série ganhou
vários prêmios, sempre lembravam do Muti como um dos roteirista.
Um dia Berg lhe
trouxe vários recortes de jornal, sobre o policial que tinha sido assassinado.
Um jornalista
tinha descoberto mil coisa sobre ele, de aonde tinha saído, daria um bom
roteiro.
O jornalista
vendeu a ideia, não queria escrever para a televisão.
Os dois foram
buscar nas suas fontes, quem era afinal o policial.
Foram descobrir
que tinha vivido num orfanato a vida inteira, que tinha abusado dele
violentamente, muitas vezes. Por isso
gostava da violência. Nessa pesquisa
também descobriram que tinha assassinado alguns dos garotos com quem tinha
feito sexo, mas que a polícia tinha acobertado.
Era um personagem
difícil de escrever, mas tinha se acostumado a fazerem isso juntos, Berg
descobriu uma parte nele mesmo que era isso, analisar os personagens como ele
tinha visto Muti fazer com Hans.
Se encaixavam a
perfeição, queria que ele fosse viver no apartamento de luxo que tinha, ele se
negou, se quiseres ficar aqui, tudo bem, o dia que te canses de mim, sem
problemas.
O relacionamento
deles era diferente em termos, que Berg era mais romântico, gostava de ficar
fazendo carinho horas, abraçado, o beijando, vindo de um homem tão grande, era
difícil de imaginar.
Um dia o pediu em
casamento, ele olhou espantado ao Berg, queria saber por quê.
Sempre sonhei em
ter ao meu lado, uma pessoa que me entendesse, com quem posso falar de tudo sem
problemas, contigo consigo isso, já não tenho medo de esconder nada.
Vou pensar, ok
Começaram a
filmagem da nova série, foi complicado encontrar um ator que quisesse fazer o
papel, encontraram um ator turco, que tinha terminado um comédia, quando
falaram com ele, riu, um papel realmente para um ator.
Começou a
trabalhar todo o texto com o mesmo, esse ficou interessado. Dizia que entendia o personagem, pois ele
mesmo vivia escondido dentro dele, seu nome as vezes era motivo de burla, pois
podia ser um nome de mulher, Karin.
A cilada foi que
Berg se apaixonou por um dos atores, daqueles que querem subir na vida, falou
com ele a parte, cuidado, esse tipo que subir a tuas custas. O rapaz queria o papel principal, depois de
fazer sexo com Berg, quando tocou no assunto, ele se sentiu usado.
Veio furioso, bem
que me avisaste, agora fico sem me entender novamente.
Isso é o que a
vida nos prepara, uma cilada atrás de outra.
Ele estava
preocupado, pois na verdade era ele quem tinha matado o policial, agora sabia
que naquela noite, se não tivesse se defendido, teria morrido.
Para salvar as
aparências, pediu ao Berg já que era bem relacionado, se conseguia o lauto, bem
como imaginavam que tinha acontecido a morte do mesmo.
Karin entendia a
cena como ninguém. Agora aparecia sempre
por sua casa, para analisar alguma cena que ia filmar, como devia se
sentir. Berg a princípio ficou com
ciúmes, mas depois de sua aventura, o relacionamento entre eles tinha morrido,
ele estava confuso.
Como podia ter
pedido que se casasse com ele, em seguida o teria traído com um rapaz idiota.
Falaram muito no
assunto, acreditava que tinha sido porque o rapaz lhe fazia lembrar sua paixão
de juventude.
Procure por ele.
Berg seguiu seu
conselho, descobriu que o mesmo era professor em Hamburg, que era divorciado,
se encontraram, foi colocar fogo na palha, na época o outro tinha ficado
assustado com o rumo que iam as coisas entre eles, tinha tido um relacionamento
durante alguns anos com outro professor.
Assim se sentiu
livre para enfrentar as investidas do Karin, esse antes lhe contou que para
começar a fazer cinema, tinha tido sexo com um diretor, não tinha vergonha,
queria atingir meu objetivo. Me senti
uma puta, mas valeu, provei que era bom.
Um dia estavam os
dois falando do personagem, ele não conseguia atingir o clímax dele a respeito
da violência.
Hans lhe explicou
mais uma vez, imagina, esse homem, foi vítima de muitos abusos, violentos, por
isso tinha essa raiva dentro dele.
Então terei que
ser violado para isso, disse rindo, vais me fazer esse favor.
Nunca fiz sexo
dessa maneira, para tapear, tenho sexo com atrizes, com manequins, mas sexo
assim nunca.
O provocou tanto
que Karin, ficou como louco, quando o penetrou, sem que ele esperasse, ficou
parado. Lhe forçou um pouco, sem que
soubesse por que Karin começou a corresponder, no final gritava de prazer. Filho da puta, me transformaste em tua
putinha.
Voltaram a fazer
sexo, se explorando, Karin era uma pessoa que se podia classificar de gostoso,
tinha um corpo fantástico, um membro como ele, grande, os dois se satisfaziam.
Um semana antes
da estreia, Karin disse que estava pronto para assumir o relacionamento deles,
não quero esconder, que encontrei a pessoa da minha vida.
Nada de bandeiras
Karin, tens uma carreira, vamos seguir, mas não precisamos agitar bandeiras,
olha o Berg, uma semana me pede em casamento, em seguida se envolve com um
jovem que lhe fez lembrar de seu passado.
Iremos levando, se um dia realmente tivermos certeza disso, bem. Ok.
Karin concordou, mas
basicamente vivia com ele.
Havia uma cena,
em que o personagem se lembrava de uma violação que tinha sofrido, ele o fez a
perfeição. Depois dizia, fechei os
olhos, pensei na nossa primeira vez, quase tive um orgasmo.
Uma das cenas era
brutal, era o policial, sendo abusado por um homem cheio de tatuagens, imenso, Karin
era mais baixo, um pouco mais alto que ele.
Quando viu o ator
que fazia o papel, riu, ou me apaixono, te abandono, ou matarei o mesmo, na
história, ele realmente matava o sujeito.
A cena ficou
fantástica, era o encontro do policial com seu passado, o desencadeante de
tudo, o ator tatuado, levava horas em maquilagem, pois não tinha tatuagem
nenhuma no corpo inteiro, gozava o policial, agora te descobri sua puta de
uniforme, a luta entre os dois, com a diferença de tamanho, motivo pelo qual
depois se livrou do crime, alegando defesa pessoal, como se o outro o tivesse
agredido, a solução foi um tiro, isso realmente tinha acontecido.
Mas a cena depois
do tiro, com o personagem ali, arrasado, sem querer lançou Karin para papeis
fortes.
Quando terminou a
série, foi chamado para fazer um filme, um pouco similar, era um policial, com
um companheiro corrupto, que abusava de seu poder, por saber que o seu
companheiro tinha um amante com quem vivia.
Karin agora sabia
como se mover com esse tipo de papel dubio.
Estudava o
personagem com ele, analisavam o texto.
Esperou ele terminar o filme, queria ir de viagem, Karin queria ir junto
de qualquer maneira. O esperou.
Foram para bem
longe, fizeram uma viagem que um dia teria feito com o Muti, de ir conhecer a
Nova Zelândia, como qualquer turista, alugaram um carro, foram visitando o
pais, indo à praia como qualquer turista, não eram conhecidos lá. Foi perfeito. Sabia que Karin estava apaixonado por ele, mas
tinha medo de se entregar, ele tinha uma vida pública, que ele não queria.
Quando voltaram,
sem querer tudo ficou como dizia sempre, por causa de uma cilada de uma
repórter do coração, que lhe lançou uma pergunta malvada, como era fazer em
seguida dois personagens com fundo gay, se isso lhe incomodava, que diriam suas
namoradas.
Eu não tenho
namoradas, mas sim um namorado que amo muito, espero que um dia aceite a casar
comigo. A cara da mulher foi de
espanto, provocou, mas não esperava essa resposta.
Além de que minha
vida pessoal, só diz respeito a mim.
Sua mãe lhe
telefonou, desde Turquia para saber se era verdade, se for meu filho, lembre-se
a vida é só tua, seja feliz. Ela nunca
tinha feito força nenhuma para lhe arrumar um casamento concertado como queria
seu pai. Quando este insistiu, ela pediu
o divórcio. Odiava esse tipo de
casamento.
Veio para
conhecer o Hans, ficou amiga dele, adorava ver os dois juntos, como conviviam,
compartindo as coisas.
Hans escrevia um
novo roteiro, baseado numa história que tinha lido no jornal, sobre o que
acontecia, com muitos menores, abandonados pelos pais, porque se revelavam
gais.
Berg assumiu
prontamente a ideia de um trabalho junto.
Karin tinha um
certo ciúmes de os ver trabalhando, mas se não estava fazendo nada, se sentava
ao lado, Hans ria, porque sabia que ele estava ali, como para dizer, esse é meu
homem.
De noite conversava
com ele, afinal podia verbalizar que o amava mais do que nada. Quando Karin foi fazer um filme na Turquia,
ele ficou hospedado na casa de sua mãe, Karin reclamava das rodagens, da
quantidade de jornalistas, fazendo perguntas idiotas.
Um dia estavam os
três jantando num restaurante, um entrou para encher o saco, perguntou se ele
tinha um romance com a atriz do filme.
Ele simplesmente, beijou o Hans na boca.
Para a Turquia
foi um escândalo, mas o filme foi um sucesso, entre os jovens, que estavam
fartos de tantas mordaças.
Quando os dois
fizeram quase 15 anos juntos, se casaram em segredo, era só uma formalidade
para satisfazer a mãe do Karin, bem como a vontade deste.
Chegava as vezes
em casa furioso quando algum ator se insinuava para ele, será que não entendem
que não necessito de ninguém, que tu, me faz sentir completo.
Nas noites de
verão, a lua, sempre passava por diante do quarto deles, abriam as janelas,
para que iluminassem o corpo dos dois fazendo sexo. A se o cinema pornô soubesse do que somos
capazes.
Hans tinha
escrito dois livros que faziam sucesso, num deles analisava uma série de
escritores do passado, que camuflavam a homossexualidade dos personagens que no
fundo representava eles mesmos, para poderem sobreviver. O livro era usado na universidade para
analisar esses personagens, ele mesmo fazia palestra a respeito.
Tinha dinheiro,
porque tinha sabido aplicar para sua sobrevivência, para que a vida não lhe
fizesse nenhuma cilada nesse sentido.
Karin agora era
um ator de teatro, muito requisitado, Hans ia sempre busca-lo no teatro.
Juntos caminhavam
para a casa deles, conversando como sempre faziam, analisando como ele tinha se
sentido na representação.
Hans seguia o
ajudando a se preparar para representar, encontrar o personagem.
Berg, tinha se
casado com seu amigo de infância, era feliz.